Acreditar em si mesmo

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quinta-feira, 30 de março de 2017

Gestação sobre rodas.



 

DESCRIÇÃO DA IMAGEM:
Nesta imagem temos Eduarda que está grávida de 8 meses no meio da foto, sentada em sua cadeira de rodas, olhando para o chão e segurando sua barriga.
Ele está vestindo um top branco e uma saia de tule colorida.




Assim como nos adaptamos para viver tranquilamente, podemos adaptar tudo para a chegada de um bebê!



GESTAÇÃO SOBRE RODAS



Ser mãe é algo tão extraordinário que nenhuma gestação acaba sendo igual a outra.

Pode até acontecer coisas parecidas, mas mesmo que você leia 500 livros sobre o assunto, nunca encontrará todas as respostas.

O mesmo acontece com as mães cadeirantes que além de sentir várias sensações comuns, também enfrentam alguns situações diferentes por estar na cadeira de rodas.

E como não existem muitos livros que falam diretamente sobre isso, nós decidimos conversar com uma mãe e compartilhar com vocês tudo o que ela passou e está passando durante sua gestação.

Para conversar com a gente, convidamos a nossa grande amiga Eduarda Oliveira que já esteve aqui no Cantinho dos Cadeirantes contando um pouco sobre sua vida.

Ela nos contou que se tornou cadeirante há 4 anos, devido a um acidente automobilístico, ela teve uma lesão de nível T-11/T-12, que ocasionou a perda completa dos movimentos e sensibilidade das pernas.

Antes do acidente Eduarda já tinha sido agraciada com a vinda de seu primeiro filho Pedro, que na época do acidente estava com 5 aninhos.

Hoje ele tem 9 anos e está aguardando ansiosamente pela chegada do irmãozinho!

DESCRIÇÃO:
Nesta imagem temos a família de Eduarda e seus dois cachorros sentados na grama, todos sorrido.
No lado esquerdo está o marido, ao lado direito está Eduarda, atrás dos dois está seu filho Pedro e na frente temos os dois cachorrinhos.

Veja como foi a nossa conversa com Eduarda Oliveira:

Seu filho Pedro está com 9 anos agora, mas quando houve o seu acidente ele tinha 5 aninhos...
Naquela época, você chegou a questionar a sua capacidade de ser uma boa mãe para ele?

Questionei muito a minha capacidade de ser uma boa mãe!

Muita coisa mudou para mim com o acidente, mas para ele mudou mais ainda, pois eu fazia tudo com ele.

Eu levava e buscava ele na escola, passeávamos nos finais de semana para os parques e praças, ia nas apresentações das escolinhas (coisa que hoje é difícil devido à falta de acesso para mim).

E do nada sofri o acidente e comecei a pensar que não conseguiria ajudá-lo em mais nada!

Graças a Deus eu estava muito muito enganada!

Você acreditou em algum momento que não conseguiria engravidar novamente?

Eu tinha uma certa convicção que não poderia ter mais filhos devido a essa condição, e acreditei que eu tinha sido mãe cedo porque era "o plano de Deus" para o que estava por vir...

Pensava que era como ele me dissesse: "lhe darei um filho agora com 16 anos pois daqui uns anos você será incapaz" esse era meu pensamento!

Eu queria outro bebê, mas não nesse momento... planejava para depois de formada.

Mesmo assim vivia pesquisando sobre gravidez e paraplegia, e pelo que lia nos artigos me sentia tranquila quanto a isso.

Você engravidou por querer, ou foi uma surpresa?

Devido a minha condição, os músculos foram enfraquecendo e com isso tive um Prolapso de bexiga e útero...

Com o tempo a única solução seria a retirada do útero.

A partir daí, os planos mudaram e comecei a batalha para engravidar!

Se quisesse outro filho teria de ser agora!

Após 4 meses de tentativa e uma perda, eis que veio a surpresa!

Um positivo!


Nesta imagem temos Eduarda vestindo roupas azuis, ela está de lado, olhando para sua barriga enquanto está sentada em sua cadeira de rodas.
Ao fundo apare algumas árvores.

Como está sendo a gestação?

Minha gestação está sendo bem controlada!

Devido a minha condição somada à falta de circulação, ela é considerada de risco.

Faço acompanhamento com vascular, obstetra, fisioterapia motora para estimular a circulação, uso controlado de aspirina para ajudar também na circulação do sangue.

Tirando esses detalhes, estamos bem graças a Deus.

Do começo até uns 6 meses foi batata!!!

Agora está tudo muito difícil.

A barriga grande dificulta as transferências, o sono, a coluna dói mais que o normal.

Sem duvida parte mais difícil é o peso da barriga.

Você logo achou um profissional que aceitasse acompanhar sua gestação, ou teve dificuldade nisso?

Tive um pouco de dificuldade de encontrar um profissional que me atendesse bem!

Passei por 3 obstetras diferentes, fiquei em dúvida de 2 deles, mas no fim acho que fiz uma boa escolha.

É importante ressaltar o quanto é difícil encontrar um profissional que já teve pacientes cadeirantes e gestantes!

Percebi o quanto eles ficam inseguros com essa situação.

Como você está planejando o parto?

Como não consigo fazer força, infelizmente o Bernardo virá ao mundo através de uma cesariana.

O Pedro foi parto normal e eu queria muito que o Bernardo viesse deste modo também, mas após muita avaliação e conversa com os médicos, a decisão foi a cesariana mesmo.

Para meu bem e pelo bem dele também.

Ainda não marcamos a data ao certo, mas ao que tudo indica será na semana do dia 18 de Abril.


Eduarda segurando sua barriga, com um sorriso lido e olhando para o céu.
Ela veste roupas azuis.

Como você está se sentindo?

Sou muito medrosa, e como uma boa medrosa estou me sentindo insegura e com bastante medo.

Mas no fundo eu sinto que já deu tudo certo!

O que me conforta e me acalma é exatamente pensar que já deu certo!

Você já fez alguma adaptação em sua casa para conseguir lidar com seu bebê?

O quartinho dele foi planejado para que eu tivesse espaço para tocar a cadeira.

O trocador e a cama de babá tem a altura certa para mim!

Desta forma consigo fazer as transferências sem medo e consigo trocar ele sem ajuda e sem incomodo.

O bercinho dele também foi escolhido especialmente pensando na facilidade de eu mesma colocá-lo e tirá-lo sozinha sem ajuda.

Ele abaixa uma das grades laterais.

Tem alguma coisa que queira acrescentar e deixar um recado para as futuras mamães cadeirantes?

Bom, sim é possível ser mãe da cadeira de rodas!

Assim como nos adaptamos para viver tranquilamente nossas vidas, é possível adaptar tudo para a chegada de um bebê!

Desde que se faça acompanhamento pré natal certinho, é possível ter uma gestação tranquila!

É uma etapa da vida que toda e qualquer mulher deve experimentar!

É um sentimento inexplicável.

Cada chute, cada pulinho é um misto de amor e felicidade fora do comum!

Acompanhar o crescimento e desenvolvimento de um ser dentro de nosso ventre é fantástico.

Então, vamos aguardar a chegada do Bernardo e emanar energias positivas para a mamãe Eduarda e para toda sua família!

Em breve traremos novidades sobre eles e prometo postar uma foto do pequeno Bernardo assim que nascer!

Nesta imagem temos Eduarda de olhos fechados, uma coroa de flores, sentada em um balanço, vestindo um top branco e uma saia branca bem volumosa.
Ao fundo aparece algumas árvores.


Fonte: cantinhodoscadeirantes.com.br fotos: Arquivo pessoal




Secretaria e OAB SP assinam convênio para difusão da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência




Na tarde desta terça-feira, 28 de março, aconteceu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB SP, a assinatura do Convênio entre a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e a OAB SP.

O objetivo é difundir a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI (Lei nº 13.146/15) nos cursos de Direito.


Secretária Dra. Linamara assina Convênio com OAB SP. Dr. Marcos Observa.



Estiveram presentes a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Dra. Linamara Rizzo Battistella; o presidente da OAB SP, Marcos da Costa; o presidente da Comissão de Direito Civil, Marcelo de Almeida Villaça Azevedo; o presidente da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB SP, Mizael Conrado de Oliveira; entre outras autoridades.

A Secretária Dra. Linamara enfatizou a importância da parceria com a OAB SP. “Essa casa tem sido sede de momentos importantes na valorização de todos os humanos, com e sem deficiência, e na sua gestão, em particular, Dr. Marcos, a pessoa humana com deficiência tem tido uma prioridade inquestionável”.

Segundo a Secretária, se entendermos o valor da diferença e a necessidade de atender a essas diferenças de forma igualitária, vamos entender o quanto precisamos aprimorar o espírito da Lei.

Ela tem uma importância enorme, é a primeira lei que traduz de uma maneira clara o direito de todas as pessoas com deficiência”.

Dra. Linamara recordou a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, documento ratificado em 2008 pelo Brasil.

Eu entendo que nós temos uma lei maior constitucional que é a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, que teve uma importância enorme no cenário nacional e agora temos uma lei ordinária com igual importância”.

O presidente da OAB SP, Marcos da Costa, falou sobre a importância de auxiliar a população com deficiência e que ainda neste ano, farão uma Conferência Nacional que terá em um de seus painéis o tema “LBI”.


 
Dr. Marcos Costa, da OAB SP, assina convênio com a Secretaria. Dra. Linamara observa.


Para a OAB SP é uma honra formar esse convênio e trabalhar em conjunto com a Secretaria, estamos empenhados nessa causa que é muito importante para a cidadania”, ressaltou.


A LBI entrou em vigor em janeiro de 2016 e fortalece o segmento das pessoas com deficiência.

Se soma a outras leis de igual importância, como a Convenção da ONU e a Lei de Cotas (8213/91), que reserva postos de trabalho às pessoas com deficiência.

A LBI atende ao segmento formado por 45,6 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. No Estado de São Paulo são 9,3 milhões.



Fonte: - pessoacomdeficiencia.sp.gov.br












segunda-feira, 27 de março de 2017

A porta - do lado - aberta e estreita.




A porta do lado



Como anda seu nível de exigência em relação à vida?

Você é daqueles que quer que tudo sempre dê certo, e que não admite falhas, aborrecimentos?

Em entrevista a determinado meio de comunicação, o médico Dráuzio Varella traz algumas considerações bastante sábias a respeito desse tema.

Diz ele que às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.

Ele, então, dá um exemplo trivial, que acontece com frequência na vida de muitos de nós:

É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu numa garagem qualquer.

Ao invés de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o resto de seu dia.

Acho que esta história de dois carros alinhados - diz ele -impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.

Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.

Será que nada dá errado para eles?

Dá aos montes, sim.

Só que para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.

Continua o médico a dizer:

O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote.

Que audácia contrariá-los!

São aqueles que nunca ouviram falar de saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.

Criam verdadeiros complexos de perseguição.

Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.

É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel.

E como esse, a maioria de nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho.

Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um "relevar".

Eu ando "deixando de graça"...

Para ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco pra tudo o que eu tenho que fazer, então, não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.

Se procurar, vou procurar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia, então, uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.

Termina, Dráuzio Varella, dizendo:

Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado.


A indulgência faz-se urgente na alma humana.

A indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.

Na indulgência estão as cores da caridade, que procura ver no outro o que tem de bom, e não permite que suas sombras, que suas imperfeições, falem mais alto que sua luminosidade crescente.

Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que sejam; não julgueis com severidade senão as próprias ações.


Fonte: - Momento Espírita com base em texto do site pensador.info e dos  itens 16 a 18 do cap. X do livro O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 03.06.2009.






A porta aberta



Foi na Escócia, em Glasgow, que esta história aconteceu.

A adolescente tinha problemas em casa, vivendo revoltada com os limites impostos por seus pais.

Ela queria liberdade plena.

Seus pais lhe ensinaram a respeito de Deus e de Suas Leis justas e imutáveis.

Um dia, ela declarou:

Não quero seu Deus.

Desisto, vou embora.

Saiu de casa, alcançou os jardins do mundo e almejou ser uma mulher que pudesse fazer o que desejasse.

Logo descobriu que não era tão fácil viver sozinha, tendo que arcar com sua própria subsistência.

O alimento, as roupas, um lugar para viver.

Tudo era extremamente caro. Incapaz de conseguir um trabalho, frágil e só, ela acabou por se prostituir para simplesmente sobreviver.

Os anos se passaram.

Seu pai morreu.

Sua mãe envelheceu.

E ela nunca mais tentou qualquer contato com os seus.

Certo dia, a mãe ouviu falar do paradeiro da filha.

Foi até o local de prostituição da cidade, tentando resgatá-la, mas não a encontrou.

No caminho de volta, tomou uma resolução.

Parou em cada uma das igrejas e templos e pediu licença para deixar ali uma foto sua.

Era uma foto daquela mãe grisalha e sorridente, com uma mensagem manuscrita:

Eu ainda amo você.

Volte para casa.

Os meses se passaram.

Nada aconteceu.

Então, um dia, a jovem foi a um local onde se distribuía sopa para os carentes.

Sentou-se, enquanto alguém fazia uma palestra sobre aquelas coisas que ela ouvira durante toda sua infância.

Em dado momento, seu olhar se voltou para o lado e viu o quadro de avisos.

Pareceu reconhecer aquela foto.

Seria possível?

Não se conteve.

Levantou-se e leu a mensagem:

Eu ainda amo você. Volte para casa.

Reconheceu sua mãe no retrato.

Era bom demais para ser verdade.

Ela desejara tantas vezes voltar, mas temia não ser recebida.

Afinal, ela se transformara numa vergonha para os seus pais.

Era uma mulher perdida.

Objeto de tantos homens.

Era noite mas, tocada por aquelas palavras, foi caminhando até sua casa.

Amanhecia o dia, quando chegou.

O sol se espreguiçava em sua cama de nuvens e seus raios escorriam, radiantes, inundando a Terra de pequeninos pontos de luz.

Ela se aproximou, tímida.

Não sabia bem o que fazer.

Bateu à porta e ela se abriu sozinha.

Sobressaltou-se.

Alguém arrombara a casa, pensou.

Preocupada com sua mãe, correu para o quarto e viu sua mãe dormindo.

Acordou-a, chamando-a:

Mãe, sou eu.

Voltei para casa.

A idosa senhora mal podia acreditar.

Abraçou-se à filha, em lágrimas.

Fiquei tão preocupada, mãe.

A porta estava aberta.

Pensei que alguém tinha entrado e a tivesse ferido.

Enquanto passava as mãos, docemente, pelos cabelos da filha, falou a mãe:

Filha querida.

Desde o dia em que você se foi, a porta nunca mais foi fechada.


Alguém escreveu certa vez ao seu filho:

Quando você era pequeno e bastava estender a mão para tocá-lo, eu usava cobertores para protegê-lo do frio da noite.

Mas agora que você cresceu e está fora do alcance, junto minhas mãos e cubro você com minhas orações.

De todos os amores, o mais próximo de Deus é, possivelmente, o amor de mãe, pois ele sempre está pronto para estender as mãos e erguer o filho tombado, não importa se no abismo da desonra, no pântano da indignidade ou na noite das incertezas.


Fonte: - Momento Espírita, com base no cap. A porta aberta, de Robert Strand, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante. Em 14.10.2014.






A porta estreita



Em certo trecho do Evangelho, Jesus afirma ser estreita a porta que conduz à salvação e que poucos a encontram.

Uma leitura apressada dessa passagem poderia conduzir à conclusão de que a ampla maioria da Humanidade fatalmente sucumbirá, vítima de seus equívocos.

Entretanto, é necessário ponderar que Jesus também disse que nenhuma de Suas ovelhas se perderia.

Conjugando-se essas duas passagens, conclui-se que a obra da própria redenção é trabalhosa, mas todos a realizam.

Trata-se da única conclusão harmoniosa com a existência de um Deus Onipotente, Onisciente e Bondoso.

É incompatível com a bondade de Deus imaginar que Ele tenha criado seres destinados à perdição.

Como Ele tudo sabe e nada O pode surpreender, uma única criatura que se perdesse já colocaria em xeque Sua bondade.

Afinal, no ato da Criação, Deus já saberia o triste destino daquele ser.

O Espiritismo ensina que todos os Espíritos são criados em estado de simplicidade e ignorância.

Agraciados com os gérmens de todos os dons, devem desenvolvê-los à custa do próprio esforço.

No processo de aprender, equívocos são cometidos e maus hábitos, adquiridos.

Entretanto, as oportunidades de aprendizado e reparação sempre se sucedem.

Quem se dedica seriamente ao aprendizado, realiza-o em breve tempo.

Já os recalcitrantes são conduzidos por entre dores e decepções.

Toda desgraça causada ao semelhante deve ser reparada.

Todos os vícios precisam ser abandonados.

Compaixão, pureza, lealdade e amor ao trabalho são apenas algumas das virtudes a serem assimiladas ao caráter.

O processo de sua consolidação e vivência constitui obra dos séculos.

Ninguém se torna sábio e bondoso em um repente.

No entanto, sabedoria e bondade são metas impostas por Deus a todos os Espíritos.

Por se tratarem de desígnios Divinos, eles se cumprem em cada ser, mais cedo ou mais tarde.

Quando o Espírito se harmoniza com as Leis Divinas, ele transcende.

Purificado de todos os vícios e mazelas, parte para novas etapas de sua jornada pelo Infinito.

As dores e as tristezas ficam para trás.

Seu aprendizado continua em corpos mais sutis.

Liberto do apego às coisas materiais, também se distancia das dores que a matéria causa.

A estreiteza da porta a que se refere o Cristo relaciona-se com a dificuldade que o ser enfrenta para libertar-se de suas paixões.

A conquista da sabedoria implica assimilar a real importância de todas as coisas e situações.

Nem desprezo e nem apego, mas sábia utilização.

Dinheiro, alimento, sexo e poder, tudo isso é útil e bom na medida e no contexto certo.

Na obra da Criação não há nada de intrinsecamente errado ou mau.

O exagero na utilização dos dons da vida é que causa distúrbios.

Os recursos à disposição das criaturas são essencialmente neutros.

Na abundância é necessário usar com sobriedade e partilhar.

Na falta, não se consumir em inveja e recalque.

Em qualquer situação, ser um amante do trabalho e do progresso.

Para bem viver é necessário assumir a postura de dedicado aprendiz.

Qualquer que seja a lição apresentada pela vida, fazê-la de bom grado.

Prestar atenção nas situações que se sucedem, a fim de identificar e corrigir os próprios defeitos.

O burilamento do próprio caráter constitui a tarefa maior de cada ser.

A conquista de virtudes e o abandono dos vícios são deveras trabalhosos.

Mas constituem a porta estreita pela qual todos devem passar rumo à suprema felicidade.

Pense nisso.


Fonte: - Equipe de Redação do Momento Espírita.











sexta-feira, 24 de março de 2017

Delegacia de policia da pessoa com deficiência.


Fachada da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo


Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência conta com equipe especializada e já lavrou mais de 10 mil B.O.s
 


Por Nathaly Cristine Rigo.





Em 2014, o Estado de São Paulo deu um salto positivo no atendimento às pessoas com deficiência, quando lançou a primeira Delegacia de Polícia especializada no tema.

Foram registrados no estado de São Paulo, em 2016, 10.724 Boletins de Ocorrência envolvendo 10.920 vítimas com algum tipo de deficiência, número 28,8% menor de boletins comparados ao ano de 2015.

A redução das estatísticas nem sempre revelam proporcional redução da violência, mas sim refere-se tão somente ao registro formal das ocorrências.

Resultado da parceria da Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência opera em um sistema diferenciado, com equipe mista de policiais e um Centro de Apoio integrado com equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, psicólogos, intérpretes de Libras e sociólogos.

Além de prestar o atendimento ao público que procura a Delegacia, o Centro de Apoio faz o acompanhamento do caso e realiza, quando necessário, encaminhamentos para outros serviços.

Só no ano de 2016, foram realizados 924 atendimentos da equipe multidisciplinar, além de encaminhamento de 149 usuários a diversos serviços de utilidade pública.

De acordo com a coordenadora da equipe do Centro de Apoio, Rosália Peres Gonçalves, há uma grande procura do público com deficiência auditiva ao serviço.

Aqui eles encontram amparo, há profissionais que conversam com eles de igual para igual, que são os intérpretes de Libras.

Eles procuram a Delegacia para algumas soluções, não só para fazer Boletim de Ocorrência mas também para traduzir um texto, ler uma carta que eles receberam, então nós conseguimos conversar com eles e encaminhá-los,” disse.

A Delegacia de Polícia tem como titular a Delegada Samanta Rihbani Conti.

Ela ressalta a importância do atendimento realizado.

“A equipe do Centro de Apoio tem acesso a toda a rede de assistência social da cidade.

Às vezes, eles precisam de atendimento médico ou atendimento psiquiátrico, por exemplo, e o Centro de Apoio faz esse meio campo”.

A Delegada Samanta Rihbani Conti é a titular da Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência

No ano de 2016, a Delegacia realizou 66 visitas domiciliares para melhor compreensão da dinâmica familiar e sociais do atendido, foram realizadas também 40 visitas compartilhadas com a equipe policial para acompanhamento de casos com Inquéritos Policiais e denúncias recebidas pelo Disque Denúncia.

A maior parte das vítimas que procura atendimento na Delegacia é formada por pessoas com deficiência física (45,7%), seguida pela deficiência intelectual (23%) e auditiva (13,2%).

As principais denúncias criminais feitas na Delegacia são furto (11,6%), ameaça (11,5%), roubo (11,3%) e lesão corporal (8,5%).

Atendemos um grande número de surdos até pela dificuldade de comunicação, mas no Estado de São Paulo a maior parte das pessoas com deficiência que procura a delegacia têm deficiência física, mas na Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência se concentra principalmente a população surda.

Os atendimentos são formados pelos mais variados casos desde os crimes patrimoniais, lesões corporais, ameaças, injúrias, ofensa em razão da deficiência e até crimes sexuais”, disse a delegada Samanta.

Atendida pela Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, Ana* tem deficiência auditiva e sofria agressões do seu marido; ela buscou atendimento em uma delegacia comum, mas não conseguiu pela dificuldade de comunicação.

Foi muito difícil, não tinha comunicação, acabei não sendo atendida, eu desisti do atendimento e fui para casa.

Quando minha amiga disse que tinha uma Delegacia para pessoas com deficiência, eu acabei indo lá e gostando muito, aproveitei o momento de ter o intérprete para fazer todas as perguntas”.

Ela acabou se separando do seu marido.

Para melhor atendimento e orientação de toda a rede, a equipe policial da Delegacia, junto com a equipe multidisciplinar, realiza inúmeros treinamentos por meio do Acadepol, para novos policiais.

Cerca de 1.300 agentes já passaram pelo curso.

Os treinamentos buscam sensibilizar sobre a causa das pessoas com deficiência.

A Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência recebe denúncias pelo serviço de Disque 100, serviço da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, destinado a receber demandas relativas a violações de direitos humanos e pelos Boletins de Ocorrência.

Atualmente o estado de São Paulo conta com 9,3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo o Censo IBGE/2010.


SERVIÇO

Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência – DPPD

Horário de atendimento: segunda a sexta-feira – 9h às 18h

Endereço: Rua Brigadeiro Tobias, 527 – térreo (próximo à estação Luz do metrô - linhas Amarela e Azul)


Telefone: (11) 3311.3380 / 3311.3383 / 3311.3381



Fonte: - pessoacomdeficiencia.sp.gov.br




Comissão para acessibilidade e inclusão de deficientes em 43 tribunais



Todo Tribunal deve criar sua Comissão de acessibilidade e inclusão.

Isto é fundamental para criar um ambiente de igualdade tanto aos servidores, como aos jurisdicionados.

Isto é respeito aos Direitos Humanos.

Não consegui visualizar se o Tribunal de Justiça de Minas Gerais possui esta Comissão, efetivamente, criada, nos moldes do que estabelece a Resolução.

Espero que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais tenha consciência da importância desta criação e de uma discussão mais profícua para eliminarmos as várias barreiras que são impostas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais nos Fóruns de nosso Estado. Isto é lei.

ANA LÚCIA DE OLIVEIRA - Advogada


Pelo menos 43 tribunais do país já instituíram a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, conforme determina a Resolução CNJ n. 230.

A adoção das comissões, informada pelos tribunais ao CNJ, inclui a Justiça Estadual, Federal, Eleitoral, Trabalhista e Militar.

As comissões, compostas por magistrados e servidores, são responsáveis por fiscalizar e planejar os projetos arquitetônicos de acessibilidade, os projetos pedagógicos de treinamento e capacitação dos profissionais que trabalhem com pessoas com deficiência.

As ações em andamento no Judiciário envolvem, entre outras, a contratação de intérprete de Libras (linguagem de sinais) para as audiências e os julgamentos, a adoção de sistemas para possibilitar o trabalho de deficientes visuais e a capacitação de juízes e servidores sobre o tema da acessibilidade.

Em 2009, o CNJ já havia editado uma norma a respeito: a Recomendação n. 27, com o objetivo de orientar os tribunais a adotar medidas para a remoção de barreiras físicas, arquitetônicas e de comunicação de modo a promover o amplo e irrestrito acesso de pessoas com deficiência às suas dependências, bem como a instituição das Comissões de Acessibilidade.

No entanto, em junho de 2016, a Resolução 230 tornou seu cumprimento obrigatório em todo o Judiciário sob pena de punição administrativa.

Cão-guia – Ernandes Feitosa, analista judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), é cego e trabalha com auxílio do sistema de JAWS, que transforma em áudio o conteúdo da tela.

Além disso, o tribunal possui uma van adaptada para o transporte de servidores com deficiência que apresentam barreiras para acessar o local de trabalho.

Os avanços são resultado da atuação do Núcleo de Inclusão (NIC) do TJDFT, do qual o próprio Ernandes faz parte, como representante dos servidores com deficiência na Comissão Multidisciplinar.

O tribunal está muito avançado, lá fora não é assim, muitas vezes não me deixaram entrar com o cão-guia no táxi dizendo que iria sujar”, diz Feitosa, que trabalha na repartição pública com seu cão ao lado.

Para ele, os preconceitos são vencidos com educação.

É comum ouvir que passar no concurso pelas cotas é fácil.

Mas ninguém analisa o tanto de barreiras que aquela pessoa já teve na vida”, diz.

Outras conquistas do NIC do TJDFT foram o cadastramento de intérpretes e tradutores de Libras para atuarem em audiências de Justiça e a realização de palestras sobre inclusão e diversidade para servidores e magistrados – a última delas, por exemplo, contou com a presença do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, no Paraná, Ricardo Tadeu, o primeiro magistrado cego do país.

Queremos romper estereótipos e mitos por meio da conscientização”, afirma Liane Carvalho, supervisora substituta do NIC. O TJDFT conta atualmente com 263 servidores com deficiência, os quais são chamados a participar com frequência de encontros e fóruns.

Nosso lema é: nada sobre nós sem nós”, diz Liane.

Universalizar o acesso – A recém constituída Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) tem como meta universalizar o acesso à Justiça, com medidas como a contratação de tradutores de libras e adaptação do site do tribunal.

A ideia é focar no jurisdicionado”, disse Cinara Moreira, a coordenadora da comissão.

No último concurso realizado pelo tribunal, em 2014, tomaram posse 15 servidores com deficiência.

A comissão realizará um levantamento do número de pessoas deficientes que trabalham no Tribunal, onde estão lotadas e o tipo de deficiência delas.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o de Roraima e o do Acre também anunciaram a instituição de comissões de acessibilidade.

De acordo com a servidora Ana Cunha, da Justiça do Acre, será feita uma avaliação da acessibilidade do prédio do tribunal, que tem, somente em Rio Branco, 10 servidores com deficiência.

Uma conquista foi a inclusão, na grade curricular da Escola do Servidor e Magistrados do Acre, de braile e de Libras”, diz Ana, que se tornou deficiente por uma sequela de paralisia infantil.

Ela é formada em história e trabalha na seção de memória do tribunal.

Queremos sensibilizar os colegas de que uma pessoa pode ter deficiência e render no trabalho”, disse.


Luiza Fariello Agência CNJ de Notícias


Fontes: - www.cnj.jus.br - analuciadireito.blogspot.com.br