Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

segunda-feira, 27 de março de 2017

A porta - do lado - aberta e estreita.




A porta do lado



Como anda seu nível de exigência em relação à vida?

Você é daqueles que quer que tudo sempre dê certo, e que não admite falhas, aborrecimentos?

Em entrevista a determinado meio de comunicação, o médico Dráuzio Varella traz algumas considerações bastante sábias a respeito desse tema.

Diz ele que às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.

Ele, então, dá um exemplo trivial, que acontece com frequência na vida de muitos de nós:

É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu numa garagem qualquer.

Ao invés de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o resto de seu dia.

Acho que esta história de dois carros alinhados - diz ele -impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.

Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.

Será que nada dá errado para eles?

Dá aos montes, sim.

Só que para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.

Continua o médico a dizer:

O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote.

Que audácia contrariá-los!

São aqueles que nunca ouviram falar de saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.

Criam verdadeiros complexos de perseguição.

Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.

É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel.

E como esse, a maioria de nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho.

Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um "relevar".

Eu ando "deixando de graça"...

Para ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco pra tudo o que eu tenho que fazer, então, não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.

Se procurar, vou procurar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia, então, uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.

Termina, Dráuzio Varella, dizendo:

Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado.


A indulgência faz-se urgente na alma humana.

A indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.

Na indulgência estão as cores da caridade, que procura ver no outro o que tem de bom, e não permite que suas sombras, que suas imperfeições, falem mais alto que sua luminosidade crescente.

Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que sejam; não julgueis com severidade senão as próprias ações.


Fonte: - Momento Espírita com base em texto do site pensador.info e dos  itens 16 a 18 do cap. X do livro O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 03.06.2009.






A porta aberta



Foi na Escócia, em Glasgow, que esta história aconteceu.

A adolescente tinha problemas em casa, vivendo revoltada com os limites impostos por seus pais.

Ela queria liberdade plena.

Seus pais lhe ensinaram a respeito de Deus e de Suas Leis justas e imutáveis.

Um dia, ela declarou:

Não quero seu Deus.

Desisto, vou embora.

Saiu de casa, alcançou os jardins do mundo e almejou ser uma mulher que pudesse fazer o que desejasse.

Logo descobriu que não era tão fácil viver sozinha, tendo que arcar com sua própria subsistência.

O alimento, as roupas, um lugar para viver.

Tudo era extremamente caro. Incapaz de conseguir um trabalho, frágil e só, ela acabou por se prostituir para simplesmente sobreviver.

Os anos se passaram.

Seu pai morreu.

Sua mãe envelheceu.

E ela nunca mais tentou qualquer contato com os seus.

Certo dia, a mãe ouviu falar do paradeiro da filha.

Foi até o local de prostituição da cidade, tentando resgatá-la, mas não a encontrou.

No caminho de volta, tomou uma resolução.

Parou em cada uma das igrejas e templos e pediu licença para deixar ali uma foto sua.

Era uma foto daquela mãe grisalha e sorridente, com uma mensagem manuscrita:

Eu ainda amo você.

Volte para casa.

Os meses se passaram.

Nada aconteceu.

Então, um dia, a jovem foi a um local onde se distribuía sopa para os carentes.

Sentou-se, enquanto alguém fazia uma palestra sobre aquelas coisas que ela ouvira durante toda sua infância.

Em dado momento, seu olhar se voltou para o lado e viu o quadro de avisos.

Pareceu reconhecer aquela foto.

Seria possível?

Não se conteve.

Levantou-se e leu a mensagem:

Eu ainda amo você. Volte para casa.

Reconheceu sua mãe no retrato.

Era bom demais para ser verdade.

Ela desejara tantas vezes voltar, mas temia não ser recebida.

Afinal, ela se transformara numa vergonha para os seus pais.

Era uma mulher perdida.

Objeto de tantos homens.

Era noite mas, tocada por aquelas palavras, foi caminhando até sua casa.

Amanhecia o dia, quando chegou.

O sol se espreguiçava em sua cama de nuvens e seus raios escorriam, radiantes, inundando a Terra de pequeninos pontos de luz.

Ela se aproximou, tímida.

Não sabia bem o que fazer.

Bateu à porta e ela se abriu sozinha.

Sobressaltou-se.

Alguém arrombara a casa, pensou.

Preocupada com sua mãe, correu para o quarto e viu sua mãe dormindo.

Acordou-a, chamando-a:

Mãe, sou eu.

Voltei para casa.

A idosa senhora mal podia acreditar.

Abraçou-se à filha, em lágrimas.

Fiquei tão preocupada, mãe.

A porta estava aberta.

Pensei que alguém tinha entrado e a tivesse ferido.

Enquanto passava as mãos, docemente, pelos cabelos da filha, falou a mãe:

Filha querida.

Desde o dia em que você se foi, a porta nunca mais foi fechada.


Alguém escreveu certa vez ao seu filho:

Quando você era pequeno e bastava estender a mão para tocá-lo, eu usava cobertores para protegê-lo do frio da noite.

Mas agora que você cresceu e está fora do alcance, junto minhas mãos e cubro você com minhas orações.

De todos os amores, o mais próximo de Deus é, possivelmente, o amor de mãe, pois ele sempre está pronto para estender as mãos e erguer o filho tombado, não importa se no abismo da desonra, no pântano da indignidade ou na noite das incertezas.


Fonte: - Momento Espírita, com base no cap. A porta aberta, de Robert Strand, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante. Em 14.10.2014.






A porta estreita



Em certo trecho do Evangelho, Jesus afirma ser estreita a porta que conduz à salvação e que poucos a encontram.

Uma leitura apressada dessa passagem poderia conduzir à conclusão de que a ampla maioria da Humanidade fatalmente sucumbirá, vítima de seus equívocos.

Entretanto, é necessário ponderar que Jesus também disse que nenhuma de Suas ovelhas se perderia.

Conjugando-se essas duas passagens, conclui-se que a obra da própria redenção é trabalhosa, mas todos a realizam.

Trata-se da única conclusão harmoniosa com a existência de um Deus Onipotente, Onisciente e Bondoso.

É incompatível com a bondade de Deus imaginar que Ele tenha criado seres destinados à perdição.

Como Ele tudo sabe e nada O pode surpreender, uma única criatura que se perdesse já colocaria em xeque Sua bondade.

Afinal, no ato da Criação, Deus já saberia o triste destino daquele ser.

O Espiritismo ensina que todos os Espíritos são criados em estado de simplicidade e ignorância.

Agraciados com os gérmens de todos os dons, devem desenvolvê-los à custa do próprio esforço.

No processo de aprender, equívocos são cometidos e maus hábitos, adquiridos.

Entretanto, as oportunidades de aprendizado e reparação sempre se sucedem.

Quem se dedica seriamente ao aprendizado, realiza-o em breve tempo.

Já os recalcitrantes são conduzidos por entre dores e decepções.

Toda desgraça causada ao semelhante deve ser reparada.

Todos os vícios precisam ser abandonados.

Compaixão, pureza, lealdade e amor ao trabalho são apenas algumas das virtudes a serem assimiladas ao caráter.

O processo de sua consolidação e vivência constitui obra dos séculos.

Ninguém se torna sábio e bondoso em um repente.

No entanto, sabedoria e bondade são metas impostas por Deus a todos os Espíritos.

Por se tratarem de desígnios Divinos, eles se cumprem em cada ser, mais cedo ou mais tarde.

Quando o Espírito se harmoniza com as Leis Divinas, ele transcende.

Purificado de todos os vícios e mazelas, parte para novas etapas de sua jornada pelo Infinito.

As dores e as tristezas ficam para trás.

Seu aprendizado continua em corpos mais sutis.

Liberto do apego às coisas materiais, também se distancia das dores que a matéria causa.

A estreiteza da porta a que se refere o Cristo relaciona-se com a dificuldade que o ser enfrenta para libertar-se de suas paixões.

A conquista da sabedoria implica assimilar a real importância de todas as coisas e situações.

Nem desprezo e nem apego, mas sábia utilização.

Dinheiro, alimento, sexo e poder, tudo isso é útil e bom na medida e no contexto certo.

Na obra da Criação não há nada de intrinsecamente errado ou mau.

O exagero na utilização dos dons da vida é que causa distúrbios.

Os recursos à disposição das criaturas são essencialmente neutros.

Na abundância é necessário usar com sobriedade e partilhar.

Na falta, não se consumir em inveja e recalque.

Em qualquer situação, ser um amante do trabalho e do progresso.

Para bem viver é necessário assumir a postura de dedicado aprendiz.

Qualquer que seja a lição apresentada pela vida, fazê-la de bom grado.

Prestar atenção nas situações que se sucedem, a fim de identificar e corrigir os próprios defeitos.

O burilamento do próprio caráter constitui a tarefa maior de cada ser.

A conquista de virtudes e o abandono dos vícios são deveras trabalhosos.

Mas constituem a porta estreita pela qual todos devem passar rumo à suprema felicidade.

Pense nisso.


Fonte: - Equipe de Redação do Momento Espírita.











2 comentários:

  1. Quando em nossa vida nos vemos em dificuldades ao ver as portas se fecharem nos desesperamos e assim achamos que não tem solução as adversidades, mas se pararmos e com paciência analisar a situação veremos que muitas portas estão se abrindo para nós.

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  2. O mundo nos oferece no dia a dia inúmeras possibilidades boas e más e cabe a cada um de nós fazer nossas escolhas e ver qual o melhor caminho; mas, somos muito imperfeitos e sempre procuramos o mais fácil, por onde mais vamos nos arrepender dessa escolha e ficamos perdidos pelo caminho; só que nos esquecemos que sempre haverá uma segunda escolha e assim poderemos desta vez escolher o melhor caminho, vamos enfrentar dificuldades vamos mas na reta final será prazerosa a nossa vitória.

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