Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Uma ação ponderada




A minha versão
da história



Meu nome é Carlena, tenho 36 anos, sou cadeirante há 15 anos (debutando esse ano, hehe!), sou Assistente Social e no momento trabalho e me delicio com os retornos que a publicação de um livro tem me trazido!

Qual o motivo e desde quando você usa a cadeira de rodas?

Sofri um acidente de carro em 2000 que me deixou assim (cadeirante).

De 0 á 10, dê sua nota de o quanto você é feliz.

Explique sua nota

Eu não saberia construir essa tabela com notas sobre minha felicidade.

Acredito que a vida é montanha russa, sendo assim, ñ sou alegre o tempo inteiro, tampouco triste da mesma forma e acredito que o natural da espécie humana seja isso mesmo.

O que sentiu quando ficou sabendo que tinha ficado tetraplégica?

Sinceramente, me senti perdida pela total falta de conhecimento a respeito 
de uma lesão medular, por isso demorei um pouco para compreender a dimensão do estrago. 

Qual foi o momento em que você resolveu se reinventar e voltar a sua vida ativa?

Consegui ir pro Sarah de BSB três anos após o acidente.

Eu nunca tinha convivido com outros cadeirantes e ñ enxergava possibilidades, pelo contrário, lembro-me de sempre sentir muita pena das pessoas com algum tipo de deficiência, então meu desafio também era desconstruir esses valores que automaticamente fui trazendo pra minha vida depois de me tornar cadeirante.

Lá conheci outros cadeirantes e bons exemplos de como poderia ser possível uma vida saudável e ativa sobre rodas e isso foi bem importante pra mim.

Somando essas experiências a tudo que aprendi na reabilitação que a instituição disponibiliza, saí de lá super otimista em relação a vida de uma forma geral, talvez ali tenha surgido minha primeira sensação a respeito da certeza sobre meu lugar e papel no mundo.


Por que você resolve escrever o livro (A minha versão da História)?

Na verdade, registrava em diários meu cotidiano.

E comecei a acumular muito material.

Um dia mostrei pra minha amiga Juliana Carvalho, autora do livro “Na minha cadeira ou na tua?” o que tinha escrito e ela me incentivou a procurar editora para a publicação de um livro.

Foi assim que “A minha versão da história” começou a ser pensado!

O que você conta nos tópicos do livro que estão em páginas pretas?

Nas páginas pretas trago meus diários, particularidades que fazem parte de uma construção minha de muitos e muitos anos.

Não foram escritas pensando em publicação ou coisa parecida, escrevia pra mim, como desabafo talvez ou porque simplesmente gosto de escrever.

Há alguns anos, se alguém me falasse sobre expor meus diários num livro, eu jamais concordaria com a ideia.

Porém, fui repensando essa certeza quando me dei conta do quanto o meu cotidiano era permeado por aprendizados e perrengues que ser cadeirante me trouxe e lembrei da Carlena de antes do acidente que nem sabia o que era uma lesão medular, muito menos se questionava sobre acessibilidade, por exemplo.

Daí me dei conta do papel social dos meus rascunhos e resolvi compartilhá-los num livro. 

Quais as referências que um cadeirante pode encontrar no livro?

Acredito que cada um vai interpretar o que lê de alguma forma e isso é muito subjetivo.

Porém, enxergo no meu livro muitas possibilidades de desconstruir algumas opiniões sobre a realidade da pessoa com deficiência.

Em nenhum momento me coloco como heroína ou como coitada, e acho que esse é o grande diferencial do meu livro.

Deixe para nossos leitores, um trecho do livro de seu livro, que você mais goste e que mais te chame a atenção.

Tento desviar novamente enquanto ele continua na minha frente tentando colocar a mão na minha bolsa.

Automaticamente penso: este senhor quer me roubar!

Tento me livrar dele e grito pra todo mundo que está no ponto de ônibus ouvir:

Socorro gente, este senhor quer roubar a minha bolsa!

Quando termino de exclamar minha súplica, o insistente velhinho coloca a mão na minha cabeça, me chama de filha e me pede para ter calma.

Calmamente estica o braço perto das minhas pernas e larga várias moedinhas.

Sinto-me aliviada, eu estava recebendo uma esmola, o que no momento é muito melhor que um assalto.

Fico olhando pra ele e digo:

Ahhhh, então é isso que o senhor quer...

Olho pro relógio e já estou cinco minutos atrasada.

Não tenho tempo nem vontade de discursar na esperança de fazer com que este senhor mude imediatamente sua opinião sobre as pessoas que assim como eu, usam cadeira de rodas.

Até posso contar que um dia também senti pena de mim mesma, mas agora tenho mais o que fazer.

Sigo rodando, pensando no que acaba de acontecer e concluo que o mais importante a esmola não alterou: continuo me sentindo diva”.

A minha versão da história

Que pessoas que merecem ser lembradas em sua vida?

Que pergunta difícil, hein...

Essa semana tive um sonho muito lindo com a minha mãe, então vou deixar essa resposta com o sentimento que ficou nesses últimos dias e a lembrança vai ficar toda pra ela!





Quer comprar o livro, A minha versão da História?

O livro está disponível nas livrarias cultura de todo país ou você pode comprar diretamente pelo Facebook da Carlena, com a vantagem que vem autografado por ela.:)


Fonte: - cadeirantes life



Ação ponderada


Pequena análise do comportamento humano nos permite perceber o quanto somos capazes de muito reagir e de pouco agir.

Basta uma pequena rusga no trânsito, alguém que altere a voz em uma discussão, e a reação acontece.

Ou ainda, que alguém nos trate rispidamente, ou que falte com a polidez para conosco para que desencadeie uma imediata reação em nós.

Reagimos de maneira impulsiva, algumas vezes, até violenta, e, consequentemente, impensada.

Reagimos, de súbito, para logo mais percebermos que poderíamos ter agido diferente.

Qual animal ferido ou acuado, reagimos para nos defender, sem analisar, refletir ou pensar.

Assim se dá porque vinculados a comportamentos ancestrais, trazemos o ímpeto de reagir, por impulso, por instinto, sem raciocinar.

E, somente depois, a razão nos convida a avaliarmos as consequências do que foi dito, ou a maneira como nos comportamos.

Por outro lado, somos sempre vítimas de nossas reações, enquanto a ação nos permite tomar a atitude que escolhemos, o procedimento que achamos mais adequado.

Se a reação é instintiva, a ação é racional e reflexiva.

Se ao reagir não nos damos conta ou não nos apercebemos do estrago que podemos causar, o agir é analisado e pensado.

Dessa forma, se já percebemos que nossa reação gera muito mais dificuldades e problemas do que soluções e tranquilidade, faz-se hora de trocarmos a reação pela ação.

Por exemplo, se fazemos silêncio quando alguém nos dirige impropérios, é a ação da paz que foi nossa opção.

Fácil seria revidar na mesma moeda, reagir da mesma forma.

Desafiador é evitar a armadilha da reação e, lucidamente, optar pela clareza da ação.

Se alguém nos aborda de maneira grosseira, e respondemos com gentileza, paciência e calma, é a ação da nossa compreensão para com o outro.

Talvez fosse mais fácil, pela força do hábito, nos comportarmos com reciprocidade, devolvendo a grosseria que recebemos.

Porém, o grande desafio é deixar de reagir, escolhendo o agir, que gerará sempre melhores resultados, posto que é fruto do equilíbrio e da reflexão.

E a transformação do nosso comportamento acontecerá paulatinamente e será o resultado da disciplina no pensar, que gera o hábito da reflexão, culminando pelo desarmar de nossas atitudes.

Portanto, já não mais vítima das palavras rudes, do comportamento infeliz ou da atitude impensada.

Que a análise e reflexão de nossas atitudes possam fazer com que, aos poucos, a reação ceda lugar a ações, pautadas em um comportamento de paz, lucidez e fraternidade.




Quando reagimos, revidando ofensas, agressões, descuidos alheios, passamos a sintonizar com quem as produziu.

A partir daí, mantemos uma interdependência psíquica, que nos aprisiona em nuvens mentais de sentimentos mal sãos, que somente nos prejudicam, física e espiritualmente.

Optemos sempre pela ação ponderada e gozemos de saúde, de tranquilidade, vivendo sem sintonia com aqueles que ainda transitam pelas faixas da inconsequência ou da maldade.

Façamos isso e nos sentiremos leves, felizes, plenificando-nos com as celestes bênçãos.




Fonte: - Momento Espírita. Em 30.6.2014.




Sabe, por mais que os seus sonhos pareçam distantes, difíceis ou até mesmo impossíveis...
Eles podem ser realizados.

Mas porque a maioria das pessoas desiste disso?

Porque essa maioria olha o seu sonho diretamente lá no final, no ponto mais alto, e isso faz com que ele pareça impossível sim.

Um sonho funciona na mesma forma que uma escada;

Se você olhar somente para o final parecera difícil chegar até la, mas quando você olha, analisa e sobe degrau por degrau essa se torna automaticamente uma tarefa mais fácil.

Portanto, sonhe bem alto, mas vá com calma, um degrau por vez.

Foque sempre no próximo degrau que você tem que subir e não diretamente no seu objetivo.

Eu li que quando um pássaro senta em um galho de uma arvore pra repousar ele não tem medo de cair, mas não é porque ele confie no galho, e sim, porque ele confia nas suas asas.

Portanto, confie mais em você, no seu potencial, e assim siga degrau por degrau , sem ansiedade de chegar rápido ao objetivo, e quando você menos esperar já estará desfrutando do gosto da vitória e vivendo o seu sonho.













sábado, 27 de agosto de 2016

A diferença entre paraplegia e tetraplegia





PARAPLEGIA





A paraplegia, tal como a tetraplegia, é resultante de uma lesão medular.

Este tipo de lesão classifica-se como completa ou incompleta, dependendo do fato de existir ou não controle e sensibilidade abaixo de onde ocorreu a lesão medular.

A paraplegia traduz-se na perda de controle e sensibilidade dos membros inferiores, impossibilitando o andar e dificultando permanecer sentado.

Normalmente as lesões que resultam em paraplegia situam-se ao nível da coluna dorsal ou coluna lombar sendo que quanto mais alta for a lesão maior será a área de impacto, abrangendo o controle e sensibilidade, uma vez que a medula é afetada.

Após uma lesão medular da qual resulta paraplegia é possível que os membros afetados deixem de receber permanentemente qualquer tipo de estímulo, tornando os músculos flácidos, o que acarreta uma acentuada diminuição de massa muscular facilmente visível.

Em determinados casos ocorre um fenômeno denominado espasticidade o qual ainda não é totalmente compreendido pela comunidade científica.

Este fenômeno mantém os músculos ativos através de movimentos involuntários, os quais no ponto de vista da pessoa afetada tornam-se incômodos e em determinadas situações limitar a vida ativa, ou até mesmo impossibilitá-la.

Outro tipo de efeito relacionado com a paraplegia prende-se com o sistema fisiológico da pessoa afetada que sofre um grande impacto uma vez que a pessoa perde na maioria dos casos o controle das suas necessidades fisiológicas, este fato leva a que seja necessário, em algumas situações, proceder a algaliação que têm como objetivo permitir remover a urina acumulada na bexiga.

Muitas vezes este processo gera infecção urinária.

Índice:

1 Definição

2 Tipos

3 Sinais e sintomas

4 Causas

5 Tratamento

Definição

A paraplegia ocorre no momento em que as vias motrizes do sistema piramidal do sistema nervoso periférico, habitualmente a nível da medula espinhal, são interrompidas medial e bilateralmente.

A paralisia afeta os membros inferiores, ou toda parte inferior do corpo.

Tipos:

Pode ser de três tipos:

Flácida: Onde se verifica a perda de tônus muscular e que é acompanhada habitualmente por anestesia cutânea e abolição dos reflexos tendinosos;

Espástica: Onde se verifica a hipertonia dos músculos.

Ambas (Flácida e Espástica )

Geralmente, as paraplegias são:

Irreversíveis – É causada por um corte transversal da medula ou por causas congénitas;

Reversíveis – Pode ser causada por:

Compressão medular – Pode ser travada quando é possível intervir a tempo para remover cirurgicamente a causa da compressão;

Doenças infecciosas ou degenerativas – As possibilidades de tratamento existem, mesmo se são limitadas.

Sinais e sintomas:

Incapacidade de mover os membros inferiores;

Perda de sensibilidade e formigueiro na parte inferior do corpo;

Incontinência urinária.

Causas:

Muitas doenças ou acidentes que afectam o cérebro ou a medula espinhal podem provocar paraplegias, como é caso de:

Lesões da medula espinhal – Quando um traumatismo provocou um corte completo da medula espinal (corte transversal) em que se verificou a nível das vértebras torácicas ou lombares, manifesta-se uma paraplegia, geralmente do tipo espástico;

Compressão medular - Quando a medula é comprimida pode manifestar-se uma paraplegia. Isto pode verificar-se em caso de alterações ósseas congénitas ou degenerativas, fracturas da coluna vertebral, tumores intra ou extramedulares e fístulas artério-venosas;

Doenças infecciosas – Algumas doenças, conforme a sua evolução, podem provocar paraplegia, como é o caso da tuberculose óssea (doença de Pott), sífilis meningovascular e a poliomielite;

Intoxicações – Refere-se sobretudo à intoxicação causada por amoníaco, que se pode verificar em caso de alcoolismo crónico grave e prolongado, e pode provocar paraplegia nas fases avançadas deste último;

Paraplegia espástica infantil– É uma doença congénita da primeira infância que surge devido a lesões do córtex cerebral que se verificaram durante o parto, a hemorragias cerebrais obstétricas ou alterações no desenvolvimento do cérebro.

Tratamento:

Sintoma de diversas patologias em associação com outros sintomas neurológicos –' O tratamento é aquele da doença que a provocou;

Irreversível – O doente tem que se adaptar a essa condição permanente.

A reeducação física e a aprendizagem a um uso correto dos auxílios à mobilidade, como a cadeira de rodas, podem melhorar a condições de vida dos paraplégicos, sobretudo se existe a colaboração constante por parte do paciente;

Reversível – É possível a recuperação parcial ou total, porém esta requer um programa de intervenções de reabilitação física e recuperação funcional longo e completo







TETRAPLEGIA



 
A tetraplegia ou quadriplegia é quando uma paralisia afeta todas as quatro extremidades, juntamente à musculatura do tronco

À impossibilidade de mover os membros, em grau variável, distúrbios da mecânica respiratória, podendo causar demência leve.

Índice:

1 Causas

2 Referências

3 Tratamento e evolução

4 Como evitar as paralisias

Causas:

As tetraplegias são um sintoma entre os tantos de doenças neurológicas muito graves que compreendem lesões do cérebro ou da medula espinhal, tais como:

Hemorragias cerebrais – Ocorre tetraplegia quando a ruptura de uma artéria cerebral em seguida a traumatismos, a distúrbios da coagulação ou então a alterações vasculares congênitas ou adquiridas, em que se verifica hemorragia no tronco encefálico; é causado também pela invasão de líquido cefalorraquidiano dentro das meninges, alcançando a medula.

Insuficiência vértebro-basilar – É um ataque isquémico com manifestação aguda derivante de uma insuficiência da irrigação sanguínea improvisa no território da artéria basilar.

A sintomatologia é caracterizada por vertigens rotatórias, distúrbios do campo visual, cefaleia, quedas inesperadas e repentinas e a tetraplegia (nos casos mais graves);

Esclerose lateral amiotrófica – Provoca atrofia progressiva e paralisias dos músculos esqueléticos.

Na fase avançada a paralisia afeta todos os quatro membros, propagando-se em seguida também aos músculos do pescoço e da língua;

Lesões da medula espinhal – Os traumatismos de qualquer natureza que compreendam uma secção parcial ou total da medula espinhal no trato compreendido entre a primeira e a sétima vértebras cervicais podem ter como consequência, se não são mortais, uma tetraplegia.

Referências:

PINHEIRO, Daniel Faria de Campos et al. Valor diagnóstico da tomografia de coluna cervical em vítimas de trauma contuso. Rev. Col. Bras. Cir. [online]. 2011, vol.38, n.5 [citado 2012-04-17], pp. 299-303.

Disponível em: <http://www.scielo.br


Tratamento e evolução:

As tetraplegias são frequentemente consequências irreversíveis de patologias neurológicas ou neurocirúrgicas graves.

O doente tetraplégico que sobrevive torna-se uma pessoa desprovida de auto suficiência que terá necessidade de assistência contínua durante toda a vida.

Assim, necessita da intervenção de outras pessoas não só para lhe assegurar uma certa mobilidade, mas também para realizar os atos cotidianos necessários à sobrevivência, como comer ou praticar a higiene pessoal, ou vários tipos de auxílios muito complexos, como por exemplo:

Cadeiras de rodas especiais que se podem comandar com o queixo (controle mentoniano);

Aparelhos verticais eletro-hidráulicos para assegurar a posição ereta;

Respiração assistida.

Observação:

Tetraplegia se trata de lesão medular alta(comprometimento dos quatro membros)

Quadriplegia se trata de lesão encefálica(comprometimento dos quatro membros)

Plegias (mesmo que paralisia ou perda total)

Paresias (perda parcial).

Como evitar as paralisias:

As paralisias podem ser evitadas de diferentes maneiras consoante aquilo que as provocou, sendo assim:

Para evitar as lesões da medula espinhal:

Apertar o cinto de segurança no carro e usar o capacete na moto;

Usar um equipamento protector quando se praticam desportos violentos;

Não cometer imprudências quando se mergulha, verificar que a água seja bastante profunda.

Para evitar a transmissão hereditária:

Em caso de precedentes familiares, tais como distrofia muscular ou Coreia de Huntington, deve-se consultar um geneticista antes da gravidez ou detectar a presença de doenças genéticas durante esta última.

Para evitar predisposições:

Levar uma vida saudável para prevenir acidentes vasculares cerebrais e tumores;

Efectuar uma alimentação equilibrada, pobre de gorduras e colesterol;

Beber bebidas alcoólicas com moderação;

Evitar a sobrecarga ponderal;

Manter-se em exercício físico;

Não fumar;

Controlar regularmente a pressão arterial e seguir os conselhos do médico em caso de hipertensão.



Fonte: - wikipedia.org


















quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Meu namorado é cadeirante e daí?

Adicionar legenda
 
 
Meu namorado
é cadeirante,
e daí?
 
 

É inevitável um casal formado por duas pessoas com características diferentes, seja de raça, idade ou aparência física, chamar a atenção, nunca escapa dos olhares curiosos, de admiração dos mais românticos e de preconceito dos mais conservadores, o difícil mesmo é passar despercebido em algum lugar.

De fato não é o mais comum, por esse simples motivo já chama a atenção, e cá entre nós as pessoas sentem certo prazer em julgar e tirar conclusões precipitadas.

Mas quem se importa com isso?

Quando se encontra o verdadeiro amor, acredito que seja um encontro de almas, em que os corações se entregam e nada mais pode deter os dois se envolvem de tal maneira que todo o resto fica em segundo, terceiro ou quarto plano.

Sinceramente não podemos dizer que namorar uma pessoa com qualquer tipo de dificuldade de locomoção, não tenha as suas peculiaridades, em um país onde a preocupação com a acessibilidade é relativamente nova, a cadeira de rodas pode ocasionar sim alguns dissabores, como a impossibilidade de entrar em um lugar da mesma forma que os outros, pela entrada principal, ou ainda pior ser necessário dar um jeitinho ou ocasionar uma certa “confusãozinha” no intuito de fazer valer os seus direitos, protestando e reivindicando quem sabe um dia a inclusão seja uma realidade natural e não imposta.

Mas sem duvida alguma os momentos divertidos e engraçados superam e muito qualquer tipo de dificuldade e barreira que se encontre no caminho.


Deficiências graves mesmo e insuperáveis são a moral e de espírito, para esses casos sinto muito, mas não vejo solução, agora as deficiências de locomoção e motora são perfeitamente adaptáveis e superáveis.

Tudo pode ser feito do jeitinho do casal, da forma que a convivência e o tempo vão mostrando as inúmeras formas de solucionar e superar cada dificuldade, onde uma coisa simples pode virar uma superação com um resultado muito mais gratificante, e uma coisa mais complexa, uma grande vitória e prova de que nada é impossível para um casal determinado.

Com determinação e coragem uma atividade que parece ser absolutamente inviável, pode se tornar uma realização pessoal fascinante.

Quando menina, aprendemos que o príncipe encantado chega montado em um cavalo branco, mas sejamos realistas quantos chegam de verdade?

Garanto que se o seu chegar em uma cadeira de rodas, tudo será mágico e encantador ele só precisa de uma oportunidade para te mostrar isso.

Somos um casal igual qualquer outro, são inúmeras as possibilidades para se adequar e se adaptar dentro da realidade imposta, o importante mesmo é ter otimismo, carinho e paciência para enfrentar algumas situações e imaginação para outras.

Aos olhos de quem ama, o ser amado é perfeito em suas imperfeições, “ah Amor, mas as minhas pernas são finas, não gosto do meu peitoral, preciso fazer cateterismo…” e outras coisas que fazem parte da rotina de um cadeirante, sabemos que tirando do foco o ser amado, seu físico pode não ser o exemplo de beleza padrão, mas quando olhamos com amor no coração, enxergamos sim, cada cicatriz como uma batalha vencida, como uma vitória nos inúmeros desafios da vida, passamos a ver com orgulho e admiração o todo, o homem com suas peculiaridades e bagagem de vida, e pode acreditar ele é o homem mais LINDO do meu mundo, da minha vida.

De fato não somos a “família Doriana”, onde o homem perfeito, se apaixonou pela mulher perfeita, tem o casamento perfeito , com filhinhos perfeitos e fim.

O retrato de família que eu sonho e quero dividir com o meu príncipe, é de uma família real cheia de perfeição em suas imperfeições, profundamente abençoada e amada por cada um que a compõe.

É também muito comum entre os cadeirantes a depressão, em alguns momentos a baixa autoestima, síndrome do pânico e em muitos desses casos o uso do álcool para aliviar a pressão do dia a dia, nesses momentos eu vejo que a qualidade do Amor é testada e faz a diferença, em nenhum desses casos é fácil e tranquilo superar, mas é possível sim, no meu caso vejo que o fundamental é a cumplicidade, a parceria, a união, o respeito e às vezes uma dose especial de paciência, é ter a certeza que não existe culpada de ninguém para estar passando por essa fase, não é falta de amor, é preciso lembrar que não existe um motivo real, tudo é fruto do psicológico, se não tivesse mais amor, não seria depressão, mas sim tristeza pelo fim da relação, se estivesse infartando não seria síndrome do pânico, assim por diante, mas nem por isso a pessoa que está passando consegue enxergar dessa forma, para ele nessa fase o problema existe e é muito real, cabe a nós parceiros dar o apoio, ser o porto seguro, que ele precisa, sem julgamento, garanto que só de estar ali do lado, fará toda a diferença para ele superar.

Uma coisa muito importante também é ver o seu parceiro, como homem inteiro, que merece o respeito como qualquer outro, é sim a figura masculina na relação, que vai te proteger, cuidar de você e ser a “fortaleza”, a mulher tem que ser a companheira, estar ao lado na relação, lembrar que não é enfermeira, muito menos a mãe, lógico que sempre cabe a preocupação e a atenção, mas sem exageros sem tratar o seu homem com mimos e regalias demais, superproteção não é bom a ninguém, permita e dê o espaço necessário para que ele possa fazer tudo aquilo que seja capaz e ir além, para estar sempre se superando, o estímulo, a motivação, o apoio e a confiança da parceira, é o que ele precisa para cada vez ir mais longe, acredite ele é capaz.

O Amor que move o mundo, não são as pernas nem as rodas, mas sim o que carregamos no peito e oferecemos ao próximo da forma mais sincera, profunda, singela e sem querer absolutamente nada em troca, essa força que propulsiona a vida, a família as relações para frente, se ela estiver presente em suas vidas da forma mais pura e verdadeira te, sua relação será capaz de conquistar o mundo e realizar sonhos jamais imaginados.

Bom, essa é a minha experiência como andante profundamente apaixonada pelo meu cadeirante, posso não ser regra e nem exceção, lembramos que cada um é um ser único e por isso somos todos especiais.



Fonte – Deficiente Sim, Superar Sempre







Ainda o amor



Nos dias que vivemos, muito se ouve falar a respeito do amor.

Suspiram os jovens por sua chegada, idealizando cores suaves e delicados tons.

Alguns o confundem com as paixões violentas e degradantes e, por isso mesmo, afirmam que o amor acaba.

Entretanto, o amor já foi definido pelos Espíritos do Bem como o mais sublime dos sentimentos.

Reveste-se de tranquilidade e confere paz a quem o vivencia.

Não é produto de momentos, mas construção laboriosa e paciente de dias que se multiplicam na escalada do tempo.

Narra o famoso escritor inglês Charles Dickens que dois recém-casados viviam modestamente.

Dividiam as dificuldades e sustentavam-se na afeição pura e profunda que devotavam um ao outro.

Não possuíam senão o indispensável, mas cada um era portador de uma herança particular.

O jovem recebera como legado de família um relógio de bolso, que guardava com zelo.

Na verdade não podia utilizá-lo por não ter uma corrente apropriada.

A esposa recebera da própria natureza uma herança maravilhosa: uma linda cabeleira.

Cabelos longos, sedosos, fartos, que encantavam.

Mantinha-os sempre soltos, embora seu desejo fosse adquirir um grande e lindo pente que vira em uma vitrina, em certa oportunidade, para os prender no alto da cabeça, deixando que as mechas, caprichosas, bailassem até os ombros.

Transcorria o tempo e ambos acalentavam o seu desejo, sem ousar expor ao outro, desde que o dinheiro que entrava era todo direcionado para as necessidades básicas.

Em certa noite de Natal, estando ambos face a face, cada um estendeu ao outro, quase que ao mesmo tempo, um delicado embrulho.

Ela insistiu e ele abriu o seu primeiro.

Um estranho sorriso bailou nos lábios do jovem.

A esposa acabara de lhe dar a corrente para o relógio.

Segurando a preciosidade entre os dedos, foi a vez dele pedir a ela que abrisse o pacote que ele lhe dera.

Trêmula e emocionada, a esposa logo deteve em suas mãos o enorme pente para prender os seus cabelos, enquanto lágrimas significativas lhe rolavam pelas faces.

Olharam-se ambos e, profundamente emocionados descobriram que ele vendera o relógio para comprar o pente e ela vendera os cabelos para comprar a corrente do relógio.

Ante a surpresa, deram-se conta do quanto se amavam.



O amor não é somente um meio, é o fim essencial da vida.

Toda expressão de afeto propicia a renovação do entusiasmo, da qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.



O amor tem a capacidade de estimular o organismo e de lhe oferecer reações imunológicas, que proporcionam resistência para as células, que assim combatem as enfermidades invasoras.

O amor levanta as energias alquebradas e é essencial para a preservação da vida.

Eis porque ninguém consegue viver sem amor, em maior ou menor expressão.



Fonte: - Momento Espírita com base em conto de Charles Dickens, e no cap. 13 do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 05.05.2009.



TUDO É AMOR

Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.

Vida – é o Amor existencial.

Razão – é o Amor que pondera.

Estudo – é o Amor que analisa.

Ciência – é o Amor que investiga.

Filosofia – é o Amor que pensa.

Religião – é o Amor que busca Deus.

Verdade – é o Amor que se eterniza.

Ideal – é o Amor que se eleva.

Fé – é o Amor que se transcende.

Esperança – é o Amor que sonha.

Caridade – é o Amor que auxilia.

Fraternidade – é o Amor que se expande.

Sacrifício – é o Amor que se esforça.

Renúncia – é o Amor que se depura.

Simpatia – é o Amor que sorri.

Altruísmo – é o Amor que se engrandece.

Trabalho – é o Amor que constrói.

Indiferença – é o Amor que se esconde.

Desespero – é o Amor que se desgoverna.

Paixão – é o Amor que se desequilibra.

Ciúme – é o Amor que se desvaira.

Egoísmo – é o Amor que se animaliza.

Orgulho – é o Amor que se enlouquece.

Sensualismo – é o Amor que se envenena.

Vaidade – é o Amor que se embriaga.

Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

Tudo é Amor.

Não deixes de amar nobremente.

Respeita, no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina:

COMO?”.


André Luiz