Infecção
urinária: cuidado em dobro
Eis
mais um assunto que gostaria muito de discutir com outros lesados
medulares.
Nos
primeiros meses no hospital, tive muitas infecções urinárias bem
fortes, daquelas de ficar sem camisa e colocar compressas para
diminuir de 40º a febre.
Foram
os únicos dias em que tive medo de bater as botas.
Ou
melhor, as luvas, já que nem botas dava pra bater.
Mesmo
assim, no auge da febre não perdi o bom humor.
Minha
irmã ficava acordada a noite inteira colocando compressas em mim e
eu falava "põe compressa, mas sem pressa" ou então "estou
com frio, estou vendo uma luz, brilhante, dá vontade de ir até
ela... mas não vou alcançar o teto."
Sem
brincadeira, depois daqueles casos de morte e amputação por causa
de infecções urinárias fiquei atento e sigo todas as recomendações
para evitá-las.
Mas
mesmo assim tenho tido infecções constantemente, quase todo mês.
Mas
como já conheço os sintomas, quando percebo que a urina está
escura e com cheiro e sinto dores pelo corpo, inicio o antibiótico e
não chego a ter febre.
Mas
hoje de manhã foi diferente, já acordei com febre e iniciei o
antibiótico, mas ainda está em 37,5º.
É
a segunda pior infecção do ano.
Mesmo
depois que aprendi a fazer o cateterismo na modalidade limpa,
recomendado até pelo Sarah, continuo mantendo o modo estéril, com
luvas plásticas esterilizadas e sonda estéril em todos os cats,
exceto no banho, em que faço a limpa.
Mas
ontem fiz o cat no Mineirão (fui assistir CruzeiroXInter), no
banheiro para deficientes, não sei se foi o que influenciou a atual
infecção, mas tem grande chance.
Agora,
definitivamente, não faço mais em locais em que eu não tenha
certeza da qualidade da limpeza realizada.
A
seguir alguma teoria encontrada e métodos de prevenção.
Até
os meados da década de 70, insuficiência renal e outras
complicações do trato urinário eram as maiores causas de
mortalidade em pacientes com lesão da medula espinhal (lesão
raqueo medular - LRM) e a preservação da função renal é o
principal objetivo do tratamento urológico de pacientes com LRM.
A
maioria das complicações relacionadas ao trato urinário observadas
em pacientes com LRM deve-se aos distúrbios da função da bexiga e
do esfíncter que frequentemente acompanham o quadro de deficiências
neurológicas.
O
advento dos exames urodinâmicos contribuiu para um melhor
entendimento dos distúrbios da bexiga (também chamada bexiga
neurogênica), servindo de base para o acompanhamento urológico dos
pacientes.
A
monitorização periódica e criteriosa destes pacientes permite o
diagnóstico precoce das complicações urológicas e pode prevenir a
instalação de danos irreversíveis a função renal e vesical.
Outros
importantes avanços terapêuticos foram os progressos no tratamento
das infecções urinárias e da litíase (cálculos) renal e vesical.
Uma
vez que a integridade do trato urinário esteja garantida e o
paciente inserido num regime de acompanhamento urológico, novas
considerações passam a ser importantes, destacando-se
principalmente o controle da continência urinária e o
estabelecimento de um método adequado de esvaziamento vesical.
Neste
sentido, avanços importantes realizados foram a introdução do
auto cateterismo intermitente, o desenvolvimento do esfíncter
artificial, as técnicas cirúrgicas de ampliação vesical e
derivações urinárias continentes e diferentes modalidades de
estimulação elétrica vesical.
O
tratamento dos distúrbios da micção nos pacientes com lesão
medular não deve se basear somente em dados clínicos, levando em
consideração a investigação laboratorial, radiológica e
urodinâmica.
Os
"exames urodinâmicos" constituem a melhor alternativa para
estudar funcionalmente o trato urinário inferior.
Através
da urodinâmica pode-se determinar e classificar o tipo de disfunção
miccional e identificar fatores que coloquem o paciente sob maior
risco de desenvolver complicações nos rins e bexiga.
Além
da avaliação clínica-urodinâmica são necessários exames
laboratoriais (creatinina sérica e hemograma; urina I e urocultura)
e radiológicos (USG e uretrocistografia).
Estes
exames são importantes como referência futura para o acompanhamento
urológico, possibilitando avaliar o surgimento ou agravamento de
possíveis alterações urológicas.
A
partir da investigação urológica inicial podemos compreender a
disfunção vesical de cada paciente e instituir o tratamento mais
adequado.
É
importante frisar que pacientes com lesão medular podem apresentar
algum grau de recuperação neurológica por vários meses após o
trauma em decorrência de regeneração da lesão, devendo-se evitar
qualquer procedimento irreversível antes de 1 ano do trauma.
Fonte
– blogdocadeirante.com.br
Comentário.
Como
podemos ver nesta matéria que relata o sofrimento do rapaz com a
infecção urinária; não é nada fácil cuidar dela, precisa ter
muito cuidado com a higienização para se fazer o cateterismo com a
sonda uretral de alívio; para se usar sonda vesical e para usar o
uripen com bolsa coletora; ao melhor descuido pode-se adquirir uma
infecção.
Digo
isso porque faço uso da sonda uretral 10 de alívio e durante muito
sofri com a infecção urinária, cheguei ao ponto de a infecção
ser tão forte que acabei perdendo o rim direito.
Por
isso ao ver está matéria resolvi compartilhar com vocês e ela
possa vir a esclarecer e ajuda a todos.
Um
abraço a todos!
A
infecção urinária associada a cateteres.
É
uma infecção que ocorre em alguém que tem um tubo (chamado
cateter) colocada para drenar a urina do corpo.
Nomes
alternativos
UTI
associada ao uso de cateter, infecção do trato urinário associada
ao uso de cateteres urinários, infecção do trato urinário
adquiridas cateter, infecção do trato urinário associada a
cuidados médicos, bacteriúria associada a cateter (sonda)
Causas,
incidência e fatores de risco.
Tendo um cateter no interior do trato urinário aumenta a probabilidade de uma infecção do trato urinário e também podem tratar a infecção mais difícil.
Se
um cateter urinário é esquerda por um longo período de tempo, as
bactérias irão crescer nele.
Uma
infecção prejudiciais pode ocorrer se o número de bactérias
torna-se grande ou se as bactérias nocivas específicos no trato
urinário.
Infecções
do trato urinário maioria associados com o uso do cateter são
causadas por bactérias.
No
entanto, o fungo Candida podem causar infecções do trato urinário.
Os
sintomas:
Cor anormal da urina (urina turva)
Sangue na urina (hematúria)
Cheiro
de urina Foul ou forte
Necessidade
frequente de urinar
Perda
de urina ao redor do cateter
Pressão
na parte inferior do abdômen ou pélvis
Outros
sintomas que podem ocorrer com essa doença:
Calafrios
Fadiga
Febre
Dor no flanco
Alterações mentais ou confusão
Vômitos
Em pessoas mais velhas muitas vezes os únicos sinais de uma possível infecção do trato urinário são as alterações mentais ou confusão.
Exames
e testes
O
médico irá realizar um exame físico.
Os testes de urina são
feitos para verificar se há infecção.
O teste de urina pode mostrar a presença de células sanguíneas brancas (leucócitos) e glóbulos vermelhos (RBC).
Uma cultura de urina pode ajudar a determinar o tipo de bactérias na urina, e o tratamento com antibióticos apropriados.
Tratamento:
Os casos leves de infecção no trato urinário aguda pode desaparecer espontaneamente, sem tratamento.
No entanto, devido ao risco de disseminação da infecção para os rins (ITU complicada), o tratamento é geralmente recomendado.
Na
maioria dos casos, o tratamento pode ser feito em nível
ambulatorial.
MEDICAMENTOS:
Os
antibióticos podem ser usados para controlar a infecção bacteriana
e é importante que você terminar todas as suas antibióticos
prescritos.
Alguns
dos antibióticos que são comumente utilizados são:
Cefalosporinas
(ceftriaxona ou cefepime)
Fluoroquinolonas
(ciprofloxacina, levaquin)
Penicilina
(amoxicilina)
Quinolonas
(ciprofloxacina)
Além
disso, pode administrar medicação para relaxar os espasmos da
bexiga (anticolinérgicos)
Cloridrato de fenazopiridina (Pyridium) pode ser usado para reduzir o ardor e urgência.
CIRURGIA:
Em
geral, a cirurgia não é recomendado para uma infecção do tracto
urinário relacionadas com a utilização de sondas ou cateteres.
No
entanto, o uso prolongado de sondas no corpo (ou Foley cateter
suprapúbica) deve ser trocado a cada mês, usando as técnicas de
esterilização adequadas.
DIETA:
Ingestão de líquidos aumentada de 2000 para 4000 cc por dia aumenta o fluxo de urina. o que elimina bactérias da bexiga.
Evitar líquidos que irritam a bexiga, tais como álcool, sumos citricos e cafeína.
CONTROLE:
A
monitorização pode incluir a cultura de urina para assegurar que as
bactérias não estão mais presentes na bexiga.
Grupos
de Apoio
Expectativas
(prognóstico)
A cistite (infecção da bexiga), associadas com os cateteres são frequentemente difíceis de tratar.
A maioria das pessoas que tem um cateter por algum tempo ´irá desenvolver algum tipo de cistite.
Complicações:
A infecção do trato urinário crônica ou recorrente
Pedras
nos rins ou na bexiga
Danos ou cicatriz renal crônica (hidronefrose)
Infecção grave da corrente saguínea (sepse)
Solicitação
de assistência médica:Chame seu médico se você tiver sintomas de cistite ou infecção do trato urinário relacionada ao uso de cateter.
Se
você tem cistite, chame se os sintomas piorarem ou se você tem:
Dor no flanco ou dor nas costas
Febre
Vômitos
Prevenção:
Cateteres urinários deve ser usado quando absolutamente necessário e não simplesmente por conveniência.
Deve ser removido quando não for mais necessário.
As
infecções ocorrem com menos frequência com o uso de cateterismo
intermitente em comparação com um cateter ou cateter.
Os
cuidados de rotina do cateter permanente deve incluir a limpeza
diária da área da uretra e o cateter com sabão e água.
Limpe
cuidadosamente a área após as evacuações para prevenir a
infecção.
Os
especialistas não recomendam utilizando pomadas antimicrobianas em
torno do cateter, uma vez que não tem sido demonstrado que, na
verdade, reduzir infecções.
Aumentar
a ingestão de líquidos para 3.000 cc de líquido por dia, a menos
que você registrar um problema de saúde, que proíbe esse aumento.
Além
disso, sempre manter o saco de drenagem para um nível mais baixo do
que o da bexiga para evitar o refluxo de urina na bexiga.
Esvazie
o dispositivo de drenagem, pelo menos, a cada 8 horas ou quando
completos e ter cuidado para manter a válvula de saída de serem
infectadas.
Lave
as mãos antes e depois de manusear o dispositivo.
O seu médico pode prescrever um antibiótico de baixa dose diária para controlar o crescimento de bactérias em um cateter.
Eles também podem ser recomendados ou sumo arando vitamina C para ajudar a prevenir as infecções do trato urinário.
Referências
Hooton
TM. Infecções do trato urinário nosocomial. In: Mandell GL,
Bennett JE, Dolin R, eds. Principles and Practice of Infectious
Diseases. 7 ed. Filadélfia, PA: Elsevier Churchill Livingstone,
2009: cap 304.
Moore KH, Fader M, Getliffe K. Gestão a longo prazo da bexiga por cateterismo intermitente em adultos e criança. Dados Cochrane Syst Rev 2007; 4: cd006008.
Fonte
– oscadeirantes.blogspot.com.br
Como
prevenir a infecção urinária de um cadeirante?
Por
Dra. Dariene Rodrigues
As
pessoas que sofrem alguma lesão medular podem ter algumas
disfunções, principalmente do sistema urinário, tais como:
retenção de urina, dificuldade para segurar a urina (incontinência,
perdas involuntárias), esvaziamento incompleto da bexiga, infecções
urinárias e cálculos renais (pedra nos rins).
Alguns
estudos sugerem o Cranberry ( frutinha vermelha, parecida com uma
pequena cereja e rica em proantocianidina), sendo como potente
inibidor a aderência de bactérias do tipo E.coli na mucosa da
bexiga, combatendo infecções do trato urinário.
Também
é composta pelas vitaminas C e E e oferece substâncias
antioxidantes, como os flavonoides e ácidos fenólicos ao organismo.
No
Brasil, o suco ou tabletes de cranberry são as variedades mais
consumidas da fruta e podem ser encontrados em supermercados e lojas
de produtos naturais.
A
ingestão diária não deve ultrapassar a quantidade de 480ml e deve
ser indicada pelo médico, como complemento do tratamento ou para
prevenção de infecções urinárias.
Já
a técnica do cateterismo é o método mais utilizado para o
esvaziamento da bexiga, e consiste em passar uma sonda (pequeno tudo
limpo) através da uretra (canal da urina), para esvaziar a bexiga.
Ele
pode ser realizado pela própria pessoa (auto cateterismo) ou por
outra pessoa (cateterismo assistido), algumas vezes ao dia.
Benefícios
da prática do cateterismo:
Manter
uma boa qualidade de vida;
Reeducar
a bexiga;
Favorecer
as atividades fora de casa (trabalho, lazer, escola…);
Permanecer
seco, evitando assaduras;
Permitir
que a bexiga funcione com baixa pressão em seu interior;
Evitar
complicações: Infecções urinárias, refluxo vésico-uretral
(retorno da urina para os rins), cálculos renais (pedras).
IMPORTANTE:
Não
se esqueça de também ingerir muita água, realizar periodicamente o
cateterismo (4 a 5 vezes ao dia) e ter uma boa higienização íntima
Fonte
– ladobmodainclusiva.com.br