Liberdade e a cadeira de rodas
Fiquei
tetraplégica há nove anos, é um bom tempo, da minha vida de 35,
sobre rodas.
Já
estou em um momento da vida em que agente se acostuma tanto com as
limitações de uma lesão que não lembra mais como era a sensação
de caminhar, dançar, de sentir as sensações na pele, do prazer de
fazer xixi quando se está “super apertada”, dar uma gargalhada
alta (a minha ficou muda) e tantas outras coisas do dia a dia que
todo mundo faz sem pensar e quando agente não tem mais sente muita
falta.
Mas
apesar de tudo isso, a frase “ficou presa a uma cadeira de rodas”
ou “que linda, pena que está na cadeira de rodas” é totalmente
equivocada.
Não
só pelo tom de “pena” envolvido no seu significado, mas
principalmente pela realidade: a cadeira de rodas é sinônimo de
liberdade!
Quando
eu tive a minha primeira cadeira, super pesada, eu não conseguia
roda-la por 5 metros de distância, sim porque minha lesão é alta e
dos meus braços só conto com o bíceps, nada mais!
No
inicio da lesão eu pensava equivocadamente que precisava ter uma
cadeira que me fizesse “trabalhar” para adquirir força.
Depois
de ir ao Sarah várias vezes vi que não era por aí.
Dentro
da minha realidade, para viver bem precisava de algo que me desse
agilidade, para atingir a maior independência possível na minha
situação.
Troquei
minha cadeira em X, pesada, por uma monobloco, levinha que só!
Já
foi muito, mas muito legal!!
Quando
estava no shopping podia pelo menos virar para olhar a vitrine, já
que geralmente quem me levava me deixava olhando para o lado que não
interessava... não por mal, mas porque nunca saberemos fazer as
coisas como o outro faria!
Eu
comprei uma cadeira motorizada, dentro de casa me dava uma liberdade
que não tinha em lugar nenhum do mundo!!!
Agilidade
na velocidade, em chegar onde quisesse, subir aclives e descer sem
precisar de ajuda!
Liberdade,
ah como ela faz falta que não se tem!
Mas
esta cadeira que eu tinha pesava mais do que eu mesma, 60 kilos de
cadeira... ou seja, só em casa mesmo...
Mas
a minha sessentona ficou velinha, experimentei outras possibilidades
e então decidi comprar uma nova, financiei pelo Banco do Brasil,
pelo BB Crédito Acessibilidade, que já contei aqui no blog.
Queria
uma cadeira que pudesse levar para lugares acessíveis, para ter
então minha tão sonhada LIBERDADE!
Ontem
fui com ela pela primeira vez ao shopping, mais leve e fácil de
carregar, até mais fácil de desmontar, puder deslizar pelos
corredores, sozinha com minha filhota amada no colo, independente,
leve e feliz!
Minha
cadeira de rodas me dá a liberdade que minha lesão me tirou, virar
para onde quiser, levar minha filha no meu colo, chegar onde
quisermos juntas e ao lado da minha família!
Se
não fosse ela, onde será que eu estaria?
Fonte
– cadeirantes life
Valorizando
a vida
Se
hoje você pudesse fazer um único pedido, o que você faria?
Se
um gênio da lâmpada lhe aparecesse como por milagre, o que você
pediria?
Muitos,
nessa fantasia, imaginam pedir largas somas em dinheiro.
Outros,
a passar temporadas infindas de férias em algum lugar paradisíaco.
Outros
mais desejariam largos períodos de tempo para satisfazer sensações
e paixões.
Porém,
se perguntássemos para um tetraplégico qual seria seu maior desejo
ou para um cego, o que responderiam?
Para
o portador de uma doença incurável, qual seria seu pedido?
A
resposta parece clara, em qualquer desses casos.
Eles
desejariam milagres de que nós, que não estamos nessas situações,
somos portadores.
Por
vezes desejamos coisas sem sentido ou infantilidades, esquecendo que
somos presenteados com milagres da vida todos os dias.
Desejamos
ter olhos mais expressivos, ou de outra cor, outro formato...
E
alguns apenas desejariam enxergar.
Desejamos
ter um corpo mais magro, mais atlético, um corpo de formas mais
harmoniosas.
E
alguns... apenas um corpo com saúde.
Tantos
reclamam desejando serem mais altos, terem pernas mais proporcionais.
Outros
reclamam dos pés que julgam feios.
E
alguns... apenas desejariam andar.
São
tantos a reclamar da voz estridente de alguém, do barulho da rua, do
choro da criança que mora ao lado.
E
alguns... apenas desejariam escutar.
Diariamente
o milagre da vida e suas riquezas oferecem-nos presentes, pois nos
dão a oportunidade de presenciar e vivenciar a grandiosidade das
coisas de Deus.
São
inúmeros os milagres que nos sucedem e que poucas vezes nos damos
conta.
Afinal,
qual foi a última vez que lembramos de agradecer a Deus pela saúde?
Quando
nos lembramos de agradecer ao Pai pela família, pelos amigos, por
termos a quem amar e por sermos amados?
Qual
foi a última vez que agradecemos pelo corpo que dispomos, pelas
condições em que vivemos, pelas oportunidades que a vida nos
oferece?
Sempre
que formos imaginar a necessidade de um grande gênio da lâmpada a
surgir na nossa frente a fim de fazer algum milagre que desejamos, é
necessário lembrar que estamos cercados de milagres da vida.
Um
dia, nosso corpo se iniciou com apenas uma célula, e hoje são
trilhões delas a nos oferecer a imensa oportunidade da experiência
terrena, do aprendizado, do ressarcimento de nossas economias morais
perante a Lei de Deus.
Isso
já é suficiente para termos o coração pleno de gratidão.
E,
se por acaso, um dia, um gênio da lâmpada nos perguntar qual o
nosso pedido, que possamos ter a alegria de responder que nada temos
a pedir, somente a agradecer, frente a tudo que a vida nos ofereceu
até o dia de hoje.
Fonte
- Momento Espírita. Em 09.07.2010
Exemplo
de superação
'É
preciso encarar a vida', diz Dorina Nowill, 90 anos, cega desde os 17
Ela
comanda instituição de apoio a deficientes visuais.
Por
enquanto, educadora não pensa em parar de trabalhar.
Ela
tem 90 anos e uma agenda extensa de compromissos pelo país.
Presidente
de uma das principais entidades em prol da inclusão de pessoas com
deficiência visual do mundo, Dorina Nowill diz que é preciso
entusiasmo para superar as dificuldades da vida.
"É
preciso encarar a vida como ela aparece.
Não
se pode disputar com a vida", aconselha Dorina Nowill, cega
desde os 17 anos e há mais de 60 anos trabalhando para que os cegos
tenham as mesmas oportunidades na vida que os demais.
Foi
uma patologia rara que tirou a visão de dona Dorina, como é chamada
na entidade que comanda, a Fundação Dorina Nowill para Cegos,
quando ela tinha 17 anos.
Dorina
teve hemorragia em uma das retinas e os médicos não conseguiram
diagnosticar o problema. Acabou perdendo primeiro a visão de um olho
e em quatro meses ficou totalmente cega.
Mas
isso foi só o começo de uma história marcada por vitórias e
realizações que beneficiaram milhares de pessoas que tiveram o
mesmo problema que ela.
Dorina
Nowill ainda estava no colegial, mas conseguiu ser a primeira aluna
cega a frequentar o curso onde estudava, a Escola Caetano de Campos.
Nos
Estados Unidos, conseguiu uma bolsa na Universidade de Columbia e se
especializou em educação para cegos.
De
volta ao Brasil, atuou para publicação de livros em braille.
"Depois
que fiquei cega, comecei a estudar para provar a necessidade da
inclusão.
Não
se separa alguém pelo fato de ser cego.
Comecei
então a trabalhar visando a inclusão do cego na vida, na escola e
no lazer", conta Dorina Nowill.
A
partir da criação da fundação que leva seu nome, Dorina viajou o
Brasil e o mundo em sua luta.
Chegou
a ser presidente da União Mundial de Cegos e foi diversas vezes
premiada por suas iniciativas.
"Nem
sempre a coisa foi fácil, mas sempre tive muito entusiasmo.
Sempre
tive muita fé e nunca desisti."
Ainda
hoje, aos 90 anos, participa de reuniões em diversos estados sobre
políticas públicas de inclusão e se reúne com integrantes do
governo e de professores.
Questionada
sobre quando pretende parar de trabalha, ela diz, sem hesitar:
"Se
um dia eu me sentir cansada acredito que vou parar.
Mas
eu não me canso."
Ter
ficado cega não a impediu de realizar o sonho de constituir uma
família.
Quando
estudava nos Estados Unidos, conheceu o marido com quem se casou e
teve cinco filhos, hoje todos na faixa dos 50 anos.
E
as dificuldades pelas quais passou, não tiraram o humor de dona
Dorina.
"Estive
nas cinco partes do mundo e fico muito feliz pelo meu trabalho porque
consegui o que jamais imaginava.
Eu
fiz tudo, mas queria mesmo dar uma voltinha para ver todas essas
coisas bonitas que não pude ver", afirma sorrindo.
"Mas
conheci muita gente formidável, pessoas extraordinárias durante a
minha vida", completa.
Ao
responder sobre o que gostaria de ver em sua vida, Dorina diz:
"Entre
as coisas que sempre me encantaram, está o sorriso de uma criança.
Acho
que o brilho, a graça, transparece.
E
o pôr do sol, aquele vermelho na praia, no fundo do mar.
Mas
não tem nada para suprir a falta de não ver.
Só
com o que tenho dentro de mim."
ual, show de bola!
ResponderExcluirMuitas vexes em nossa caminhada pela vida somos surpreendidos com adversidades que esta nos impõem ou nos mesmos somos responsáveis por elas, é onde vemos tudo desmoronar a nossa volta e não podemos fazer nada; no inicio ficamos perdidos mas quando nos vamos familiarizando com a situação, encontramos forças para superarmos e seguir em frente em um novo recomeço de vida; tudo só depende de cada um de nós.
ResponderExcluirboa tarde dei uma olhada no seu blog e achei muito legal estou te seguindo um abraço.
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