A
lesão medular traumática, ou traumatismo raquimedular – TRM
(coluna vertebral e medula espinhal), é uma lesão frequente que
resulta em uma síndrome neurológica altamente incapacitante que
compromete as principais funções motoras, autonômicas e reflexas
levando a inabilidade permanente.
A
causa mais frequente é o traumatismo, mas também pode ser
resultante de tumores, infecção, lesão vascular ou
iatrogenicamente. A lesão medular afeta física e psicologicamente
não apenas o indivíduo acometido, como também sua família e a
sociedade.
O
National Spinal Cord Injury Statistical Center (Nscisc, 2013) estima
que 273.000 pessoas vivem com lesões medulares apenas nos Estados
Unidos, aos quais se somam 12.000 novos casos/ano. Na mesma
perspectiva, porém com dados epidemiológicos escassos, o Brasil
apresentava em 2003, 250.000 lesados medulares com 9.000 novos
casos/ano, de acordo com Meyer e colaboradores (2003).
A
prevalência mundial é de 236 a 1298/por milhão de habitantes e é
mais frequente no sexo masculino, na faixa etária entre 30 e 40 anos
de idade, no entanto, a proporção de mulheres afetadas por lesões
medulares vem crescendo (Furlan
et al.,
2013).
As
lesões medulares traumáticas são resultantes, na sua maioria, de
acidentes automobilísticos, quedas de alturas, seguido de eventos
violentos e traumatismos esportivos, desse modo, 55-65% dos casos de
lesões medulares ocorrem no nível cervical (C1 a C7-T1), resultando
em uma mortalidade de 10-15% após o primeiro ano da lesão. Por
outro lado, a região torácica (T1-T11), torácica-lombar (T11-T12
até L1-L2) e lombosacral (L2-S5) são responsáveis por 15% das
lesões medulares (Sekhon e Fehlings, 2001; Nscisc, 2013).
Ademais,
o custo anual para os cuidados de um lesado medular são muito
elevados. De acordo com a NSCISC (2013), a média de custo no
primeiro ano de vida de um tetraplégico (C1-C4) é de 1.044,197
milhões de dólares americanos e de um paraplégico é de 508.904
dólares, além disso cada ano subsequente à lesão medular tem um
custo de 181.328 e 67,415 dólares, respectivamente. Assim, a lesão
medular é considerada um problema de saúde pública.
A
localização anatômica mais comum de lesão medular, na região
cervical, está associada também ao maior índice de complicações,
seqüelas e mortalidade em relação aos demais segmentos cervicais
(Nscisc, 2013).
Assim,
tetraplegia incompleta representa 40,6% dos casos nos EUA, seguida
por paraplegia incompleta (18,7%), paraplegia completa (18%) e
tetraplegia completa (11,6%), sendo que menos de 1% dos pacientes tem
recuperaçãoo neurológica completa até o momento de alta
hospitalar (Nscisc, 2013).
Dependendo
do segmento medular afetado pelo traumatismo e a severidade da lesão,
há uma variedade de aspectos que precisam ser compreendidos.
Por
exemplo, em pacientes paraplégicos (perda total ou parcial dos
movimentos das pernas), a falta de coordenação motora das pernas é
uma prioridade menos importante a ser considerada que as disfunções
autonômicas gastrintestinais, da bexiga urinária (atonia e/ou
hiperatividade da bexiga), funções sexuais e disreflexias
cardiovasculares, uma vez que estas levam a óbito a maioria dos
pacientes.
Para
pacientes tetraplégicos (perda total ou parcial dos movimentos das
pernas e braços), as habilidades de manipulação dos braços e mãos
são as mais importantes a considerar, bem como a possibilidade de
ventilação pulmonar natural, sem uso de ventiladores mecânicos.
Além
disso, dores e espasticidade muscular são aspectos relevantes em
praticamente todos os pacientes com trauma raquimedular.
Apesar
dos cuidados médicos e de reabilitação, muitos lesados medulares
apresentam déficits neurológicos e motores permanentes, assim, o
estudo acerca dos acontecimentos oriundos do trauma medular é
relevante para a melhora, não apenas do aspecto locomotor dos
lesados, mas também das comorbidades que afetam essas pessoas –
como, por exemplo, a dor.
Histórico
da lesão medular - O
primeiro registro documentado de lesão medular é de um papiro de
2500 a.C. adquirido pelo egiptologista Edwin Smith, em 1862, e
traduzido por James Henry Breasted em 1930, no qual relata-se que a
lesão medular é “um mal a não ser tratado” (Van Middendorp
et al.,
2010). Esse dogma, infelizmente, permaneceu até o final do século
XIX quando iniciaram-se os primeiros experimentos em animais para
compreender os eventos fisiopatológicos envolvidos após um trauma
na medula espinhal.
O
primeiro relato experimental foi de Schmaus, em 1890, que observou
degeneração e cavitação nas medulas espinhais de coelhos após
lesões medulares, e, em 1900, Bikeles confirmou os mesmos relatos.
Kirchgasses e Scagliosi (1897 e 1898, respectivamente) relataram que
danos na medula espinhal causavam degeneração da mielina,
hemorragia intra-parenquimal e morte celular no dorso anterior da
medula espinhal (Yeo, 1976) .
Em
1907 Stcherbak desenvolveu um método de lesão medular em coelhos
por vibração intensiva e descreveu a presença de necrose na
substância cinzenta seguida pelo trauma. Em 1919, Ayer desenvolveu
um método de paraplegia por injeção de parafina direto na medula
espinhal de gatos e não observou danos histológicos. Hemorragia
extensa rostro-caudal na substância cinzenta a partir do sítio da
lesão e edema da substância branca foram relatados tanto pelos
experimentos de Roussy, em 1920, quanto McVeigh e Thompson, em 1923.
Ao final da década de 1920, Ferraro observou em coelhos que após o
trauma medular havia um edema acentuado dos axônios na primeira hora
do trauma, alterações da mielina dentre as primeiras 12 horas e
degeneração da substância branca com início de um processo de
gliose já em 4 dias após a lesão medular (Yeo, 1976).
Ao
longo dos anos, desse modo, houve um esforço da comunidade
científica que estuda lesão medular, em padronizar modelos para
melhor compreender os processos fisiopatológicos envolvidos após o
trauma da medula. Assim, Alfred R. Allen, em 1911, desenvolveu o
primeiro aparato de contusão da medula, aparelho o qual derrubava um
peso específico e calibrado perpendicular à região torácica de
cachorros.
Atualmente,
há vários modelos de contusão: Ohio
State University (OSU) impactor; Multicenter Animal Spinal Cord
Injury Study (MASCIS) Impactor; NYU Weight-Drop Device (Dunham
e Floyd, 2011).
No
entanto, em 1971 Tator desenvolveu o modelo de clipe vascular para
estudar lesões medulares em macacos e roedores através da
compressão medular. Modelos de transecção total da medula, apesar
de existirem, são pouco utilizados por não mimetizarem o que
geralmente ocorre em humanos e, dessa forma, não possibilitam a
translacionalidade dos estudos.
Por
outro lado, hemisecção da medula espinhal tem sido um modelo
utilizado para facilitar a compreensão de eventos moleculares,
principalmente regeneração axonal, que ocorrem após o trauma
(Willis, 2002). Em 2001, Vanicky desenvolveu um modelo de compressão
medular por catéter de embolectomia Fogarty 2-F, modelo que
utilizamos nesta referida tese com algumas modificações (Vanicky
et al.,
2001).
É
importante ressaltar que a utilização da experimentação animal e
o desenvolvimento de modelos e técnicas de estudo para a compreensão
de eventos que ocorrem após o trauma resultou em uma ampla
literatura acerca do assunto, além de facilitar a translacionalidade
para estudos clínicos de fármacos e técnicas cirúrgicas.
Figura
1.
Estruturas da medula espinhal.
Fisiopatologia
da lesão medular traumática - Uma
vez que o trauma medular acontece, uma sequência de eventos
fisiopatológicos ocorre gerando danos neurológicos. Esses danos são
resultados de dois eventos distintos: a lesão mecânica primária e
a lesão endógena secundária.
Lesão
primária - A
lesão mecânica primária é o resultado direto do impacto somado à
compressão da medula espinhal que resulta em dano axonal. Essa lesão
pode ocorrer por fraturas de deslocamento que resultam em fragmentos
ósseos que comprimem a medula por uma hiperextensão e/ou
cisalhamento da medula espinhal e/ou do seu suprimento sanguíneo. A
lesão mecânica primária ainda pode ser resultado de uma transecção
ou laceração da medula espinhal por deslocamento severo ou feridas
penetrantes, levando à secção parcial ou total da medula.
Lesão
secundária - Após
o trauma inicial, inicia-se um processo endógeno chamado de lesão
endógena secundária. O processo foi descrito pela primeira vez por
Alfred R. Allen, em 1911. Esse processo ocorre como resultado da
ruptura tecidual com uma hemorragia na substância cinzenta e, por
conseguinte, acontece um aumento da permeabilidade da barreira
hematoencefálica, apoptose glial e neuronal, além de uma complexa
resposta neuroinflamatória que persiste por meses ou anos após o
trauma inicial (Dumont
et al.,
2001; Schwartz e Fehlings, 2002; Profyris
et al.,
2004; Fleming
et al.,
2006; Donnelly e Popovich, 2008). Os eventos envolvidos durante essa
fase fazem com que a sobrevivência neuronal seja escassa e a
recuperação funcional prejudicada.
Ademais,
é durante esse momento da lesão que o ambiente celular torna-se
inóspito para a regeneração e remielinização (Mcdonald e
Sadowsky, 2002; Vawda e Fehlings, 2013; Dasari
et al.,
2014). O processo da lesão secundária é dividido em sub-fases:
imediata, aguda, subaguda, intermediária e crônica (Figura 2).
Fase
imediata - A
fase imediata se refere, aproximadamente, as primeiras duas horas
após o trauma e resulta em uma morte neuronal e glial acompanhada de
choque medular e consequente perda funcional motora no nível da
lesão e abaixo (Ditunno
et al.,
2004; Norenberg
et al.,
2004; Boland
et al.,
2011).
O
trauma medular está associado ainda à liberação excessiva de
glutamato, o principal neurotransmissor excitatório do SNC, que,
especialmente no ambiente hipóxico da medula lesionada, leva ao
estímulo exagerado dos receptores glutamatérgicos ionotrópicos,
resultando na morte celular por excitotoxicidade.
As
células da glia também são atingidas, sendo os oligodendrócitos
os mais prejudicados, uma vez que apresentam maior permeabilidade ao
cálcio e sofrem sensibilização por ciclooxigenase-2, resultando em
morte excitotóxica (Profyris
et al.,
2004; Carlson
et al.,
2010; Gerardo-Nava
et al.,
2013; Wang
et al.,
2013).
Ocorre,
ainda, o aparecimento de pontos hemorrágicos distantes do sítio da
lesão original como resultado da perda de integridade estrutural dos
capilares sanguíneos e há o aumento da expressão do fator de
necrose tumoral- alfa (TNF- α) e interleucina-1β (IL-1β) (Donnelly
e Popovich, 2008; David e Kroner, 2011).
Fase
aguda - O
primeiro momento da fase aguda ocorre entre 2 e 48 horas após o
trauma medular inicial. Nesse momento, as petéquias aumentam em
número e se unem formando uma volumosa área hemorrágica,
resultando em uma isquemia (Tator e Fehlings, 1991).
Este
fenômeno é particularmente importante uma vez que a hemoglobina
liberada é tóxica às células do SNC, expandindo o volume de
tecido neural destruído (Regan e Guo, 1998; Gerzanich
et al.,
2009).
Relacionado
a estes eventos, ocorre o infarto tecidual que propaga a necrose do
tecido nervoso e é intensificado por mecanismos como a trombose e o
choque neurogênico.
A
isquemia e o processo hemorrágico estão relacionados a
permeabilidade da barreira hematoencefálica/hematoespinhal, uma vez
que a lesão medular causa uma interrupção nessas barreiras,
atingindo uma interrupção máxima 2 horas após o trauma e
retornando a níveis fisiológicos 2 semanas depois do trauma inicial
(Figley
et al.,
2014).
Dentre
as primeiras 24 horas após o trauma inicial, ocorre um processo
chamado choque medular, ou seja, a ausência de reflexos espinhais
caudais.
O
choque medular é diferente do choque neurogênico, já que esse
representa uma condição em que o paciente apresenta hipotensão e
bradicardia devido a perda da resistência vascular periférica,
enquanto aquele está relacionado a interrupção das funções
neurais distal à lesão, incluindo reflexo, sensibilidade e força
motora (Ditunno
et al.,
2004).
Além
disso, a interrupção das barreiras hematoencefálicas e
hematoespinhal permite a infiltração de células do sistema imune
para o SNC, tais como células T, neutrófilos e monócitos. As
micróglias residentes continuam a proliferar e se ativam durante a
fase aguda, resultando na liberação acentuada de quimiocinas e
citocinas (Donnelly e Popovich, 2008; Tzekou e Fehlings, 2014).
Dessa
forma, durante as primeiras 24 horas após o trauma medular, os
neutrófilos chegam ao sítio da lesão e há liberação de
citocinas, MMPs, mieloperoxidase e espécies reativas de oxigênio
(Fleming
et al.,
2006; Donnelly e Popovich, 2008).
Assim,
em 48 horas ocorre uma migração de monócitos e os neutrófilos já
não são mais recrutados. Já em 72 horas, ocorre uma expansão da
lesão secundária, uma vez que os monócitos iniciam sua
diferenciação para macrófagos e há liberação de glutamato,
TNF-α, IL-1β, IL-6 e prostanóides (Leskovar
et al.,
2000; Schwab
et al.,
2000).
Depois
da primeira semana após a lesão medular inicial, ocorre uma redução
de macrófagos, porém a ativação de microglia persiste por semanas
(Donnelly e Popovich, 2008). O resultado final dos eventos da fase
aguda é a morte celular por apoptose e a desmielinização( Yu
et al.,
2009).
Entre
os primeiros dois dias e duas semanas da lesão medular traumatica os
astrócitos tornam-se hipertróficos e proliferativos e inicia-se a
formação da “cicatriz glial”, a qual é responsável por uma
barreira física e química para a regeneração da medula espinhal
(Karimi-Abdolrezaee
et al.,
2010; Karimi-Abdolrezaee
et al.,
2012; Young, 2014).
Fase
intermediária - A
fase intermediária inicia entre a segunda e terceira semana após o
trauma e tem duração aproximada de 6 meses.
Durante
esse momento a reação de gliose continua até a cicatriz glial se
formar por completo. A cicatrização glial é um fator crucial na
recuperação de lesões no SNC, pois a eliminação do contingente
de astrócitos reativos leva ao aumento do tamanho da lesão e a uma
perda exagerada de macromoléculas através da barreira
hematoencefálica que se encontra comprometida (Faulkner
et al.,
2004; Myer
et al.,
2006).
Por
conta disso, as falhas na regeneração axonal devem-se a produção
de moléculas inibitórias pelos astrócitos a partir da cicatriz
glial (Fitch e Silver, 2008).
A
contribuição dos astrócitos na ausência de regeneração no SNC
deve-se a: (1) falha em proporcionar um substrato celular apropriado
para o crescimento axonal;
(2)
ausência de fatores apropriados que suportem o crescimento axonal;
(3) produção de moléculas que inibem o alongamento axonal, como os
proteoglicanos (Jones, Margolis,
et al.,
2003; Jones, Sajed,
et al.,
2003). Além dos astrócitos, a mielina do SNC também produz a
glicoproteína associada à mielina (MAG), a Nogo-A e a glicoproteína
da mielina de oligodendrócitos (Omgp), substâncias capazes de
inibir o crescimento de axônios, pois estão localizadas na porção
interna da bainha de mielina, fazendo contato direto com os axônios
(Wang
et al.,
2002; Schweigreiter e Bandtlow, 2006; Fitch e Silver, 2008).
Fase
crônica - Uma
lesão medular é considerada crônica a partir do sexto mês do
trauma inicial. Durante esse momento a cicatriz glial e os
cistos/cavidades na medula espinhal já estão desenvolvidos e
estabelecidos.
Os
cistos são resultados dos restos de tecido neural e representam uma
barreira física que impede a regeneração axonal. Nesse momento a
degeneração walleriana (retração axonal) continua e pode durar
anos até que os corpos celulares e os restos de axônios sejam
totalmente removidos do sítio da lesão (Fleming
et al.,
2006; Kramer
et al.,
2013).
Figura
2. Eventos fisiopatologicos após a lesão medular traumática. Os
eventos estão divididos em fase imediata (2 horas), aguda (2 a 48
horas), subaguda (48 horas a 14 dias), intermediária (14 dias a 6
meses) e crônica (a partir de 6 meses). Adaptado de Siddiqui et al,
2014.
Intervenção
clínica - Antigamente
quando ocorria um trauma na medula o paciente era apenas imobilizado
no hospital até poder receber alta. No entanto, hoje os avanços da
medicina melhoraram significativamente o tratamento dos pacientes com
lesão medular e resultaram em uma melhora na qualidade de vida.
Assim,
quando ocorre o trauma na medula espinhal, a avaliação e cuidado
iniciam na cena do trauma. A fase inicial do atendimento é crítica
e primordial para o resultado final. (Van Der Velden
et al.,
2008). A adesão aos protocolos do ATLS (Advanced
Trauma Life Support)
é importante para otimizar o resultado do atendimento dos pacientes
traumatizados, porém desvios destes protocolos costumam ocorrer.
A
intervenção clínica atual se restringe, essencialmente, na
estabilização da coluna vertebral, restauração do alinhamento,
descompressão da medula espinhal e no uso de doses elevadas de
fármacos da classe dos glicocorticóideis, tais como
metilprednisolona, administrada até oito horas após o trauma
(Thuret
et al.,
2006; Abul-Kasim
et al.,
2010).
A
metilprednisolona tem a capacidade de atenuar a resposta
neuroinflamatória que se instala imediatamente após a lesão,
reduzir a peroxidação lipídica e preservar a integridade das
estruturas neuronais.
Porém,
alguns estudos clínicos questionam a eficácia do tratamento com o
corticóide, intensificando desta forma, a busca por abordagens
terapêuticas mais eficazes (Wilson e Fehlings, 2011; Fehlings
et al.,
2014).
Há,
ainda, abordagens que buscam restituir ou substituir funções
perdidas por meio de transplantes celulares variados (Giszter, 2008;
Vawda e Fehlings, 2013).
No
entanto, nas últimas décadas os avanços no entendimento da
fisiopatologia do trauma raquimedular têm conduzido a diversos
estudos clínicos de fase I e II, entre eles, estuda-se a eficácia
do tratamento com metilprednisolona, aminoesteróides (mesilato de
tirilazade; antioxidante desenvolvido para prevenir a peroxidação
lipídica sem ativar receptores glicocorticóides), gangliosídio GM1
(Sygen), hormônio liberador de tirotropina, gaciclidina (GK-11, um
antagonista de receptores NMDA), naloxona (antagonista opióide),
nimodipina (bloqueador de canais de cálcio do tipo L).
Entretanto,
estes estudos clínicos não obtiveram resultados signicativos em
relação a melhora da lesão medular.
Vários
outros estudos básicos e clínicos estão explorando intervenções
tais como a descompressão cirúrgica precoce, estimulação elétrica
de campo, estratégias de neuroproteção como riluzole e
minociclina, inativação de inibição de mielina, bloqueando a
expressão/atividade de Nogo e Rho, e o transplante de vários
substratos celulares na medula espinhal lesada (Giszter, 2008; Wilson
et al.,
2013; Wu
et al.,
2014).
Neste
sentido, as pesquisas dedicadas à lesão medular traumática têm se
voltado a estratégias que visam o controle da excitotoxicidade e da
inflamação, a inibição de apoptose celular, o reparo da
desmielinização, a regeneração axonal e restauração da sua
condutibilidade e conectividade, a minimização das disfunções
autonômicas, além da restauração de coordenação motora ou o
alívio de comorbidades que afetam os lesados medulares (Thuret
et al.,
2006; Samadikuchaksaraei, 2007).
Figura
3.
Níveis da lesão medular e sistemas afetados.
Stefânia
Forner
Farmacêutica,
Mestre e Doutoranda em Farmacologia/UFSC
Fonte: - ciênciasecognição
Achei bem interessante esta matéria pude ter uma noção e visão do que vem a ser uma lesão medular e suas consequências; por sinal muito complexa.
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