Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

sábado, 30 de setembro de 2017

A missão de cada um.



Missão e renúncia


O caso de um Juiz Federal, noticiado pela imprensa, que ficou vários meses confinado no Fórum de uma cidade da região Centro-oeste do Brasil, chamou-nos atenção.

Afinal, qual foi o seu crime, para perder o direito à liberdade de circular livremente?

O Juiz não cometeu crime algum, apenas condenou criminosos do tráfico de drogas e confiscou seus bens, conforme estabelecem as leis do nosso país.

Certamente essa é uma atitude de alguém que assumiu um compromisso perante a própria consciência e não abre mão dele, ainda que o preço seja viver encarcerado, longe da família e dos amigos.

Sim, porque o preço que o nobre Juiz pagou é alto.

Sua vida corre perigo e os traficantes soltos oferecem alta quantia em dólares pela sua vida.

Esse o motivo do confinamento.

Ele poderia simplesmente renunciar ao dever de Juiz e viver tranquilamente junto à esposa e às duas filhas, mas prefere estar bem com a consciência do dever cumprido.

Sacrificar o próprio bem-estar e a segurança, em nome do dever, é um preço que poucos desejam pagar.

Firme em seu objetivo, aquele Juiz aceitou o cárcere como meio de continuar lutando em benefício da sociedade.

Não apenas da sociedade em que vive, mas da Humanidade, pois o tráfico de drogas é um flagelo mundial.

Enquanto muitos cidadãos, tidos por honrados, se aliam a traficantes de drogas em troca de dinheiro, esse Juiz, natural de Pernambuco, renuncia à própria liberdade pelo dever de condenar criminosos de grosso calibre.

Sem dúvida, um homem corajoso.

Um cristão consciente do seu dever.

Um magistrado de fé.

Talvez muitos de nós, mais apegados aos próprios interesses do que ao bem comum, não tivéssemos essa coragem e essa disposição para a renúncia.

Mas, a exemplo dos cristãos primitivos, que enfrentavam as feras com fé inabalável, existem homens e mulheres nos dias de hoje com a firmeza de um Paulo de Tarso.

Nada os faz mudar de ideia quando a questão é atender a consciência do dever.

E por que agem assim?

Porque assumiram um compromisso antes do berço, e sabem que os bons amigos do Além os protegem em todos os momentos. Isso lhes dá a confiança de que necessitam.

Sabem que o mundo não está à matroca e que, apesar dos maus serem audaciosos e intrigantes, o poder do bem é o único que tem vida própria, pois vem de Deus.

Atitudes como a do Juiz pernambucano são a prova de que o mundo tem jeito.

Basta ter atitude.

Basta querer.

Basta abrir mão dos interesses pessoais em nome da justiça.

O incomparável Homem de Nazaré certa vez disse, do alto de uma montanha:

Bem-aventurados os que têm fome de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

É bem provável que essas palavras de Jesus ecoem na acústica da alma do notável Juiz Federal que sofre perseguição por amor à justiça e lhe deem a fortaleza de que necessita para seguir adiante, com fé inabalável.

Para que a Terra se transforme em morada dos justos, Deus precisa de homens que cumpram o seu dever. Isso apenas.

Se todos fossem fiéis cumpridores dos seus deveres, a terra seria o paraíso
dos justos, mansos e pacíficos, conforme a promessa do Cristo, de que esses herdariam a Terra renovada.


Há encarcerados e encarcerados.

Você sabe qual é a diferença entre um encarcerado por livre escolha e um encarcerado por força das leis?

A diferença é a posse da chave que abre a clausura.

No caso do Juiz pernambucano, o confinamento é de sua livre escolha.

A chave da porta está com ele.

Já o prisioneiro delinquente não tem a posse da chave, que fica com o carcereiro.

Eis a grande diferença.

O primeiro é livre para sair, mas prefere sacrificar a liberdade em favor da justiça.

O segundo perdeu a liberdade por egoísmo, e está segregado por ser um elemento que oferece risco à sociedade.

Isso tudo em nome da liberdade.

Todos somos livres.

Livres até para abrir mão da própria liberdade.


Fonte - Momento Espírita, com base em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 4.7.2005, sobre o Juiz Federal Odilon de Oliveira e no Evangelho de Mateus, cap. V, vv. 5, 6 e 10. Em 7.6.2013.




Missão especial


Quanto vale um burro de carga?

Se você já viu algum deles deve ter notado que, quase sempre, ele anda de cabeça baixa, mais ou menos devagar, e sempre para onde os outros querem.

Não reclama.

Só obedece.

Pois esta história se passou na cocheira de um famoso palácio real, no tempo em que não havia automóveis.

Os demais cavalos viviam caçoando do burro de carga.

O cavalo árabe se gabava da maneira como era acariciado pelas mãos das princesas, depois de vencer as corridas.

O burro, coitado, esse só devia conhecer o chicote, no lombo maltratado.

O potro inglês erguia a cabeça, com orgulho e dizia que o burro era um burro mesmo.

Nem tinha condições de avaliar a diferença entre eles, cavalos de raça e ele próprio, um sem nome.

Outro cavalo, de origem húngara, o chamava de covarde.

Imagine!

Ele não dera nem um coice ao ser amansado.

Simplesmente se deixara conduzir, montar, e atrelar a uma carroça com pesada carga.

E o jumento espanhol dizia se envergonhar de ser seu parente próximo.

O burro ficava quieto.

Durante muito tempo, ele puxara pesados fardos, de um lado a outro.

Agora, estava na cocheira porque o resolveram aposentar.

Estava ficando velho e diziam não aguentar carga muito pesada.

Certo dia, um grande alvoroço aconteceu quando o rei apareceu na cocheira, com seu manto real e sua coroa de ouro na cabeça.

Ele queria um animal dócil e educado, que merecesse absoluta confiança.

O empregado ofereceu o cavalo árabe.

Mas o rei disse que ele servia só para corridas e festejos sem muita importância.

E o potro inglês?

Ah, esse era muito irrequieto.

Servia para a caça somente.

Quem sabe o cavalo húngaro?

Não, foi logo falando o rei.

Ele é muito bravo e sem educação.

Talvez possa servir como pastor de rebanhos.

Não para a importante missão que estou pensando.

O empregado não sabia o que fazer.

Estava começando a ficar preocupado.

Afinal, o rei tinha rejeitado os cavalos mais bonitos, soberbos e ágeis.

Lembrou-se do jumento.

Mas o rei conhecia muito bem todos os seus animais e foi logo dizendo que o jumento espanhol era manhoso e não merecia confiança.

Não sobra mais nenhum, disse o empregado.

O rei pensou um pouco, estalou os dedos e perguntou:

Onde está o burro de carga?

O próprio rei o puxou para fora, com carinho.

Mandou colocar os emblemas da casa real e um manto vermelho, vistoso, sobre ele.

Quando o animal estava pronto, até bonito ficou e sorriu.

Sentiu-se importante e emocionado.

O que será que o rei teria para ele transportar?

Que carga preciosa lhe seria confiada?

Em breves minutos, o rei trouxe o filho, ainda menino, e o confiou ao burro de carga, para uma longa viagem.


Assim também acontece na vida.

Em todas as ocasiões, temos um grande número de conhecidos, companheiros.

Mas, somente nos prestam serviços de real utilidade, nos momentos mais difíceis, aqueles que são os nossos verdadeiros amigos.

Aqueles que aprenderam, ao longo da vida, a servir e sofrer, a suportar cargas pesadas, sem pensar muito em si mesmos.


Bom é ter amigos nos quais se possa confiar, sem limites.

Melhor ainda é ser um amigo leal, com quem os outros possam contar, a qualquer hora, a qualquer momento, para o que precisarem.

Pensemos nisso!


Fonte - Momento Espírita, com base no cap. O burro de carga, do livro Alvorada cristã, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 7.2.2015.




A missão de cada um.


Invadiu-me certa vez uma inexorável perplexidade acerca do sentido da vida.

Decidi, então, peregrinar por este mundo em fora, para decifrar tão profundo enigma.

A todos os seres que encontrava propunha a questão.

À frondosa árvore, enraizada no centro de grande praça, supliquei que me revelasse sua verdadeira missão.

Explanou-me ela:

"Em primeiro lugar, devo manter-me viva, forte, saudável, para melhor poder cumprir meu papel.

Em segundo, descobrir exatamente qual seja este papel.

E, por fim, desempenhá-lo diligentemente.

A mim cabe proteger os peregrinos que por aqui passam, nos tórridos dias de verão, ofertando-lhes minha generosa sombra."

Segui adiante e deparei-me com um belo gato siamês.

Segredou-me ele que sua missão consistia em fazer companhia a uma velha senhora, ofertando a ela todo seu encanto e ternura.

Por muitos e muitos dias, por escabrosas veredas, feri meus pés à procura de respostas à pungente dúvida.

O esforço foi sobejamente recompensado.

Mas eu sentia que era preciso ainda ouvir uma sábia opinião de um representante do gênero humano.

Finalmente, após fatigante busca, no alto de um outeiro, encontrei um sábio anacoreta, longas barbas brancas, olhar perdido no horizonte, a meditar...

Acolheu-me amavelmente.

Após ouvir, todo paciência e atenção, meu relato e minhas súplicas, sentenciou gravemente:

"Meu prezado buscador.

Os sábios seres da natureza propiciaram a ti as respostas.

Já és possuidor do inefável segredo.

Não obstante, mais posso aduzir:

Caso descobrires que és uma árvore, sejas realmente uma árvore; se fores um gatinho, não te constranjas em ofertar toda tua meiguice; e se um leão, coloca sempre toda tua energia em tudo que fizeres.

Enfim, é preciso descobrir teus verdadeiros talentos, aprimorá-los, produzir os melhores frutos, e então, ofertá-los generosamente."


Ninguém habita este planeta sem objetivo, sem finalidade maior.

Aquele que cultiva a terra realiza uma missão.

Como aquele que governa ou que instrui.

Tudo se encadeia na natureza.

Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a realização dos desígnios da Providência.

Cada um tem sua missão na Terra.

Cada um pode ser útil para alguma coisa.

Desta forma, buscadores que somos, o que devemos encontrar é a nós mesmos, descobrindo depois no que podemos ser úteis.

Que habilidade temos?

Quais são nossos talentos?

O que podemos fazer pela comunidade ao nosso redor?

É tempo de descoberta e de ação.

Cada dia na Terra é oportunidade única que não pode mais ser desperdiçada com as distrações e ilusões que criamos ao longo das eras.


Fonte - Momento Espírita com base em texto do livro A magia das palavras, de Ramiro Sápiras, ed. Recanto das letras e no item 573 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 19.10.2009.












quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Entendendo a LBI Lei Brasileira de Inclusão



Entendendo a LBI
Lei Brasileira de Inclusão
(nº 13.146/15)



Após 15 anos em tramitação até ser aprovada em 2015, a LBI – Lei Brasileira de Inclusão (nº 13.146/15) ainda não é uma realidade em todos os municípios do território brasileiro, infelizmente.

O projeto inicial de autoria do senador Paulo Paim (PT) chegou até a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB) em 2012, quando a mesma foi designada relatora do texto.

A partir daí, com a participação da sociedade, foi dado início a um processo de construção coletiva, tendo como base a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência.

Desde a consolidação do Estado Democrático de Direito com a promulgação da Constituição Federal em 1988, como explica Mara Gabrilli no texto de introdutório de apresentação da LBI, “reconheceu-se a necessidade de garantir a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade”.

Aprovada há poucos anos, por isso desconhecida pela maioria, a LBI é hoje uma “legislação tão grandiosa quanto nossa luta”, como defende a deputada tetraplégica que se empenha arduamente para que 45 milhões de brasileiros tenham seus direitos reconhecidos e respeitados e, em suas palavras, que deixem “de ser invisíveis”.

Foto: Divulgação/Reprodução

"Tenho muita gratidão por ter sido eleita para viver esse momento e saber que, a partir de agora, 45 milhões de brasileiros passarão a ter direitos e poderão deixar de ser invisíveis", deputada federal Mara Gabrilli.

Após o texto de apresentação no guia sobre a lei, nas versões digitais e impressas feito pela relatora Mara Gabrilli, é apresentada a Linha do tempo “Entenda a trajetória da LBI”, que explica resumidamente esses 15 anos:

No ano 2000 foi apresentado pela primeira vez o texto da LBI com o nome de Estatuto da Pessoa com Deficiência, como citado anteriormente, pelo então deputado Paulo Paim.

Já em 2003, como senador, Paim apresentou uma proposta com o mesmo teor, mas desta vez no Senado.

Em 2006 ocorreu a aprovação do “texto substitutivo” – quando um relator de determinada proposta introduz mudanças no texto, a ponto de alterá-lo integralmente – assinado pelo deputado Celso Russomano (PRB) na Comissão Especial formada para analisar o projeto na Câmara dos Deputados.

E neste mesmo ano foi aprovado o substitutivo no Senado, relatado pelo senador Flávio Arns (PT).

Já em 2008 foi validada juridicamente a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o primeiro tratado internacional de direitos humanos a ser incorporado pelo ordenamento jurídico brasileiro como emenda constitucional.

No entanto, naquele mesmo ano grupos influentes passaram a alegar que a redação do Estatuto da Pessoa com Deficiência não estava de acordo com a Convenção.

Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15)

Foi então que, em 2012, a Secretaria dos Direitos Humanos (SDH), motivada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Pessoa com Deficiência, sediou um grupo de trabalho composto por juristas, especialistas e sociedade civil para ajustar o texto de acordo com a Convenção.

No ano seguinte, em 2013, o texto composto pelo grupo de trabalho foi colocado em consulta pública sob o lema “Nada sobre nós sem nós”, no portal e-democracia, a pedido da deputada Mara Gabrilli, nomeada naquela ocasião a relatora do projeto na Câmara dos Deputados.

Com o intuito de contemplar toda a diversidade humana, o texto foi publicado em uma plataforma acessível para que pessoas com deficiência visual, com autonomia, pudessem sugerir modificações e fazer alterações diretas à redação do texto.

Entre julho de 2013 e janeiro de 2014 foram abertas consultas e audiências públicas e recolhidas sugestões da população de todo o Brasil.

Neste mesmo ano foi apresentado o texto final pela relatora Mara Gabrilli.

A aprovação de seu texto substitutivo aconteceu em 2015, na Câmara dos Deputados.

E neste mesmo ano foi aprovado no Senado, relatado pelo senador Romário (PSB) e sancionado pela então presidente Dilma Rousseff (PT).

Senador Romário Faria (PSB/DF), deputada federal Mara Gabrilli (PSDB/SP) e senador Paulo Paim (PT/RS)

Complexa e, como dito, elaborada por especialistas, a “Lei Brasileira de Inclusão não é um compilado de leis, mas sim um documento que altera algumas já existentes para harmonizá-las à Convenção Internacional”, diz o texto explicativo sobre como foi pensado o conteúdo da LBI.

Devendo ser cumprida em todo o país, além das medidas instituídas pela Convenção, a exemplo do acesso à saúde, educação, trabalho, cultura, lazer, informação, entre outros, o texto da Lei Brasileira de Inclusão foi baseado na carência dos serviços públicos existentes no Brasil e nas demandas da população que participou ativamente.

Entre os principais exemplos de Leis que a LBI alterou em todos os campos da vida em sociedade estão: Código Eleitoral, Código de Defesa do Consumidor, Estatuto das Cidades, Código Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT.

No entanto, com efeito imediato, a principal inovação da LBI está na mudança do que se entende, hoje, como deficiência, não sendo mais tratada como uma condição estática e biológica da pessoa, mas sim como o resultado da interação das barreiras impostas pelo meio com as limitações de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo.



Por enquanto, na teoria, a Lei Brasileira de Inclusão garante que qualquer tipo de deficiência deixa de ser um atributo da pessoa e passa a ser o resultado da falta de acessibilidade que a sociedade e o Estado dão às características de cada um.

É o verdadeiro significado da frase: se um lugar não pode receber todas as pessoas, esse lugar é deficiente.

Ou seja, a LBI veio para mostrar que a deficiência está no meio, não nas pessoas.

Não há dúvidas de que, quanto mais acessos e oportunidades uma pessoa dispõe, menores serão as dificuldades consequentes de sua característica.

Portanto, diferentemente da Convenção, que é uma carta de intenções, o texto da Lei Brasileira de Inclusão traz soluções práticas para todas as áreas de políticas públicas, e cabe a nós cidadãos denunciar e cobrar de nossos governantes, desde os vereadores aos deputados e senadores.

Jornalista Rafael Ferraz e a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB/SP)


Veja como fazer a LBI valer na prática e denunciar o seu não-cumprimento:


A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) é um instrumento de diretos elaborado pelo Poder Legislativo, que tem por dever fazer leis que melhoram a vida dos cidadãos.

Mas o que fazer se a Lei não estiver sendo cumprida?

Nesse caso é preciso denunciar e buscar ajuda nos órgãos responsáveis pela fiscalização e defesa de direitos.


Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade)

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH/PR
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência – SNPD

Setor Comercial Sul - B, Quadra 9, Lote C, Edifício Parque Cidade Corporate, Torre "A", 8º andar CEP: 70308-200, Brasília, Distrito Federal, Brasil Telefones: +55 (61) 2027-3684 – 2027-3221 E-mail: pessoacomdeficiencia@sdh.gov.br

Defensoria Pública da União

Endereço: SAUN, Quadra 5 – Lote C - Centro Empresarial CNC Bloco C – 18º andar CEP 70.040-250 – Brasília (DF) Telefone: (61) 3319-4317 | Fax: (61) 3319-4378 E-mail: gabdpgf@dpu.gov.br


Defensorias Públicas Estaduais

Busca por Estado, entre as páginas 100 e 104 do arquivo em PDF da LBI.


MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria-Geral do Trabalho

Sede - SCS Quadra 09 Lote C Torre A - 12º pavimento - Brasília - DF CEP 70308-200 - Telefone: (61) 3314 8500 Anexo I - SAS Quadra 04 Bloco L - Asa Sul - Brasília - DF CEP 70070-922 - Telefone: (61) 3314 8500


Ministérios Públicos nos Estados

Busca por Estado, entre as páginas 104 e 107 do arquivo em PDF da LBI.

Procuradorias Regionais dos Direitos do Cidadão

Busca por Estado, entre as páginas 107 e 114 do arquivo em PDF da LBI.

Vamos fazer a LBI sair do papel e se tornar realidade na vida do brasileiro com deficiência.

Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15).

Faça o download gratuito da cartilha clicando aqui, e compartilhe!


(Via Rafael Ferraz, jornalista e autor da coluna Tetraplégicos Unidos)





Poder transformador.


Existe na região da Puglia, na Itália, uma encantadora província chamada Alberobello.

O nome deriva de Sylva Arboris Belli, que significa selva das árvores de guerra.

Bem situada, geograficamente, entre os mares Adriático e Jônico, no alto de uma colina, desde tempos antigos, mereceu a cobiça de conquistadores de diversas procedências.

Chamam a atenção as casas trulli, que significa cúpula. São casas brancas, cilíndricas, construídas por pedras superpostas.

O teto é formado por uma cúpula, também de pedra, onde, muitas vezes, são pintados símbolos.

As trulli existem apenas nessa região, ao norte de Puglia, mas em nenhum outro lugar a concentração é tão grande quanto em Alberobello.

Por isso mesmo, são consideradas patrimônio da Humanidade pela UNESCO, desde 1996.

A província tem uma história rica de glórias e de sacrifícios, sendo, na atualidade, uma grande produtora de azeite de oliva.

O seu solo calcário dá vida a doze milhões de oliveiras, algumas das quais são consideradas as mais antigas do mundo.

No passado, essa região era fundo do mar, aparecendo o solo coberto de pedra calcária, graças às naturais mudanças ocorridas no planeta.

Devastada por conquistadores audaciosos, os seus agricultores tiveram o trabalho de arrebentar a crosta de terra até encontrarem solo adequado para a plantação e vida.

Esse trabalho gigantesco, que requereu grande esforço e persistência, resultou nessaabundante produção de azeite de oliva para quase todo o país e para o Exterior.


Visitando essa região produtora e que atrai centenas de turistas, de forma constante, pensamos no que o ser humano é capaz de fazer.

O seu poder transformador decide conquistar o solo e o faz, vencendo a rocha, buscando a terra fértil para a produção farta.

Nesses dias difíceis que vivemos em nosso país e no mundo, caberia a cada um de nós nos utilizarmos desse poder extraordinário.

Ante as pedras das dificuldades que se apresentam, podemos acionar nossos esforços para vencê-las, sejam as de caráter particular, sejam as que são de toda a comunidade.

Se nos unirmos, seremos ainda mais fortes e poderemos nos tornar uma força impulsionadora do progresso, convertendo desertos em jardins.

Verdadeiramente, pedras em pães, em grãos, em alimento salutar.

Nosso verbo, nossas atitudes poderão incentivar almas indiferentes ou agitadas em tormentos a modificarem o próprio rumo.

Nossas ações servirão de exemplo aos que nos observam e que, estimulados por elas, agregarão esforços aos nossos para a solução de graves problemáticas que angustiam a muitos.

Unidos poderemos erradicar a ignorância, abrandar a fome e agasalhar os que padecem nas intempéries.

Com esforço contínuo, encontraremos o abençoado solo do amor para a plantação da ventura e da paz.

Conscientes dessa nossa capacidade, tornaremos digna nossa existência terrestre, agindo de forma positiva.

A terra infeliz, ainda coberta de pedras e de inutilidade, receberá a ação benéfica da nossa atuação.

Façamos isso.

Coloquemos as mãos em ação, coração e cérebro no bem.

Pensemos nisso.


Fonte - Momento Espírita, com base no artigo Alberobello, de Divaldo Pereira Franco, publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em  13.7.2017. Em 25.9.2017.












segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Cadeirantes têm vida sexualmente ativa quando são curiosos.

TV Globo/Renato Rocha Miranda




Cadeirantes têm vida sexualmente ativa quando são curiosos



Paraplégicos e tetraplégicos descobrem novas formas de prazer

Novela Viver a Vida (TV Globo) conta história do romance entre a paraplégica Luciana (Alinne Morais) e Miguel (Mateus Solano)

A ex-modelo Luciana, personagem da atriz Alinne Morais na novela Viver a Vida (TV Globo), deixou a profissão após sofrer um acidente que a deixou paraplégica.

Depois de passar maus bocados para se acostumar a viver em uma cadeira de rodas, Luciana se redescobriu como mulher e hoje vive uma paixão intensa com Miguel, o irmão gêmeo de seu ex-namorado.

O casal tem planos de se casar e ser feliz para sempre como todo bom final de novela.

Apesar da história ser fictícia, segundo os especialistas consultados pelo R7, pessoas com lesão medular podem ter relações afetivas, sexuais e mesmo ter filhos.

Os tipos de lesão mais comuns na medula causam a tetraplegia, quando há lesão cervical ou torácica de alta intensidade, que compromete tronco, pernas e braços, ou a paraplegia, quando há perda dos movimentos do umbigo para baixo.

As lesões da medula acontece quando há ruptura alta (mais próxima à cabeça) ou baixa (do meio das costas à lombar) das vértebras da coluna cervical, que comprometem a motricidade e a sensibilidade destas partes do corpo.

Vida sexual deles

De acordo com a fisiatra Therezinha Rosane Chamlian, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a possibilidade de ter relações sexuais e de gerar uma criança depende do nível e do tipo de lesão sofrida.

Nos paraplégicos, a possibilidade é maior, pois há preservação do tronco, dos braços e do abdome.

Já entre os tetraplégicos, o desafio é maior e depende da sincronia do casal em descobrir novas formas de atingir o prazer.

O cadeirante pode ter ereção e ejaculação.

No paraplégico há ereção de reflexo, ou seja, com efeito psicológico ou pela visão de uma foto.

Pode também conseguir penetração e ejaculação.

O que muda em relação aos não cadeirantes é que a ereção não dura muito.

Segundo a médica, o homem lesionado consegue uma ejaculação de pequena quantidade e a qualidade do espermatozoide pode não ser muito boa em virtude das infecções urinárias comuns entre quem tem a lesão.

Ele pode ter orgasmo se estimulado e tocado em outras regiões do corpo, pela estimulação dos mamilos, do pescoço, mesmo que não sinta a parte de baixo.

O uso de medicação para disfunção erétil pode ser indicado para prolongar a ereção, desde que o homem consulte um fisiatra e um urologista antes.

Em alguns casos, pode ser indicado também a prótese peniana de silicone para que se mantenha o órgão em um tamanho que seja capaz de conseguir uma ereção.

Ter filhos, então, torna-se a maior dificuldade de um lesionado pela baixa qualidade de seu sêmen, explica a fisiatra.

Prazer delas


A vida sexual da mulher paraplégica também é possível, desde que se tome alguns cuidados após a fase chamada de choque medular, isto é, entre os dois, três primeiros meses após a lesão.

Nesta fase a mulher para de menstruar por causa da perda de controle neuro-modular que, em vias gerais, age como uma desconexão entre o cérebro e o corpo porque o nervo está paralisado.

Saída dessa fase ela volta a menstruar e ovular, podendo engravidar.

Portanto, o casal tem de avaliar essa possibilidade antes de começar a se relacionar sexualmente.

Se o casal pretende ter relação e não quiser que a mulher engravide, tem que usar preservativo ou fazer cirurgia, pois não se sabe se ela poderá usar anticoncepcional.

A mulher lesionada pode gerir uma criança da mesma forma que uma mulher sem a deficiência e dar à luz sem grandes problemas.

No entanto, os médicos pedem que seja realizado um pré-natal mais cuidadoso, pois os riscos de pressão alta e problemas vasculares aumentam.

Passado estes pormenores, a relação com uma mulher lesionada pode ser prazerosa se o parceiro não lesionado for curioso o bastante para achar outros pontos que não os genitais, estes cuja sensibilidade foi perdida.

Se ela for paraplégica, o parceiro pode estimular as mamas, o pescoço, o abdome e até realizar a penetração.

Para isso, vale usar lubrificante.

Mas assim como mulheres não lesionadas, a cadeirante precisa de orientação médica, ou seja, consultar-se com um ginecologista regularmente para prevenir-se contra doenças sexualmente transmissíveis e câncer de mama ou do cólo do útero.

Se há dúvidas sofre como se comportar sexualmente com um lesionado, os médicos orientam a consulta com um fisiatra.


Fonte – noticiasr7.com


Xô, preconceito! Atletas com deficiência mostram desenvoltura no jiu-jítsu


Xô, preconceito! Atletas com deficiência mostram desenvoltura no jiu-jítsu



Veja o vídeo.

Com área exclusiva para lutas adaptadas, competição teve atleta paralímpico de rugby, pupilo "atrevido" de José Aldo e lutador de MMA com paralisia cerebral

Por Caio Blois* e Guido Nunes, Rio de Janeiro - * Estagiário, sob a supervisão de Raphael Marinho

Realizado no último domingo no Rio de Janeiro, o Campeonato Sul-Americano de Jiu-Jítsu teve na inclusão seu diferencial em relação a outros eventos de luta pelo mundo.

Com uma área exclusiva para lutas especiais, a competição teve momentos de emoção para o público com lutas entre atletas deficientes e estrelas como José Aldo.

O evento organizado pela SJJSAF (Federação Sul-Americana de Jiu-Jitsu) mostrou que não existem barreiras para a prática do esporte.

O faixa-preta Alan de Oliveira, de 26 anos, nasceu com paralisia cerebral.

Já há dez anos lutando jiu-jítsu, ele era só sorrisos após sua luta.

Eu nunca pensei que pudesse chegar até aqui, por todo o preconceito que a gente passa na vida.

Eu sou um privilegiado de estar aqui com uma porção de pessoas especiais, grandes ídolos.

Eu lutei na minha categoria, fiquei em terceiro lugar, lutei contra pessoas "normais" e ganhei também.

É um dia muito especial para mim - declarou.

Com paralisia cerebral, o faixa-preta Alan de Oliveira venceu sua luta especial no Sul-Americano de Jiu-Jitsu (Foto: Caio Blois )

Com paralisia cerebral, o faixa-preta Alan de Oliveira venceu sua luta especial no Sul-Americano de Jiu-Jitsu (Foto: Caio Blois )

E se engana quem pensa que Alan é aguerrido apenas usando quimono.

Com um cartel de cinco lutas no MMA, ele admite preferir o tatame, mas não descarta mais experiências no cage.

Lutei cinco vezes no MMA.

Ganhei duas e perdi três.

Mas o que importa é participar, me sentir incluído.

Meu esporte é o jiu-jítsu, mas se me convidarem de novo para lutar MMA, eu vou para dentro e vou ganhar - prometeu.

No colo de seu mestre, Marcelo Negrão, Joãozinho posa ao lado de José Aldo (Foto: Caio Blois )
No colo de seu mestre, Marcelo Negrão, Joãozinho posa ao lado de José Aldo (Foto: Caio Blois )

Uma das sensações do evento foi o menino Joãozinho, de sete anos.

Com má formação congênita, ele não possui braços ou pernas, mas não fez disso obstáculo para lutar.

Um dos frutos do projeto da Escola de Lutas José Aldo, na Maré, onde é aluno há dois anos, ele nem conhecia o ex-campeão peso-pena do UFC, que agora é seu ídolo.

Eu fazia natação antes, foi quando apareceu o jiu-jitsu na minha vida.

A natação era muito longe de casa, então, o jiu-jitsu era minha melhor opção.

Antes eu não sabia quem era o Aldo, mas depois de ter ele como ídolo, conhecer ele foi muito emocionante.

Muita emoção encontrar ele pessoalmente.

Ele falou que eu sou bom (risos).

Click AQUI para ver o vídeo.

Resultado de imagem para Xô, preconceito! Atletas com deficiência mostram desenvoltura no jiu-jítsu

Confira lutas de atletas especiais no sul-americano de jiu-jitsu

Já Julio, de 26 anos, já está acostumado com grandes disputas.

Com má formação congênita, o atleta profissional de rugby para cadeirantes nunca imaginou praticar o esporte, mas hoje é apaixonado pela arte suave.

Projeto Social e Esportivo Alvo da Luta.

Eu conheci o projeto por meio do Mestre Jordan, que trabalha no mesmo lugar que eu e dá aula no Projeto Social e Esportivo Alvo da Luta.

Ele me disse que eu era capaz de lutar, me mostrou como fazer tudo.

Nunca passou pela minha cabeça.

Aí eu comecei a treinar e me ajudou muito no rugby, principalmente no controle da respiração, condicionamento físico, minha performance melhorou, foi muito bom para mim.

Um ano e meio após conhecer o jiu-jítsu, ele elogiou a iniciativa de inclusão social da SJJSAF.

Esses eventos tem sido muito importantes.

É muito legal para mostrar para as pessoas que tem dificuldade de fazer atividades físicas de que elas são capazes, mostrar para as pessoas que tem condições como as nossas são capazes de praticar esportes.

Não tem isso de limitação, é só ter força de vontade.

Para Julio, a Paralimpíada que disputou, no Rio, em 2016, modificou muito a forma com que o público enxerga as modalidades praticadas por deficientes.

A Rio 2016 ajudou muito a romper as barreiras do preconceito.

As pessoas não conheciam muito dos esportes paralímpicos. Até sabiam um ou outro, mas aqui, tiveram contato mais de perto.

Nós queremos ser reconhecidos como atletas de alto rendimento, e não aquele clichê de "exemplo de superação".

Nós somos, mas queremos ser vistos como atletas.

Julio Braz é atleta profissional de rugby para cadeirantes (Foto: Reprodução)
Julio Braz é atleta profissional de rugby para cadeirantes (Foto: Reprodução)


Fonte: - sportv.globo.co