Acreditar em si mesmo

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terça-feira, 21 de março de 2017

Pessoas com deficiências são duplamente excluídas do mercado de trabalho




Pessoas com deficiência são duplamente excluídas do mercado de trabalho.



Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de setembro, 3.107 empresas deveriam cumprir a cota em Minas, sendo 839 em Belo Horizonte.

Entretanto, apenas 930 delas (30%) cumprem integralmente a regra.

Outras 638 (20,5%) ignoram totalmente a norma e o restante atende apenas parcialmente à legislação.

A Lei 8.213/1991, que este ano completou 25 anos, estabelece que empresas que têm a partir de 100 empregados devem preencher de 2% a 5% dos cargos com reabilitados ou pessoas com deficiência.

Se considerada apenas a iniciativa privada, em Minas, a previsão era de que houvesse 60.753 vagas, mas o déficit chega a quase metade delas.

Os dados do MTE mostram que há somente 31.784 pessoas com deficiência empregadas no estado, 52,3% do que deveria haver.

Na capital, esse abismo é maior.

Em tese, deveriam ser 27.324 vagas.

Na prática, há 12.890 empregados nessa condição, 47% dos postos de trabalho.


As vagas são poucas.

Acho que as empresas pensam que, por serem deficientes, as pessoas não são capazes de executar uma tarefa”, reclama Fernando, que, apesar da idade, já sentiu o peso da exclusão.

Aos 16 anos, o jovem, que tem o pé torto e a perna direita mais curta, levou uma porta na cara de uma empresa.

Eu e outro candidato tínhamos o mesmo nível, preferiram ele. Fiquei triste, decepcionado e procurei me profissionalizar”, conta.

Perto de concluir o ensino médio e com os cursos de mecânica, administração e empreendedorismo no currículo, ele espera ter sucesso na empreitada.

Fiz um estágio na Fiat, mas, com essa crise, eles não contrataram ninguém”, diz.

Sem estrutura

Os gargalos para a exclusão são muitos, de acordo com Oswaldo Ferreira Barbosa Junior, superintendente do Instituto Ester Assumpção, que atua para aumentar a inclusão no mercado de trabalho.

A sociedade ainda vê as pessoas com deficiência como improdutivas e incapazes”, afirma.

A esse fator acrescenta-se a falta de estrutura para receber esses funcionários, desde rampas, elevadores, banheiros adaptados, intérprete de libras, softwares, impressoras, entre outros.

Segundo o superintendente, a escolaridade e a qualificação de pessoas com deficiência é baixa, pois a exclusão começa já no ambiente escolar, e também falta fiscalização do MTE.

Empresas que descumprem a Lei de Cotas estão sujeitas a multas de R$ 2.143,04 a R$ 3.214,55 por funcionário.

O ministério não informou o número de multas aplicadas neste ano.

O desafio é mostrar bons exemplos de inclusão para que consigamos demonstrar que as pessoas com deficiência têm potencial para o trabalho.

Poderíamos pensar também na criação de benefícios fiscais para incentivar mais o empresariado que já tem uma alta carga tributária”, afirma Barbosa Junior, que ressalta que a taxa média de empregabilidade das pessoas com deficiência é de 44%, enquanto a das demais é de 75%.

Exercícios de superação no ambiente empresarial


Junto do trauma da perda de uma das pernas, em 2005, e do desafio da reabilitação e adaptação à prótese, veio logo o receio de como seria a vida a partir de então.

A sociedade te olha diferente, fica com dó, acha que é difícil trabalhar”, conta o auxiliar administrativo e estudante de sistema de informação Adriano Santos, de 30, que deu a volta por cima e conseguiu garantir seu espaço no mercado.

Há cinco meses ele foi contratado pela empresa de telecomunicações Telbrax e mostra que o caminho da inclusão é difícil, mas possível.

Apesar de feliz com o novo emprego, Adriano não tem apenas boas histórias para contar.

As experiências anteriores não foram tão interessantes por causa da falta de acessibilidade e de um plano de saúde.

Fui contratado, mas não adequaram o local para ser acessível para mim.

Tinha que subir e descer muita escada”, lembra.

Do passado ele também traz algumas negativas.

Você faz a entrevista, falam que vão ligar e nunca retornavam”, conta o auxiliar administrativo.

Acredito que as empresas ainda têm que perder o preconceito.

As pessoas com deficiência tem capacidade de exercer funções.

E também tem a questão salarial.

A pessoa com deficiência ganha menos.

Tinha que ser o mesmo salário-base para todos”, defende.

A contratação de pessoas com deficiência começou este ano na Telbrax, que atingiu em 2015 o número de 100 funcionários e passou a se enquadrar na Lei de Cotas.

A empresa teve consultoria do Instituto Ester Assumpção para se adaptar à realidade dos novos empregados.

Ao todo são três funcionários com deficiência e mais um estagiário.

De acordo com a consultora de desenvolvimento humano da companhia, Sheila de Oliveira, o critério para a contratação é o mesmo dos demais funcionários.

Somos muito abertos à escuta, para ouvir as necessidades de cada um.

Prezamos muito pelo desenvolvimento das pessoas”, diz

Segundo Sheila, as limitações das empresas em geral refletem as dificuldades que as pessoas com deficiência também enfrentam no cotidiano.

É um desafio grande para elas estarem adaptadas, ter estrutura física e sistema para que, independentemente da deficiência, consigam exercer a atividade”, reconhece.

Ela afirma que, nas condições atuais, a Telbrax tem dificuldade para receber cadeirantes e para contratar deficientes visuais, embora tenha um menor aprendiz nessa condição.

O que diz a Lei

Lei nº 8.213/1991

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

I – até 200 empregados 2%

II – de 201 a 500 3%

III – de 501 a 1.000 4%

IV – de 1.001 em diante 5%

Três perguntas para…

Oswaldo F. Barbosa Júnior – Superintendente do Instituto Ester Assumpção, especialista em inclusão de pessoas com deficiência nas empresas.

O preconceito ainda é o maior problema para a contratação?

O preconceito é uma das principais causas, pois, se a sociedade não vê e não trata as pessoas com deficiência de maneira que estas tenham oportunidade para estudar, trabalhar e realizar os seus sonhos, dificilmente elas alcançarão os seus objetivos.

As diversas experiências inclusivas no mundo demonstram que as pessoas com deficiência precisam de oportunidades para se desenvolver e conquistar os seus objetivos.

A dificuldade é maior para qual tipo de deficiência?

As pessoas com deficiência intelectual são as que têm maior dificuldade para ingresso no mercado de trabalho.

Devido ao comprometimento cognitivo, essas pessoas precisam de apoios para serem treinadas diretamente no posto de trabalho.

É interessante observar que, em geral, as empresas ligam para o Instituto procurando pessoas com “deficiências leves”.

Como se tornar uma empresa mais inclusiva?

O primeiro passo é a alta gestão: definir uma meta clara de inclusão.

Com a meta definida, os demais gerentes e equipe vão se empenhar para implantar os processos inclusivos.

O que ainda percebemos nas empresas é a ação isolada do setor de recursos humanos buscando o desenvolvimento de práticas inclusivas.

Contudo, sem o apoio da alta direção estes projetos acabam não gerando impacto.


Fontes: - Repost iSocia - cantinhodoscadeirantes.com.br



O SAL DA VIDA


Conta-se que, há muitos anos, viveu um sábio que era seguido por inúmeros discípulos.

Certa vez, porque enfrentava dificuldades incontáveis, um desses discípulos o procurou, a fim de com ele se aconselhar.

Mestre, muito estou sofrendo, disse o jovem.

Já não vejo solução para os problemas que me atormentam.

Preciso de sua ajuda.

Pois bem, respondeu o mestre, gentil como sempre.

Caminhe comigo até a cozinha.

Foram os dois, conversando, e o discípulo colocou o sábio a par de suas dificuldades.

Em seguida, o mestre pediu:

Meu jovem, traga-me o recipiente no qual guardamos o sal.

O rapaz prontamente obedeceu e entregou ao sábio o que fora solicitado.

Tendo em suas mãos um copo cheio d’água, o mestre disse ao discípulo:

Agora, pegue um generoso punhado de sal e o misture neste copo com água.

Depois, quero que tome um grande gole.

O aprendiz, ainda que contrariado, obedeceu às instruções.

­
Qual o gosto?

Questionou o sábio.

Ruim, muito ruim!

Respondeu o discípulo, franzindo o rosto.

Pois bem, continue a caminhar comigo.

Vamos ao lago.

E mais uma vez foram ambos andando, lado a lado, até chegarem ao lago.

O mestre trouxera consigo o recipiente com sal e, próximo à margem, disse ao discípulo:

Quero que você pegue um generoso punhado de sal e o jogue no lago.

O jovem obedeceu e, assim que o fez, recebeu nova ordem:

Agora se abaixe e tome um gole d’água do lago.

O rapaz, abaixando-se, tomou não somente um, mas muitos goles, pois aquela era uma água muito refrescante.

E agora?

Qual o gosto?

Sentiu o gosto do sal?

Arguiu o mestre.

Não, de forma alguma!

Pelo contrário, essa água foi capaz de matar minha sede!

Contrapôs o discípulo.

As dificuldades que enfrentamos na vida são como um punhado de sal diluído.

Se você tem suas dificuldades em mãos e as dilui em seu egoísmo, faz o mesmo que diluir o sal no copo d’água e, assim, elas se tornam difíceis de serem superadas.

Por outro lado, prosseguiu, se você as dilui em sua capacidade de aprendizado, é como diluir o sal no lago e os problemas deixam de existir.

Restarão apenas, concluiu o mestre, as lições que cada dificuldade carrega consigo e que são as responsáveis por nos fazer avançar na senda do progresso.


Muitos são os que extraem dos problemas e das dificuldades somente o sofrimento.

Se vislumbrarmos o panorama de nossas amarguras com os olhos do pessimismo, egoísmo ou orgulho, teremos sempre motivos para nos queixarmos de nossa sorte.

Por outro lado, se contemplarmos tal cenário com consciência de que nenhuma dor é eterna e de que cada dificuldade é oportunidade redentora, tal qual o tombo que por vezes machuca, mas que ensina a melhor caminhar, jamais nos queixaremos novamente.

Antes, agradeceremos ao Senhor da Vida por mais uma lição...

Pensemos nisso...

E pensemos agora!


Fonte: - Momento Espírita, com base em conto de autoria desconhecida. Em 6.3.2014.













Um comentário:

  1. Sim nas empresas as pessoas deficientes são duplamente descriminadas, porque muitas empresas adotam o sistema de cota apenas para mascarar que andam cumprindo a lei de cotas; deixam o deficiente trabalharem em funções secundárias mesmo que estes sejam qualificados.

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