Acreditar em si mesmo

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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A sexualidade na lesão medular




A sexualidade na
lesão medular



Por: Caroline Nóbrega de Almeida - psicóloga na AACD e pós graduanda em neuropsicologia. CRP 06/98174

Contato: caroline.psicol@gmail.com


A medula é uma parte do sistema nervoso central que conecta o cérebro aos nervos responsáveis pela condução de impulsos motores e sensitivos.

Um trauma ou doença que acomete a medula espinhal pode ter como sequela uma perda parcial ou total da motricidade voluntária e/ou da sensibilidade, além de comprometimento nos sistemas urinário, intestinal, respiratório, circulatório, sexual e reprodutivo. (SISCÃO, PEREIRA, AMAL & FOSS, 2007).

Etiologicamente, a lesão medular (LM) é caracterizada por Traumática e Não Traumática.

Na lesão medular traumática, há uma agressão à medula espinhal, pode ser causada por fraturas, luxações, ferimentos por armas brancas e de fogo, acidentes de trânsito, quedas ou práticas de esporte.

Na lesão medular não traumática, há um prejuízo gradativo na medula, causado por tumores, infecções, má formações, degenerativas ou compressivas.

A LM é denominada completa, quando existe ausência de sensibilidade e função motora e podendo aparecer ou não movimentação reflexa involuntária dependendo do nível da lesão.

É caracterizada como incompleta quando há preservação parcial das funções motoras abaixo do nível neurológico, podendo haver retorno parcial ou total da sensibilidade e/ou da movimentação voluntária.

Conforme o nível da lesão, o paciente acometido por uma LM pode ser caracterizado como tetraplégico, onde há perda da função motora e ou sensitiva nos segmentos cervicais da medula espinhal.

Na tetraplegia há alteração das funções dos membros superiores, tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos.

É caracterizado como paraplégico quando ocorre a perda da função motora e ou sensitiva nos segmentos torácicos, lombares e sacrais da medula espinhal. (DEFINO, 1999).

A lesão medular tem um impacto significativo no aspecto físico, emocional e sexual do indivíduo afetando de um modo global a saúde e qualidade de vida e de um modo mais específico, a saúde sexual, uma vez que a maior parte das lesões traumáticas acontece em indivíduos ao longo da sua vida sexual ativa. (HESS, HOUGH, & TAMMARO, 2007).

Segundo Maior, 1998 a sexualidade refere à soma de impulso sexual, ato sexual e todos os aspectos da personalidade envolvidos na comunicação e no relacionamento interpessoal: diálogos, atividades e interesses partilhados e outras formas de expressar afeto e amor.”, não sendo apenas o ato sexual em si.

Entende-se a função sexual como o aspecto biológico da sexualidade, sendo um complexo mecanismo neuro-psico-endócrino-vascular, engloba reações como ereção, ejaculação e fertilidade.

O paciente com LM apresenta alterações na função sexual, porém a sua sexualidade está preservada.

Como sequelas da LM, podem ocorrer perdas relacionadas à autonomia na excreção e funções sexuais.

As alterações na esfera sexual dependerão do nível da lesão.

Há perda total ou parcial da sensibilidade abaixo do nível da lesão, podendo haver nos homens, comprometimento na ereção psicogênica (relacionada a estímulos visuais, lembranças e fantasias).

A ereção reflexa (relacionada a estimulação do pênis), pode permanecer, porém com dificuldade de mantê-la durante a penetração.

Geralmente a ejaculação está mais prejudicada do que a ereção.

Na mulher, após a lesão medular, pode haver amenorreia de 1 a 3 meses de duração, em 50% dos casos, assim como ausência de ereção clitoriana e diminuição da lubrificação vaginal.

Com relação a fertilidade, no sexo masculino está altamente comprometida pela ausência de ejaculação e espermatogênese deficiente.

No sexo feminino, a capacidade reprodutora geralmente não está comprometida.

Nos lesados medulares, a relação sexual pode não se processar de modo espontâneo, faz-se necessária uma preparação, como esvaziamento da bexiga e intestino, adequação de posição, lubrificação por meio de produtos, etc.

É importante realçar que, além dos órgãos genitais, há outras regiões erógenas no corpo que mantêm ou ajudam a excitação, que causam satisfação para o lesado medular.

A obtenção de prazer sexual pela estimulação dos órgãos genitais apenas, não é determinante da satisfação sexual de forma geral, existem outros fatores que podem interferir positiva ou negativamente nessa busca. (ALVES, GUEDES & ALVES, 1999).

A relação sexual do lesado medular deve ser fundamentada numa visão ampla de sexualidade, não somente no ato sexual em si, mas em atitudes que englobam não apenas o físico, mas somando-se comportamentos, emoção e amor.

A reabilitação foca no paciente como um todo e considera a sexualidade como função natural parte desse todo.

Para uma boa orientação dos pacientes, sobre a retomada da vida sexual, o profissional deve ter a convicção de que a deficiência física não neutraliza a sexualidade.

O processo de ajustamento sexual varia de acordo com cada paciente e depende de alguns fatores, como ajustamento psicológico prévio, idade, sexo, saúde física, tipo de lesão e rede de apoio. (ALVES, GUEDES & ALVES, 1999).




Referências

ALVES, A; GUEDES, M; ALVES V (1999) Um estudo sobre a satisfação sexual de pessoas portadoras de lesão medular. In: Acta Fisiátrica, Vol. 6(1), pp. 6-9.

DEFINO HLA. Trauma raquimedular. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 388-400, out./dez. 1999.

HESS, M. J., HOUGH, S., & TAMMARO, E. (2007). The experience of four individuals with paraplegia enrolled in an outpatient interdisciplinary sexuality program. Sexuality and Disability, 25, 189-195.

MAIOR, I.M.M.L. Reabilitação sexual do paraplégico e tetraplégico. Rio de Janeiro: Revinter, 1988.

SISCÃO MP, PEREIRA C, ARNAL RLC, FOSS MHDA, MARINO LHC. Trauma Raquimedular: Caracterização em Hospital Público. Arq. Ciênc. Saúde. São José do Rio Preto, 2007; 14:145-7.

SUAID, H.J.; ROCHA, J.N.; MARTINS, A.C.P.; COLOGNA, A.J.; SUAID, C.A.; RIBEIRO, A.G.B.; SALZEDAS, P.L. Abordagem pelo urologista da sexualidade no lesado raquimedular. Acta cirúrgica brasileira, v.17, n.3, p.41-43, 2002.









Cadeirantes têm vida
sexualmente ativa
quando são curiosos.




Os tipos de lesão mais comuns na medula causam a tetraplegia, quando há lesão cervical ou torácica de alta intensidade, que compromete tronco, pernas e braços, ou a paraplegia, quando há perda dos movimentos do umbigo para baixo.

As lesões da medula acontece quando há ruptura alta (mais próxima à cabeça) ou baixa (do meio das costas à lombar) das vértebras da coluna cervical, que comprometem a motricidade e a sensibilidade destas partes do corpo.


Vida sexual deles

De acordo com a fisiatra Therezinha Rosane Chamlian, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a possibilidade de ter relações sexuais e de gerar uma criança depende do nível e do tipo de lesão sofrida.

Nos paraplégicos, a possibilidade é maior, pois há preservação do tronco, dos braços e do abdome.

Já entre os tetraplégicos, o desafio é maior e depende da sincronia do casal em descobrir novas formas de atingir o prazer.

O cadeirante pode ter ereção e ejaculação.

No paraplégico há ereção de reflexo, ou seja, com efeito psicológico ou pela visão de uma foto.

Pode também conseguir penetração e ejaculação.

O que muda em relação aos não cadeirantes é que a ereção não dura muito.

Segundo a médica, o homem lesionado consegue uma ejaculação de pequena quantidade e a qualidade do espermatozoide pode não ser muito boa em virtude das infecções urinárias comuns entre quem tem a lesão.

Ele pode ter orgasmo se estimulado e tocado em outras regiões do corpo, pela estimulação dos mamilos, do pescoço, mesmo que não sinta a parte de baixo.

O uso de medicação para disfunção erétil pode ser indicado para prolongar a ereção, desde que o homem consulte um fisiatra e um urologista antes.

Em alguns casos, pode ser indicado também a prótese peniana de silicone para que se mantenha o órgão em um tamanho que seja capaz de conseguir uma ereção.

Ter filhos, então, torna-se a maior dificuldade de um lesionado pela baixa qualidade de seu sêmen, explica a fisiatra.


Prazer delas

A vida sexual da mulher paraplégica também é possível, desde que se tome alguns cuidados após a fase chamada de choque medular, isto é, entre os dois, três primeiros meses após a lesão.

Nesta fase a mulher para de menstruar por causa da perda de controle neuro-modular que, em vias gerais, age como uma desconexão entre o cérebro e o corpo porque o nervo está paralisado.

Saída dessa fase ela volta a menstruar e ovular, podendo engravidar.

Portanto, o casal tem de avaliar essa possibilidade antes de começar a se relacionar sexualmente.

Se o casal pretende ter relação e não quiser que a mulher engravide, tem que usar preservativo ou fazer cirurgia, pois não se sabe se ela poderá usar anticoncepcional.

A mulher lesionada pode gerir uma criança da mesma forma que uma mulher sem a deficiência e dar à luz sem grandes problemas.

No entanto, os médicos pedem que seja realizado um pré-natal mais cuidadoso, pois os riscos de pressão alta e problemas vasculares aumentam.

Passado estes pormenores, a relação com uma mulher lesionada pode ser prazerosa se o parceiro não lesionado for curioso o bastante para achar outros pontos que não os genitais, estes cuja sensibilidade foi perdida.

Se ela for paraplégica, o parceiro pode estimular as mamas, o pescoço, o abdome e até realizar a penetração.

Para isso, vale usar lubrificante.

Mas assim como mulheres não lesionadas, a cadeirante precisa de orientação médica, ou seja, consultar-se com um ginecologista regularmente para prevenir-se contra doenças sexualmente transmissíveis e câncer de mama ou do cólo do útero.

Se há dúvidas sofre como se comportar sexualmente com um lesionado, os médicos orientam a consulta com um fisiatra.



Fonte: – R7 noticias



 
Um certo dia, as coisas se embaralham, quando antes pareciam visíveis, agora confundem de uma maneira absurda...

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Você sentia ansiedade em crescer, ser como seus pais, irmãos mais velhos...

Agora você gostaria de voltar aos seis anos de idade...

E ter uma mente inocente, despreocupada...

O tempo corre, cada dia mais rápido...

As coisas dão certo, dão errado...

Choramos, sorrimos...

Amamos, odiamos...

Dias que tudo parece fácil, tudo parece possível..

Outros em que você se sente só, sem rumo.

Pessoas que surgem nas nossas vidas, e não sabemos se vão ficar, ou se estão apenas de passagem...

Qual é realmente o segredo da vida?

O que nos espera?

Qual é o destino escrito pra nós?

Da maneira que vivemos, é difícil entender, o valor de cada atitude que tomamos, e cada ação que efetuamos...

Procurei a vida toda a felicidade, mas as vezes parece que ela tenta fugir de mim...

Desta vez não vou errar, desta vez quero dedicar-me a mim mesma, desta vez quero ser feliz assim, como sou...

Vou subir o mais alto possível, e se cair...

Serei forte pra levantar e tentar outra vez...


Marjila Agostini











Um comentário:

  1. Muito interessante essa matéria a respeito da sexualidade na lesão medular, como diz na matéria a especialista existem casos e casos, e o paciente vai se redescobrindo pouco a pouco seu corpo na nova situação em que se encontra tendo novos estímulos e sensações sexuais.

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