Será
possível
mudar o mundo?
A
vida das pessoas com deficiência no Brasil e em outros lugares do
mundo é difícil.
É
permeada de olhares, preconceitos e muitas dificuldades até mesmo na
hora de exercer a cidadania cobrada pela sociedade mais atuante.
Todos
no mesmo barco, cada qual sente o peso das suas limitações desde a
hora que acordam até a hora de dormir.
Há
os mais revoltados, mas também há aqueles que são mais tranquilos
e serenos.
Será
que podemos mudar o mundo, com nossas vivências doloridas, sentidas
na pele e adaptadas da forma “que dá”?
Interessante
seria você, leitor sem deficiência, que tem sua liberdade andante
se imaginar na situação:
Em
uma viagem, fora do Brasil, depois do jantar de um longo dia de
passeio e caminhada, exausto de tanto “bater perna”, no nosso
caso “rodas”, algo que cansa tanto quanto quem caminha por conta
do esforço e da trepidação, depois de aguardar um bom tempo por um
taxi, quando avistado nega a parada porque você está com um amigo
que é cadeirante!
E
agora?
Esperamos
o próximo ou iremos a pé?
Rodando
mais uma vez!
Estas
coisas acontecem sim, infelizmente.
Muitas
vezes quando temos um dia de bom humor somos capazes de relevar, mas
quando o balde enche com a última gota é preciso derramá-lo. Já
fui do tipo “boto a boca”, baixinha explosiva, sabe?
Amadureci
e depois do meu acidente as coisas são mais leves pra mim.
Hoje
minha postura é mais do tipo que consegue respirar, contar até 10,
e conversar, talvez em tom alto, mas sem “barraco”.
Hoje
presido uma associação e percebi que ganhamos muito mais quando
somos aliados de quem nos pode ajudar.
É
claro que com o limite do bom senso, da seriedade e principalmente da
honestidade!
No
meu ponto de vista, antes da briga, deve haver muito diálogo,
sugestão, cobrança e por último agente parte para algo mais, isso
se for preciso porque hoje temos alternativas sérias e efetivas como
o ministério público e a promotoria que defende nossos direitos.
Dou
aqui dois exemplos:
Fui
assistir a um espetáculo com minha filha pequena, desde dezembro de
2013 existe uma lei que garante a meia-entrada para PCDs.
Não
constava nos tipos de ingressos esta categoria para obter o desconto
de direito.
Entrei
em contato com a produtora do evento e perguntando sobre se havia ou
não o desconto já citei a lei no primeiro momento.
Fui
informada, e não precisei sequer comprovar ou argumentar, desconto
recebido!
Me
associei esta semana em uma entidade profissional de meu interesse.
Quando
fui ver os valores de anuidade percebi que havia descontos de 50%
para estudantes e sêniores, resolvi escrever um e-mail sugerindo que
a entidade contemplasse as pessoas com deficiência e ali citei
vários motivos para isso.
Resultado:
recebi o mesmo desconto e a presidente escreveu-me dizendo que este
será disponibilizado para todas as pessoas que comprovarem
deficiência em nossa classe profissional!
Senti-me
feliz e vitoriosa!
Em
pequenos grãos de areia acumulados durante uma vida é que
construiremos um mundo melhor!
Sei
que nem sempre é possível que seja assim, com tranquilidade e
diálogo, mas este é o ideal!
Paz
em nossos espíritos e o sentimento de dever cumprido!
Abraço!
Débora
Fonte:
www.cadeiranteslife.com
Tábua
de transferência
Fala
meu povo, hoje vou contar um pouco de um acessório que para mim é
literalmente uma mão na roda.
Minha
tábua de transferência.
Faz
uns 3 anos que uso a minha tábua de transferência, e fui atrás
quando parei para pensar.
Como
os cadeirantes faziam para passar para o carro ou para outro lugar
sem ser carregados?
Quando
estou com meu pai ele me da a velha força do muque, mas ai quando
ele não estava, como fazer?
Pesquisei,
pesquisei e encontrei o pessoal falando de uma tal tábua de
transferência, pensei vou ver que bicho é esse.
Procurei
por vídeos, imagens, textos explicativos, até encontrar um molde e
ai a ideia.
Vou
passar para meu vizinho marceneiro fazer, e lá fui eu, peguei o
molde expliquei para ele para que ele ia servir, que não poderia ser
nada pesada e ao mesmo tempo a tábua teria que resistir ao peso do
meu corpinho aqui.
Ai
logo ele disse que sabia o material que ia usar e demorou alguns dias
e ai me apareceu com a tábua.
No
começo apanhei um pouco, mas logo depois peguei o jeito da
desgramada.
Hoje
digamos é minha salvação.
E
claro que quando o cadeirante consegue sair da cadeira para sentar em
outros lugares, já se torna muito mais independente; por que também
vai conseguir passar para o vaso sanitário, passar para o acento do
carro, além de aliviar as dores nas costas do ajudante.
Se
você quem sabe não tem muita força nos braços, o ideal é começar
devagar.
Aos
poucos e ir pegando pratica e confiança para não acontecer nenhum
acidente.
Sem
falar que até as pessoas que não tem muito equilíbrio, podem estar
usando a tábua, por que o ajudante pode deslizar o cadeirante sobre
a tábua e já facilita as coisas.
Hoje
você encontra vários modelos de tábua de transferência, até de
várias formas que o povo foi adaptando com o tempo.
E
onde posso usar a tábua de transferência?
Você
pode usar para passar para sua cama:
Para
passar para o carro:
Para
passar para o vaso sanitário:
Segue
o molde da minha tábua:
Se
você optar por estar comprando diretamente em uma loja, o bom é que
você não vai ter que ser o cobaia do produto.
Não
esqueça de estar falando com seu fisioterapeuta sobre a
transferência, ele vai poder te auxiliar da melhor maneira possível,
para que de tudo certo e você consiga ter maior independência.
Se
você tiver dúvidas ou ideias para novos posts, mande para cadeirantes life.
Comentário:
Eu
sou otimista e acredito que pode-se mudar o mundo sim; desde que
começamos por nós mesmos e não cobrando dos outros; é preciso dar
o exemplo.
Nos
temos atuais se atentarmos bem e olharmos a nossa volta por outro
ângulo veremos que muitas coisas mudaram para melhor.
As
pessoas estão se cobrando mais consigo mesma e aprendendo a cobrar
por seus direitos dentro da sociedade.
As
pessoas estão aprendendo dividir mais e aspirando em conjunto
melhorar o bem estar de todos.
A
fraternidade e a solidariedade passou a estar mais presente no dia á
dia e no coração das pessoas.
Já
começamos a aprender que lutar sozinho não conseguimos chega a
lugar algum, mas se nos unirmos teremos mais força e podemos chegar
a vitória.
Tem
muito para se mudar, sim tem, mas toda mudar requer tempo e muita
serenidade, assim gradativamente vai obtendo resultados.
Cada
um fazendo a sua parte pode-se melhorar e porque não promovermos a
mudança do mundo, tudo é possível.
Acredite
sempre que tudo vai ser melhor.
A
esperança é a ultima que morre!
Pense
nisso!
Em matéria de acessibilidade, inclusão social e mobilidade urbana em relação aos deficientes nosso pais deixa muito a desejar; ainda tem muito por fazer em relação a isto e se fazer valer os direitos do deficientes.
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