Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Otimismo uma força criadora.




Otimismo




Psicólogos começam a entender o que faz o homem feliz.

Este é o título de uma reportagem, que mereceu publicação em jornal americano.

Martin Seligman, professor de psicologia da Universidade da Pensylvania, visto como o pai da psicologia positiva, acredita que uma atitude otimista é fundamental para a felicidade e que as pessoas podem aprender a ser assim...

Depois de anos de pesquisas sobre o assunto, Martin afirma que as pessoas otimistas tendem a minimizar as causas dos seus problemas e se acham responsáveis por todas as coisas boas que acontecem em suas vidas.

Diz ainda que os pessimistas culpam a si mesmos por tudo que dá errado.

Portanto, o ideal é não alimentar tristezas, nem desencantos.

Mesmo que os quadros de sofrimentos cresçam no caminho que estamos percorrendo.

Guardemos a certeza: quando tudo parece perdido, surge uma solução inesperada, embora nem sempre do jeito que se aguardava.

Alimentar pessimismo de nada nos valerá.

Sombras não se modificam com sombras.

É a luz que estabelece a claridade na paisagem e espanca as trevas.

O pântano somente se modifica quando drenado.

Estabeleçamos para nós mesmos a tarefa de abrir janelas de otimismo nas salas onde dominam tristezas.

Arejemos os cantinhos escuros do pessimismo com o aroma da esperança.

O pessimismo provoca doenças graves porque se sofre por antecipação por alguma coisa que, muitas vezes, nem chega a acontecer.

Não nos cansemos, pois, sob o peso da nostalgia.

Nem nos permitamos entorpecer pelos tóxicos das frustrações que todos experimentamos.

Entreguemo-nos a Deus e nos deixemos conduzir tranquilamente.

Com otimismo guardaremos estímulo para o trabalho, vigor para a luta, saúde para a doença das paisagens espirituais e luz para a escuridão que se demora em nós e ao nosso redor.

Nas duas traves da cruz, quando tudo parecia perdido, Jesus nos deixou excelente lição de otimismo.

Morreu para ressurgir em gloriosa madrugada de Imortalidade, que até hoje é o canto sublime e a rota segura, cheia de alegrias para todos nós.


Tenhamos em mente que a luz de Jesus é o clarão que nos aponta o futuro.

Por isso mesmo, não agasalhemos o medo em circunstância alguma.

Se a treva, em forma de calúnia, dor ou perda tentar nos envolver em suas malhas escuras, ergamos a lâmpada do otimismo.

Em nossas orações, aprendamos a pedir a Deus não uma vida sem problemas, mas sim ombros fortes para carregar o fardo bendito das obrigações que nos competem.

E, quando o dia parecer muito escuro, recordemos os dias de luz que já vivemos, usufruímos e com os quais nos alegramos.

Essas lembranças iluminarão as horas do nosso hoje.


Fonte: - Momento Espírita, com nota extraída do boletim Serviço Espírita de informações, nº 1672 e do cap. 33, do livro Convites da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Disponível no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep. Em 25.08.2011.




Otimismo sempre



Você já deve ter se deparado com a ideia figurada do copo com água pela metade e a velha pergunta:

O copo está meio cheio ou meio vazio?

As conclusões em torno dessa recorrente metáfora são a respeito de como vemos o mundo, as situações, as ocorrências em nossa vida.

Avaliam muitos que ver o copo meio cheio é muito mais otimista do que vê-lo como meio vazio.

Porém a pergunta é:

Vale a pena ser otimista?

Ou ainda, o que é ser otimista?

São vários os estudos médicos que trazem indicativos a respeito da vantagem de ser otimista.

Esses apontam uma maior longevidade, melhor qualidade de vida, saúde mais estável.

Se alguns se fazem otimistas por sua própria natureza, por seu posicionamento perante a vida, como se constrói o otimismo naqueles de nós que parecemos sempre ver o copo meio vazio?

Como entender o mundo com otimismo?

Talvez um bom caminho seja começar com o entendimento da existência de Deus.

Um Universo milimetricamente organizado, da intimidade nanométrica de um cromossomo às grandezas infinitas celestiais, não é obra do acaso.

Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.

Logo, Deus existe.

Da existência de Deus, chega-se à conclusão de que suas ações, atitudes e essência são de amor.

Como sintetizou João, o Evangelista:

Deus é amor.

Fruto do Seu amor são todas as coisas que nos cercam.

O simples fato de termos nascido, o corpo que usufruímos, as condições de vida de que dispomos, tudo isso é o toque e o reflexo do amor de Deus sobre nós.

É verdade que muitas vezes não gostaríamos de ter um corpo mutilado, limitado, adoentado.

Tantas vezes anelamos condições melhores para nossa vida, sejam de caráter econômico, social ou emocional.

Porém, como um Pai amoroso e ciente, Deus nos oferece aquilo de que precisamos, e não aquilo que, muitas vezes, infantilmente, desejamos.

Assim, a doença, as dificuldades, as limitações físicas, são lições que a Providência Divina nos oferta para nossa aprendizagem.

Os embates da vida, a família difícil, os perrengues naturais do cotidiano, são oportunidades de aprendizado que ainda nos cabe completar.

Porque somos Espíritos destinados à perfeição, muito temos a aprender, sendo a vida a escola por excelência.

Assim, tudo que nos acontece deve ser entendido como lição.

Mesmo as consequências de nossas atitudes insensatas, são lições que nos aconselham a não repeti-las para mais não sofrer.

Tudo se encontra sob os auspícios da Divindade.

Como Deus nos ama infinitamente, sempre nos ocorre o que seja melhor para nossa vida.

Lembremos, portanto, que ser otimista é guardar a certeza de que somos filhos de Deus, herdeiros do Universo.

É entender que cada dia Deus provê nossas necessidades, como nos ensinou Jesus.

Finalmente, compreender que esse entendimento, misto de otimismo e gratidão, nos faz melhores, mais felizes, mais plenos e em harmonia perante tudo o que nos cerca.


Fonte: - Momento Espírita. Em 16.3.2017.




Otimismo é força criadora



Recentemente, lemos algumas frases que nos chamaram atenção.

Tratava-se de ideias de um escritor afirmando que, quanto mais pessimistas haja, melhor, já que esses é que mudarão o mundo, uma vez que, para os otimistas, o mundo está ótimo.

De duas, uma: ou o escritor não sabe o significado dos termos pessimismo e otimismo, ou está tentando sofismar.

Pessimismo, segundo os dicionários, é opinião ou sistema dos que acham tudo péssimo ou de tudo esperam o pior.

Otimismo é o sistema de julgar tudo o melhor possível; tendência para achar tudo bem.

Ora, em nenhum momento se pode deduzir que o otimista seja um ser passivo, inerte, que nada move para melhorar a situação.

O otimista é aquele que percebe que as coisas não estão bem, mas sabe que poderão melhorar e faz a sua parte.

Já o pessimista, que de tudo espera o pior, não vê à sua frente senão abismos e trevas.

Tudo para ele está péssimo e não há nada que se possa fazer para melhorar.

Há um desenho animado que retrata muito bem esse tipo.

Trata-se de uma hiena, Hardy, da dupla Lippy e Hardy.

Ela sempre aparece dizendo:

Oh vida!

Oh dia!

Oh azar!

Quando Lippy, o seu companheiro leão a convida para fazer alguma coisa,

Hardy, imediatamente expressa sua posição de derrota dizendo:

Isso não vai dar certo!

O otimista, por sua vez, se percebe que o mar está revolto, que o barco pode naufragar, sempre encontra motivos para continuar lutando e, geralmente, logra êxito.

Dessa forma, é fácil deduzir que, se alguém pode modificar o mundo para melhor, deve primeiro acreditar que o mundo pode ser melhorado, e esse alguém só pode ser um otimista, jamais um pessimista, que considera o mundo péssimo, caminhando para pior.

Assim sendo, não nos deixemos levar por sofismas que, sem uma análise mais detida, podem parecer verdadeiros.

O otimismo gera entusiasmo, e o entusiasmo é gerador de confiança em si mesmo.

Enquanto o pessimista vê, na semente enterrada no solo, apenas a podridão, o otimista percebe a vida prestes a eclodir.

Enquanto o pessimista senta e observa as sombras que o circundam, o otimista abre as janelas da esperança e vislumbra adiante a claridade que logo mais o envolverá.

Enquanto o pessimista entra, em cada crepúsculo, no mesmo cemitério para lastimar a morte, o otimista escala, em cada amanhecer, a cerca de um jardim para aspirar o perfume de novas flores.


Otimismo é estímulo para o trabalho, vigor para a luta, saúde para a doença das paisagens espirituais e luz para as densas trevas que se demoram em vitória momentânea.


Fonte: - Momento Espírita com base no livro As forças morais, de José Ingenieros e no verbete Otimismo, do livro Repositório de sabedoria, v. II, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.. Em 06.07.2009.



Um ótimo dia



Quase todos nós costumamos iniciar o dia nos dirigindo àqueles com quem moramos, trabalhamos ou estudamos, com duas palavras, quase mecânicas:

Bom dia.

Será que realmente paramos para pensar no que falamos?

Será que nos esforçamos para viver um bom dia e para proporcionarmos aos outros o mesmo?

Talvez um verdadeiro bom dia seja aquele no qual nossos primeiros pensamentos sejam os de agradecer a noite dormida, e a oportunidade de acordar para um novo dia.

Esses pensamentos, na forma de uma oração silenciosa, podem ser feitos enquanto nos levantamos, enquanto colocamos a água para o café, enquanto acordamos nossos familiares.

Um bom dia pode começar com uma simples e adequada refeição, em respeito ao nosso corpo que dela precisa, sem correrias ou jejuns tão prejudiciais à saúde.

Que tal, ao invés do rádio, com notícias por vezes inquietantes, abrirmos a janela para vermos, nós mesmos, como está o tempo?

Seja a chuva tão necessária, ou o sol tão acolhedor, recebidos por nós com um sorriso.

Ao invés de enfrentar o trânsito, que façamos parte dele, entendendo que assim é a vida na cidade.

Ninguém precisa reagir às atitudes erradas dos outros, apenas entendamos que eles ainda não evoluíram nesse item.

Se usamos o transporte coletivo, procuremos ser gentis com todos, com destaque para os mais velhos e com quem necessita de atenções especiais, não agindo como parte de uma massa, mas, sim, como um indivíduo.

Um bom dia, no trabalho ou no estudo, significa dedicação, mesmo que a tarefa não nos agrade.

Cumpramos nossa obrigação com alegria.

Sejamos um exemplo.

Um bom dia no trabalho ou no estudo pode significar ajudar alguém, afinal, talvez amanhã precisemos ser ajudados.

Um bom dia no estudo significa respeitar o professor que, naquele momento se dedica a nós, e aproveitar ao máximo o aprendizado.

Um bom dia continua, em nossa volta para casa, com gentileza e paciência, sem reclamações sobre a lentidão nas ruas, ou sobre a demora do ônibus.

Uma boa leitura, ou uma música de qualidade podem ser uma opção.

De volta ao convívio com os familiares, perguntemos a eles como foram suas atividades, e como eles estão.

Façamos as refeições juntos, sem televisão, computador ou telefone interrompendo nosso diálogo.

Um bom dia pode terminar com uma boa leitura ao invés de noticiários inquietantes, novelas com mensagens distorcidas, ou programas que nada nos tragam de bom e que servem apenas para passar o tempo.

Devemos relaxar, sim, ao final do dia, mas o façamos de modo edificante, entendendo que todos os momentos devem ser aproveitados para nossa evolução.

Um bom dia pode ser finalizado com uma reflexão do que fizemos de bom, do que poderíamos ter feito diferente, do que fizemos para fazer a diferença.

E, enfim, que o dia termine com uma oração, agradecendo as oportunidades que tivemos, e pedindo por uma boa noite de repouso, certos de que o próximo será, novamente, um ótimo dia!

Pensemos nisso.


Fonte: - Momento Espírita. Em 02.05.2009











domingo, 27 de agosto de 2017

O esporte adaptado como instrumento na sociabilidade da pessoa com deficiência.


O esporte adaptado como instrumento na
sociabilidade da pessoa com deficiência


A superação dos limites é a força inspiradora dos atletas.

Partindo do pressuposto que as atividades esportivas contribuem para o desenvolvimento físico de todas as pessoas, e principalmente pode ser uma ferramenta de ajuda na reabilitação e inclusão das pessoas com deficiências junto à sociedade, e assim propiciando independência.

Durante a história existem muitos casos que relatam o abandono social em relação à pessoa com deficiência, no qual a religião e os familiares passaram a assumir a responsabilidade dos órgãos que deveriam lhes prover de acolhimento, proteção, treinamento ou tratamento. (PESSOTTI, 1984).

Segundo Mendes (1994), na década de 1950 com o surgimento da normalização na Dinamarca, a qual defende a ideia de possibilitar às pessoas com deficiência condições de vida semelhantes a da sociedade, no texto são abordados que toda pessoa portadora de deficiência, especialmente, as deficientes mentais, devem ter o direito a vivenciar seus costumes, ou preferências, que não fuja à sua própria cultura, evidenciando que as pessoas com alguma deficiência tenham a oportunidades de estar inseridas em atividades comuns àquelas partilhadas pelos demais cidadãos.

Conforme Maciel (2000) a política de integração e de educação inclusiva vem sendo ajustada por movimentos nacionais e internacionais, a Conferência Mundial de Educação Especial, contou com a participação de 88 países e 25 organizações internacionais, em assembleia geral, na cidade de Salamanca, na Espanha, em junho de 1994.

Este evento teve muita importância e propiciaram à elaboração da “Declaração de Salamanca”, alguns dos pontos importantes, que devem servir de reflexão e mudanças da realidade atual, tão discriminatória foram abordados neste trabalho.

Desta forma este estudo buscou através da revisão de literatura analisar a importância da prática desportiva na inserção para pessoas com deficiência na sociedade.

Políticas públicas sociais para os portadores de deficiências no Brasil

Segundo Faria (1992) as pessoas portadoras de deficiência no Brasil somam cerca de 10 % da população de acordo com estimativa da Organização das Nações Unidas.

De acordo com a Constituição Federal de 1988 do Brasil são asseguradas e regulamentadas pelo Decreto nº 914, de 6 de setembro de 1993, as políticas sociais voltadas para as pessoas portadoras de deficiências, apesar de não estarem plenamente implantadas, restando aos portadores enfrentar ainda a competição por oportunidades de integração social (BRASIL, 1988).

Em 1981, com a realização do Ano Internacional da Pessoa Portadora de Deficiência, AIPD, regulamentado na ONU, a expressão pessoa portadora de deficiência foi adotada para designar o grupo, e assim aja a valorização da pessoa, a palavra precede a presença de uma deficiência (SHAPIRO, 1993).

No Brasil foi oficializada a expressão “pessoa portadora de deficiência”, regulamentando os direitos de cidadania conquistados pelos movimentos organizados, sendo assim devemos sempre utilizar a palavra “pessoa” ao nos referirmos a uma um indivíduo com alguma deficiência seja ela múltipla, motora, visual, auditiva, entre outras (BRASIL, 1992b).

A legislação brasileira e a pessoa portadora de deficiência

Segundo Araújo (1994) o Brasil chegou ao século XIX sem qualquer diretriz político social voltada ao atendimento das necessidades especificas dos deficientes. No ano 1824 no período imperial era previsto o direito à igualdade (exceto à população de escravos, descrevendo os, com incapacidade física ou moral, e assim suspendendo o exercício dos direitos políticos).

O mesmo autor ainda cita que a Constituição de 1981que estabeleceu a Republica dos Estados Unidos do Brasil, estendeu a igualdade a todos os cidadãos e acrescentou a aposentadoria por invalidez para os funcionários públicos.

No artigo único da Emenda Constitucional nº 12, conhecida pelo nome de Thales Ramalho, o influente parlamentar portador de deficiência motora, finalmente assegurou a proteção especifica dos cidadãos brasileiros portadores de deficiência.

De acordo com a ANDE – Associação Nacional de Desportos para Deficientes, responsável pelo desporto adaptado no Brasil, sob a direção do Prof. Ivaldo Brandão.

O Brasil carece de trabalhos científicos, e precisa pesquisar e organizar uma base teórica para os esportes e principalmente na área do desporto adaptado. As publicações existentes são de algumas universidades brasileiras, realizadas nos últimos dez anos, aumentando assim a revisão de literatura.

Por isso, temos mais conhecimento empírico e pouco conhecimento científico.

Em 1990, só 23 cursos, das faculdades federais, tratavam da Educação Física Adaptada em seus currículos. Ainda segundo a ANDE nos últimos anos o governo federal, com o objetivo de fomentar a matéria em suas grades curriculares, chamou cerca de cem faculdades para tratar sobre o assunto.

Segundo Araújo (1994) quando os portadores de deficiência e instituições para assistência ao deficiente intensificaram a pressão social em 1978, a OMS e a ONU que já haviam manifestado preocupação com o número crescente de pessoas portadoras de deficiência em péssimas condições de vida, essa emenda serviu de apoio legal a diversas causas judiciais, e contra muitas barreiras físicas.

Ocorreu a troca da expressão “excepcional” por “deficiente”.

O princípio fundamental da sociedade inclusiva

Segundo Maciel (2000) cita para que aja uma sociedade inclusiva todas as pessoas portadoras de deficiência devem ter suas necessidades especiais atendidas.

É no atendimento das diversidades que se encontra a democracia.

O autor faz uma serie de passos que devem ser seguidos com o objetivo de conseguir a alteração da visão social através: das instituições que são reconhecidas pela sua participação e compromisso com a inclusão de portadores de necessidades especiais, realizarem a sensibilização contínua e permanente por parte de grupos e junto à sociedade, um dos principais pontos é a capacitação de profissionais de todas as áreas para o atendimento das pessoas com algum tipo de deficiência da elaboração de projetos que acolham as pessoas com deficiência.

Segundo Maciel (2000) um dos passos para o processo de inclusão social é a inclusão escolar e o para garantir a inclusão social de portadores de deficiência é necessário a instituição mecanismos fortalecedores desses direitos, tais como destinação de maiores verbas públicas para os projetos que atendam esse segmento e participação de entidades de defesa de deficientes nas diferentes áreas envolvidas no atendimento dessa população.

Se formos analisar algumas das conquistas em prol das pessoas com alguma deficiência, podemos citar a elaboração das cotas de deficientes para concursos públicos e na formulação de lei municipal e estadual que impede o médico do trabalho de considerar a pessoa com deficiência apta ou não para o trabalho. A partir dessa lei, o médico só classifica a deficiência, e a aptidão é verificada através de prova ou da formação acadêmica da pessoa. (IBDD, 2008).

Segundo Gil (2002) quando a questão da deficiência foi investigada pela última vez, o Brasil tinha cerca de 1,5 milhões de deficientes físicos, destes, mais de 930 mil usuários de cadeiras de rodas.

Quando uma pessoa morre, acaba a matéria, mas ao sofrer um acidente ou nascer com alguma deficiência, é como se a pessoa morresse, mas a matéria permanece.

Ele está enterrado para a sociedade.

Esse é o grande barato da vida hoje.

Trazer esse cidadão que está morto em vida para a vida em vida.

É isso que faz o esporte, é isso que faz a empresa ao dar emprego (IBDD, 2008).

Segundo Souza (2007) o mais interessante é que o esporte pode ser utilizado como fonte de liberação de sentimentos como nervosismo, estresses, raiva, medo, frustração e agressividade, e tem o poder de propiciar aos cadeirantes o sentimento de auto-realização, satisfação, alegria e autoconfiança, estes influenciarão na visão de si mesmo e dos outros.

Nisto consiste a aplicação de mecanismos que possam estar servindo como forma de treinar ou mesmo desenvolver as habilidades sociais em deficientes físicos, levando em conta as pesquisas realizadas pelo IBGE no qual consta que a cada dia existem mais pessoas com necessidades de inclusão social ou de estabelecerem vínculos com a sociedade dita “normal”.

Existem organizações não governamentais (IBDD) - Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência é uma delas, com a política da empresa sem fins lucrativos, criada em 1998 oportuniza a construção da cidadania das pessoas com deficiência de forma a que elas se tornem sujeitos ativos de seus direitos e lutem contra adversidades em torno da questão, ao oferecer atendimento pessoal, capacitação profissional, inclusão no mercado de trabalho formal, promoção de atividades esportivas, oportunizando o emprego dos trabalhadores com deficiência e prestando orientação com informações qualificadas e atualizadas, o Instituto atua para que a pessoa com deficiência seja acolhida da melhor forma possível (IBDD, 2009).

História dos esportes adaptados

De acordo com Adapta (2011, p.6) ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, ação, no âmbito dos equipamentos, ferramentas e ambiente, com a finalidade de encontrar à solução dos problemas surgidos desse relacionamento propiciando a melhora das condições de atividade tanto no aspecto físico como psíquico e social.

Gannon (1981) os esportistas surdos, foram os primeiros norte-americanos com necessidades especiais a se envolverem em esportes organizados, os times das escolas para surdos continuaram a competir entre si e com escolas regulares.

Em de 1870 a Ohio School for the Deaf, ofereceu a oportunidade no beisebol, outra escola introduziu o futebol americano em 1985, em 1906 o basquetebol.

A adaptação dos esportes veio a propiciar à prática de varias modalidades em diversos esportes aos deficientes com diferentes graus de comprometimento.

Segundo Winnick (2004, p.11) além dos programas interescolares, a competição formal internacional foi estabelecida em 1924 quando reuniu nove países em Paris para a primeira edição dos jogos Silenciosos Internacionais.

No final da década de 1949 a universidade de Illinois organizou o primeiro torneio nacional de basquete de cadeira de rodas a qual propiciou a formação da National Wheelchair Basketball Association, para ofertar novas oportunidades esportivas. Joseph P. Kenndy Jr. foi o idealizador e criador das Olimpíadas Especiais, criadas pela fundação com o objetivo de oferecer oportunidade de competição atlética para pessoas com comprometimento, retardo mental, foram realizado os primeiros jogos internacionais no ano de 1968 em Chicago.

A psicologia do esporte e o deficiente físico

Psicologia Esportiva é ciência que estuda os fatores psicológicos que estão associados à participação e desempenho nos esportes, exercícios e outros tipos de atividade física.

Busca de forma objetiva ajudar os atletas a usarem os princípios psicológicos para melhorar o desempenho e compreender como a participação em atividades físicas, exercícios, esportes, e jogos afetam o desenvolvimento psicológico, a saúde e o bem-estar da pessoa ao longo da vida (WEINBERG; ROBERT; GOULD, 2001).

Para Samulski (2005 p. 142), pode-se dizer que a psicologia do Esporte não se limita a um tipo específico de atleta, podendo ser utilizada para qualquer interessado em desenvolver suas capacidades psicológicas e não poderia ser diferente quando se trata dos atletas Paraolímpicos.

Esporte

Um dos maiores benefícios do esporte para o portador de deficiência é a quebra da imagem de “pessoa deficiente”, ele passa a ser conhecido como um nadador, ou um corredor, por exemplo.

Outra grande vantagem é que o atleta estará usando as mesmas estruturas dos atletas convencionais o que permite uma comparação entres as classes, sendo que a percepção da habilidade é compatível a atletas de esportes regulares.

O atleta embora perceba sua deficiência, sente que ela é minimizada na água por conta do desempenho.

Alguns atletas por conta disto sentem-se aptos a desafiar seus pares e enfrentar atletas não deficientes em competições convencionais (BRAZUNA, MAUERBERG, 2001).

No Brasil o marco oficial

Verifica-se que a produção do conhecimento nas áreas da Educação Física é fruto dos conhecimentos acadêmicos e investigações em inúmeros trabalhos que buscam compreender o processo de consolidação do esporte.

No Brasil considera-se como pontapé inicial o movimento esportivo para deficientes, a exibição da equipe de Basquetebol em Cadeiras de Rodas “Pan Jets”, constituída por funcionários com deficiência da Pan American World Airlines, no Brasil houve duas apresentações, uma no mês de novembro de 1957 em São Paulo no ginásio do Ibirapuera, e outra no ginásio do Maracanãzinho no Rio de Janeiro.

Sergio ao retornou ao Brasil no final de 1955, no ano seguinte, apresentou ao Dr. Renato Bonfim, um dos fundadores da AACD (Associação de Atenção á Crianças Defeituosas) de São Paulo, a experiência na reabilitação pelo esporte, admirado o Dr. Bonfim adotou a idéia e deu grande apoio a Sergio para trazer a equipe para as apresentações no Brasil.

Sergio Seraphin del Grande teve papel importante o que possibilitou a vinda da equipe americana graças aos contatos mantidos, na época um jovem desportista de São Paulo que, ao se acidentar em 1951, foi para os Estados Unidos em busca de tratamento, conheceu a novidade, a reabilitação pelo esporte (CONDE, 2006,p.20).

No seu trabalho Araujo (1998 p.5) cita que o inicio desta pratica esportiva no Brasil ocorreu a partir de iniciativa da inclusão de pessoas com deficiência, por volta dos anos 1950, na busca de complementar o trabalho de reabilitação, passando por um longo período sem que ocorre-se um comprometimento do governo.

Esporte de alto rendimento

Segundo informações contidas no site eletrônico oficial da ANDE no mundial de 2011 em Portugal a seleção brasileira de Bocha conseguiu a vaga para as paraolimpíadas em todas as categorias, ficando na oitava colocação no ranking mundial.

No último ciclo paraolímpico o Brasil teve uma evolução nos torneios internacionais.

Em Pequim foram 3 medalhas, sendo 1 de ouro para a dupla BC4 e 2 nos individuais, 1 de ouro e 1 de bronze.

Percebeu-se que ocorreu um salto quantitativo e qualitativo em Londres 2012, pois nas últimas paraolimpíadas, obtiveram-se 4 medalhas, sendo 3 de ouro e 1 de bronze, com destaque para a primeira medalha de ouro de uma pessoa com paralisia cerebral na categoria BC2.

O Brasil levou uma equipe composta por 1 BC1, 2 BC2, 1 BC3 e 2 BC4 em Londres.

Os resultados das paraolimpíadas de Londres elevarão o escore internacional da equipe brasileira.

Influência dos jogos paraolímpicos na socialização

Os jogos paraolímpicos tiveram o mesmo sucesso que as olimpíadas, e isso é sinal que devemos ver com outros olhos e levar mais a serio os direitos das pessoas com qualquer tipo deficiência.

Desta forma os jogos paraolímpicos começaram como um evento com fortes implicações sociais e terapêuticas, e ganharam a magnitude que pode ser vista atualmente.

Podemos ver que a cada quatro anos crescem o numero atletas de elite participantes nos jogos Paraolímpicos, sendo a prova concreta do progresso alcançado em termos de qualidade e competitividade atlética.

Com recordes quebrados e marcas alcançadas, o aumento do numero de competidores e a atenção internacional são provas do sucesso dos jogos adaptados (WINNICK, 2004).

Em termos de alto rendimento o Brasil mostra nítidas evoluções no cenário internacional do BP, porém ainda há muito a se fazer enquanto políticas públicas de esporte e lazer relativos a esta modalidade.

Esses dados denotam a relevância de investimentos para o incentivo da modalidade BP nessas regiões, implicando na gestão do paradesporto nacional.

Uma maneira de reconhecer as características ou as diferenças de cada indivíduo é proporcionando oportunidades de encontros com seus pares, e outros grupos, com a finalidade de discutir quais são as informações que se tem sobre determinado assunto, encontrar o apoio e aplicar estratégias para transformar o preconceito em trampolim para pratica de determinadas funções das quais muitos acreditam ser impossíveis à pessoa com deficiência.

Para muitos atletas o esporte define sua vida, como ponto importante na sua identidade, pois minimiza fragilidades da perda do corpo perfeito ou a idéia de corpo eficiente e possibilita que eles sejam conhecidos como campeão da modalidade, medalhista e assim por diante, aumentando assim sua alta estima, e uma poderosa ferramenta de inclusão na sociedade.

Metodologia

O presente estudo de característica descritiva exploratória buscou como objetivo realizar uma revisão bibliográfica com procedimentos descritos na literatura, que foi realizada em base de livros e dados eletrônicos disponíveis no Google Acadêmico.

Diante disso foram selecionados alguns estudos que atenderam alguns critérios de inclusão que destacassem alguns descritores como: pessoas com deficiência, esporte adaptado, socialização, inclusão social, esporte adaptado de rendimento.

Estudos que não atendessem esses procedimentos foram excluídos. Portanto, no presente estudo foram encontrados estudos que foram publicados entre 1981 e 2013.

Resultados e discussões

Na pesquisa proposta por Celli (2008) existe um o debate historiográfico acerca da deficiência física e busca a compreensão dos processos de inclusão e exclusão social relacionado a esta característica.

Através do conceito sociológico de desestigmatização procura-se entender em que medida o esporte pode estar relacionado a este processo e, sob quais circunstâncias operacionaliza-se a inclusão social.

Ainda relacionado ao esporte e atividades físicas Vale (2009), demonstra que além de estimular a autonomia e a independência, e prevenir doenças secundárias, resulta nos seguintes benefícios psicomotores: desenvolve força muscular, velocidade, flexibilidade, agilidade, capacidade, cardiorrespiratório.

Feiten (2010) que procurou comprovar os benefícios do esporte para o ser humano, entretanto este estudo deteve-se a dados estatísticos, quanto ele pode influenciar nas habilidades sociais de um portador de deficiência.

Apesar de estatisticamente não ser comprovado no estudo uma relevância significativa de quanto foi determinante o esporte para as habilidades sociais.

No trabalho de Brazuna e Mauerberg (2001) entre suas constatações a que chama a atenção é observada na maioria dos casos os atletas não têm um trabalho, o autor cita que um indicativo a isso pode ser a demanda de tempo que o treinamento exige ou a identificação do atleta pelo esporte, que se torna prioridade em sua vida.

Para muitos atletas o esporte define sua vida, como ponto importante na sua identidade, pois minimiza fragilidades da perda do “corpo perfeito” ou “corpo eficiente.”

Gerando no atleta a vontade de praticar por mais tempo o esporte, porém isso dificulta a conciliação entre ele e o trabalho.

No trabalho de Vale (2009) houve a intenção de analisar as contribuições do basquetebol em cadeira de rodas para praticantes com deficiência física bem como as dificuldades enfrentadas para a continuidade de sua participação nesta modalidade esportiva, e se apresenta no sentido de refletir a cerca da inclusão através da acessibilidade, na construção das relações sociais, na qualidade de vida e no beneficio físico que esta prática desportiva pode proporcionar às pessoas com deficiência física.

Para Mittler (2003, p.21) “a inclusão é uma visão, uma estrada sem fim, com todos os obstáculos, alguns dos quais estão em nossa mente e em nossos corações”.

Um exemplo concreto da inclusão e de transformação que o esporte pode trazer é a All Star Rodas em Belém, ao permitir que as pessoas com deficiência, tenham acesso á prática do esporte e ainda contar com apoio de profissionais que promovem a inclusão dos atletas em jogos e apresentações como forma de socialização (CONDE, 2006, p. 20).

Conclusão

É nítido na literatura que o esporte adaptado, contribui diretamente na sociabilidade do deficiente.

A participação em um programa de exercício regular é uma excelente opção para reduzir/prevenir o número de declínios funcionais associados à deficiência.

Sugerem-se novas pesquisas com relação a essa população, pois no presente estudo foi encontrado pouco conteúdo bibliográfico de pesquisa em português, por ser um desporto adaptado ainda existem poucas publicações literárias.