Denise Fagundes Idade: 21 anos Cidade: Goiânia GO.
Apontar
os defeitos que você acha que o outro tem jamais o tornará
perfeito.
Sou
Denise, moro na cidade de Goiânia há 13 anos.
Me
considero extrovertida, responsável,companheira e vaidosa.
Tenho
uma personalidade muito forte e as vezes acho que isso é um defeito,
porém, nem sempre.
Qual
motivo que fez você usar uma cadeira de rodas?
Tenho
uma doença genética chamada Atrofia Muscular Espinhal - tipo: 2
(AME 2)
Quais
são as maiores barreiras que enfrenta em seu dia a dia?
AME
2 é uma doença degenerativa, com isso me tornei uma pessoa bastante
dependente e as barreiras são diárias e numerosas.
Parece
horrível, e é sim, na maioria das vezes.
Mas
quero que saibam que por mais barreiras que possam haver não me
deixo vencer!
Na
sua opinião, é mais complicado a aceitação para uma pessoa que já
caminhou ficar cadeirante ou uma pessoa que nunca chegou a caminhar
ficar cadeirante?
Eu
penso que é mais difícil a aceitação.
Você
encontrou sua aceitação?
Você
é uma pessoa feliz?
Nós
todos temos dias bons e ruins, mas eu posso dizer com convicção que
eu me aceito sim.
Gosto
de quem sou!
Já
passou por alguma situação de preconceito, que gostaria de
compartilhar com nossos leitores?
Para
lhe ser sincera eu não lembro.
Sempre
tive a sorte de estar rodeada por pessoas legais que me mantive
otimista que nem tive tempo para notar preconceitos.
Que
recado você deixaria para uma pessoa preconceituosa?
Apontar
os "defeitos" que você acha que o outro tem jamais o
tornará perfeito, até porque a perfeição não existe e nunca
existirá.
Não
se limite aos supostos padrões, isso somente o levará a ignorância.
Tudo
na vida tem dois lados, (lado bom e lado ruim) procure ter olhar com
mais otimismo e de coração aberto para as diferenças.
Você
pensa em ter um grande amor e formar família?
Sim,
ainda espero encontrar o homem certo para mim.
Qual
seu grande objetivo de vida?
Quero
estudar, me formar, encontrar um amor e ter uma vida feliz.
Quem
sempre esteve ao seu lado que merece ser lembrado?
Tenho
uma família muito amorosa, todos merecem e sempre serão lembrados
com carinho por mim mas minha mãe é uma heroína, uma mulher
totalmente admirável.
Todo
mundo deveria uma mãe igual a minha.
Agradecemos
à Denise Fagundes por ter participado de nossa coluna de entrevistas
e poder contar um pouco de sua para nossos amigos leitores.
Fonte:
– Cadeirantes Life
Vida
Reta
A
vida reta pode ser o ponto mais nobre e importante de superação
para uma vida feliz.
Pode
ser a superação do corpo e da alma, das injurias e deficiências do
mundo, as quais podemos dizer que é a infelicidade humana.
A
constante prática das virtudes pode nos proporcionar uma vida de
retidão.
O
ser humano que tem uma vida reta, na prática das virtudes, pode ser
uma pessoa que dificilmente será atingida por tantos problemas
capazes de gerar infelicidade.
Podemos
até mesmo pensar que seja possível superar os problemas mais
diretos como a dor, questões de nível socioeconômico e de nível
cultural.
Gilvan
Lopes da Silva
Onde
estão as deficiências?
Neste
fim de semana fomos realizar um sonho junto com a minha pequena Manu,
fomos assistir ao Disney On Ice em Porto Alegre, no Gigantinho.
A
história, e o motivo deste post, começam na compra dos ingressos,
vendidos pela empresa Ingresso Rápido, na internet e em alguns
pontos de venda em Porto Alegre.
Em
função de morar no interior do Rio Grande do Sul sempre compro
ingressos on-line, é mais prático e fazemos a retirada no local, no
dia do evento.
Quando
entrei no site para ver quais as opções de ingresso, constatei que
não era possível escolher o local do mapa onde ficam os
cadeirantes, então enviei um e-mail para a empresa para que me
informasse como deveria fazer para adquirir os ingressos destinados
para Pessoas com Deficiência.
Recebo
a primeira resposta informando que os ingressos para pessoas com
deficiência só poderiam ser comprados na bilheteria do local e que
sim, poderíamos comprar as cadeiras ao lado do espaço para os
cadeirantes, o local de ingresso mais caro do espetáculo.
Bem,
foi o mesmo que mexer com a cria da Leoa!
Respondi
àquele e-mail muito indignada, dizendo que a empresa Ingresso Rápido
acabara com meu sonho e o de minha filha!
Como
um sistema proporciona a compra de ingressos para todas as pessoas,
pela internet, menos para quem tem uma deficiência?
Ou
seja, aqueles que mais têm dificuldades precisam ir até lá para
comprar???
Enquanto
a massa compra da comodidade de seus lares...
E
se não bastasse isso, só poderia ir se comprasse o ingresso mais
caro do espetáculo?
Então
infelizmente eu não poderia.
Questionei
onde estava a deficiência?
No
sistema deles ou em mim???
Recebi
uma bela resposta dizendo que o local onde eu queria comprar não
tinha acessibilidade!!!!
Daí
rugi, com todas as minhas forças!!!
Resolvi,
com o apoio de muitas pessoas pelas redes sociais que não
desistiria, escrevi mais um e-mail para a mesma empresa e para a Opus
promoções, dizendo que eles precisam parar para pensar que as
Pessoas com Deficiência tem família, filhos e eu jamais iria ao
espetáculo se tivesse que ir separada da minha filha, afinal
perderia toda a motivação e a razão daquela vontade de vermos
juntas um espetáculo que une as gerações. Mas porque eu precisaria
para o valor mais alto do espetáculo?
Quem
é que tem limitações neste caso?
Finalmente
então recebi o retorno esperado, da forma correta de comprar aqueles
ingressos!
A
Opus me orientou a comprar o ingresso mais barato da sessão que eu
queria ir, para mim, minha filha e meu acompanhante!
Muito
bem, aplausos!!!
Mas
e quem não é do tipo de ir à luta?
Quem
não tem a habilidade da escrita para chegar até quem tem que ouvir
as reclamações?
Estas
pessoas desistem de seus sonhos?
Muitas
vezes sim, desistem, mas não deveriam!
Chegando
lá no espetáculo, munida de todos os documentos e curiosa para
saber como seria recebida, fomos muito bem atendidos, acomodados e
pudemos curtir o show bem de pertinho, pelo preço que podíamos
pagar!
Foi
maravilhoso!
Quem
sabe um dia as pessoas não precisem passar por estas “provas”,
ainda é preciso pedir, implorar, chorar as mágoas, explicar o caso,
justificar e lembrar todos os detalhes daquilo que nos torna “pessoas
com deficiência” para termos nossos direitos preservados e para
que possamos fazê-los valer!
É
preciso, olhar para as feridas e cutucá-las!
É
preciso comprovar, provar, documentar, gritar... infelizmente...
Além
de tudo isso, quase uma novela, um caso policial, para poder adquirir
meros ingressos ainda temos a surpresa final.
Sim,
porque por mais prevenidos, organizados, corajosos e lutadores por
direitos que somos, ainda temos surpresas!
O
antigo Gigantinho, ao lado do belíssimo Beira Rio, remodelado para a
Copa do Mundo de 2014, acredite:
Não
tem banheiros para pessoas com deficiência!
Então:
lutamos pelo direito de ir e vir (o mínimo, básico direito que
todas as pessoas têm preservados e nós não temos) e ainda por cima
não podemos ter vontade de fazer xixi!!!!
Agente
chora?
Ou
agente ri pra não chorar?
Pra
não estragar o lindo e mágico momento agente dá um jeito!!!
Com
meninas muito queridas do setor de limpeza e organização fecharam o
banheiro inteiro para que eu pudesse fazer um xixi básico!
Assim,
bola pra frente e vamos para a próxima!
Cabeça
erguida e prontos para o próximo desafio para poder sobreviver em
uma sociedade totalmente deficiente!
Fonte: - cadeirantes life
Comentário:
Infelizmente
nos tempos atuais temos uma inversão de valores pela sociedade.
Com
a tal globalização hoje aceitamos e apoiamos valores sem discussão
ou debate sobre o tema.
Valores
esses que na maioria vai contra os mais necessitados, por se dar
preferência para banalidades.
É
preciso revermos nos conceitos e valores em relação aos nossos
semehantes e tratá-los com respeito e dignidade.
Quem
somos nós, simples humanos sujeitos a todo tipo de tentação e
desvios de caminho para apontarmos os defeitos dos outros.
Se
pararmos para refletir veremos que somos todos deficientes, sim!
Porque
temos as deficiências visíveis e as invisíveis.
As
visíveis são: cadeirantes, amputados, cegos, síndrome de down,
surdos, e outros.
As
invisíveis são: os cardíacos, os diabéticos, os hemofílicos e outras.
Todos
vivem com limitações e quando somos limitados somos deficitários
portanto querendo ou não temos limitações.
Mas,
é preciso que a sociedade tenha consciência sobre isso e assim
respeite os nossos direitos de ir e vir, como qualquer outro cidadão
membro da sociedade.
Afinal
também temos o direito de ter o nosso espaço; porque querendo ou não as diferenças fazem parte do mundo.
Pense
Nisso.
Na minha visão a nossa sociedade precisa abolir certos padrões pré estabelecidos sobre o que é perfeição, porque a perfeição propriamente dita é relativa, na verdade ninguém é perfeito todos nós temos limitações umas visíveis outras não; agora não entendo o porque do preconceito com os deficientes, são cidadãos com os mesmos direito que qualquer outro membro de nossa sociedade, independente de qualquer restrição ou condição física ou mental.
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