Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Minha história de vida





Quem sou eu




Como posso descrever-me...

Difícil é se descrever, fazer com que palavras definam quem você é, ou deixa de ser.

Não acredito que eu seja ninguém de tão grande importância.

Presumo que eu seja como qualquer um, com certos defeitos, porém acompanhada de qualidades.

Posso ser constante, inconstante, ou até mesmo os dois ao mesmo tempo.

Em grande parte do tempo, sou previsível, admito.

Mas o imprevisível me acompanha de perto, quando necessário.

Consigo ser o bem e mau, o certo e o errado, a tristeza e a felicidade.

Eu posso ser tudo, ou simplesmente nada.

Preservo a amizade, honestidade, sinceridade, a solidariedade, companheirismo, a cumplicidade e o amor

Detesto a falsidade, a mentira, desonestidade e a falta de humanidade

Talvez eu seja isso; uma porção de coisas.

Mas, infelizmente, isso não é importante, por que quem nos define são as pessoas, cada pessoa tem um conceito diferente sobre nós.

Pergunte ao meu inimigo quem sou e ele me julgaras mal, pergunte ao meu amigo e ele dirá minhas qualidade.

Pergunte-me quem sou... e te direi:

Sou o que você vê... agora depende dos seus olhos!



Porque resolvi criar este blog?



Resolvi criar este contando a minha história, porque acho que através dela posso mostrar a outras pessoas que passam pelas mesmas experiências, trocarmos idéias e nos ajudarmos mutuamente.

Recomeçar depois de uma vida planejada e estruturada que sofreu um revés do destino da estaca zero tendo que reaprender tudo novamente desde as mais simples coisas como: comer, vestir, escovar os dentes, tomar um banho e outras.

Gente é uma tarefa nada fácil de se executar; porque nos primeiros momentos nos sentimos desnorteados e incrédulos do que esta acontece conosco ou melhor aconteceu.

Depois de algum tempo vamos tomando consciência do que esta ocorrendo neste momento passa pela nossa cabeça inúmeros pensamentos como:

Porque comigo, que foi que eu fiz?

Será que Deus se esqueceu de mim!

Se for para ficar assim prefiro morrer.

Nunca mais vou voltar ao que era antes da enfermidade, acidente.

E, outros questionamentos nada saudáveis; falo isso porque e fiz esses questionamentos ao tomar consciência da minha situação.

O primeiro passo para ter forças para superar é aceitar a sua nova vida, deixando para trás o homem e se tornar um novo homem; o que não é nada fácil, só depende de si mesmo.

Depois de se aceitar e aceitar a nova vida, o segundo passo é enfrentar a luta que vem pela frente com muita força de vontade, coragem, disciplina, fé e perseverança acreditando em si mesmo.

Uma luta que exige muito trabalho, esforço e paciência assim os resultados de seu esforço irá se apresentar gradativamente, o processo de reabilitação é gradativo, mas, a cada conquista que se consiga é gratificante e prazeroso.

Assim se aprende a conviver com suas limitações com alegria e prazer; porque você conseguiu chegar lá e mesmo com limitações pode exercer qualquer função e fazer muitas coisas, basta querer.

Nos dias atuais a tecnologia em relação ao deficiente se encontra bem avançada com uma variedade enorme de próteses, equipamentos e utensílios que facilitam a vida do deficiente.

Deficiente não, eficiente sim!




Minha História


Meu nome é José De Souza Ribeiro, sou brasileiro, natural da capital de São Paulo; onde morei durante 39 anos; trabalhei muitos anos como eletrotécnico na Plamon Instalações Eletricas e Hidraulicas Ltda.

Tinha uma vida normal como qualquer outro paulistano, de casa para o trabalho e vice-versa, morava com a minha esposa na Vila Sonia na zona sul de São Paulo.

Em meados de 1989, mudei para a cidade de Jacareí, por insistência da minha esposa, a qual se sentia muito sozinha; porque eu viajava muito a trabalho, e ela queria ficar mais próxima da família, sua mãe e irmãos moravam aqui na cidade.

Larguei a minha vida lá toda estruturada para vir tentar a sorte aqui em Jacarei sem nenhuma colocação prévia; depois de algum tempo consegui uma colocação numa chacara no bairro de São Sebastião; onde morei até antes do meu acidente.

Numa sexta-feira do dia 27 de Agosto 1992, depois executar as tarefas do dia no sitio, lá pelas 14:00hs sai para efetuar o depósito de alguns cheques e retirar algum dinheiro para passar o fim de semana.

A princípio eu resolvi ir com o jeep do sitio, mas, não sei o que se passou pela minha cabeça deixei o carro de lado e resolvi ir com a minha bicicleta caloi 18 marchas e aproveitar para me exercitar um pouco que estava precisando, me despedi da minha esposa e tomei o meu caminho para o banco.

Eu esta próximo ao ponto final do bairro dos Remédios, ali pela variante de Guararema próximo a divisa de Guararema e Jacareí descendo a pista ladeira abaixo quando de repente sem que eu esperasse a roda dianteira da bicicleta travou, não tive tempo para pensar e pular; quando vi estava sendo arremessado, só notei que cai de costa sobre as pedras do acostamento e desmaei.

Segundo me disseram fui socorrido e levado para a Santa Casa de Guararema por pessoas que passavam por ali e viram o acidente.

Depois de alguns dias quando estava sendo levado para o UTI da Santa Casa de Guararema, segundo o Dr. Gilmar eu acordei e tentei sair da maca, foi quando me retornaram para a enfermaria.

No dia segunte o médico me explicou que fazia 5 dias que eu estava internado sem reação alguma, por isso esta sendo transferido para o UTI, e também falou que a minha lesão era um traumatismo raqueo medular.

Lá fiquei internado por 3 meses até que resolveram por intermédio do ortopedista me transferir para a Santa Casa de Mogi das Cruzes; onde passaria pelo neurologista e faria tratamento com a fisioterapeuta; a Santa Casa de Guararema não tinha fisioterapia.

Alguns dias depois fui encaminhado para a Santa Casa de Mogi das Cruzes, lá chegando me levaram para a enfermaria onde eu aguardaria a avaliação do neurologista e enquanto ele não me avaliasse, a fisioterapeuta me assistiria com exercícios diarios.

Passaram alguns dias não apareceu o neurologista, perguntei a enfermeira chefe e ela me disse que o neurologista tinha viajado para um congresso no Chile; e eu teria que esperar mais ou menos uns 25 dias para ser avaliado.

Na sequências dos dias notei que a fisioterapeuta não aparecia mais a enfermagem e quando apareceu ela disse que suspenderam a fisioterapia e só voltaria ao tratamento após a avaliação do neurologista.

E para complicar ainda mais a minha esposa estava tendo dificuldades para visitar-me, porque a cidade de Mogi é longe de Jacareí e ficava muito caro a sua para lá todos os dias.

No decorrer do passar dos dias comecei a perder os movimentos da pernas e depois dos braços; aí passei a fazer minha alimentação com ajuda da enfermagem; alguns dias depois meu maxilar travou que mal podia abrir a boca, foi onde a fisioterapeuta voltou e me orientou fazer uns exercícios para solta-lo que voltaria ao normal.

A minha situação ali está cada dia mais difícil, foi onde pedi para que me transferisse para a Santa Casa de Jacareí; tinha um enfermeiro que era amigo da enfermeira chefe de Jacareí e através dela conseguiu a minha transferência depois de três dias.

Para mim seria bem melhor estaria mais perto da minha esposa e dos meus familiares, que poderiam cobrar melhores cuidados.

Quando cheguei na Santa Casa de Jacareí, fui atendido pela médica plantonista que me internou na enfermaria; no dia seguinte o médico que me atendeu foi o dr Rafaelli, o qual me assistiu por alguns dias e depois me passou para a clinica geral dra Rosana, a qual assumiu o meu caso e me colocando em um quarto separado.

Assim fui sendo tratado por ela; que me recomendou fazer fisioterapia, fiz fisioterapia por uns quinze dias, quando a fisioterapeuta me disse que por falta de verba a direção iria cortar o setor de reabilitação.

Pensei comigo estava acontecendo o mesmo que na Santa Casa de Mogi; mas que falta de sorte.

Foi quando numa quarta-feira estava ouvindo o jogo do palmeiras e santos e de repente entrou um médico e me perguntou quem estava ganhando, falei o palmeiras esta ganhando de 2 x 0; e ele ficou ali conversando um pouco e me perguntou o que tinha acontecido; contei a minha história e antes de sair disse que ia me arrumar uma fisioterapeuta.

No dia seguinte depois do café a enfermeira chefe veio acompanhada de moça e chegando perto de mim falou essa é a dra Adriana fisioterapeuta e a partir de hoje virá 3 vezes por semana fazer fisioterapia em você a começar de hoje.

O que eu não sabia é que ela era esposa do dr Eduardo o médico que tinha conversado comigo no dia anterior.

A dra Adriana começou o tratamento primeiramente com teste de sensibilidade, porque eu não suportava a dor quando me tocavam e através de bolas de algodão ela ativava a minha sensibilidade e depois de algum tempo passou a usar a espuma até conseguir me tocar para fazer os exercícios.

A dra Rosana um dia conversando com ela falou que precisava de uma ressônancia magnetica para conhecer melhor a extensão do meu caso; e por intermedio dela e do dr Eduardo conseguiu o exame com o dr Jorge.

Foi onde eu vi que se interessaram por mim, passei quase um ano internado lá graças a dra Rosana, mas teve uma hora que não dava mais para ela me manter lá e teria que me dar alta.

Eu e minha esposa ficamos sem saber o que fazer; eu não tinha condições de ir para casa; foi quando a dra Adriana hegou para fazer a fisioterapia eu lhe expus minha situação; foi quando ela me disse que conhecia uma pessoa que poderia me ajudar,mas, não prometeu nada.

Passado alguns dias a dra Adriana vem com a noticia de que o seu Egidio presidente da Associação Humanitaria Amor e Caridade tinha me aberto ma vaga de internação.

Fui transferido para a Associação no dia 31 de Agosto de 1993; onde continuei sendo assistido clinicamente e também continuava sendo assistido pela dra Adriana, a qual era voluntária da Associação.

Na Associação foi onde consegui depois de 1 ano tomando banho de leito, tomar um banho de chuveiro e aos poucos acostumando a ficar sentado numa cadeira de rodas e ter um acompanhamento melhor das minhas escaras; além de fazer fisioterapia todos os dias com a supervisão da da Adriana.

Em meados de 1994 consegui pela primeira vez rodar a cadeira e rodas e a ficar em pé por 2 minutos, eu estava feliz com as minhas conquistas; mas esse mesmo em novembro minha esposa faleceu; o fato me abateu por um bom tempo, até me conscientizar que onde ela estivesse estaria torcendo por mim.

Assim continuei a minha luta, me empenhando cada vez mais e estava tendo muito progresso; até acontecer outra fatalidade, recebi a noticia da morte de minha mãe, exatamente 1 ano depois da morte de minha esposa; outro fato que me deixou desanimado e sem coragem de continuar lutando.

Mas novamente com as graças de Deus consegui continuar lutando com a minha reabilitação.

Em 1997 através de um novo interno conhecemos a AACD em São Paulo e conseguimos vagas para ser assistido por eles e por intermedio deles consegui a minha cadeira de rodas exclusiva.

E assim continuei na Associação fazendo meu tratamento em conjunto com a AACD e cada vez mais conseguindo mais vitorias.

Em 2004 conheci a Leonice minha atual esposa que foi trabalhar na Associação e em 2006 resolvemos montar o nosso lar.

Sai da Associação no dia 13 de Maio de 2006, sou muito grato por tudo que eles fizeram por mim; hoje tenho minha casa e vivo muito bem com a minha esposa; continuo sendo assistido pela AACD normalmente; faço aplicação butolinica em São José dos Campos; sou assistido no AME de S. J dos Campos; pelo Luci Montoro e faço fisioterapia 2 vezes por semana e terapia ocupacional 1 vez por semana.

Essa é a minha luta diária há 23 anos; sem esmorecer, vencendo desafios diarios com muita disposição e fé em Deus.












4 comentários:

  1. Sua história de vida é linda e emocionante, admiro a sua coragem para passar por todas essas adversidades e não pensar em desistir jamais, seguindo sempre em frente com coragem e acreditando num amanhã melhor; parabéns pela sua luta.

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    1. Olha na minha situação após o meu acidente tenho que agradecer a Deus pela generosidade de me deixar vivo e assim me conceder uma chance de me tornar uma pessoa melhor; mesmo com as dificuldades que estou enfrentando procurando vencê-las uma a uma com muito trabalho e esforço, porque acredito em mim mesmo e na minha capacidade de superação minha amiga.

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  2. Parabéns vc é um Guerreiro.. 👏👏👏

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  3. Parabéns vc é um Guerreiro.. 👏👏👏

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