Medo
e coragem
para enfrentar
Há
pessoas que tem o entendimento que presentear não é somente
oferecer algo de valor comercial ou estético, ou ainda aquela
realização de um desejo, há presentes que deixam legado,
aprendizado e marcas que podem transformar uma vida.
Recebi
um presente de dia das mães que valeu ouro.
A
escola onde minha filha estuda deu para as mães o convite para uma
palestra com o professor e filósofo Mário Sérgio Cortella.
O
tema era ética, família e sociedade.
O
evento foi realizado por um grupo de apoio à adoção da minha
cidade, chamado DNA da Alma e que tem um trabalho exemplar.
Não
poderia se ter um momento melhor para falar desse tema no Brasil.
Ética!!!
Quanto
estamos precisando refletir sobre ela!
Quanto
importante pensar sobre ética dentro da nossa família!!
Sim
porque ela rege toda e qualquer relação na sociedade.
A
ética é formada por princípios que motivam, distorcem, disciplinam
ou orientam o comportamento humano, refletindo a respeito da essência
das normas, valores e prescrições presentes em qualquer realidade
social.
Mas
o motivo pelo qual escrevo vai muito além da temática da palestra,
porque tudo que é dito por alguém encontra lugar na realidade de
cada um de nós.
E
pra mim, especificamente naquele dia e momento, as palavras tiveram
um significado muito especial, me fizeram parar e pensar no quando me
deixo abalar por minhas limitações e o quanto elas podem me limitar
além da realidade da deficiência propriamente dita.
O
dia da palestra era um dia frio, quem é tetra sabe que o frio é
algo aterrorizante pra nós.
Se
não bastasse o frio, o dia pra mim era cinza!
Estava
vivendo um momento dolorido, daqueles em que as limitações doem
além do normal e por muito pouco quase desisti de ir.
O
convite era pra mim e não havia mais ingressos à venda para alguém
pudesse ir comigo; o desafio era ir sozinha, no frio e lidar com
minhas dificuldades de ir e vir, lidar com o medo de estar sozinha em
um lugar desconhecido, que, aliás, descobri ser uma das maiores
dificuldades que tenho hoje.
Chorei
muito ao refletir sobre todas estas possibilidades e não admitia não
ir ao evento, não queria desistir, mas foi por muito pouco.
Algumas
alternativas surgiram em uma conversa com a pessoa que mais sabe de
mim e que é capaz de instigar meu lado forte e corajoso para
enfrentar os meus medos, meu maridão.
Alguns
contatos para garantir que eu poderia ir com minha cadeira de rodas
motorizada, que o acesso estava garantido e decidi que sim, que iria
enfrentar meus medos.
Talvez
você leitor não compreenda o que significam pra mim meus medos e o
tipo de coisa que me intimida.
Possam
talvez pensar, nossa que bobagem ter medo de ir sozinho a algum
lugar, ou ainda, possam achar que a melhor coisa poderia ser sair
sozinho para algum lugar, até porque eu não fazia isso talvez há
10 anos!!!
Ou
seja, nunca, desde a minha condição de cadeirante e tetra.
Mas
como eu costumo sempre dizer, cada um sabe da sua dor!
Cortella
falou muito dos medos, e me vi ali, enfrentando os meus!
E
ele frisou muitas vezes da importância do medo, que é o que nos dá
cautela, o que nos deixa em alerta para aquilo que pode ser perigoso,
mas principalmente, falou da importância de enfrentá-lo!!
Dei-me
conta que é preciso coragem, não foi fácil decidir estar lá,
secar as lágrimas, pedir ajuda e dizer sim, eu vou!
Mas
foi tão significativo pra mim, abriu meus horizontes para que eu não
desista de fazer algo que possa ser significativo pra mim.
Foi
uma noite de intenso aprendizado, de reflexão sobre vários lados
desta moeda, sobre as relações como pais e filhos, sobre a minha
relação pessoal com o mundo e a sociedade, com nosso papel de não
desistir de lutar por nossos direitos, não cochilarmos nesta função
de cidadãos para construirmos uma sociedade mais igualitária, menos
excludente e mais justa.
E
o seus medos quais são?
E
você já parou para pensar se tem coragem para enfrentá-los?
Fonte
– cadeirantes life
As
três palavras
Tem
palavras chave que marcam nossa existência.
Fazendo
mais um gancho com a palestra com o professor e filósofo Mário
Sérgio Cortella, de tema: ética, família e sociedade, evento
realizado pelo grupo de apoio à adoção DNA da Alma, na minha
cidade,
Cortella
usou além do medo e da coragem mais palavras que me marcaram
muito.
E
principalmente a minha relação comigo mesma, além do propósito
da palestra que era focada na relação pais e filhos, sim porque
não podemos nos boicotar como coitados pelo fato de termos uma
deficiência.
Falo
em boicote por mim, e não por alguém que eu conheça, mas porque
sinto que tenho alguma tendência a boicotar algumas coisas quando
não estou de bem comigo mesma.
Quem
é cadeirante, tem uma deficiência extremamente visível, que
chega até mesmo a incomodar algumas pessoas.
Mas
todos nós, pessoas com deficiência ou não, temos nossas dores,
nossas limitações!
Mas,
a diferença não está naquilo que é visível aos olhos, vai
muito além disso!!!!
Agora
eu pergunto, é fácil conviver com deficiências?
Acordar
diariamente e saber que elas continuam aí e até onde se sabe
estarão conosco até o fim de nossa existência nesse mundo?
Não
consigo acreditar que alguém não tenha este tipo de pensamento,
mesmo que eventual, porque em um todo, cada ser humano carrega
suas dificuldades e sofrimento.
E
neste momento surgem três palavras:
Persistência,
resistência e paciência.
Elas
podem ser a chave para que no momento de dor, na hora de boicotar
nossos sonhos e vontades, se tenha: resistência emocional,
persistência naquilo que nos move e paciência para lidar com
aquilo que às vezes nos tira do sério.
Resistência:
capacidade de suportar.
Persistência:
obstinação; perseverança.
Paciência:
qualidade ou comportamento de quem não desiste nem desanima.
E
porque falar nisso aqui no blog?
Por
que me identifiquei com estas palavrinhas que me mostraram que
naqueles momentos em que o cansaço bater, quando o cinza tomar
conta do meu dia, quando eu pensar em desistir, quando minhas
dores aparecerem, que elas podem ser uma luz para refletir e ver
que a vida vale pena, independente das dificuldades!
Quem
sabe elas possam ser úteis pra você também!
Fonte
– cadeirantes life
Ainda
Assim... Eles Continuam...
Muitas
vezes não paramos para analisar as dificuldades e sofrimentos que a
vida impõe a certas pessoas em seu dia a dia.
Há
tantos problemas, desafios, provações e dificuldades presentes na
vida do outro e às vezes é como se não percebemos, talvez por
achar que nossos problemas são maiores, ou achar que o outro não
importa para nós, entre tantos outros motivos.
Basta
parar para refletir sobre isso e irmos a ruas, ligar a televisão,
ouvir um rádio ou até ouvir alguma conversa a respeito do outro que
podemos perceber que muitas vezes há pessoas passando por
dificuldades bem maiores que as nossas.
Esses
são os que acordam ainda na madrugada para mais um dia de trabalho
duro com o objetivo de poder ver ao final do dia, a alegria nos olhos
de seus filhos ao poder desfrutar de um alimento que dá energia.
Os
que mesmo possuindo limitações por deficiência ou doença física,
se esforçam ao máximo para poder tentar levar uma vida normal,
ainda que muitas pessoas insistam em criticar e fazer disso um
desafio ainda maior.
São os que perderam os filhos para as ruas, as drogas, tráfico, crime ou até para a morte mas que ainda assim tentam colocar um sorriso no rosto todos os dias para mostrar as pessoas que tudo está bem, apesar de por dentro o coração está ferido e frustrado por não ter conseguido conquistar aquele futuro bom que foi planejado um dia.
Entre
tantos outros casos...
Mas
ainda assim...eles continuam...
Mesmo
diante de todas essas e outras dificuldades, muitas pessoas tentam
levar a vida de uma forma conformada e tentando fazer dela o melhor
que puder.
Há
esperança e fé de que um dia as coisas irão melhorar e esse
fantasma que hoje perturba, amanhã será apenas uma lembrança de um
momento difícil, mas que de alguma forma foi necessário para que se
pudesse alcançar alguma evolução espiritual.
Que
possamos fazer assim como alguma dessas pessoas.
Mesmo
diante das dificuldades e desafios que a vida nos impor, que possamos
tentar ao máximo fazer dos nossos dias os melhores que puderem ser.
Viver
um dia de cada vez e com a esperança de que amanhã tudo será
melhor e que o hoje também passa e devido a isso, devemos tentar
manter a paciência, sabedoria e ter certeza que devemos continuar
sempre...
Mas
sempre de forma alegre e com esperança de que dias melhores virão e
que o presente já é um desses dias, nós que precisaremos
adaptá-los a essa forma.
Graziele
Machado
|
Todos nós temos medo do desconhecido, porque não sabemos o que virá pela frente e nem como fazer para enfrentar os desafios; sim nos primeiros momento ficamos desnorteados, mas com o passar do tempo tomando mais conhecimento da situação e procurando aceitá-las,, aí passamos a ver um caminho pela frente, sim um pouco árduo mas não difícil de enfrentá-lo e assim vencê-lo, através de muito esforço e trabalho.
ResponderExcluirConcordo que para enfrentar o medo que essa nova situação é preciso ter muita fé, força de vontade, coragem e perseverança para aceitar e continuar seguindo em frente, uma luta que não será tão fácil assim.......... força que você chega lá.
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