A
minha versão
da história
Meu
nome é Carlena, tenho 36 anos, sou cadeirante há 15 anos (debutando
esse ano, hehe!), sou Assistente Social e no momento trabalho e me
delicio com os retornos que a publicação de um livro tem me
trazido!
Qual
o motivo e desde quando você usa a cadeira de rodas?
Sofri
um acidente de carro em 2000 que me deixou assim (cadeirante).
De
0 á 10, dê sua nota de o quanto você é feliz.
Explique
sua nota
Eu
não saberia construir essa tabela com notas sobre minha felicidade.
Acredito
que a vida é montanha russa, sendo assim, ñ sou alegre o tempo
inteiro, tampouco triste da mesma forma e acredito que o natural da
espécie humana seja isso mesmo.
O
que sentiu quando ficou sabendo que tinha ficado tetraplégica?
Sinceramente,
me senti perdida pela total falta de conhecimento a respeito
de
uma lesão medular, por isso demorei um pouco para compreender a
dimensão do estrago.
Qual
foi o momento em que você resolveu se reinventar e voltar a sua vida
ativa?
Consegui
ir pro Sarah de BSB três anos após o acidente.
Eu
nunca tinha convivido com outros cadeirantes e ñ enxergava
possibilidades, pelo contrário, lembro-me de sempre sentir muita
pena das pessoas com algum tipo de deficiência, então meu desafio
também era desconstruir esses valores que automaticamente fui
trazendo pra minha vida depois de me tornar cadeirante.
Lá
conheci outros cadeirantes e bons exemplos de como poderia ser
possível uma vida saudável e ativa sobre rodas e isso foi bem
importante pra mim.
Somando
essas experiências a tudo que aprendi na reabilitação que a
instituição disponibiliza, saí de lá super otimista em relação
a vida de uma forma geral, talvez ali tenha surgido minha primeira
sensação a respeito da certeza sobre meu lugar e papel no mundo.
Por
que você resolve escrever o livro (A minha versão da História)?
Na
verdade, registrava em diários meu cotidiano.
E
comecei a acumular muito material.
Um
dia mostrei pra minha amiga Juliana Carvalho, autora do livro “Na
minha cadeira ou na tua?” o que tinha escrito e ela me incentivou a
procurar editora para a publicação de um livro.
Foi
assim que “A minha versão da história” começou a ser pensado!
O
que você conta nos tópicos do livro que estão em páginas pretas?
Nas
páginas pretas trago meus diários, particularidades que fazem parte
de uma construção minha de muitos e muitos anos.
Não
foram escritas pensando em publicação ou coisa parecida, escrevia
pra mim, como desabafo talvez ou porque simplesmente gosto de
escrever.
Há
alguns anos, se alguém me falasse sobre expor meus diários num
livro, eu jamais concordaria com a ideia.
Porém,
fui repensando essa certeza quando me dei conta do quanto o meu
cotidiano era permeado por aprendizados e perrengues que ser
cadeirante me trouxe e lembrei da Carlena de antes do acidente que
nem sabia o que era uma lesão medular, muito menos se questionava
sobre acessibilidade, por exemplo.
Daí
me dei conta do papel social dos meus rascunhos e resolvi
compartilhá-los num livro.
Quais
as referências que um cadeirante pode encontrar no livro?
Acredito
que cada um vai interpretar o que lê de alguma forma e isso é muito
subjetivo.
Porém,
enxergo no meu livro muitas possibilidades de desconstruir algumas
opiniões sobre a realidade da pessoa com deficiência.
Em
nenhum momento me coloco como heroína ou como coitada, e acho que
esse é o grande diferencial do meu livro.
Deixe
para nossos leitores, um trecho do livro de seu livro, que você mais
goste e que mais te chame a atenção.
“Tento
desviar novamente enquanto ele continua na minha frente tentando
colocar a mão na minha bolsa.
Automaticamente
penso: este senhor quer me roubar!
Tento
me livrar dele e grito pra todo mundo que está no ponto de ônibus
ouvir:
Socorro
gente, este senhor quer roubar a minha bolsa!
Quando
termino de exclamar minha súplica, o insistente velhinho coloca a
mão na minha cabeça, me chama de filha e me pede para ter calma.
Calmamente
estica o braço perto das minhas pernas e larga várias moedinhas.
Sinto-me
aliviada, eu estava recebendo uma esmola, o que no momento é muito
melhor que um assalto.
Fico
olhando pra ele e digo:
Ahhhh,
então é isso que o senhor quer...
Olho
pro relógio e já estou cinco minutos atrasada.
Não
tenho tempo nem vontade de discursar na esperança de fazer com que
este senhor mude imediatamente sua opinião sobre as pessoas que
assim como eu, usam cadeira de rodas.
Até
posso contar que um dia também senti pena de mim mesma, mas agora
tenho mais o que fazer.
Sigo
rodando, pensando no que acaba de acontecer e concluo que o mais
importante a esmola não alterou: continuo me sentindo diva”.
Que
pessoas que merecem ser lembradas em sua vida?
Que
pergunta difícil, hein...
Essa
semana tive um sonho muito lindo com a minha mãe, então vou deixar
essa resposta com o sentimento que ficou nesses últimos dias e a
lembrança vai ficar toda pra ela!
Quer
comprar o livro, A minha versão da História?
O
livro está disponível nas livrarias cultura de todo país ou você
pode comprar diretamente pelo Facebook da Carlena, com a vantagem que
vem autografado por ela.:)
Fonte: - cadeirantes life
Ação
ponderada
Pequena
análise do comportamento humano nos permite perceber o quanto somos
capazes de muito reagir e de pouco agir.
Basta
uma pequena rusga no trânsito, alguém que altere a voz em uma
discussão, e a reação acontece.
Ou
ainda, que alguém nos trate rispidamente, ou que falte com a polidez
para conosco para que desencadeie uma imediata reação em nós.
Reagimos
de maneira impulsiva, algumas vezes, até violenta, e,
consequentemente, impensada.
Reagimos,
de súbito, para logo mais percebermos que poderíamos ter agido
diferente.
Qual
animal ferido ou acuado, reagimos para nos defender, sem analisar,
refletir ou pensar.
Assim
se dá porque vinculados a comportamentos ancestrais, trazemos o
ímpeto de reagir, por impulso, por instinto, sem raciocinar.
E,
somente depois, a razão nos convida a avaliarmos as consequências
do que foi dito, ou a maneira como nos comportamos.
Por
outro lado, somos sempre vítimas de nossas reações, enquanto a
ação nos permite tomar a atitude que escolhemos, o procedimento que
achamos mais adequado.
Se
a reação é instintiva, a ação é racional e reflexiva.
Se
ao reagir não nos damos conta ou não nos apercebemos do estrago que
podemos causar, o agir é analisado e pensado.
Dessa
forma, se já percebemos que nossa reação gera muito mais
dificuldades e problemas do que soluções e tranquilidade, faz-se
hora de trocarmos a reação pela ação.
Por
exemplo, se fazemos silêncio quando alguém nos dirige impropérios,
é a ação da paz que foi nossa opção.
Fácil
seria revidar na mesma moeda, reagir da mesma forma.
Desafiador
é evitar a armadilha da reação e, lucidamente, optar pela clareza
da ação.
Se
alguém nos aborda de maneira grosseira, e respondemos com gentileza,
paciência e calma, é a ação da nossa compreensão para com o
outro.
Talvez
fosse mais fácil, pela força do hábito, nos comportarmos com
reciprocidade, devolvendo a grosseria que recebemos.
Porém,
o grande desafio é deixar de reagir, escolhendo o agir, que gerará
sempre melhores resultados, posto que é fruto do equilíbrio e da
reflexão.
E
a transformação do nosso comportamento acontecerá paulatinamente e
será o resultado da disciplina no pensar, que gera o hábito da
reflexão, culminando pelo desarmar de nossas atitudes.
Portanto,
já não mais vítima das palavras rudes, do comportamento infeliz ou
da atitude impensada.
Que
a análise e reflexão de nossas atitudes possam fazer com que, aos
poucos, a reação ceda lugar a ações, pautadas em um comportamento
de paz, lucidez e fraternidade.
Quando
reagimos, revidando ofensas, agressões, descuidos alheios, passamos
a sintonizar com quem as produziu.
A
partir daí, mantemos uma interdependência psíquica, que nos
aprisiona em nuvens mentais de sentimentos mal sãos, que somente nos
prejudicam, física e espiritualmente.
Optemos
sempre pela ação ponderada e gozemos de saúde, de tranquilidade,
vivendo sem sintonia com aqueles que ainda transitam pelas faixas da
inconsequência ou da maldade.
Façamos
isso e nos sentiremos leves, felizes, plenificando-nos com as
celestes bênçãos.
Fonte:
- Momento Espírita. Em 30.6.2014.
Sabe,
por mais que os seus sonhos pareçam distantes, difíceis ou até mesmo
impossíveis...
Eles
podem ser realizados.
Mas
porque a maioria das pessoas desiste disso?
Porque
essa maioria olha o seu sonho diretamente lá no final, no ponto mais
alto, e isso faz com que ele pareça impossível sim.
Um
sonho funciona na mesma forma que uma escada;
Se
você olhar somente para o final parecera difícil chegar até la, mas
quando você olha, analisa e sobe degrau por degrau essa se torna
automaticamente uma tarefa mais fácil.
Portanto,
sonhe bem alto, mas vá com calma, um degrau por vez.
Foque
sempre no próximo degrau que você tem que subir e não diretamente
no seu objetivo.
Eu
li que quando um pássaro senta em um galho de uma arvore pra repousar
ele não tem medo de cair, mas não é porque ele confie no galho, e
sim, porque ele confia nas suas asas.
Portanto,
confie mais em você, no seu potencial, e assim siga degrau por
degrau , sem ansiedade de chegar rápido ao objetivo, e quando você
menos esperar já estará desfrutando do gosto da vitória e vivendo o
seu sonho.
Quando desejamos produzir algo basta descruzar os braços e deixar de lado a preguiça consegue se chegar ao objetivo desejado.
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