Acreditar em si mesmo

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quinta-feira, 30 de março de 2017

Gestação sobre rodas.



 

DESCRIÇÃO DA IMAGEM:
Nesta imagem temos Eduarda que está grávida de 8 meses no meio da foto, sentada em sua cadeira de rodas, olhando para o chão e segurando sua barriga.
Ele está vestindo um top branco e uma saia de tule colorida.




Assim como nos adaptamos para viver tranquilamente, podemos adaptar tudo para a chegada de um bebê!



GESTAÇÃO SOBRE RODAS



Ser mãe é algo tão extraordinário que nenhuma gestação acaba sendo igual a outra.

Pode até acontecer coisas parecidas, mas mesmo que você leia 500 livros sobre o assunto, nunca encontrará todas as respostas.

O mesmo acontece com as mães cadeirantes que além de sentir várias sensações comuns, também enfrentam alguns situações diferentes por estar na cadeira de rodas.

E como não existem muitos livros que falam diretamente sobre isso, nós decidimos conversar com uma mãe e compartilhar com vocês tudo o que ela passou e está passando durante sua gestação.

Para conversar com a gente, convidamos a nossa grande amiga Eduarda Oliveira que já esteve aqui no Cantinho dos Cadeirantes contando um pouco sobre sua vida.

Ela nos contou que se tornou cadeirante há 4 anos, devido a um acidente automobilístico, ela teve uma lesão de nível T-11/T-12, que ocasionou a perda completa dos movimentos e sensibilidade das pernas.

Antes do acidente Eduarda já tinha sido agraciada com a vinda de seu primeiro filho Pedro, que na época do acidente estava com 5 aninhos.

Hoje ele tem 9 anos e está aguardando ansiosamente pela chegada do irmãozinho!

DESCRIÇÃO:
Nesta imagem temos a família de Eduarda e seus dois cachorros sentados na grama, todos sorrido.
No lado esquerdo está o marido, ao lado direito está Eduarda, atrás dos dois está seu filho Pedro e na frente temos os dois cachorrinhos.

Veja como foi a nossa conversa com Eduarda Oliveira:

Seu filho Pedro está com 9 anos agora, mas quando houve o seu acidente ele tinha 5 aninhos...
Naquela época, você chegou a questionar a sua capacidade de ser uma boa mãe para ele?

Questionei muito a minha capacidade de ser uma boa mãe!

Muita coisa mudou para mim com o acidente, mas para ele mudou mais ainda, pois eu fazia tudo com ele.

Eu levava e buscava ele na escola, passeávamos nos finais de semana para os parques e praças, ia nas apresentações das escolinhas (coisa que hoje é difícil devido à falta de acesso para mim).

E do nada sofri o acidente e comecei a pensar que não conseguiria ajudá-lo em mais nada!

Graças a Deus eu estava muito muito enganada!

Você acreditou em algum momento que não conseguiria engravidar novamente?

Eu tinha uma certa convicção que não poderia ter mais filhos devido a essa condição, e acreditei que eu tinha sido mãe cedo porque era "o plano de Deus" para o que estava por vir...

Pensava que era como ele me dissesse: "lhe darei um filho agora com 16 anos pois daqui uns anos você será incapaz" esse era meu pensamento!

Eu queria outro bebê, mas não nesse momento... planejava para depois de formada.

Mesmo assim vivia pesquisando sobre gravidez e paraplegia, e pelo que lia nos artigos me sentia tranquila quanto a isso.

Você engravidou por querer, ou foi uma surpresa?

Devido a minha condição, os músculos foram enfraquecendo e com isso tive um Prolapso de bexiga e útero...

Com o tempo a única solução seria a retirada do útero.

A partir daí, os planos mudaram e comecei a batalha para engravidar!

Se quisesse outro filho teria de ser agora!

Após 4 meses de tentativa e uma perda, eis que veio a surpresa!

Um positivo!


Nesta imagem temos Eduarda vestindo roupas azuis, ela está de lado, olhando para sua barriga enquanto está sentada em sua cadeira de rodas.
Ao fundo apare algumas árvores.

Como está sendo a gestação?

Minha gestação está sendo bem controlada!

Devido a minha condição somada à falta de circulação, ela é considerada de risco.

Faço acompanhamento com vascular, obstetra, fisioterapia motora para estimular a circulação, uso controlado de aspirina para ajudar também na circulação do sangue.

Tirando esses detalhes, estamos bem graças a Deus.

Do começo até uns 6 meses foi batata!!!

Agora está tudo muito difícil.

A barriga grande dificulta as transferências, o sono, a coluna dói mais que o normal.

Sem duvida parte mais difícil é o peso da barriga.

Você logo achou um profissional que aceitasse acompanhar sua gestação, ou teve dificuldade nisso?

Tive um pouco de dificuldade de encontrar um profissional que me atendesse bem!

Passei por 3 obstetras diferentes, fiquei em dúvida de 2 deles, mas no fim acho que fiz uma boa escolha.

É importante ressaltar o quanto é difícil encontrar um profissional que já teve pacientes cadeirantes e gestantes!

Percebi o quanto eles ficam inseguros com essa situação.

Como você está planejando o parto?

Como não consigo fazer força, infelizmente o Bernardo virá ao mundo através de uma cesariana.

O Pedro foi parto normal e eu queria muito que o Bernardo viesse deste modo também, mas após muita avaliação e conversa com os médicos, a decisão foi a cesariana mesmo.

Para meu bem e pelo bem dele também.

Ainda não marcamos a data ao certo, mas ao que tudo indica será na semana do dia 18 de Abril.


Eduarda segurando sua barriga, com um sorriso lido e olhando para o céu.
Ela veste roupas azuis.

Como você está se sentindo?

Sou muito medrosa, e como uma boa medrosa estou me sentindo insegura e com bastante medo.

Mas no fundo eu sinto que já deu tudo certo!

O que me conforta e me acalma é exatamente pensar que já deu certo!

Você já fez alguma adaptação em sua casa para conseguir lidar com seu bebê?

O quartinho dele foi planejado para que eu tivesse espaço para tocar a cadeira.

O trocador e a cama de babá tem a altura certa para mim!

Desta forma consigo fazer as transferências sem medo e consigo trocar ele sem ajuda e sem incomodo.

O bercinho dele também foi escolhido especialmente pensando na facilidade de eu mesma colocá-lo e tirá-lo sozinha sem ajuda.

Ele abaixa uma das grades laterais.

Tem alguma coisa que queira acrescentar e deixar um recado para as futuras mamães cadeirantes?

Bom, sim é possível ser mãe da cadeira de rodas!

Assim como nos adaptamos para viver tranquilamente nossas vidas, é possível adaptar tudo para a chegada de um bebê!

Desde que se faça acompanhamento pré natal certinho, é possível ter uma gestação tranquila!

É uma etapa da vida que toda e qualquer mulher deve experimentar!

É um sentimento inexplicável.

Cada chute, cada pulinho é um misto de amor e felicidade fora do comum!

Acompanhar o crescimento e desenvolvimento de um ser dentro de nosso ventre é fantástico.

Então, vamos aguardar a chegada do Bernardo e emanar energias positivas para a mamãe Eduarda e para toda sua família!

Em breve traremos novidades sobre eles e prometo postar uma foto do pequeno Bernardo assim que nascer!

Nesta imagem temos Eduarda de olhos fechados, uma coroa de flores, sentada em um balanço, vestindo um top branco e uma saia branca bem volumosa.
Ao fundo aparece algumas árvores.


Fonte: cantinhodoscadeirantes.com.br fotos: Arquivo pessoal




Secretaria e OAB SP assinam convênio para difusão da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência




Na tarde desta terça-feira, 28 de março, aconteceu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB SP, a assinatura do Convênio entre a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e a OAB SP.

O objetivo é difundir a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI (Lei nº 13.146/15) nos cursos de Direito.


Secretária Dra. Linamara assina Convênio com OAB SP. Dr. Marcos Observa.



Estiveram presentes a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Dra. Linamara Rizzo Battistella; o presidente da OAB SP, Marcos da Costa; o presidente da Comissão de Direito Civil, Marcelo de Almeida Villaça Azevedo; o presidente da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB SP, Mizael Conrado de Oliveira; entre outras autoridades.

A Secretária Dra. Linamara enfatizou a importância da parceria com a OAB SP. “Essa casa tem sido sede de momentos importantes na valorização de todos os humanos, com e sem deficiência, e na sua gestão, em particular, Dr. Marcos, a pessoa humana com deficiência tem tido uma prioridade inquestionável”.

Segundo a Secretária, se entendermos o valor da diferença e a necessidade de atender a essas diferenças de forma igualitária, vamos entender o quanto precisamos aprimorar o espírito da Lei.

Ela tem uma importância enorme, é a primeira lei que traduz de uma maneira clara o direito de todas as pessoas com deficiência”.

Dra. Linamara recordou a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, documento ratificado em 2008 pelo Brasil.

Eu entendo que nós temos uma lei maior constitucional que é a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, que teve uma importância enorme no cenário nacional e agora temos uma lei ordinária com igual importância”.

O presidente da OAB SP, Marcos da Costa, falou sobre a importância de auxiliar a população com deficiência e que ainda neste ano, farão uma Conferência Nacional que terá em um de seus painéis o tema “LBI”.


 
Dr. Marcos Costa, da OAB SP, assina convênio com a Secretaria. Dra. Linamara observa.


Para a OAB SP é uma honra formar esse convênio e trabalhar em conjunto com a Secretaria, estamos empenhados nessa causa que é muito importante para a cidadania”, ressaltou.


A LBI entrou em vigor em janeiro de 2016 e fortalece o segmento das pessoas com deficiência.

Se soma a outras leis de igual importância, como a Convenção da ONU e a Lei de Cotas (8213/91), que reserva postos de trabalho às pessoas com deficiência.

A LBI atende ao segmento formado por 45,6 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. No Estado de São Paulo são 9,3 milhões.



Fonte: - pessoacomdeficiencia.sp.gov.br












Um comentário:

  1. A história dessa mulher é maravilhosa; uma verdadeira guerreira que mostra as pessoas que a maternidade é possível para todas a mulheres deficientes, desde que estejam com saúde não existe nenhuma restrição; pena que são poucos os médicos que tem conhecimento do acompanhamento de mulheres deficientes na gestação é preciso haver mais profissionais especializados para atende-las adequadamente.

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