Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

domingo, 30 de julho de 2017

A dor crônica: inimiga íntima.




Dor crônica: inimiga íntima



"A dor crônica é definida como a dor que persiste ou recorre por mais de 3 meses ou dor associada à lesão de algum tecido que imagina-se poder evoluir.

A dor crônica persiste por meses e até anos.

Tipos comuns de dor crônica incluem: dor nas costas, dor de cabeça, artrite, dor decorrente de câncer, e dor neuropática (resultante de lesão nos nervos)."

Esta definição de dor crônica explica o título do post:

inimiga, pois não faz bem, tira a concentração, causa irritação e uma série de outros problemas físicos e emocionais.

Íntima porque está presente todos os dias, em todas as situações, e só piora quando mais precisamos que ela desapareça.

Não consigo entender de onde vem tanta dor.

Sinto dor todos os dias, às vezes mais fraca, às vezes quase insuportável, tanto que chego a ficar com falta de ar.

Dói o corpo todo abaixo da lesão (no meu caso T2) e concentra-se em algumas partes como coluna lombar e nádegas.

Ás vezes acho até bom, pois como minha sensibilidade é reduzida, quando a dor está mais intensa sinto muito mais o corpo, até nos pés tenho sensibilidade.

Nas áreas em que se concentra a dor dá pra entender, é onde meu corpo recebe mais pressão.

E no restante do corpo?

Há um diagnóstico para esta dor como dor neuropática, que é freqüentemente intrigante e frustante, tanto para os pacientes como para os médicos, pois parece não apresentar uma causa definida, responde pouco aos tratamentos, pode durar indefinidamente, leva a incapacidade importante e até mesmo se exacerba com as variações climáticas e estados emocionais.

Outras consequências da dor crônica incluem "ocorrência de várias alterações psicológicas e aumento da irritabilidade, depressão mental, preocupação com o corpo e afastamento dos interesses externos.

Os pacientes que sofrem de dor crônica podem querer afastar-se das pessoas mais próximas e apresentar incapacidade para continuar com as atividades de trabalho e laser.

Outros sintomas comumente relatados por pacientes com dor crônica são insônia, diminuição do desejo sexual e alterações de apetite."

Felizmente não sofro a maior parte destas consequências, mas insônia tenho constantemente.

Tem semanas em que não durmo uma noite sequer.

Só consigo dormir de manhã, geralmente de exaustão por tentar a noite inteira.

Nos dias em que faço fisioterapia de pé, com as talas e andador, como ontem à noite, é certo de passar a noite em claro.

Felizmente tenho mais de cinquenta jogos no celular pra ajudar a passar o tempo.

Pelo menos psicologicamente isso não me afeta, não fico de mau humor nem reclamando.

Mas quando eu começar a trabalhar serão outros quinhentos.

Para melhorar ao longo do dia, costumo passar a tarde inteira deitado de bruços.

Geralmente ajuda muito, mas há as crises, às vezes por mudança climática, outras sem explicação, ela vem forte e não tem remédio que resolva.

Já fui em vários médicos e fiz alguns tratamentos para diminuir esta dor, já usei medicamentos pesados, e o que deu mais certo foi Cloridato de Tramadol todo dia à noite e um Tilex quando a dor está mais forte.

Atualmente adicionei amitriptilina de 12 em 12 horas, mas o efeito é sempre o mesmo: no início do tratamento melhora bastante, dali um mês ou dois volta do mesmo jeito.

Sempre quis conversar sobre isso com outros paraplégicos vítimas de trauma raquimedular como eu, pra saber se passam por isso também.

Estou nessa luta há mais de dois anos e parece que a intensidade até aumentou.

Mas gostaria muito de saber se tem mais alguém neste calvário.

Amigos que aqui visitam, alguém sente dores constantemente, todos os dias e muito intensa?



Fonte: - blog do cadeirante




Tristeza… Solidão



Quero escrever o que não consigo dizer.

Me apetece, me abrir, como um livro em branco e a cada palavra uma emoção.

Um significado, um pedaço de ficção tornado real.

Sinto-me a desfalecer, como um sobrevivente num barco no meio de uma tempestade, onde sabe que só um milagre o fará sobreviver.

Porque sou assim?

Porque não consigo me controlar, tento sempre algo com medo, de que as pessoas não gostem mim.

Não quis sofrer mais, por isso decidi me afastar de todo mundo.

Agora em vez de um coração tenho uma pedra.

Difícil será pedir ajuda, mas porque fujo de tudo e de todos.

Não enfrento os meus medos.

Sempre fugo, mas os problemas não desaparecem, apenas adormecem num sono leve.

Continuamente dormindo, até um dia que acorda.

Mais furioso, que um bebé com sono.

Será que um dia vou acordar para a vida?

Será que algum dia, vou deixar de fugir?

De não precisar me esconder por detrás de uma máscara.

Algum dia terei paz, comigo mesmo.

Procuro o que?

Me escondo do que?

Do sofrimento?!

Mas senão sofrer não viverei, ficará sempre a angústia de poder ter feito algo mais, ser capaz de ter feito outra coisa para mudar a mim.

Então o que me falta?

Não sei, não me conheço, e muito menos sei quem fui, sou ou serei.

Sou um sentimentalista barato, daqueles livros que se compram, mesmo não sabendo o fim são todos iguais e terminaram da mesma maneira.

Só muda o conteúdo, a forma do conteúdo é sempre mesma.

Devo ser mesmo uma criancinha, não amadureci o suficiente.

Não cresci em termos mentais.

Se calhar não vivo, sobrevivo.

Vou sobrevivendo, não questionando, não esticando a corda.

Se calhar me limito seguir os passos e opiniões dos outros.

Em vez de ter uma personalidade própria.

Se calhar também por ter mentido, muito a mim próprio agora já não sei quem sou.

Me perdi no caminho, e agora não sei o caminho de volta.

Um circulo vicioso, onde já não sei onde começou e onde acaba.

Ainda terei a tempo, de me encaminhar e não me perder de vez?

Alguém saberá me dar essa resposta e tantas outras que eu não sei.

Talvez não tenha procurado bem, ou não tenho procurado nos lugares certos.

O lamentar não me ajuda em nada, só faz com que tenha pena do que estou sendo neste momento.

O frio passou, o frio que tinha quando comecei a escrever, mas o gelo dentro de mim, a angústia, a tristeza, o sofrimento continua.

Não há alegria nos meus olhos, como num dia cinzento onde só chove.

Em que a minha cara são as gotas, que caíram nesse dia de temporal.

Onde o sol se escondeu, tornou-se cinzento, carregado.

Não há cores vivas, mas sim cores mórbidas.

Algum dia terei gostado de alguém realmente?

Sim, apesar de tudo não sou assim tão frio.

Da minha família, dos meus verdadeiros amigos, de um grande, verdadeiro e único amor, desses gostei.

Quando deixei de ter interesse na vida?

Quando passei a sobreviver, como um náufrago onde só ver mar e mar e mais mar.

Mas acredito que sobreviverei, mas já não tenho a certeza de nada.


Fonte: - universodeumcadeirante.wordpress.com



Abnegação


A evolução espiritual é um fenômeno bastante complexo, que se dá em sucessivas fases.

No começo, predomina a natureza corpórea.

Dominada pelos instintos, a criatura dedica seu tempo e seu interesse a atividades comezinhas.

Comer, vestir-se, abrigar-se, procriar e cuidar da prole, eis a que se resumem suas preocupações.

Nesse período, o egoísmo é marcante.

Os instintos de conservação da vida e da preservação da espécie têm absoluta preponderância.

Com o tempo, o ser começa a desvincular-se de sua origem.

A inteligência se desenvolve, o raciocínio se sofistica e o senso moral desabrocha.

As invenções tornam possível gastar tempo com questões não diretamente ligadas à sobrevivência.

Viver deixa de ser tão difícil, sob o prisma material.

Em compensação, começam os dilemas morais.

Com a razão desenvolvida, a responsabilidade surge forte nos caminhos espirituais.

O que antes era admissível passa a ser um escândalo.

A sensibilidade se apura e a criatura aspira por realizações intelectuais e afetivas.

Essa nova sensibilidade também evidencia que o próximo é seu semelhante, com igual direito a ser feliz e realizado.

Gradualmente se evidencia a igualdade básica entre todos os homens.

Malgrado possuidores de talentos e valores diversos, não se distinguem no essencial.

Uma chama divina os anima e a todos conduzirá aos maiores cimos da evolução.

Contudo, o abandono dos hábitos toscos das primeiras vivências não é fácil.

Séculos são gastos na árdua tarefa de domar vícios e paixões.

As encarnações se sucedem enquanto o Espírito luta para ascender.

O maior entrave para a libertação das experiências dolorosas é o egoísmo, que possui forte vínculo com o apego às coisas corpóreas.

Quanto mais se aferra aos bens materiais, mais o homem demonstra pouco compreender sua natureza espiritual.

O Espírito necessita libertar-se do apego a coisas transitórias.

Apenas assim ele adquire condições de viver as experiências sublimes a que está destinado.

Quem deseja sair do primitivismo deve combater o gosto pronunciado pelos gozos da matéria.

O melhor meio para isso é praticar a abnegação.

Trata-se de uma virtude que se caracteriza pelo desprendimento e pelo desinteresse.

A ação abnegada importa na superação das tendências egoístas do agente.

Age-se em benefício de uma causa, pessoa ou princípio, sem visar a qualquer vantagem ou interesse pessoal.

Certamente não é uma virtude que se adquire a brincar.

Apenas com disciplina e determinação é que ela se incorpora ao caráter.

Mas como ninguém fará o trabalho alheio, é preciso principiar em algum momento.

Comece, pois, a praticar a abnegação.

Esforce-se em realizar uma série de atitudes com foco no próximo.

Esqueça a sua personalidade e pense com interesse no bem alheio.

Esse esforço inicial não tardará a dar frutos.

O gosto pelo transitório lentamente o abandonará.

Ele será substituído pelos prazeres espirituais.

Você descobrirá a ventura de ser bondoso, de amparar os caídos e de ensinar os ignorantes.

Esses gostos suaves e transcendentes o conduzirão a esferas de sublimes realizações.

Pense nisso.


Fonte: - Momento Espírita. Em 17.6.2013.











quinta-feira, 27 de julho de 2017

Nossos sonhos.... na vida.



Sonhos


O que fazemos quando dormimos?

Pergunta muito comum, e para a qual muitos de nós ainda não temos resposta.

Há tantas teorias a respeito do sono e dos sonhos que até confundem as criaturas.

Perguntado aos benfeitores espirituais, em O livro dos Espíritos, sobre o assunto, esses responderam que o sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono.

O sono liberta, parcialmente, a alma do corpo permitindo-lhe entrar em relação com o Mundo dos Espíritos.

Através dos sonhos poderemos visitar entes queridos já falecidos, ir a países distantes, entrar em contato com pessoas vivas.

A alma, independente durante o sono, procura sempre seus interesses.

Procura Espíritos inferiores para atividades conjuntas ou vai em busca de conhecimento junto a Espíritos elevados.

Quando dorme o corpo, a alma mantém seu livre-arbítrio, sua livre vontade.

Mas, por que nem sempre nos lembramos dos sonhos?

Será por que não sonhamos?

Sendo o corpo físico constituído de matéria grosseira, dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu.

Em outras palavras, as vibrações do Espírito parcialmente liberto pelo sono são distintas das vibrações do Espírito revestido do corpo físico.

Isso explica porque, muitas vezes, o sonho é lúcido, repleto de cores, sons, imagens, e quando acordamos perdemos totalmente a lembrança.

Ficamos apenas com as sensações no fundo da alma.

O cérebro, que é o instrumento pelo qual a mente se expressa no corpo físico, é ainda muito grosseiro para registrar as impressões sutis que a mente liberta é capaz de registrar.

É como se o cérebro não conseguisse decodificar as informações que o Espírito captura durante o desprendimento pelo sono.

Por esse motivo é que alguns sonhos nos parecem truncados, sem nexo, ou com grandes lacunas.

É por isso, também, que misturamos coisas e fatos do dia a dia com outras que não dizem respeito ao nosso mundo físico.

Existem pessoas que sonham com determinada situação e essa situação se concretiza no decorrer dos dias.

São os chamados sonhos premonitórios.

O Espírito antevê, durante o sonho, o que irá ocorrer no dia seguinte, nos próximos dias, ou em futuro distante.

Como disse alguém, nós morremos todas as noites através do sono.

Quando, pelo processo da morte, se romperem em definitivo os laços que nos unem ao corpo, o Espírito estará liberto.


No sonho muitos gênios vão buscar inspiração para suas invenções.

Isso explica porque é que uma ideia, não raro, surge em diversos pontos do planeta.

Dessa forma, antes de nos entregarmos ao sono, é conveniente que roguemos a Deus Sua proteção para que possamos ter sonhos instrutivos e saudáveis.


FONTE: - Momento Espírita, com base nos itens 400 a 412 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb. Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep. Em 05.01.2009.





Sonhos de mãe.


Safiya Hussaini, 37 anos, mulher, negra, pobre, nigeriana.

Aquela é uma mulher sofrida. Mãe de 9 filhos, dos quais perdeu 5 para a malária, vive na casa do velho pai, na mais completa miséria.

Analfabeta e ignorando as leis que deveria obedecer, fôra condenada à morte por apedrejamento, no ano de 2001.

Qual foi o seu crime?

A gravidez fora do casamento.

Safiya deu à luz uma menina chamada Adama.

A condenação era fato, e a pena estava prescrita:

Safiya seria enterrada até à altura das axilas, e depois seria apedrejada até à morte.

No entanto, a lei estabelece que para a execução é preciso esperar que a criança seja desmamada.

Enquanto a mãe amamentava a criança, houve tempo para que pessoas de todo o mundo se mobilizassem para impedir a execução cruel.

Algum tempo depois, uma defesa bem elaborada por vários advogados, conseguiu que o supremo tribunal da Nigéria absolvesse aquela mulher mãe.

Quatro anos depois, ao ser entrevistada por uma rede de televisão brasileira,
Safiya falava, com certo pesar: “perder os filhos foi a coisa mais triste da minha vida, muito mais doloroso do que a ameaça de morte por apedrejamento.”

A nigeriana conta que o medo era seu companheiro inseparável, e que pensava principalmente na filha pequena, que ficaria sozinha se ela morresse apedrejada.

Como a sua história foi notícia no mundo inteiro, comoveu pessoas de bom coração que enviaram recursos para que Safiya pudesse construir uma casa para viver com os filhos.

A construção singela ficou pela metade porque os recursos acabaram, mas o sonho daquela mãe ainda está vivo.

O sonho é simples e não custa muito: ter uma casinha para viver tranquilamente com seus filhos.

Adama, já com quatro anos, aconchegada ao colo da mãe diante das câmeras, nem suspeitava que havia sido a causa de tudo.

Safiya, uma mãe como tantas outras.

O amor pelos filhos acima do próprio sofrimento e da ameaça de morte.

Ser mãe é uma condição que traz algo em comum em qualquer lugar do mundo, não importando a nacionalidade, a cor, a posição social.

E esse algo mais é o amor pelos filhos.

Um coração de mãe é esse santuário seguro onde os filhos encontram refúgio, incondicionalmente.

Nem a penúria, nem a desgraça, nem o pavor da morte, podem extrair de um coração de mãe esse sentimento chamado amor.

Um coração de mãe é a mais sublime harpa viva, de onde se pode ouvir as mais belas canções de ninar...

Os mais belos poemas de ternura...

A mais encantadora melodia de amor e dedicação.

Um abraço de mãe é o mais tranquilo aconchego que se pode almejar...

É o laço de afeto que afugenta o medo, desfaz a tristeza, traz segurança e atrai a esperança...

A abnegação de mãe é a força capaz de modificar o mundo, de reconstruir jardins devastados pela invernada, restaurar corações quebrados e fazer brilhar a luz onde a noite ameaça...

Na figura de Safiya, a mãe pobre da Nigéria, maltratada pelos açoites da dor, pelo preconceito, pela penúria extrema, desejamos fazer uma singela homenagem a todas as mães do mundo...

Mães de filhos ausentes...

De filhos delinquentes...

Filhos encarcerados...

Mães de filhos ingratos...

De filhos desaparecidos...

Filhos meninos e filhos crescidos...

A todas as mães de filhos presentes...

De filhos inteligentes...

Filhos amorosos...

Mães de filhos dos filhos...

Mães de filhos honrados...

De filhos agradecidos...

Filhos desesperados...

Enfim, nossa homenagem sincera a todas as mães da face da terra, mães de todas as raças, de todas as cores, de todas as crenças, de todas as idades...

Mães apenas.


Fonte: - Momento Espírita, com base em reportagem feita pela Rede Globo de Televisão, apresentada no programa Fantástico, no dia 24/04/2005.





Um sonho que findou.


Imagine se um dia o homem inventasse um aparelho para escutar pensamentos! Imagine que esse aparelho pudesse detectar os pensamentos de quem se prepara para nascer.

Se isso acontecesse, é possível que ouvíssemos algo mais ou menos assim:

Enfim, vou realizar o meu grande sonho!

Um sonho grandioso demais para mim.

Para algumas pessoas, pode parecer banal porque, com certeza, elas nem sequer compreendem como ele é precioso.

Mas, é o meu sonho.

O meu desejo mais intenso: viver.

Depois de muitos, muitos planos, muito tempo de expectativa, vou viver!

Vou ganhar a vida como oportunidade inestimável para crescer, aprender, realizar, amar, ter a chance que todos têm de construir e gravar na Terra sua passagem por ela.

Vou nascer.

Faltam alguns meses, mas eu já estou completo há semanas.

O dia de eu ver a luz do sol, de sentir o ar entrar em meus pulmões está perto.

Ah, como deverá estar a cor do céu nessa hora?

Estou ansioso para sentir o cheiro de minha mãe.

Qual a cor dos seus olhos?

O que será que verei primeiro: o seu sorriso de felicidade ou a sua lágrima de agradecimento a Deus?

Quem irá me balançar primeiro no colo, ela ou papai?

Meu pai!

Como será sua voz, suas mãos?

Decerto devem ser grandes, bem maiores do que as minhas.

Assim eu me sentirei bem protegido e amparado.

Vou adorar correr pela casa, procurando você, mamãe.

Vou tomar banho cantando e rir de suas brincadeiras.

Você me verá perder o primeiro dentinho e tomará da minha mão para me ensinar a desenhar as primeiras letras.

E eu vou escrever bem bonito, bem grande, dentro de um coração: mamãe!


Sonho, sonhei até há pouco.

Mas hoje meu grande sonho foi transformado em pesadelo.

Gritei por minha mãe porque ouvi dizer que a gente grita pela mãe, quando está com medo.

E eu tive tanto medo. Gritei.

Mas ninguém me ouviu!

Fui sentindo cada golpe da lâmina afiada.

Encolhi-me, tentei fugir, mas não tinha para onde ir.

O ninho quente de amor se transformou numa câmara ensanguentada de morte.

Nem em todas as guerras se planejou câmara mais eficiente de matar.

Um lugar onde o condenado não tem voz, não pode correr, não tem como se defender e nem querem saber se ele está sentindo alguma coisa.


Sonhei um sonho impossível.

Sonhei um sonho de vida e amor.

Sonhei estar aí, com você, mamãe.

O sonho acabou, a vida foi apagada e uma grande dor ficou em seu lugar.

Já não sei se voltarei a sonhar um dia.

No momento, faço parte daqueles que não têm o direito de sonhar com a vida.

Mas quem sabe você encontre nas crianças que conseguiram viver e foram abandonadas, alguém que tenha sonhado como eu e que está à espera de um colo arrependido e cheio de amor.


Quando formos abençoados pelas missões da maternidade e da paternidade, jamais cogitemos de destruir a vida que ainda não desabrochou no mundo.

Não pensemos nos embaraços e nos problemas que eventualmente tenhamos que enfrentar. Ao contrário, pensemos nas tantas alegrias com que a Divindade nos brindará através das carícias de ternura das mãozinhas delicadas e dos risos infantis que nos encherão os ouvidos.

E não esqueçamos que um dia nós também batemos à porta de um coração materno, rogando pousada.

Porque ele nos acolheu, agora estamos aqui, eu a falar e você a me escutar.

Pensemos nisso.


Fonte: - Momento Espírita, com base no texto Aos que sonham, de Cristina Damma F. Dias, da revista Harmonia, número 84, de outubro 2001. Em 27.9.2013.











segunda-feira, 24 de julho de 2017

Os obstáculos enfrentados pelos portadores de deficiência física.


Os obstáculos enfrentados pelo portadores de deficiência física




Calçadas em péssimas condições, falta de guias rebaixadas, inadequação de lojas e restaurantes, transporte deficiente, ensino profissional precário, preconceito, diversas barreiras em prédios comerciais e públicos.


Todo dia o portador de deficiência física tem que superar tais obstáculos, mesmo que a Constituição Brasileira assegure o direito de todo cidadão de “ir e vir” livremente.

Porém, na prática essa condição não é tão simples para pessoas com mobilidade reduzida, como portadores de deficiência, idosos, obesos e gestantes.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo abriga perto de 650 milhões de portadores de deficiências, a maioria deles vivendo em países em desenvolvimento.

No Brasil, a estimativa é de que em torno de 14% da população possua algum tipo de comprometimento, um número bem maior do que o esperado.

Para propiciar mais qualidade de vida a esse contingente de cidadãos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em parceria com o Comitê Brasileiro de Acessibilidade, estabeleceu a resolução NBR 9050, com parâmetros técnicos a serem respeitados na construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

Contudo, basta olhar com um pouco mais de atenção pelas ruas para identificar problema

Vida autônoma

No caso dos idosos, por exemplo, a perda da força muscular -um dos efeitos naturais do envelhecimento – torna-se um agravante quando o assunto é acessibilidade.

Assim, uma ação simples para a maioria das pessoas, como usar o transporte público, muitas vezes, é um desafio intransponível, principalmente, pela altura dos degraus dos coletivos.

Outra situação é a espera de idosos em pé em filas de estabelecimentos, como agências bancárias, lotéricas e alguns serviços de saúde.

Apesar de muitas instituições bancárias já disponibilizarem assentos, em muitos locais os idosos continuam aguardando em pé o atendimento.

Também, vale chamar atenção para a melhora na acessibilidade por meio de rampas e barras.

A normatização é importante para proporcionar às pessoas -independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção – a utilização de maneira autônoma e segura dos ambientes urbanos.

Infelizmente, a realidade é diferente e é pensando nisso que pessoas de mais idade devem se preocupar com o fortalecimento muscular e também uma postura mais segura para enfrentar essas situações”, reconhece a fisioterapeuta Cristina Ribeiro, especializada no atendimento de idosos, lembrando que os profissionais que atuam com essa faixa etária da população devem considerar essas “barreiras” cotidianas, inclusive as existentes nas próprias residências.

Tempo respeitado


A especialista ressalta que, além do respeito às normas de acessibilidade, é preciso adotar posturas mais receptivas com esse público especial.

Por causa da perda da força muscular é natural que o idoso demore mais para atravessar a rua ou subir escadas.

Se somarmos a isso o nervosismo do trânsito, com motoristas impacientes buzinando para apressá-los, o idoso ficará nervoso, demorando ainda mais ou precipitando quedas.

Quando um idoso estiver atravessando a rua, o bom senso manda que pedestres e motoristas, tenham paciência, respeitando o tempo e a mobilidade de cada um”, defende a fisioterapeuta.

Prover a acessibilidade aos portadores de deficiência é ainda um grande desafio para arquitetos e urbanistas.

O crescimento da cidade mostra que, pelo menos quanto à acessibilidade, não se leva em consideração as necessidades de todos que dela fazem parte.

A cada dia surge uma nova idéia no uso de materiais, texturas e concepções arquitetônicas, mas na maioria das vezes, elas não permitem que qualquer pessoa as utilize com autonomia e segurança.

P,ara o arquiteto Ricardo Tempel Mesquita, as novas idéias e projetos que surgem devem seguir o conceito de acessibilidade para todos.

As ruas, praças, parques e edifícios devem ser projetados para atender toda a população e não somente uma parcela dela.

Neste contexto, a arquitetura desenvolve um papel importante nesse processo, pois só com a eliminação das barreiras arquitetônicas de uma cidade é que a população, indistintamente, poderá usufruir dela, participar e cooperar no seu desenvolvimento”, completa.

Arquitetura inclusiva

Segundo estatísticas do IBGE, no Brasil, existem mais de 9.300 cadeirantes e, mesmo assim, ainda é muito difícil encontrar lugares adaptados ou próprios para essas pessoas.

Tornar a residência acessível é dar possibilidade e condição de acesso, circulação, aproximação e alcance a um usuário de cadeira de rodas.

De acordo com a doutora em arquitetura inclusiva Sandra Perito, é a junção desses elementos que torna a residência um lugar seguro, confortável e apto a um cadeirante.

Outra condição muito importante é a circulação.

A ideia principal de adaptar um lugar é dar total independência ao morador deste local, dar espaço suficiente para que ele consiga se movimentar o máximo possível”, diz a especialista.

Oferecer condição de acesso é eliminar qualquer desnível que possa existir no decorrer no percurso.

Todo piso deve ter superfície regular, firme, estável, antiderrapante e que não provoque trepidações”, afirma a arquiteta Karla Cunha.

Além disso, é importante que os capachos sejam embutidos no piso e os tapetes ou forrações tenham suas bordas firmemente fixadas.

Caso contrário, simplesmente elimine esses objetos.

No caso dos usuários de cadeiras de rodas, uma das recomendações mais importante dentro de uma casa é que ele tenha uma área de giro de 360º para se mover com total liberdade e autonomia.


Assim, conforme a arquiteta, não é necessário um lugar imenso para que o cadeirante tenha liberdade e sim, que o espaço, seja bem projetado com todas as devidas recomendações.


Fonte: IMG


Cuidados em casa

A altura indicada para colocar objetos que permaneçam ao alcance das mãos

As tomadas devem estar instaladas entre 60 a 75 cm do chão

Desníveis são resolvidos com rampas

Os pisos antiderrapantes são os mais indicados

Tapetes não podem ser muito elevados para permitir o rolamento da cadeira

Manter um banquinho no banheiro ajuda na hora de ensaboar-se

Todas as portas da casa devem ter no mínimo 80 cm de largura

Espelhos devem ser fixados com a inclinação de 10 graus

Barras para apoio e transferência devem ser instaladas nos banheiros

A altura da mesa de jantar entre 75 cm e 90 cm do chão

A altura ideal para cama é a mesma da cadeira de rodas


Fonte: - www.tribunapr.com.br







SER AMIGA DE UM CADEIRANTE...



Ser amiga de um cadeirante é compreender, de fato, que o mundo possui muito mais desafios do que imaginamos.

É educar o seu cérebro para uma mente muito mais inclusiva.

É entender que se o seu amigo cadeirante não consegue frequentar determinado local, ali não é bom o suficiente, mesmo quando você está falando da sua própria casa.

É se descabelar quando escuta a palavra “escara”, porque só quem tem um amigo cadeirante de verdade entende o real significado dessa palavra.

É saber que espasmos não representam um ataque cardíaco.

É odiar passeios desnivelados, obstáculos e tapetes.

Ser amiga de um cadeirante é aprender o porquê de você não poder estacionar nas vagas reservadas para pessoas com deficiência nem por um minuto.

Ah, é inclusive aprender porque o termo correto é: pessoa com deficiência.

É aperfeiçoar todos os dias a arte da paciência: entenda, ele levará o triplo do tempo para entrar e sair do carro, e nesse momento você aprenderá o prazer de poder ajuda-lo.

Ser amiga de um cadeirante é aprender que você não precisa falar com voz de bebê e nem cheia de pudores, pisando em ovos, muito menos que tem que ficar rindo o tempo todo para ele.

Você pode ser quem você é.

Pode, se necessário, chorar, gritar, brigar, “pedir colo”, criticar e tudo mais...é incrível!

Eles não quebram pelo simples fato de vocês terem uma relação normal.

E acreditem... muitas vezes eles possuem um senso de humor bem mais aguçado que o seu.

Ser amiga de um cadeirante é pisotear todos os dias sobre seus próprios preconceitos.

É tornar seu amigo um “objeto” de estudo, porque você quer saber dele todas as dúvidas que todo mundo tem.

É correr desesperadamente até ele para contar todas as vezes que você: ver, encontrar, conhecer, conversar com qualquer deficiente.

É contar para qualquer pessoa nova que você conheça que você tem um amigo cadeirante.

É saber de todos os eventos da cidade que abordem sobre a dignidade da pessoa com deficiência e se tornar um “consultor” sobre o assunto, porque todo mundo quer tirar dúvidas com você.

É comprar briga.

É trabalhar o tempo inteiro com logísticas.

Ser amiga de cadeirante é andar com seu amigo por aí e por um minuto analisar o mundo ao seu redor e se perguntar:

Por que estão todos encarando?”, já que na maior parte do tempo até mesmo você esquece a deficiência dele.

Ser amiga de cadeirante é percorrer a linha tênue da autonomia e da dependência.

É pedir constantemente: “Me conta de novo a sua história?”, pelo simples fato de ser a história mais emocionante que você conhece.

É se emocionar, com a alma, em todas as conquistas dele.

Ser amiga de um cadeirante é, todos os dias, ter um choque de realidade ao reclamar da sua vida e se lembrar das inúmeras dificuldades que ele suporta.

É ter um exemplo.

É agradecer a Deus todos os dias, pelos mais variados motivos, pela vida dele,


Jéssica Matos



Somos coerentes?


Qual o conceito que você tem de coerência?

Afinal, o que é coerência?

Para os melhores dicionários a palavra remete a ligação, ao nexo, a harmonia entre fatos ou ideias.

Assim, será coerente aquele que agir, pensar, falar, de uma maneira em que haja nexo, harmonia entre suas ações.

Será isso que fazemos no nosso dia a dia?


Conseguimos agir com coerência em todos os nossos dias, em todas as nossas ações?

Vejamos que, muitas vezes, discursamos para todos a respeito da sujeira das ruas, das calçadas sem limpeza em nossa cidade, dos detritos que se avolumam.

Porém, não nos damos conta que jogamos o papel de bala, o recibo do estacionamento, o bilhete do ônibus pela janela do veículo, assim que ele não nos sirva mais.

Contribuímos com a sujeira que tanto criticamos.

Preocupamo-nos em ensinar a honestidade para nosso filho, discursando longamente a respeito.

E, caso toque o telefone e não queiramos falar com a pessoa que nos demanda atenção, pedimos para que nosso filho vá ao telefone e diga que não estamos.

Usamos da mentira que tanto detestamos.

Reclamamos, e com razão, do administrador público, ou do político, quando esse se apropria do que não lhe pertence, prejudicando a nação e seus cidadãos.

Taxamos de roubo, exigimos os rigores da lei, tudo plenamente justificado.

Mas, às vezes, somos nós mesmos a não devolver o troco a mais no supermercado e ficamos com o que não nos pertence.

Ou ainda, quando a autoridade policial nos pune frente a uma infração, tentamos suborná-la, corrompê-la.

Para quem discursa sobre roubo, suborno, somos nós então a roubar ou subornar.

Pura incoerência.

E por que temos dificuldade para sermos coerentes?


Por que tantas vezes agimos de maneira diferente daquela que pensamos ou defendemos com nossas palavras?


Isso acontece porque, se já temos o conceito formulado na mente, ainda nos falta o valor instalado na consciência.

Essas incoerências são geradas no descompasso entre o que a mente pensa, os nossos conceitos, e o que o coração sente, os nossos valores.

Se já pensamos certo, se nossos conceitos estão adequados, se fez um grande passo.

Porém, faz-se necessário ainda, conquistar os valores, fazer que a consciência aja dessa forma.

Assim é necessário que meditemos sobre nossos atos.

Que pensemos longa e profundamente sobre como estamos agindo em nossas vidas, o que estamos a fazer das oportunidades que desfrutamos todos os dias.

E, em última instância, somos muito mais aquilo que agimos e sentimos do que aquilo que apenas discursamos.

Isso é de tal forma real e verdadeiro que, certa feita, um filósofo americano afirmou:

O que você faz fala tão alto que não consigo escutar o que você está dizendo.


Assim se passa conosco.

O que fazemos será nosso maior discurso sobre nós mesmos, a maior representação do que efetivamente trazemos na alma, muito acima e além do que qualquer preleção ou apresentação verbal.

Desta forma, depois de escolhermos os valores que irão pautar nossa vida, comecemos o esforço inadiável de fazer com que esses conceitos, com disciplina e persistência, transformem-se em valores reais, e a coerência seja a tônica do nosso agir.


Fonte: - Redação do Momento Espírita.

Em 04.06.2011.