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Meu
namorado
é cadeirante,
e daí?
É
inevitável um casal formado por duas pessoas com características
diferentes, seja de raça, idade ou aparência física, chamar a
atenção, nunca escapa dos olhares curiosos, de admiração dos mais
românticos e de preconceito dos mais conservadores, o difícil mesmo
é passar despercebido em algum lugar.
De
fato não é o mais comum, por esse simples motivo já chama a
atenção, e cá entre nós as pessoas sentem certo prazer em julgar
e tirar conclusões precipitadas.
Mas
quem se importa com isso?
Quando
se encontra o verdadeiro amor, acredito que seja um encontro de
almas, em que os corações se entregam e nada mais pode deter os
dois se envolvem de tal maneira que todo o resto fica em segundo,
terceiro ou quarto plano.
Sinceramente
não podemos dizer que namorar uma pessoa com qualquer tipo de
dificuldade de locomoção, não tenha as suas peculiaridades, em um
país onde a preocupação com a acessibilidade é relativamente
nova, a cadeira de rodas pode ocasionar sim alguns dissabores, como a
impossibilidade de entrar em um lugar da mesma forma que os outros,
pela entrada principal, ou ainda pior ser necessário dar um jeitinho
ou ocasionar uma certa “confusãozinha” no intuito de fazer valer
os seus direitos, protestando e reivindicando quem sabe um dia a
inclusão seja uma realidade natural e não imposta.
Mas
sem duvida alguma os momentos divertidos e engraçados superam e
muito qualquer tipo de dificuldade e barreira que se encontre no
caminho.
Deficiências
graves mesmo e insuperáveis são a moral e de espírito, para esses
casos sinto muito, mas não vejo solução, agora as deficiências de
locomoção e motora são perfeitamente adaptáveis e superáveis.
Tudo
pode ser feito do jeitinho do casal, da forma que a convivência e o
tempo vão mostrando as inúmeras formas de solucionar e superar cada
dificuldade, onde uma coisa simples pode virar uma superação com um
resultado muito mais gratificante, e uma coisa mais complexa, uma
grande vitória e prova de que nada é impossível para um casal
determinado.
Com
determinação e coragem uma atividade que parece ser absolutamente
inviável, pode se tornar uma realização pessoal fascinante.
Quando
menina, aprendemos que o príncipe encantado chega montado em um
cavalo branco, mas sejamos realistas quantos chegam de verdade?
Garanto
que se o seu chegar em uma cadeira de rodas, tudo será mágico e
encantador ele só precisa de uma oportunidade para te mostrar isso.
Somos
um casal igual qualquer outro, são inúmeras as possibilidades para
se adequar e se adaptar dentro da realidade imposta, o importante
mesmo é ter otimismo, carinho e paciência para enfrentar algumas
situações e imaginação para outras.
Aos
olhos de quem ama, o ser amado é perfeito em suas imperfeições,
“ah Amor, mas as minhas pernas são finas, não gosto do meu
peitoral, preciso fazer cateterismo…” e outras coisas que fazem
parte da rotina de um cadeirante, sabemos que tirando do foco o ser
amado, seu físico pode não ser o exemplo de beleza padrão, mas
quando olhamos com amor no coração, enxergamos sim, cada cicatriz
como uma batalha vencida, como uma vitória nos inúmeros desafios da
vida, passamos a ver com orgulho e admiração o todo, o homem com
suas peculiaridades e bagagem de vida, e pode acreditar ele é o
homem mais LINDO do meu mundo, da minha vida.
De
fato não somos a “família Doriana”, onde o homem perfeito, se
apaixonou pela mulher perfeita, tem o casamento perfeito , com
filhinhos perfeitos e fim.
O
retrato de família que eu sonho e quero dividir com o meu príncipe,
é de uma família real cheia de perfeição em suas imperfeições,
profundamente abençoada e amada por cada um que a compõe.
É
também muito comum entre os cadeirantes a depressão, em alguns
momentos a baixa autoestima, síndrome do pânico e em muitos desses
casos o uso do álcool para aliviar a pressão do dia a dia, nesses
momentos eu vejo que a qualidade do Amor é testada e faz a
diferença, em nenhum desses casos é fácil e tranquilo superar, mas
é possível sim, no meu caso vejo que o fundamental é a
cumplicidade, a parceria, a união, o respeito e às vezes uma dose
especial de paciência, é ter a certeza que não existe culpada de
ninguém para estar passando por essa fase, não é falta de amor, é
preciso lembrar que não existe um motivo real, tudo é fruto do
psicológico, se não tivesse mais amor, não seria depressão, mas
sim tristeza pelo fim da relação, se estivesse infartando não
seria síndrome do pânico, assim por diante, mas nem por isso a
pessoa que está passando consegue enxergar dessa forma, para ele
nessa fase o problema existe e é muito real, cabe a nós parceiros
dar o apoio, ser o porto seguro, que ele precisa, sem julgamento,
garanto que só de estar ali do lado, fará toda a diferença para
ele superar.
Uma
coisa muito importante também é ver o seu parceiro, como homem
inteiro, que merece o respeito como qualquer outro, é sim a figura
masculina na relação, que vai te proteger, cuidar de você e ser a
“fortaleza”, a mulher tem que ser a companheira, estar ao lado na
relação, lembrar que não é enfermeira, muito menos a mãe, lógico
que sempre cabe a preocupação e a atenção, mas sem exageros sem
tratar o seu homem com mimos e regalias demais, superproteção não
é bom a ninguém, permita e dê o espaço necessário para que ele
possa fazer tudo aquilo que seja capaz e ir além, para estar sempre
se superando, o estímulo, a motivação, o apoio e a confiança da
parceira, é o que ele precisa para cada vez ir mais longe, acredite
ele é capaz.
O
Amor que move o mundo, não são as pernas nem as rodas, mas sim o
que carregamos no peito e oferecemos ao próximo da forma mais
sincera, profunda, singela e sem querer absolutamente nada em troca,
essa força que propulsiona a vida, a família as relações para
frente, se ela estiver presente em suas vidas da forma mais pura e
verdadeira te, sua relação será capaz de conquistar o mundo e
realizar sonhos jamais imaginados.
Bom,
essa é a minha experiência como andante profundamente apaixonada
pelo meu cadeirante, posso não ser regra e nem exceção, lembramos
que cada um é um ser único e por isso somos todos especiais.
Fonte
– Deficiente Sim, Superar Sempre
Ainda
o amor
Nos
dias que vivemos, muito se ouve falar a respeito do amor.
Suspiram
os jovens por sua chegada, idealizando cores suaves e delicados tons.
Alguns
o confundem com as paixões violentas e degradantes e, por isso
mesmo, afirmam que o amor acaba.
Entretanto,
o amor já foi definido pelos Espíritos do Bem como o mais sublime
dos sentimentos.
Reveste-se
de tranquilidade e confere paz a quem o vivencia.
Não
é produto de momentos, mas construção laboriosa e paciente de dias
que se multiplicam na escalada do tempo.
Narra
o famoso escritor inglês Charles Dickens que dois recém-casados
viviam modestamente.
Dividiam
as dificuldades e sustentavam-se na afeição pura e profunda que
devotavam um ao outro.
Não
possuíam senão o indispensável, mas cada um era portador de uma
herança particular.
O
jovem recebera como legado de família um relógio de bolso, que
guardava com zelo.
Na
verdade não podia utilizá-lo por não ter uma corrente apropriada.
A
esposa recebera da própria natureza uma herança maravilhosa: uma
linda cabeleira.
Cabelos
longos, sedosos, fartos, que encantavam.
Mantinha-os
sempre soltos, embora seu desejo fosse adquirir um grande e lindo
pente que vira em uma vitrina, em certa oportunidade, para os prender
no alto da cabeça, deixando que as mechas, caprichosas, bailassem
até os ombros.
Transcorria
o tempo e ambos acalentavam o seu desejo, sem ousar expor ao outro,
desde que o dinheiro que entrava era todo direcionado para as
necessidades básicas.
Em
certa noite de Natal, estando ambos face a face, cada um estendeu ao
outro, quase que ao mesmo tempo, um delicado embrulho.
Ela
insistiu e ele abriu o seu primeiro.
Um
estranho sorriso bailou nos lábios do jovem.
A
esposa acabara de lhe dar a corrente para o relógio.
Segurando
a preciosidade entre os dedos, foi a vez dele pedir a ela que abrisse
o pacote que ele lhe dera.
Trêmula
e emocionada, a esposa logo deteve em suas mãos o enorme pente para
prender os seus cabelos, enquanto lágrimas significativas lhe
rolavam pelas faces.
Olharam-se
ambos e, profundamente emocionados descobriram que ele vendera o
relógio para comprar o pente e ela vendera os cabelos para comprar a
corrente do relógio.
Ante
a surpresa, deram-se conta do quanto se amavam.
O
amor não é somente um meio, é o fim essencial da vida.
Toda
expressão de afeto propicia a renovação do entusiasmo, da
qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.
O
amor tem a capacidade de estimular o organismo e de lhe oferecer
reações imunológicas, que proporcionam resistência para as
células, que assim combatem as enfermidades invasoras.
O
amor levanta as energias alquebradas e é essencial para a
preservação da vida.
Eis
porque ninguém consegue viver sem amor, em maior ou menor expressão.
Fonte:
- Momento Espírita com base em conto de Charles Dickens, e no cap.
13 do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em
05.05.2009.
Observa,
amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.
Vida
– é o Amor existencial.
Razão
– é o Amor que pondera.
Estudo
– é o Amor que analisa.
Ciência
– é o Amor que investiga.
Filosofia
– é o Amor que pensa.
Religião
– é o Amor que busca Deus.
Verdade
– é o Amor que se eterniza.
Ideal
– é o Amor que se eleva.
Fé
– é o Amor que se transcende.
Esperança
– é o Amor que sonha.
Caridade
– é o Amor que auxilia.
Fraternidade
– é o Amor que se expande.
Sacrifício
– é o Amor que se esforça.
Renúncia
– é o Amor que se depura.
Simpatia
– é o Amor que sorri.
Altruísmo
– é o Amor que se engrandece.
Trabalho
– é o Amor que constrói.
Indiferença
– é o Amor que se esconde.
Desespero
– é o Amor que se desgoverna.
Paixão
– é o Amor que se desequilibra.
Ciúme
– é o Amor que se desvaira.
Egoísmo
– é o Amor que se animaliza.
Orgulho
– é o Amor que se enlouquece.
Sensualismo
– é o Amor que se envenena.
Vaidade
– é o Amor que se embriaga.
Finalmente,
o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio
Amor que adoeceu gravemente.
Tudo
é Amor.
Não
deixes de amar nobremente.
Respeita,
no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina:
“COMO?”.
André
Luiz
Não vejo o porque das pessoas se espantarem e até recriminarem um andante namorar um cadeirante; são pessoas comum e normal apenas tem dificuldade de se locomover, no demais são iguais como qualquer outra pessoa; é preciso que as pessoas deixe de serem preconceituosas e respeite as diferenças; todos tem o direito a vida e serem felizes.
ResponderExcluirAinda há um preconceito em relação ao cadeirantes quando se fala no sentimento do amor, ao verem namorando um andante; as pessoas precisam entender que o sentimento de amor verdadeiro e puro não vê diferença entre as pessoas, além de superar todas as barreiras; existe inúmeros casais por aí que vivem felizes com suas famílias. Eu sou tetraplégico e sou casado com uma andante e somos felizes.
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