Acreditar em si mesmo

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sábado, 5 de março de 2016

A sexualidade e a deficiência






Sexualidade
 e a 
deficiência





O falso divórcio entre deficiência e sexo.


Lyge list(o direito ao prazer) ensaio fotográfico que retrata pessoas deficientes sob a perspectiva da sexualidade. Foto: Kim Steimle Rasmussen


Apesar das limitações físicas e estigmas, uma vida sexual prazerosa para homens e mulheres com deficiência é mais do que possível.


Dentre todas as dificuldades que pessoas com deficiência enfrentam, o preconceito e os tabus em relação a determinados assuntos ainda se destacam.

Com a sexualidade não é diferente.

A sociedade, de modo geral, ainda sustenta uma ideia de que pessoas com deficiência – principalmente física – não possuem, ou têm muita dificuldade em ter uma vida sexual ativa e saudável.

No entanto, as principais dificuldades estão nas crenças e nas informações erradas, realmente na deficiência.

As dificuldades sexuais existem, mas dificilmente são provocadas pela deficiência em si.

O que torna difícil a vida sexual de uma pessoa com deficiência é a negação da sexualidade dessas pessoas, por parte da sociedade, e a consequente negligência com a educação sexual nessa população”, afirma a psicóloga especialista em sexualidade Bárbara Lucena.

Com a falta de informações em torno desse tema, diversas crenças errôneas e estereótipos são reforçados.

Entre eles, as ideias de que pessoas com deficiência são assexuadas ou até mesmo hiper sexuadas, em ambos os casos, incapazes de ter uma vida sexual comum.

Deficiências físicas e as reais impossibilidades

No caso de deficiências físicas, é comum acreditar que não é possível ter uma vida sexual ativa por razões biológicas.

Nesses casos, a psicóloga explica que alguns tipos de deficiência podem sim comprometer alguma fase da resposta sexual, mas dificilmente impedem a vivência sexual prazerosa.

Sexo não se limita à penetração ou orgasmo, e uma relação sexual que se completa sem esses atributos não é, necessariamente, inferior ou menos prazerosa.

O incentivo à práticas sexuais diversas (masturbação, sexo oral, troca de carícias) e expansão do repertório sexual é recomendado”, explica a psicóloga.

Bárbara afirmou também que a busca de deficientes por especialistas ou tratamentos que os ajudem a ter uma vida sexual saudável vem crescendo, mas ainda é inexpressiva.

Muitas vezes isso acontece pois, influenciados pelo preconceito e pela falta de informações, os próprios deficientes acreditam que não podem ter uma vida sexual plena.

As crenças errôneas da sociedade são transmitidas à pessoa com deficiência, que, muitas vezes, passa a acreditar que, em virtude da deficiência, a sexualidade não é um aspecto importante de sua vida”.

A psicóloga ressalta que a sexualidade possui fundamental importância na vida de qualquer ser humano, tenha ele uma deficiência ou não.

E complementa que, em geral, pessoas com e sem deficiência possuem o mesmo potencial sexual e afetivo.

Quanto à questão da gestação, Bárbara esclarece que, em alguns casos, a deficiência pode sim causar infertilidade.

Mas isso não é uma regra, e vale lembrar que a infertilidade acomete tanto pessoas com deficiência quanto pessoas sem ela, e que o aspecto reprodutivo do sexo independe do seu aspecto prazeroso.

Assim, ter uma vida sexual satisfatória é possível para todos que possuem ou não deficiências.

Com o acesso a conhecimento, informação e educação sexual e o fim dos preconceitos e crenças equivocadas em torno dessa questão, não há nada que impeça os deficientes de usufruir plenamente de sua sexualidade.

A sexualidade na visão do deficiente

Renato Laurenti hoje é tetraplégico, mas nem sempre foi assim.

Após sofrer um acidente de carro há 30 anos, Renato fraturou as vértebras cervicais C4, C5 e C6 e acabou perdendo quase todos os movimentos do corpo.

A minha recuperação foi demorada, pois no hospital uma psicóloga me disse: ‘você nunca mais vai mexer nada, vai ter que aprender a pintar com a boca e sua vida sexual acabou’”, relembra o empresário, que hoje trabalha com produtos voltados à acessibilidade.

No entanto, com o passar do tempo e reunindo um pouco mais de informação sobre o assunto, Renato percebeu que sua vida não precisava ser exatamente assim.

Para afirmar suas novas perspectivas, uma das coisas que ele considerava mais improváveis aconteceu: uma mulher se apaixonou por ele.

Apesar da novidade, a insegurança tomou conta de Laurenti:

Como vou namorar se não posso transar?

Fui atrás desta história direito e vi que não era nenhum bicho de sete cabeças.

Graças a Deus a psicóloga estava totalmente enganada.

Hoje trabalho, viajo, namoro, e enfim, tenho uma vida normal”.

Para o empresário, diante de uma situação dessas, a melhor forma de continuar com uma vida sexual normal e saudável é conhecer seu novo corpo, suas impossibilidades e limitações.

Sua mobilidade muda, a sua sensibilidade, a sua ereção. Neste momento informação é fundamental.

Com informação e reconhecendo seu corpo, a vida sexual pode ser ativa e com muito prazer, pois é como sempre digo, só não transa quem não quer.

Lembrando também que é possível ter filhos, tanto o homem como a mulher com deficiência”, completa.

Como o próprio Renato afirmou, “a grande dificuldade está na cabeça de cada um, e em como você lida com isto”.

Acima de todas as limitações, está a falta de informação, os conceitos prévios, o medo e o tabu.

E abaixo delas, o mundo real da deficiência, que apesar de um pouco diferente e menos acessível devido à sociedade ainda despreparada, é completamente natural – e tudo que é natural, flui.









Comentário


Quero compartilhar esta postagem do jpress.jornalismojunior.com.br com o propósito de esclarecer alguns mitos em relação a vida sexual ativa dos deficientes.

Vemos acima um relato de uma psicóloga em relação a atividade sexual dos deficientes.

Ela nos informa que partindo do conhecimento do novo corpo, podemos ter sensações e prazer sexual a vida normal.

Há casos mais graves mas mesmo assim tem-se possibilidades de sensações e prazer sexual através de algumas técnicas.

Podemos ver um exemplo deste através do empresario Renato em seu depoimento relatado acima.

Quando ele acha que não havia mais perspectivas para namorar ou ter uma companheira; mas alguém se apaixonou por ele.

Isto fez com que procura-se informações sobre como poderia se relacionar sexualmente com a sua namorada.

Foi onde percebeu que havia vários elementos e técnicas que lhe permitiam ter uma vida sexual ativa e viver normalmente; como ele mesmo diz:

Não é nenhum bicho de sete cabeças”

Existe inúmeros exemplos de homens e mulheres deficientes que tem vida sexual ativa e famílias.

No blog acima tenho uma postagem com o titulo “Formando família” no qual faço um relato semelhante ao do Renato.

Comigo aconteceu o mesmo após o acidente, até as lesões são parecidas; onde fiquei paraplégico; o médico me disse que não iria ter mais movimentos algum.

Mas como sou teimoso e tenho muita fé em Deus; me apeguei a fisioterapia intensamente e assim fui conseguindo me reabilitar gradativamente com os exercícios.

Uma luta de anos e anos a fio e ainda continuo lutando mas com muitos resultados positivos; é uma luta continua para se manter os resultados já adquiridos.

Eu pensava aliás não via mais nenhuma perspectiva de futuramente encontrar alguém que me olhasse com os olhos do coração, era uma página virada no meu entendimento.

Passado alguns anos numa brincadeira entre amigos comentei:

Estou jogado as traças ninguém me quer” - quando a enfermeira da instituição que estava num canto comentou:

Também estou jogada as traças ninguém me quer” - então respondi e porque não!

Mais tarde conversamos e ela disse que era apaixonada por mim e assim fomos nos conhecendo e tendo um relacionamento.

Algum tempo depois resolvemos formar uma família.

Atualmente vivemos juntos a 11 anos muito felizes e com uma linda família.

Quando a gente se aceita com resignação a nova vida tudo vai fluindo em perfeita harmonia e naturalmente.




Observação:

Trata-se de uma questão que muitos deficientes tem vergonha de abordar com o seu médico qual a possibilidade de ter uma vida sexual ativa.

Uma situação meio chata tanto para o homem como para a mulher, além de que para muito esse ato jamais será possível quando se tornam deficientes através de um acidente ou doença.

Assim este assunto se torna um tabu para a pessoa.

Isso é o que todos pensam,mas tem aqueles que descobrem sozinhos e outros raros procuram ajuda de um especialista.











Um comentário:

  1. Não vejo nada demais em um deficiente ter um relacionamento sexual; porque o sexo faz parte da condição humana e se a pessoa tem desejo por que não se relacionar; basta que este conheça seu corpo, só que há muito preconceito em relação ao deficiente ter uma vida sexual ativa.

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