A
sexualidade na
lesão medular
Por:
Caroline Nóbrega de Almeida - psicóloga na AACD e pós graduanda em
neuropsicologia. CRP
06/98174
Contato:
caroline.psicol@gmail.com
A
medula é uma parte do sistema nervoso central que conecta o cérebro
aos nervos responsáveis pela condução de impulsos motores e
sensitivos.
Um
trauma ou doença que acomete a medula espinhal pode ter como sequela
uma perda parcial ou total da motricidade voluntária e/ou da
sensibilidade, além de comprometimento nos sistemas urinário,
intestinal, respiratório, circulatório, sexual e reprodutivo.
(SISCÃO, PEREIRA, AMAL & FOSS, 2007).
Etiologicamente,
a lesão medular (LM) é caracterizada por Traumática e Não
Traumática.
Na
lesão medular traumática, há uma agressão à medula espinhal,
pode ser causada por fraturas, luxações, ferimentos por armas
brancas e de fogo, acidentes de trânsito, quedas ou práticas de
esporte.
Na
lesão medular não traumática, há um prejuízo gradativo na
medula, causado por tumores, infecções, má formações,
degenerativas ou compressivas.
A
LM é denominada completa, quando existe ausência de sensibilidade e
função motora e podendo aparecer ou não movimentação reflexa
involuntária dependendo do nível da lesão.
É
caracterizada como incompleta quando há preservação parcial das
funções motoras abaixo do nível neurológico, podendo haver
retorno parcial ou total da sensibilidade e/ou da movimentação
voluntária.
Conforme
o nível da lesão, o paciente acometido por uma LM pode ser
caracterizado como tetraplégico, onde há perda da função motora e
ou sensitiva nos segmentos cervicais da medula espinhal.
Na
tetraplegia há alteração das funções dos membros superiores,
tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos.
É
caracterizado como paraplégico quando ocorre a perda da função
motora e ou sensitiva nos segmentos torácicos, lombares e sacrais da
medula espinhal. (DEFINO, 1999).
A
lesão medular tem um impacto significativo no aspecto físico,
emocional e sexual do indivíduo afetando de um modo global a saúde
e qualidade de vida e de um modo mais específico, a saúde sexual,
uma vez que a maior parte das lesões traumáticas acontece em
indivíduos ao longo da sua vida sexual ativa. (HESS, HOUGH, &
TAMMARO, 2007).
Segundo
Maior, 1998 a sexualidade refere “à soma de impulso sexual, ato
sexual e todos os aspectos da personalidade envolvidos na comunicação
e no relacionamento interpessoal: diálogos, atividades e interesses
partilhados e outras formas de expressar afeto e amor.”, não
sendo apenas o ato sexual em si.
Entende-se
a função sexual como o aspecto biológico da sexualidade, sendo um
complexo mecanismo neuro-psico-endócrino-vascular, engloba reações
como ereção, ejaculação e fertilidade.
O
paciente com LM apresenta alterações na função sexual, porém a
sua sexualidade está preservada.
Como
sequelas da LM, podem ocorrer perdas relacionadas à autonomia na
excreção e funções sexuais.
As
alterações na esfera sexual dependerão do nível da lesão.
Há
perda total ou parcial da sensibilidade abaixo do nível da lesão,
podendo haver nos homens, comprometimento na ereção psicogênica
(relacionada a estímulos visuais, lembranças e fantasias).
A
ereção reflexa (relacionada a estimulação do pênis), pode
permanecer, porém com dificuldade de mantê-la durante a penetração.
Geralmente
a ejaculação está mais prejudicada do que a ereção.
Na
mulher, após a lesão medular, pode haver amenorreia de 1 a 3 meses
de duração, em 50% dos casos, assim como ausência de ereção
clitoriana e diminuição da lubrificação vaginal.
Com
relação a fertilidade, no sexo masculino está altamente
comprometida pela ausência de ejaculação e espermatogênese
deficiente.
No
sexo feminino, a capacidade reprodutora geralmente não está
comprometida.
Nos
lesados medulares, a relação sexual pode não se processar de modo
espontâneo, faz-se necessária uma preparação, como esvaziamento
da bexiga e intestino, adequação de posição, lubrificação por
meio de produtos, etc.
É
importante realçar que, além dos órgãos genitais, há outras
regiões erógenas no corpo que mantêm ou ajudam a excitação, que
causam satisfação para o lesado medular.
A
obtenção de prazer sexual pela estimulação dos órgãos genitais
apenas, não é determinante da satisfação sexual de forma geral,
existem outros fatores que podem interferir positiva ou negativamente
nessa busca. (ALVES, GUEDES & ALVES, 1999).
A
relação sexual do lesado medular deve ser fundamentada numa visão
ampla de sexualidade, não somente no ato sexual em si, mas em
atitudes que englobam não apenas o físico, mas somando-se
comportamentos, emoção e amor.
A
reabilitação foca no paciente como um todo e considera a
sexualidade como função natural parte desse todo.
Para
uma boa orientação dos pacientes, sobre a retomada da vida sexual,
o profissional deve ter a convicção de que a deficiência física
não neutraliza a sexualidade.
O
processo de ajustamento sexual varia de acordo com cada paciente e
depende de alguns fatores, como ajustamento psicológico prévio,
idade, sexo, saúde física, tipo de lesão e rede de apoio. (ALVES,
GUEDES & ALVES, 1999).
Referências
ALVES,
A; GUEDES, M; ALVES V (1999) Um estudo sobre a satisfação sexual de
pessoas portadoras de lesão medular. In: Acta Fisiátrica, Vol.
6(1), pp. 6-9.
DEFINO
HLA. Trauma raquimedular. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 388-400,
out./dez. 1999.
HESS,
M. J., HOUGH, S., & TAMMARO, E. (2007). The experience of four
individuals with paraplegia enrolled in an outpatient
interdisciplinary sexuality program. Sexuality and Disability, 25,
189-195.
MAIOR,
I.M.M.L. Reabilitação sexual do paraplégico e tetraplégico. Rio
de Janeiro: Revinter, 1988.
SISCÃO
MP, PEREIRA C, ARNAL RLC, FOSS MHDA, MARINO LHC. Trauma Raquimedular:
Caracterização em Hospital Público. Arq. Ciênc. Saúde. São José
do Rio Preto, 2007; 14:145-7.
SUAID,
H.J.; ROCHA, J.N.; MARTINS, A.C.P.; COLOGNA, A.J.; SUAID, C.A.;
RIBEIRO, A.G.B.; SALZEDAS, P.L. Abordagem pelo urologista da
sexualidade no lesado raquimedular. Acta cirúrgica brasileira, v.17,
n.3, p.41-43, 2002.
Cadeirantes
têm vida
sexualmente ativa
quando são curiosos.
Os
tipos de lesão mais comuns na medula causam a tetraplegia, quando há
lesão cervical ou torácica de alta intensidade, que compromete
tronco, pernas e braços, ou a paraplegia, quando há perda dos
movimentos do umbigo para baixo.
As
lesões da medula acontece quando há ruptura alta (mais próxima à
cabeça) ou baixa (do meio das costas à lombar) das vértebras da
coluna cervical, que comprometem a motricidade e a sensibilidade
destas partes do corpo.
Vida
sexual deles
De
acordo com a fisiatra Therezinha Rosane Chamlian, da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo), a possibilidade de ter relações
sexuais e de gerar uma criança depende do nível e do tipo de lesão
sofrida.
Nos
paraplégicos, a possibilidade é maior, pois há preservação do
tronco, dos braços e do abdome.
Já entre os tetraplégicos, o
desafio é maior e depende da sincronia do casal em descobrir novas
formas de atingir o prazer.
O
cadeirante pode ter ereção e ejaculação.
No paraplégico há
ereção de reflexo, ou seja, com efeito psicológico ou pela visão
de uma foto.
Pode também conseguir penetração e ejaculação.
O
que muda em relação aos não cadeirantes é que a ereção não
dura muito.
Segundo
a médica, o homem lesionado consegue uma ejaculação de
pequena quantidade e a qualidade do espermatozoide pode não ser
muito boa em virtude das infecções urinárias comuns entre quem tem
a lesão.
Ele
pode ter orgasmo se estimulado e tocado em outras regiões do corpo,
pela estimulação dos mamilos, do pescoço, mesmo que não sinta a
parte de baixo.
O
uso de medicação para disfunção erétil pode ser indicado para
prolongar a ereção, desde que o homem consulte um fisiatra e um
urologista antes.
Em
alguns casos, pode ser indicado também a prótese peniana de
silicone para que se mantenha o órgão em um tamanho que seja capaz
de conseguir uma ereção.
Ter
filhos, então, torna-se a maior dificuldade de um lesionado pela
baixa qualidade de seu sêmen, explica a fisiatra.
Prazer
delas
A
vida sexual da mulher paraplégica também é possível, desde que se
tome alguns cuidados após a fase chamada de choque medular, isto é,
entre os dois, três primeiros meses após a lesão.
Nesta
fase a mulher para de menstruar por causa da perda de controle
neuro-modular que, em vias gerais, age como uma desconexão entre o
cérebro e o corpo porque o nervo está paralisado.
Saída
dessa fase ela volta a menstruar e ovular, podendo engravidar.
Portanto, o casal tem de avaliar essa possibilidade antes de começar
a se relacionar sexualmente.
Se
o casal pretende ter relação e não quiser que a mulher engravide,
tem que usar preservativo ou fazer cirurgia, pois não se sabe se ela
poderá usar anticoncepcional.
A
mulher lesionada pode gerir uma criança da mesma forma que uma
mulher sem a deficiência e dar à luz sem grandes problemas.
No
entanto, os médicos pedem que seja realizado um pré-natal mais
cuidadoso, pois os riscos de pressão alta e problemas vasculares
aumentam.
Passado
estes pormenores, a relação com uma mulher lesionada pode ser
prazerosa se o parceiro não lesionado for curioso o bastante para
achar outros pontos que não os genitais, estes cuja sensibilidade
foi perdida.
Se
ela for paraplégica, o parceiro pode estimular as mamas, o pescoço,
o abdome e até realizar a penetração.
Para
isso, vale usar lubrificante.
Mas
assim como mulheres não lesionadas, a cadeirante precisa de
orientação médica, ou seja, consultar-se com um ginecologista
regularmente para prevenir-se contra doenças sexualmente
transmissíveis e câncer de mama ou do cólo do útero.
Se
há dúvidas sofre como se comportar sexualmente com um lesionado, os
médicos orientam a consulta com um fisiatra.
Fonte:
– R7 noticias
Um certo dia, as coisas
se embaralham, quando antes pareciam visíveis, agora confundem de
uma maneira absurda...
E
quando menos esperar, vai perder a razão de tudo..
Sem
saber pra onde ir, direito ou esquerdo, podem levar até o mesmo
lugar..
As
pessoas não se importam, com você, com seus sentimentos, com suas
escolhas...
Aliás
todo mundo some, quando você mais precisa...
Eu
já fui dormir querendo não acordar mais...
Eu
já fiquei um dia inteiro criando planos e projetos, resumindo fases
da minha vida, que supostamente aconteceriam...
Mas
no outro dia tudo parecia ter sido bobagem, e eu estava sem
expectativa nenhuma outra vez...
Você
sentia ansiedade em crescer, ser como seus pais, irmãos mais
velhos...
Agora
você gostaria de voltar aos seis anos de idade...
E
ter uma mente inocente, despreocupada...
O
tempo corre, cada dia mais rápido...
As
coisas dão certo, dão errado...
Choramos,
sorrimos...
Amamos,
odiamos...
Dias
que tudo parece fácil, tudo parece possível..
Outros
em que você se sente só, sem rumo.
Pessoas
que surgem nas nossas vidas, e não sabemos se vão ficar, ou se
estão apenas de passagem...
Qual
é realmente o segredo da vida?
O
que nos espera?
Qual
é o destino escrito pra nós?
Da
maneira que vivemos, é difícil entender, o valor de cada atitude
que tomamos, e cada ação que efetuamos...
Procurei
a vida toda a felicidade, mas as vezes parece que ela tenta fugir de
mim...
Desta
vez não vou errar, desta vez quero dedicar-me a mim mesma, desta vez
quero ser feliz assim, como sou...
Vou
subir o mais alto possível, e se cair...
Serei
forte pra levantar e tentar outra vez...
Marjila
Agostini
Muito interessante essa matéria a respeito da sexualidade na lesão medular, como diz na matéria a especialista existem casos e casos, e o paciente vai se redescobrindo pouco a pouco seu corpo na nova situação em que se encontra tendo novos estímulos e sensações sexuais.
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