Acreditar em si mesmo

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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Empatia na educação inclusiva.



O que é Empatia:

Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela.

Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras.

Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar.

Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais.

A capacidade de se colocar no lugar do outro, que se desenvolve através da empatia, ajuda a compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como o outro toma as decisões.

Ser empático é ter afinidades e se identificar com outra pessoa.

É saber ouvir os outros, compreender os seus problemas e emoções.

Quando alguém diz “houve uma empatia imediata entre nós”, isso significa que houve um grande envolvimento, uma identificação imediata.

O contato com a outra pessoa gerou prazer, alegria e satisfação.

Houve compatibilidade.

Nesse contexto, a empatia pode ser considerada o oposto de antipatia.

Com origem no termo em grego empatheia, que significava "paixão", a empatia pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos.

A empatia é diferente da simpatia, porque a simpatia é maioritariamente uma resposta intelectual, enquanto a empatia é uma fusão emotiva.

Enquanto a simpatia indica uma vontade de estar na presença de outra pessoa e de agradá-la, a empatia faz brotar uma vontade de compreender e conhecer outra pessoa.

Na psicanálise, por exemplo, a empatia significa a capacidade de um terapeuta de se identificar com o seu paciente, havendo uma conexão afetiva e intuitiva.

5 Sinais que te mostram como é sentir empatia

A empatia se resume na capacidade do indivíduo de se colocar no lugar do outro, ou seja, tentar entender os sentimentos deste para, assim, compreender as suas atitudes, por exemplo.

Ser empático nem sempre é uma tarefa fácil.

Confira 5 passos que caracterizam a empatia e que vão te ajudar a entender e exercitar este sentimento.

Cada pessoa é única

empatia pessoa unica

Não existe uma "receita" predefinida de como devemos lidar com as pessoas.

Cada indivíduo é único e essa é a beleza da vida.

Ao sentirmos empatia por alguém estamos nos sensibilizando pela realidade do próximo.

Isso é essencial para que as pessoas possam se respeitar e aprender a viver com as suas diferenças.

A empatia é a principal ferramenta para a compreensão e paz geral, pois graças a este sentimento conseguimos nos "pôr na pele" de outras pessoas e, consequentemente, entender as razões por trás de suas ações.

Escutar antes de falar

empatia escutar

Você nunca conseguirá ser empático se não parar e observar.

A empatia requer que o egocentrismo seja deixado de lado para dar espaço ao altruísmo, ou seja, ajudar outras pessoas sem intenções egoístas. 

Saber ouvir é muito importante.

Mesmo quando você pensa não ser capaz de dizer algo para ajudar alguém, por exemplo, quando está ouvindo atentamente o que a outra pessoa tem a dizer, as palavras certas de conforto acabam por aparecer.

Ah, e nem sempre as palavras são necessárias.

Um abraço, um beijo ou mesmo um tapinha nas costas, quando feito com sinceridade, já é um sinal de que você se "contaminou" pelo sentimento que aflige ou contagia o próximo.

A importância da linguagem corporal

empatia abraço

A linguagem corporal é muito importante na hora de criar laços empáticos.

Psicólogos afirmam que pequenos gestos podem simbolizar o seu nível de empatia para com determinada pessoa.

Por exemplo, tente não conversar com os braços cruzados ou sempre a bocejar, pois demonstra falta de interesse.

Também é importante que você apresente pequenos sinais de concordância, indicando que está prestando atenção ao diálogo (como balançar a cabeça afirmativamente).

Um sorriso ou um abraço podem ser mais importantes do que qualquer discurso.

Não se esqueça disso.

Abandone os julgamentos.

empatia julgamentos

Ser empático é ter a habilidade de não fazer julgamentos com base em suposições egoístas.

Afinal de contas, como já dissemos, a empatia está baseada na compreensão do próximo.

E o mundo é muito mais daquilo que você vive ou julga ser o correto.

Às vezes, presenciamos uma atitude de outra pessoa que parece ser incorreta ou despropositada.

Por causa disso, muitas pessoas criam uma imagem negativa daquele indivíduo, tendo em conta o que presenciou.

No entanto, existem mil e um motivos que possam ter desencadeado aquela reação na pessoa, como a perda de um familiar, do emprego, etc.

E é aí que entra a sensibilidade da empatia.

Você precisa tentar entender a história por trás das ações, se pôr no lugar daquele indivíduo e, somente assim, será capaz de entender por que houve aquela reação inesperada, por exemplo.

Um bom exercício para praticar a empatia nesse caso é tentar compreender as ações daquelas pessoas que te irritam.

Este é o caminho rumo a tolerância social.

Empatia não é fingimento..

empatia preocupação

A empatia é um sentimento genuíno e que deve ser valorizado.

Ser empático não é agir com falsidade, ou seja, fazendo de conta que se importa com o próximo. 

Portanto, se você é daqueles que crítica o sentimento de empatia alheio, provavelmente está precisando trabalhar a sua capacidade de se colocar no lugar do outro.

É muito importante praticarmos isso, afinal de contas, sem a empatia os seres humanos já teriam sido extintos há muito tempo.



Empatia na educação inclusiva: conviver e ensinar na diferença

por Augusto Galery

A palavra “empatia” tem sido mais e mais usada a cada dia, sendo definida vulgarmente como “a capacidade de se colocar no lugar do outro”.

Ora, essa definição contém riscos e vamos tentar explorá-los um pouco neste texto, para entender como a escola inclusiva precisa extrapolar o homogêneo e enxergar o diferente.

Comecemos com um exemplo de Tuca Munhoz, ativista dos direitos das pessoas com deficiência e cadeirante.

Nas palavras dele, em depoimento em rede social:

Hoje, em mais um dia de treinamento na rua, enquanto subia uma rampa, percebi que alguém me empurrava.

Brequei a cadeira imediatamente e disse à pessoa, no caso um rapaz, que estava treinando e que não queria ser empurrado.

E que ele deveria sempre perguntar antes de tomar uma iniciativa como essa.

Admito que falei tudo isso de minha maneira ranzinza.

O rapaz ficou muito bravo, não tanto por minha rabugice, mas sim porque ele teve frustrada sua oportunidade de ajudar, que, sem dúvida, era muito mais importante para ele do que para mim.

Mesmo se eu precisasse!

Qual o problema da atitude do rapaz?

Não estaria ele sendo “empático” ao se colocar no lugar do autor em seu esforço para subir a rampa?

Não estaria sentindo suas dificuldades e se doando para ajudá-lo?

A verdade é que não.

Por trás da pretensa empatia, havia uma incapacidade de ver o outro verdadeiramente.

Esse relato ilustra o problema da definição banal de empatia como “colocar-se no lugar do outro”.

Trata-se de um ato impossível.

Não temos instrumentos ou capacidade psíquica para tanto.

O ser humano pode sensibilizar-se e pode se identificar com o outro de forma a compreender, a partir de sua própria experiência, que o outro também é um ser humano.

No entanto, ele nunca poderá realmente se colocar no lugar do outro, pois suas histórias de vida, suas identidades e mesmo suas características biopsicossociais nunca coincidirão.

Empatia: a compreensão da igualdade e da diferença

É imprescindível que saibamos que o outro é diferente de nós.

Ele tem suas próprias expectativas, desejos, habilidades e valores.

E só teremos certeza de que nosso pensamento coincide com o dele por meio de um ato bastante simples e, no entanto, extremamente complexo e pouco utilizado: relacionando-se com ele.

A empatia serve para “desobjetificar” o outro, para vê-lo como sujeito e para que o coloquemos, simbolicamente, fora de nós.

Ela é essencial para que possamos compreender o outro como um ser autônomo, não como um mero reflexo de nós mesmos.

Essa compreensão é essencial para que percebamos a diferença.

Não é um movimento simples, no entanto.

Colocar-se nesse lugar significa conceber a existência de um outro, diferente de nós.

É um movimento duplo: percebê-lo como ser humano – igual a mim – e percebê-lo como outro – diferente de mim.

Só há empatia quando existe a compreensão da igualdade (de poder ser, existir, ter direitos) e da diferença (de necessidades, desejos etc.) simultaneamente.

Homogeneidade, narcisismo e a negação da diferença

A mente humana, no entanto, tende a buscar a homogeneização.

Ora, se o outro é igual a mim, eu não preciso ter medo de não ser aceito, de ser expulso, de não ser compreendido.

Na busca por aceitação universal, combatemos a diferença e nos reduzimos à semelhança.

É nossa herança narcísica: o mito de que todos são iguais a nós acabaria com os conflitos.

Mas, apesar disso, um pequeno detalhe se mantém: continuamos diferentes.

Negar essa distinção é agarrar-se ao narcisismo e ver a todos como espelhos de nós mesmos.

Como dizia Caetano Veloso:

Narciso acha feio o que não é espelho”.

E uma consequência dessa negação é a objetificação do próximo.

Aquele que é diferente deixa de ser sujeito humano e passa a ser objeto, a não ter mais desejo próprio, nem necessidades, nem valores, nem direitos, nem potencial.

Parece-se conosco, mas não é humano.

Deve ser evitado, excluído, apartado e, de preferência, esquecido.

Essa forma de perceber o desigual foi chamada por Sigmund Freud de “narcisismo das pequenas diferenças”.

Suas características mais marcantes são:

A imposição da minha realidade sobre a realidade do outro;

Pouca solidariedade e sentimento de estranheza e de hostilidade em relação a quem expõe a diferença (para uma visão rápida sobre o assunto, sugiro a leitura do artigo Três versões do narcisismo das pequenas diferenças em Freud Site externo).

No primeiro aspecto, ao invés de interagir com o próximo, partimos do princípio de que nossos pensamentos coincidem, o que nos leva a acreditar que um só tratamento servirá a todos.

Justificamos, assim, nossas aulas homogeneizadas, voltadas para um “aluno padrão“.

No entanto, esse ser humano ideal sempre se confunde com a compreensão que temos, cada um de nós, da humanidade.

Ensinar, nesse contexto, é repetir para si mesmo aquilo que já se sabe, da forma que já se sabe, no modelo que já deu certo.

A segunda característica desse narcisismo nos faz estranhar e atacar todo aquele que não ratifica nosso pensamento.

Quem não aprende da mesma forma se torna, então, o problema a ser hostilizado, aquele que não devia estar ali.

Não porque ele não pode aprender, mas porque nega nossa igualdade e nosso narcisismo.

Conhecer antes de ensinar

É importante aprofundarmos a ideia de narcisismo: estamos falando de um conceito específico, diferente daquele que, no senso comum, confunde-se com o egoísta ou o egocêntrico.

Não se trata de uma característica da racionalidade e da escolha consciente, mas de uma falta mais profunda: nosso medo da solidão, nosso pavor da loucura, nosso desejo de sermos amados e reconhecidos.

É necessário muito investimento para nos darmos conta de que caímos na armadilha narcísica de acreditar que devemos ser iguais para sermos amados.

É uma reflexão diária frente ao outro.

Não o excluímos por maldade, mas pela crença nesse mito de pertencimento dentro da massa homogênea.

De certa forma, evitamos a diferença por ignorarmos a nós mesmos, num mundo massificado que tenta minar nossa potência, fazendo-nos acreditar que somos inúteis frente ao tamanho da vida ou à opressão da sociedade.

Nesse sentido, aceitar o outro é aceitar sua própria capacidade de mudar, de fazer a diferença, de tornar-se humano.

É esse o convite que gostaria de fazer ao leitor: compreender que é no espaço construído entre as diferenças de um para outro que se torna possível ensinar.

Esse espaço surge quando percebemos que, para levar conhecimento ao outro, precisamos primeiro conhecê-lo: ouvi-lo ao invés de diagnosticá-lo; perceber suas necessidades individuais ao invés de massificá-lo, admitir suas diferenças para construir uma relação de aprendizagem.

Augusto Galery é doutor em psicologia social, pesquisador do Laboratório de Estudos em Psicanálise e Psicologia Social (LAPSO) da Universidade de São Paulo (USP) e professor do Centro Universitário Fecap. Foi colaborador do Instituto Rodrigo Mendes Site externo até 2015.
© Instituto Rodrigo Mendes. Licença Creative Commons BY-NC-ND 2.5 Site externo Site externo. A cópia, distribuição e transmissão dessa obra são livres, sob as seguintes condições: Você deve creditar a obra como de autoria de Augusto Galery e licenciada pelo Instituto Rodrigo Mendes

Fonte - diversa.org.br











sábado, 27 de janeiro de 2018

Você tem medo do desconhecido?



O Medo do Desconhecido

Falar de medo é algo imprescindível, pois todos de alguma forma são atingidos por ele, e sofrem problemas devido ao medo, ele esta por toda a parte e a cada instante, a angustia nos faz pressentir a ameaça de morte e de nulidade do mundo.

Nos ensinamentos de Epicuro para alcançar a felicidade era necessário libertar-se do medo.

Neste texto tentaremos entender as causas do medo e as suas consequências, sendo que o medo é uma reação humana universal e que pode acarretar vários problemas na vida do ser humano.

Ao tentarmos entender o medo, podemos dizer que o medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.

No entanto podemos destacar algumas reações que o medo provoca que são reações físicas como descargas de adrenalina, aceleração cardíaca e tremor, podendo provocar atenção exagerada a tudo que ocorre ao redor, como depressão e pânico.

O medo é uma reação humana universal, explicada biologicamente como sendo a proteção dada ao indivíduo em caso de perigo.

É uma emoção que a pessoa experimenta quando colocado frente a uma ameaça a sua vida ou a seu corpo.

Contudo, o que se tem por objetivo neste trabalho é abordar o medo do desconhecido, o ser humano tem pavor do desconhecido.

Aquilo que nunca experiencíamos pode nos conduzir à morte.

Por isso, desde muito cedo, o homem receou a natureza.

Ela era toda inexplicável em épocas primitivas.

Por temer sua imprevisibilidade tentamos até hoje domina-la.

Depois sofisticamos o medo criando o misticismo – misticum provém da mesma raiz latina de misterium.

Este sistema de criar um mundo que não poderia ser visto ou controlado por simples mortais dava um poder infinito àqueles que diziam que conseguiam manipula-lo.

Devido à força que o misticismo possuía, ele acabou sendo institucionalizado em forma de religiões.

Hoje, elas estão aí para provar o poder que o desconhecido pode exercer sobre nós.

O medo é nosso rei e ninguém escapa ao seu domínio” Jean Marot).

Nos primórdios da humanidade todas as realidades, particularmente a natureza, eram muito mais inquietantes, desafiadoras, assustadoras e complexas para os primeiros homens: tudo era completamente desconhecido. Podemos dizer que nos primórdios o sentimento do ser humano em relação ao mundo era de medo.

Era, portanto, necessário, explicar o mundo para superar o medo.

A complexidade do mundo circundante, ao longo de milhares de anos, possibilitou aos diferentes grupos humanos produzir diversas explicações mítico religiosas.

Podemos dizer que o medo foi cedendo lugar ao mito e à religião.

Esse processo perdurou até o advento da filosofia.

A Filosofia nasceu como indagação sobre a origem das coisas pela razão.

Com isso, a filosofia estóica propõe ao homem um viver de acordo com a lei racional da natureza a indiferença (apatehea) em relação a tudo que é externo ao ser, acreditando desta forma, que a razão é o meio que o homem torna-se livre e feliz.

Para Epicuro o medo da morte e dos deuses é algo que afasta o homem da felicidade, e para que o homem venha alcançar a felicidade é preciso se libertar desse medo.

O epicurismo em sua filosofia propunha uma vida de continuo prazer como chave para sua felicidade, não se preocupando com o que é desconhecido.

É interessante ressaltar o sistema filosófico epicurista, pois o medo afasta a coragem de ser feliz, de ir de encontro ao aquecimento humanitário.

Faz-nos perder a aparência agradável da expressão e depois que nossas estrelas perdem o brilho, sobra uma canção interminável de lamentos.

Tudo obra do medo profundo.

Que penetra no espírito e retira a paz que o libertaria por completo.

No mundo de hoje, o espírito defronta-se por todos os lados com avisos e ameaças que, com razão, exigem cautela.

Quando se experimenta o medo, coloca-se em ação grande número de reações psicossomáticas, cujo único fim é auxiliar a pessoa a fugir do perigo ou combate-lo.

Nas situações que nos intimidam ou ameaçam a oportunidade de alcançarmos à felicidade ou o sucesso, a sensação na boca do estomago, a umidade nas palmas das mãos, a palpitação do coração, em resumo, a sensação do medo pode bem acercar-se de todos nós.

O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cerca levaram o homem a fundar diversos sistemas de crenças, cerimônias e cultos, muitas vezes centrados na figura de um ente supremo, que o ajudam a compreender o significado último de sua própria natureza.

Mitos, superstições ou ritos mágicos que as sociedades primitivas teceram em torno de uma existência sobrenatural, inatingível pela razão, equivaleram à crença num ser superior e ao desejo de comunhão com ele, nas primeiras formas de religião.

Religião (do latim religio, cognato de religare, "ligar", "apertar", "atar", com referência a laços que unam o homem à divindade) é como o conjunto de relações teóricas e práticas estabelecidas entre os homens e uma potência superior, à qual se rende culto, individual ou coletivo, por seu caráter divino e sagrado.

Assim, religião constitui um corpo organizado de crenças que ultrapassam a realidade da ordem natural e que tem por objeto o sagrado ou sobrenatural, sobre o qual elabora sentimentos, pensamentos e ações.

Mas o que é o medo afinal de contas, um estado emocional, um mecanismo de origem natural do qual foram dotados todos os seres vivos, ou algo exclusivamente humano?

Ter medo é uma condição essencialmente racional e emocional, pois só podemos temer aquilo que conscientemente seja capaz de nos fazer algum tipo de mal, algo conhecido.

Sabemos o que sentimos quando a sensação de medo toma conta de nós, e é quase certo que também sabemos o porquê, pois não podemos imaginar um receio sem motivo.

Uma coisa é certa, como não existe medo sem causa, à causa de qualquer medo é o próprio medo.

Podemos perceber isso no exato momento em que estamos sentindo algum tipo de medo.

A causa nesse momento pouco importa, mas o que estamos sentindo importa e muito.

Fazendo isso, vamos ver o medo em atividade, o que ele causa em nós, o que estamos sentindo diante de sua manifestação.

Se de um lado temos a causa que faz o medo explodir de dentro de nós, observar o que estamos sentindo naquele momento parece ser mais sensato do que evitar a causa; aquilo que origina esse medo.

Evitando a causa, afastamos o temor, o que nos impede de ver o que é o medo.

Questionar por que sentimos medo de alguma coisa, só tem algum valor prático se primeiro examinamos que tipo de sensação é aquela que estamos sentindo.

Observar o que sentimos no exato momento do medo, é o mesmo que investigar a validade de sua causa, e não a origem, pois isso não ajuda em nada a superarmos nossos receios.

Podemos deduzir que uma causa de medo é um trauma infantil qualquer, mas isso não resolve o problema.

Apenas deixando o medo se manifestar a cada momento, sem rejeitá-lo ou afastar sua causa, pode nos ajudar a transcendê-lo de uma vês por todas.

Assim, como na natureza não existe o estado medo, ou alegria, ou ódio, ou qualquer outro, posso concluir que eu sou o responsável pela existência de todos estes estados.

Se todos estados emocionais do homem demandam um motivo para existir, estes motivos foram criados pelo próprio homem.

Realização pessoal ou coletiva são condições que não existem na natureza.

A natureza não tem sentimentos, não sofre, não criou os motivos que angustiam e levam o homem ao medo e ao sofrimento.

Medo do desconhecido, como me livrar de algo que desconheço?

Certamente que não há como.

Preciso então ignorar o que há por trás do conceito insegurança, pois isso não importa, e sim o que sinto.

Ciente do que sinto quando estou inseguro, poderei compreender o que é insegurança, saberei por que me afeta; saberei qual a sua causa, saberei o que fazer para enfrentar e transcender o problema.

Conclui-se, portanto, que o medo toma proporções gigantescas por uma distorção na nossa mente, quando enfrentado ele se reduz a uma simples ilusão facilmente quebrada. Nesse caso, a expectativa sempre supera a realidade.

O difícil nesse processo é manter a decisão de vencê-lo, pois quando o enfrentamos vemos que a proporção gigantesca do medo na realidade é bem mais reduzida que imaginávamos, e com isso, caminharemos rumo a sucesso de nossas realizações pessoais e profissionais.

REFERÊNCIAS

BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao Pensar - O Ser, o Conhecimento, a linguagem.Petrópolis, Editora Vozes, 20ª Ed. 1991.

PIRES, Frederico Pieper. O Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2009.

NETTO, Samuel Pfromm. Psicologia da Adolescência. São Paulo - SP. Livraria Pioneira São Paulo, 3ª Ed. 1973.

CAPRIO, Frank S. Ajuda-te Pela Psiquiatria. Guia Prático para viver de maneira mais sábia e saudável. São Paulo, 11ª Ed. Ibrasa. 1966.

Fonte – filosofiaafp.blogspot.com



Você tem medo do desconhecido?

O medo é uma resposta de nosso organismo para situações físicas ou emocionais que demonstram perigo.

Sentir medo é um mecanismo natural de defesa, mas nos dias atuais virou parte do cotidiano vivenciar essa sensação constantemente, que ao invés de nos proteger, pode nos paralisar.

Os receios de acabar com o namorado, de engordar, de envelhecer, de perder o emprego ou da morte, por exemplo, são conhecidos.

E mesmo que ocorram sem existir uma real razão para tal, conseguimos identificar logo quando surgem.

No entanto, há o medo do desconhecido, que assume a forma do pavor, do pressentimento indefinido, do pânico.

Mas será que esse tipo de medo é legítimo?

Lidando com o medo do desconhecido

Nosso bem-estar emocional afeta diretamente a nossa saúde física.

Então, se os nossos pensamentos positivos forem movidos para o medo, seja de causa conhecida ou desconhecida, nós ficaremos desequilibrados emocionalmente e assim poderemos até mesmo ter como resultado um problema de saúde.

Não é isso que queremos, certo?

Os Florais de Bach são eficazes em mover-nos de volta à positividade emocional, ao reequilíbrio de nossa saúde e bem-estar.

Os remédios florais pertencem a uma modalidade de cura energética/vibracional muito eficaz.

O Dr. Edward Bach, um médico inglês, após anos e anos de estudo e pesquisa, identificou os 38 remédios que constituem um completo sistema de cura e que foram distribuídos em 7 grupos.

Com isso, cada floral irá ajudá-lo em um determinado aspecto da dificuldade pela qual você está passando.

No caso de medo sem razão de ser e sem explicação, a essência floral Aspen é a indicada.

Esses medos podem ser acompanhados de tremores, além de você ficar pensando neles dia e noite.

Os maus pressentimentos ou as preocupações inexplicáveis poderão tomar conta da pessoa quando está só ou até mesmo em companhia de seus amigos ou familiares.

O floral Aspen irá criar um estado de paz interior, de segurança e de liberdade desse medo.

"O floral Aspen irá criar um estado de paz interior, de segurança e de liberdade desse medo."

A apreensão, sem motivo aparente, deverá ser substituída pelo desejo de novas aventuras e experiências, que poderão ser realizadas sem o temor das dificuldades ou do perigo.

Então, vamos experimentar essas milagrosas gotinhas?

O floral de Bach Aspen, do frasco de tratamento, poderá ser tomado diretamente na boca ou diluído em água, por exemplo.

Pode-se ingerir 4 gotas, 4 vezes ao dia ou aumentar sua frequência, conforme a sugestão do Terapeuta Floral.

Mas não se esqueça que antes de tomar qualquer floral, é importante procurar um profissional qualificado que indicará a essência do Dr. Bach mais indicada para o seu caso e que o ajudará na busca por um dia a dia cada vez mais prazeroso!




Medo do desconhecido.

Contam as lendas que um espião foi preso e condenado à morte pelo general do exército persa.

Sua sentença era o fuzilamento, mas o general tinha um hábito diferente e sempre oferecia ao condenado outra opção.

E essa outra opção era escolher entre enfrentar o pelotão de fuzilamento ou entrar por uma porta preta.

Com a aproximação da hora da execução, o general ordenou que trouxessem o espião à sua presença para uma breve entrevista.

Diante do condenado, fez a seguinte pergunta:

O que você quer - a porta preta ou o fuzilamento?

A escolha não era fácil, por isso o prisioneiro ficou pensativo e, só depois de alguns minutos, deu a resposta:

Prefiro o fuzilamento.

Depois que a sentença foi executada, o general virou-se para o seu ajudante e disse:

Assim é com a maioria dos homens.

Preferem o caminho conhecido ao desconhecido.

E o que existe atrás da porta preta?

Perguntou o ajudante.

A liberdade, respondeu o general.

E poucos foram os homens corajosos que a escolheram.

Essa é uma das mais fortes características do ser humano: optar sempre pelo caminho conhecido, por medo de enfrentar o desconhecido.

Geralmente as pessoas não abrem mão da acomodação que uma situação previsível lhes oferece.

É mais fácil ficar com a segurança do que já se sabe do que aventurar-se a investigar novos caminhos.

É por essa razão que muitos não abrem mão de conceitos e preconceitos para não se expor às novas ideias e raciocínios que exigem uma certa dose de ousadia.

Em vez da liberdade de pensar e agir, preferem o bombardeio de ideias já elaboradas pelos outros, nem sempre bem intencionados.

Acomodam-se facilmente a copiar modos e costumes em vez de usar a razão e o discernimento para construir seu próprio modo de viver, sua personalidade.

A tudo isso se chama clonagem das ideias.

É por essa razão que os adolescentes são facilmente levados por um único caminho, já trilhado pela maioria, por necessidade de aceitação no grupo, ou por insegurança.

É por essa razão que muitos daqueles que detêm o poder insuflam ideias e medos em pessoas que não se arvoram a pensar com liberdade.

Para se ter uma amostra disso, basta observar o sucesso que as músicas de mau gosto, de rimas pobres, de palavras chulas e conteúdo pernicioso têm feito junto à população, através dos meios de comunicação de massa.

É a clonagem das ideias, dos maneirismos, dos modismos...

Aos domingos, pode-se ligar a televisão e passear pelos canais abertos para que esta tese se confirme: só se vê as mesmas imagens e o mesmo batuque, os mesmos conjuntos musicais, com os mesmos gestos combinados, a mesma rima pobre.

É preciso ousar e sair desse círculo vicioso da mesmice.

É preciso criar programas nobres, que desenvolvam nas crianças, jovens e adultos, um senso crítico capaz de lhes propiciar a conquista da própria liberdade.

Liberdade de pensar, de agir, de ser...

Liberdade de discordar da maioria, quando se está convicto de que se está certo.

Liberdade de consciência, de fé religiosa, liberdade de sentir.


Nem sempre o caminho já batido por muitos é o caminho que nos conduzirá à liberdade.

Nem sempre nadar a favor da correnteza é indício de chegada a um porto seguro.

Às vezes, é preciso escolher um caminho ainda desconhecido da maioria, mesmo que tenhamos que seguir a sós.

Por vezes, é preciso nadar contra a corrente, optar pela porta estreita, para que se possa vislumbrar um mundo livre, feliz, sem constrangimentos que tolhem a liberdade e infelicitam os seres.

Pense nisso!

Fonte - Espírita Em1.01.2011.