Onde
está
a deficiência?
As
barreiras arquitetônicas, as dificuldades na locomoção, a falta de
acessibilidade e às vezes a nossa própria concepção de “não
conseguir” são obstáculos que impedem todo dia que as pessoas com
deficiência tenham uma vida produtiva.
Existem
aqueles que convertem as mágoas e as dores da deficiência em força
para superar estes obstáculos da forma que der.
Além das barreiras físicas existe o preconceito, e não só aquele maldoso em ser preconceituoso, mas principalmente o ‘pré-conceito’ que se tem em pensar que uma pessoa não terá condições de exercer determinada função por causa de uma deficiência.
Existem
uma forma de acabar com este ‘pré-conceito’ das pessoas,
provando na prática que pessoas com deficiência, na maioria das
vezes, produzem mais e melhor que uma pessoa considerada ‘normal’.
Existem
formas de realizar nossos sonhos de seguir a vida, trabalhar e voltar
ser ativo para aqueles que um dia perderam sua “independência”
por conta de um acidente ou uma doença.
Não
que isso seja fácil, e também nada rápido, geralmente leva-se anos
ou até a vida toda para uma reabilitação.
Mas
ideia deste post não é falar das dificuldades em si, mas sim falar
de algumas alternativas para driblá-las.
A
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência dá uma
nova visão para a “deficiência”:
A
contribuição da Convenção é representada pelo modelo social de
direitos humanos que propõe que o ambiente é o responsável pela
situação de deficiência da pessoa, sendo que as barreiras
arquitetônicas, de comunicação e atitudinais existentes é que
impedem a sua plena inclusão social, razão pela qual devem ser
removidas.
O
novo modelo social determina que a deficiência não está na pessoa
como um problema a ser curado, e sim na sociedade, que pode, por meio
das barreiras que são impostas às pessoas, agravar uma determinada
limitação funcional.
Novos
Comentários à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência – 2014
Se
pensarmos por este ângulo, dentro da minha casa, onde há o maior
número de adaptações para a minha dificuldade física, eu muitas
vezes nem me lembro da deficiência que tenho!
Dentro
da minha casa posso ir e vir e tenho acesso a quase tudo.
Onde
está o problema então?
É
por este motivo que as pessoas precisam usufruir o poder que tem e
buscar o que lhes é oferecido; e o que não é, exigir que seja!
Com
este intuito existem programas para incentivar as pessoas ao trabalho
e a integração social, provando por A + B que o convívio com a
pessoa com deficiência elimina os ‘pré-conceitos’ e deixa claro
que o novo modelo social, citado acima, precisa ser assimilado pela
sociedade.
Sabe-se
bem que os programas não funcionam perfeitamente em função de tudo
que já foi comentado aqui, mas é o canal para o inicio de uma
mudança que demorará anos!
Um
destes programas é a obrigatoriedade de vagas especificas para
pessoas com deficiência em concursos públicos.
Elas
devem ser de no mínimo 5% e são uma ótima opção para as pessoas
que tem qualificação e tem dificuldade em encontrar vagas nas
empresas privadas.
É
claro que se deve observar sempre quando for inscrever-se em concurso
público ou até mesmo buscar uma vaga em empresas privadas se a
função e suas atribuições são compatíveis com nossas
dificuldades.
Caso
a pessoa com deficiência tenha dificuldades na realização das
provas deve requerer aquilo que necessita para realiza-la em pé de
igualdade aos outros candidatos inclusive quando for necessário
aumentar o tempo para realização de provas.
Lógico
que tudo deve ser devidamente comprovado e documentado.
Além
dos concursos, as provas de vestibular, ENEM e todas as outras
aplicadas para diversos tipos de avaliação, podem ser feitas por
toda e qualquer pessoa, em igualdade de condição, sendo para isso
essencial que a pessoa com deficiência solicite aquilo que precisa
para realizá-las.
É
preciso valorizar-se, mostrar a sociedade que todos somos capazes e
que ela precisa de mudanças para construir um mundo com mais
igualdade e menos barreiras.
Fonte:
cadeirantes life
Devotees????
Você
já ouviu falar dos termos “devotees”, “pretenders” ou
“wannabes”?
Mesmo
que seja polêmico, com opiniões muito distintas, todo assunto
precisa ser falado, pensado e discutido.
Acredito
que muitas pessoas não tem a menor ideia do que estes nomes
querem dizer, principalmente dentro do cenário das pessoas com
deficiência.
Estas
denominações, de modo geral, se referem às pessoas, homens ou
mulheres, que se sentem atraídas por pessoas com deficiência
física.
Este
é um assunto polêmico porque está permeado de questões
relacionadas ao preconceito e ao desejo sexual ligado a uma
situação que na maioria das vezes desperta sentimentos de dor e
perda.
As
pessoas que vivem a experiência de adquirir uma deficiência
física, principalmente na fase adulta, frequentemente relatam
sobre os que se afastam pela dificuldade que tem para lidar com a
deficiência.
Assim,
é no mínimo instigante pensar que algo que desperta medo e pavor
em alguns, representa desejo sexual para outros.
Para
tentar entender um pouco deste assunto, vamos colocar algumas
definições que encontramos na internet nos poucos relatos e
pesquisas que há neste sentido.
Temos
três definições básicas:
Devotees:
homens
e mulheres, que sentem atração por pessoas com deficiência, na
maior parte homens, com grande preferência pelas mulheres
amputadas, e as mulheres, com preferência por cadeirantes.
Aqui
alguns se dizem realmente devotos, talvez admiradores que querem
apenas cuidar, sem o desejo sexual propriamente;
Pretenders:
homens
e mulheres devotees que sentem desejo ao fingir ser uma pessoa com
deficiência, publicamente ou não, e que tem prazer ao utilizar e
ter contato com aparelhos como cadeiras de rodas, próteses,
muletas, etc...
Wannabes:
homens
e mulheres devotees que realmente desejam tornar-se pessoas com
deficiência e muitas vezes são capazes de automutilações em
casos mais extremos.
Existem
diversas versões sobre o devoteísmo, há aqueles que dizem
admirar as pessoas com deficiência por suas atitudes e força de
superação, encontram-se mulheres que dizem que tudo está ligado
ao amor incondicional que sentem, outros consideram sua predileção
um desvio sexual, tara ou algo que deve ser escondido dos demais,
há aqueles que se acham normais e há também aqueles que
realmente se aproveitam de alguém que pode estar fragilizado em
face da própria deficiência.
A
final, todos nós temos preferências quando o assunto é a
atração física, uns gostam das morenas e outros das loiras,
aqueles das gordinhas e estes das magrinhas.
Há
os que ficam loucos por belos pés, ou por lindas mãos...
Será
que sentir-se atraído por alguma deficiência física deve ser
considerado como algo “patológico”?
Difícil
responder esta questão!
E
o lado da pessoa com deficiência?
Quem
não gosta de saber que alguém te olha de um jeito especial,
admira tuas características e sente-se atraído por ti?
Somos
movidos pelos desejos e precisamos deste sentimento que alimenta a
força de vida que está dentro de nós.
É
estranho pensar que há grupos na internet para interação entre
pessoas com deficiência e devotees.
Já
li relatos em que a pessoa queria fazer parte de um destes grupos
porque teria ali a chance de sentir-se desejada, mas ao mesmo
tempo pensava que estar em um ambiente onde se vê fotos e vídeos
de mulheres amputadas sendo comercializados, quase como uma
“playboy” virtual, era no mínimo amedrontador, mas ao mesmo
tempo instigante.
Na
realidade sei de histórias bonitas, de realidades duras e de
deficientes que foram usadas por homens devotees.
Minha
intenção aqui é acima de tudo, levantar a questão, para que as
pessoas possam estar atentas, saibam que existem pessoas assim e
que elas possam decidir por aquilo que é melhor para cada um.
Existem
blogs, sites e comunidades dedicadas ao assunto na internet.
Àqueles
que ficaram curiosos, pesquise mais!
Aos
que tem alguma experiência pra contar, deixe a sua mensagem aqui
pra agente!!!
Um
abraço
Débora
Fonte:
cadeirantes life
Comentário:
Concordo
quando se pergunta:
Onde
está a deficiência em mim ou em você?
Se
dessem mais condições de trabalho e acessibilidade aos
deficientes estes poderiam ser bem produtivos e independentes.
Mas,
nossas cidades deixam muito a deseja quando se fala em mobilidade
urbana, acessibilidade; elas não tem planejamento arquitetônico
e nem infraestrutura para os deficientes transitarem.
As
empresas são raras as que criam ambientes e dão condições de
trabalho com fácil acessibilidade aos deficientes.
Na
educação e formação profissional são poucas as instituições,
faculdades e escolas técnicas que tem acessibilidade funcional e
adequada aos deficientes.
Apesar
das leis que protegem os direitos dos deficientes, poucas delas ou
nenhuma delas são respeitadas ou cumpridas conforme a sua
vigência no pais.
Infelizmente
muito pouco é feito para o deficiente em relação a mercado de
trabalho, educação, saúde, lazer, mobilidade urbana,
acessibilidade e inclusão social esta é a verdade.
Ainda
se esbarra no preconceito das pessoas e também na
intolerância com os deficientes; como se a deficiência fosse uma
doença contagiosa.
Mas,
muitos dos que se julgam "normais" um dia por um
acidente grave ou uma doença pode também se tornar um
deficiente; ninguém está livre de uma fatalidade do destino.
Ninguém
esta livre de se tornar um deficiente; não temos noções do que
se possa acontecer amanhã.
Precisa-se
respeitar e aprender a conviver com as diferenças; porque
querendo ou não elas estão aí.
Ame
mais e julgue menos seus irmãos!
Pense
nisso!
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Achei a indagação desta matéria muito bem colocada, porque tem pessoas "normais" que mais parecem deficientes, não tem coragem para nada e só sabem reclamar e lamentar a vida; enquanto muitos deficientes estão aí lutando pelo seu espaço e vida, ao invés de se lamentarem correm atrás dos seus objetivos, e se transformam em exemplos para os outros.
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