A
vida depois de… Ficar paraplégico ao dar um passo em falso.
Ex-secretário
de turismo do DF, Tavinho está sobre uma cadeira de rodas.
Após
cair do telhado de casa, ele reaprende e ensina a viver
Em
uma manhã de domingo até então tranquila, Luis Otávio Neves, 50
anos, resolveu consertar o telhado de casa na Quadra 23 do Park Way.
Enquanto
arrumava as telhas, a sua companheira há 16 anos, Mariana Braga, o
amparava.
Era
31 de maio de 2015 e, em questão de segundos, a vida deste homem
virou de cabeça para baixo.
Após
um pequeno descuido, Tavinho, como é carinhosamente conhecido,
sofreu uma queda do teto ao chão.
Calçando
um tênis, ele subiu no telhado com a ajuda de uma escada.
Depois
de pisar em falso, acabou quebrando uma das telhas, caiu de uma
altura de 3m e ficou paraplégico.
“Gritei
de dor e percebi que já não sentia mais as pernas”, lembrou.
Ele
fraturou a vértebra L1 e o impacto do acidente comprimiu a medula
espinhal.
“Um
movimento errado mudou tudo.
Eu
poderia ter morrido”, lembra. Durante 30 dias, ele ficou internado
no Hospital Sarah Kubitschek, onde começou sua reabilitação.
Um
ano antes da queda, o publicitário e bacharel em direito atuou como
Secretário de Turismo da gestão de Agnelo Queiroz (PT) no GDF.
Ocupou
a posição entre 2011 e 2014.
No
cargo, ele lidou com situações profissionais difíceis de
solucionar.
A
realização de uma Copa do Mundo, até então, estava no topo de sua
lista de desafios.
Após
o acidente, ele redefiniu o conceito da palavra “dificuldade”.
Hoje,
nada o deixa mais feliz que perceber a evolução diária em sua
recuperação.
Pequenas
vitórias são motivos de grande alegria.
Durante
dois meses, ele contou com ajuda de um cuidador para fazer tarefas
ordinárias, como tomar um banho.
Essas
conquistas simples o encorajaram a testar seus limites.
“Este
ano, consegui fazer um mergulho em Cozumel (México).
Quase
chorei embaixo do mar.
Um
dia ainda vou tentar esquiar novamente”, projeta.
Não
dá mesmo pra duvidar dos planos dele.
Na
cadeira de rodas, Tavinho já andou de barco, nadou em rio e viajou
para acompanhar as Olimpíadas Rio 2016.
Assistir
aos Jogos Paralímpicos, contudo, não foi possível devido a uma
cirurgia pela qual ele passou.
Tavinho com a mulher e os filhos
O
ex-secretário foi submetido a uma operação que tinha o objetivo de
diminuir a intensidade da dor neuropática – causada por lesão no
sistema nervoso central.
Para
tentar amenizar o desconforto, Tavinho toma, em média, nove remédios
diferentes diariamente.
O
esporte também tornou-se um aliado no tratamento.
Ele
pratica canoagem e desbrava as águas do Lago Paranoá duas vezes por
semana.
Um
detalhe: o caiaque não é adaptado para usuários de cadeira de
rodas, mas ele enfrenta o desafio.
Dirigir
foi mais um obstáculo nesse processo de readaptação.
Ele
precisou se matricular em uma autoescola e aprendeu a conduzir um
carro sem o movimento das pernas, em um veículo com câmbio
automático.
No
lugar dos pedais, Tavinho com as mãos freia e acelera o automóvel
por meio de uma alavanca.
Tudo
para poder ter autonomia, levar os filhos ao colégio, comprar os
próprios remédios e ir a consultas.
Mariana,
casada com Tavinho, admira a postura do marido, que não perdeu a
alegria.
“Ele
é o mais otimista e sempre manteve o bom humor.
Escolheu
esse modelo da cadeira, mais leve, porque a gente sempre gostou de
dançar e ele queria continuar dançando.”
Nunca
me dei o direito de ficar de baixo astral.
Tenho
dois filhos, uma mãe de 84 anos, esposa.
Se
eu me permitisse a tristeza, isso jogaria para baixo a minha família
inteira”
Barreiras
no caminho
Ao
perder os movimentos das pernas, Tavinho, que já esteve no papel de
gestor no DF, sentiu o peso de uma cidade mal planejada.
Por
falta de acessibilidade, para transitar nas comerciais do Plano
Piloto e até mesmo na Rua das Farmácias, ele, muitas vezes, precisa
se arriscar junto aos carros nas pistas.
A
primeira visita a um shopping depois de deixar o hospital marcou
Tavinho e família.
Durante
um passeio ao Gilberto Salomão, o publicitário se viu impedido de
entrar em uma loja de departamentos por falta de passagem para a
cadeira de rodas.
Ao
se encontrar por acaso com o dono desse centro de compras, ele
sugeriu a adaptação do local para maior acessibilidade.
A
resposta, segundo Tavinho, não foi gentil.
O
empresário o aconselhou a deixar o prédio, dar a volta no
estacionamento e entrar pelo subsolo.
“Ele
ainda me disse que seria um ótimo exercício”, acrescentou o
ex-secretário de turismo.
O
caso virou ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
Tavinho, no entanto, não prosseguiu com a denúncia.
A
intimação do empresário para prestar depoimento já satisfez o
ex-secretário, que preferiu guardar suas energias para novas
batalhas.
Desde
o acidente, Tavinho se distanciou da atividade política. Em 2012,
ele viveu momentos de turbulência em sua vida pública.
Na
época, ele integrava as bases do PSB, partido liderado no DF pelo
então senador Rodrigo Rollemberg.
Quando
Rollemberg deixou de apoiar a administração de Agnelo Queiroz,
Tavinho preferiu sair do partido a abrir mão do cargo de secretário.
A
divergência gerou um mal estar naquele período, mas não abalou a
amizade entre ele e o hoje governador, que lhe deu demonstrações de
solidariedade após a queda.
Tavinho
tem fé que a limitação física é passageira.
Ele
mantém-se forte na esperança de não mais precisar da cadeira de
rodas.
Nunca
perguntou aos médicos se voltará a andar.
“Nenhum
deles vai me dizer com certeza e não quero receber uma resposta que
vai me jogar lá para baixo.
Tenho
certeza que vai acontecer.
Eu
faço a minha parte”, diz, com um sorriso tranquilo.
Fontes:
- Metropoles - turismoadaptado.wordpress.com
Presidentes
de Comissões das Pessoas com Deficiência criticam mudanças na
Previdência.
por
Ana Lucia de Oliveira*
O
I Encontro de Presidentes das Comissões dos Direitos das Pessoas
com Deficiência contou com a participação de vários Presidentes
de Seccionais no Conselho Federal da OAB, em Brasília, no dia 11 de
abril com o mesmo propósito, discutir da efetivação da Lei
13.146/2015, a Lei Brasileira de Inclusão e reformas que estão em
pauta no Congresso Nacional, cujo objetivo é esvaziar e/ou diminuir
direitos das pessoas com deficiência.
A
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com
Deficiência da OAB/MG,
Dra.
Ana Lúcia de Oliveira esteve presente no Encontro.
Dentre
os temas discutidos foram:
1-
prerrogativas dos advogados com deficiência - Palestrante: Dr.
Jarbas Vasconcelos – Conselheiro Federal e Presidente da Comissão
Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia;
2-
direito do consumidor voltado para as pessoas com deficiência -
Palestrante: Marié Lima Alves de Miranda – Conselheira Federal e
Presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor;
3-
POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE VOLTADO PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Palestrante:
Tadahiro Tsubouchi – Vice-Presidente da Comissão Especial do
Direito Médico e da Saúde;
4-
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO VOLTADO PARA OS(AS) ADVOGADOS(AS) COM
DEFICIÊNCIA
Palestrante:
Dra. Hellen Falcão de Carvalho – Vice-Presidente da Comissão
Especial de Direito da Tecnologia e Informação e Conselheira
Estadual da OAB/DF.
Dentre
os trabalhos específicos da Comissão foram debatidos e
apresentados Apresentação do Plano de Trabalho da Comissão
Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Apresentação e
discussão do Plano de Valorização dos(as) Advogados(as) com
Deficiência e Discussão sobre o impacto da aprovação da PEC
287/2016 para os direitos das Pessoas com Deficiência.
A
Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência já
apresentou uma nota contra a reforma da Previdência, que cerceia
direitos já arduamente conquistados, que segue abaixo:
O
I Encontro foi muito proveitoso, pois foi um aprendizado com os
palestrantes e o diálogo com a Comissão Nacional, em que foram
discutidos diversas realidades para uma consolidação dos trabalhos
das Comissões
ANA
LÚCIA DE OLIVEIRA
Presidente
da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da
OAB/MG
terça-feira,
11 de abril de 2017 às 18h36
Brasília
– Foi realizado na sede da OAB Nacional, nesta terça-feira, o I
Encontro de Presidentes das Comissões dos Direitos das Pessoas com
Deficiência.
O
evento reuniu dirigentes de todas as Seccionais da Ordem para
debater temas como reforma da Previdência, acessibilidade, plano
nacional de valorização e direito do consumidor, entre outros.
O
presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, saudou a realização
do encontro e reafirmou a disposição da diretoria da Ordem e do
Conselho Pleno para as demandas vindas das Comissões dos Direitos
das Pessoas com Deficiência.
Lamachia
também elogiou a iniciativa dos presidentes das comissões de
propor alterações ao projeto de reforma da Previdência
apresentado pelo governo federal. “A OAB assumiu protagonismo
total de contrariedade a esse projeto. Não somos contra ajustes na
Previdência, mas qualquer ideia precisa passar por um amplo debate.
É passada a ideia de que as mudanças têm de ser impostas de cima
para baixo”, afirmou Lamachia.
O
presidente da Comissão Especial dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, Josemar Santos, explicou que o colegiado irá propor
que se adicione à carta aberta elaborada pela OAB Nacional
dispositivo sobre os deficientes.
A
proposta é que seja retirada da reforma da Previdência qualquer
alteração em relação a essas pessoas, principalmente a
aposentadoria especial e o BPC (Benefício da Prestação
Continuada).
“A
pessoa com deficiência tem uma perspectiva de vida menor do que
quem não tem deficiência. Seria ilógico tratar com igualdade”,
afirma.
Segundo
o vice-presidente da Comissão, Joelson Dias, o encontro serviu para
se chegar a uma sistematização do trabalho das comissões em
conjunto com a OAB Nacional.
Também
saudou a aprovação do Plano do Advogado com Deficiência, com uma
série de medidas e propostas que podem ser adotadas pela entidade
para garantir a plena acessibilidade de todos os profissionais.
O
encontro também debateu acessibilidade não só na OAB, mas em toda
a Justiça, conforme a Lei n. 13.146/2015, a Lei Brasileira de
Inclusão, que prevê acesso irrestrito, tanto arquitetônico quanto
eletrônico, no âmbito do PJe.
Fontes:
- oab.org.br/noticia - analuciadireito.blogspot.com.br
Olha depois de ficar paraplégico ou tetraplégico há aceitação é muito difícil por um bom tempo, porque ´tem que se recomeçar da estaca zero ou seja reaprender tudo novamente como: alimentar, vestir(isso é quando se pode fazer sozinho), higiene pessoal e outras coisas; agora quando já se nasce com a deficiência torna-se uma rotina porque está aprendendo a viver com ela desde o começo como uma vida normal, é por onde há a diferença de se tornar ou nascer com deficiência.
ResponderExcluirNossa, muito inspirador! Que tudo de bom aconteça na sua vida.
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