Acreditar em si mesmo

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terça-feira, 11 de abril de 2017

Baixo custo e alto impacto em benefício da inclusão.

Imagem Internet/Ilustrativa




Baixo custo e alto impacto em benefício da inclusão


Por Rafael Públio e Aline Morais da Santa Causa*


Muitos setores têm sofrido as duras consequências da atual crise econômica e os investimentos para acessibilidade, inclusão e gestão da diversidade não estão fora desse pacote.

Se antes já era difícil levantar a bandeira da inclusão dentro das empresas, agora ficou ainda mais complicado.

Mas nem tudo está perdido.

Como dizia Churchill, “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade e o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.

E é esse olhar otimista e de oportunidade que pretendemos trazer aqui, com um assunto ainda desconhecido por muitos aqui no Brasil: as adaptações razoáveis.

Se você pesquisar o termo no Google (ou outro buscador), certamente ficará decepcionado com o pequeno retorno que irá obter, mas se buscar o termo correspondente em inglês “reasonable accommodation”, verá que tem muita coisa bacana por aí.

Mas é preciso cautela, em um país onde, infelizmente, a política do jeitinho reina.

Quando falamos em algo que é razoável, quase que, de imediato, imaginamos algo mal feito, de baixa qualidade, bem mais ou menos, ou na melhor gíria: algo meia boca.

E, na verdade, não é bem isso o que termo quer dizer.

Adaptações razoáveis são modificações e ajustes necessários que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa exercer todos os direitos e liberdades fundamentais. São pequenos investimentos que podem gerar grandes impactos positivos.

São ajustes a serem implementados nos processos seletivos, nos ambientes, na reestruturação de um cargo e suas funções ou na disponibilização de recursos de apoio, sempre que necessário.

Podem ser adaptações para tornar o ambiente de trabalho acessível para cadeirantes, para facilitar a leitura de documentos para uma pessoa cega ou para traduzir uma reunião para uma pessoa surda.

E por que é oportuno falar sobre adaptações razoáveis agora em tempo de crise?

A resposta é bastante simples: porque falamos a língua das empresas, de obter o maior retorno possível pelo menor custo.

Ao lidar com as adaptações que precisam ser feitas, e ver o resultado imediato no desempenho dos trabalhadores e na produtividade, a empresa aprimora o exercício de buscar soluções práticas para os desafios e barreiras, muitas vezes criados pela própria organização em sua cultura, normas ou hábitos.

E, com isso, todos ganham.

Segundo levantamento, da JAN – Job Accommodation Network – U. S. Department of Labor`s Office of Disability Employment Policy, 57% das adaptações não custa absolutamente nada e as demais custam no máximo U$ 500,00.

Além disso, grande parte das pessoas com deficiência não precisa de adaptações razoáveis, e para aquelas que precisam, o custo é geralmente mínimo.

A Job Accommodation Network (JAN) é um serviço do departamento de políticas de empregabilidade para pessoas com deficiência do Governo dos EUA, que possui em seu site uma série de sugestões e exemplos de adaptações razoáveis.

O dever de providenciar adaptações razoáveis sempre que não for possível implementar o desenho universal (conceito de acessibilidade plena) é um requisito legal, previsto pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, em vigor desde o ano passado.

Mas devem ser providenciadas com a compreensão de que todos se beneficiam com isso.

Durante anos e anos, as empresas desperdiçaram diversas oportunidades de contratar profissionais com deficiência, simplesmente por acharem que gastariam muito dinheiro para adequações.

Já é tempo de superar o discurso de que promover acessibilidade é complicado, caro e inviável.

Continuamos na luta por um mundo 100% acessível para todos, e a possibilidade de adaptações não segue no sentido oposto desse objetivo, mas tem o potencial de fortalecer o processo.

A inclusão tem seus desafios, mas não é nenhum bicho de sete cabeças.

Dizer que não consegue e ponto é muito fácil e confortável. Isso precisa mudar e a hora é agora.

*Rafael Públio é publicitário, com MBA em Gestão Pública, e Aline Morais é jornalista, especializada em Gestão para o Terceiro Setor.

Esse encontro profissional começou com a criação da primeira Secretaria para a Pessoa com Deficiência do Brasil.

De lá para cá, cada um acumula mais de 10 anos de experiência atuando em políticas públicas inclusivas e direitos humanos.

Atualmente, são sócios da Santa Causa, empresa criada para transformar ideias do bem em projetos.


Fonte: -  vidamaislivre.com.br - Imagem Internet/Ilustrativa



Presidente da República cadeirante joga luz a ‘pecados’ abaixo do Equador


Presidente eleito do Equador, Lenín Moreno, em meio aos eleitores.

por Jairo Marques


É preciso muita coragem e muita consciência social e humana para alçar ao cargo político mais importante de um país, a presidência da República, uma pessoa cuja própria figura pode, a contragosto, presumir fragilidade ou incompletude.

Pois foi exatamente isso o que o povo equatoriano “lacrou” para o mundo ao eleger Lenín Moreno, a bordo de uma cadeira de rodas, para governar a nação.

Nenhuma condição física ou sensorial avariada é capaz de indicar bom caráter ou capacidade de realização de alguém, mas também não há dúvida de que Moreno irá carregar pelo mundo, junto de suas rodas, uma imagem de atenção à acessibilidade e à inclusão.

Gafes não deverão ser poucas em recepções diplomáticas ao equatoriano.

Em Brasília, com Temer, pode ser mais ou menos assim:

Excelência, lá no Equador criamos uma bolsa para que pessoas com deficiência severa consigam pagar um cuidador e, assim, tenham mais dignidade, mais chances de retomar a vida social.

E por aqui?

Temer pigarreia, afinal o tempo seco do Planalto é cada vez mais tenebroso, e solta:

Aqui nós vamos acabar com o povo “malacabado”, seu Moreno!

Mandei desvincular da inflação o reajuste de um benefício miserável que se dá àqueles estropiados mais famélicos.

Dentro de uns três anos, devem morrer todos de inanição, se tudo der certo!

Nesse ínterim, entra Michelzinho na sala de recepção às autoridades e vai logo se enturmando:

Por que ele tá assim doente na cadeirinha, papai?

É da cota?

E Marcela, mais do que depressa, entra esbaforida no local para tapar a boca do moleque, afinal “criança feliz” não faz pergunta.

Enquanto o Equador exalta, pelo menos por esses dias, valores relativos à solidariedade, busca por equidade e uma sociedade que enfrenta preconceitos, no Brasil uma das leis protetivas da diversidade, a Lei de Cotas, está diretamente ameaçada com a terceirização desregrada (quanto menos empregos formais ligados diretamente a uma empresa, menor o percentual de pessoas com deficiência a serem contratadas).

A representatividade é, sim, importante para a consolidação de imagens mais empáticas com aqueles que fugiram da escola do senso comum, de padrões.

Para ser plural, é preciso ter mulher, ter negros, ter cadeirantes, ter cegos, ter downs, ter quem fale mandarim, ter trans…

Vai ser interessante ver Moreno se engastalhar nos tapetes vermelhos das formalidades ou procurar banheiros acessíveis em palácios históricos que preservam memórias, mas aniquilam possibilidades amplas de serem desfrutados.

Vai ser interessante ver o mundo pensando, mesmo que de relance, que o fundamental para um êxito não é marchar, mas ter coragem para encarar uma batalha, não é se distinguir entre todos, mas conseguir representar com afinco a todos.

O presidente cadeirante pode vir a ser um fracasso administrativo se não tiver talento ou habilidade política, mas, de qualquer maneira, ele já está sendo um sucesso ao lançar luz sobre o nível de “pecados” com a diversidade que os todo completinhos são capazes de cometer do lado de cá da linha do Equador.

jairo.marques@grupofolha.com.br





5 direitos que os pacientes com psoríase têm e você não sabia 
 


Por Priscila Torres*


As dificuldades enfrentadas por portadores de doenças para conseguir exercer os seus direitos são inúmeras.

Muitas vezes, os pacientes desconhecem benefícios disponíveis e deixam de brigar por melhores condições de tratamentos.

No caso da psoríase, não existem ainda benefícios específicos, mas os pacientes diagnosticados podem e devem buscar o apoio da sociedade, do empregador e do sistema público de saúde para enfrentar os sintomas com tranquilidade emocional e financeira.

1 – Medicamentos gratuitos pelo SUS a psoríase está entre as doenças crônicas para as quais o sistema de saúde público brasileiro é obrigado a fornecer medicamentos gratuitos.

Ao ser diagnosticado pelo dermatologista, peça a ele orientação sobre quais opções de tratamento para psoríase são disponibilizados pelo SUS e como conseguir os remédios e pomadas receitados para controlar os sintomas.

2 – Licença médica nos períodos mais graves das inflamações causadas pela psoríase, os pacientes poderão se ausentar do trabalho para se tratar.

Se a licença for recomendada pelo médico que acompanha o paciente, o empregador é obrigado a conceder por 14 dias o afastamento remunerado do funcionário para que ele se trate adequadamente.

Basta levar um atestado médico ao departamento pessoal da empresa.

3 – Auxílio doença Após 14 dias de afastamento do tratamento, se for necessário ficar mais tempo em casa para continuar o tratamento contra a psoríase, o empregador deverá encaminhar o funcionário para o INSS.

O paciente deve entrar pedir o auxílio-doença pelo tempo determinado pelo seu médico.

Munido de toda a documentação necessária, o portador de psoríase deve ir até uma agência do INSS fazer uma vistoria.

O médico do sistema público irá aprovar ou não o auxílio-doença e por quanto tempo.

4 – Aposentadoria por invalidez São raros os casos em que o INSS concedeu aposentadoria por invalidez para pacientes de psoríase, principalmente porque não é contagiosa e existe tratamento para controlar os sintomas.

No entanto, se o médico e o paciente avaliarem que a doença impede a volta ao trabalho, um processo de aposentadoria deve ser aberto.

Nesse caso, o paciente deve primeiro pedir o auxílio-doença.

5 – Isenção de impostos e outras insenções para compra de veículos: cada Estado tem uma legislação própria em relação a isenções tributárias e facilidades para a compra de automóveis para portadores de doenças graves e com dificuldade de locomoção.

Pacientes com psoríase devem checar na legislação local se podem pedir alguma isenção.

Em casos de artrite psoriásica, em que se comprove dificuldade de locomoção pela doença, o paciente pode ter direito a alguns benefícios.



Priscila Torres

Jornalista, motivada pelo diagnóstico de Artrite Reumatoíde aos 26 anos, enquanto atuava como enfermeira, estava acostumada a lidar com a dor, porém, a dor dos outros.

 De repente a dor passou a ser minha companheira.

Troquei o cuidar assistencial pelo cuidar informacional e escrevi o Blog Artrite Reumatoíde, para compartilhar a minha dor, aprendi então, que Dor Compartilhada é Dor Diminuída.

Hoje sou "Patient Advocacy", Arthritis Consumer, presidente do Grupo EncontrAR, vice-presidente do Grupar-RP, idealizadora dos blogueiros da Saúde e uma eterna mobilizadora social em prol da qualidade de vida das pessoas com doenças crônicas no Brasil.  artritereumatóide.blog.org


Fonte: - Folha da PB - artritereumatóide.blog.org


  








Um comentário:

  1. Se a nossa sociedade não abrir acesso aos deficiente como um todo em geral, não tem como estabelecer a inclusão nesta dos deficientes; mesmo com a lei do deficientes que estabelece seus direitos, ainda assim não são cumpridas e nem respeitadas pela sociedade.

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