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Baixo
custo e alto impacto em benefício da inclusão
Por
Rafael Públio e Aline Morais da Santa Causa*
Muitos
setores têm sofrido as duras consequências da atual crise econômica
e os investimentos para acessibilidade, inclusão e gestão da
diversidade não estão fora desse pacote.
Se
antes já era difícil levantar a bandeira da inclusão dentro das
empresas, agora ficou ainda mais complicado.
Mas
nem tudo está perdido.
Como
dizia Churchill, “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade
e o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.
E
é esse olhar otimista e de oportunidade que pretendemos trazer aqui,
com um assunto ainda desconhecido por muitos aqui no Brasil: as
adaptações razoáveis.
Se
você pesquisar o termo no Google (ou outro buscador), certamente
ficará decepcionado com o pequeno retorno que irá obter, mas se
buscar o termo correspondente em inglês “reasonable
accommodation”, verá que tem muita coisa bacana por aí.
Mas
é preciso cautela, em um país onde, infelizmente, a política do
jeitinho reina.
Quando
falamos em algo que é razoável, quase que, de imediato, imaginamos
algo mal feito, de baixa qualidade, bem mais ou menos, ou na melhor
gíria: algo meia boca.
E,
na verdade, não é bem isso o que termo quer dizer.
Adaptações
razoáveis são modificações e ajustes necessários que não
acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos, a fim
de assegurar que a pessoa com deficiência possa exercer todos os
direitos e liberdades fundamentais. São pequenos investimentos que
podem gerar grandes impactos positivos.
São
ajustes a serem implementados nos processos seletivos, nos ambientes,
na reestruturação de um cargo e suas funções ou na
disponibilização de recursos de apoio, sempre que necessário.
Podem
ser adaptações para tornar o ambiente de trabalho acessível para
cadeirantes, para facilitar a leitura de documentos para uma pessoa
cega ou para traduzir uma reunião para uma pessoa surda.
E
por que é oportuno falar sobre adaptações razoáveis agora em
tempo de crise?
A
resposta é bastante simples: porque falamos a língua das empresas,
de obter o maior retorno possível pelo menor custo.
Ao
lidar com as adaptações que precisam ser feitas, e ver o resultado
imediato no desempenho dos trabalhadores e na produtividade, a
empresa aprimora o exercício de buscar soluções práticas para os
desafios e barreiras, muitas vezes criados pela própria organização
em sua cultura, normas ou hábitos.
E,
com isso, todos ganham.
Segundo
levantamento, da JAN – Job Accommodation Network – U. S.
Department of Labor`s Office of Disability Employment Policy, 57% das
adaptações não custa absolutamente nada e as demais custam no
máximo U$ 500,00.
Além
disso, grande parte das pessoas com deficiência não precisa de
adaptações razoáveis, e para aquelas que precisam, o custo é
geralmente mínimo.
A
Job Accommodation Network (JAN) é um serviço do departamento de
políticas de empregabilidade para pessoas com deficiência do
Governo dos EUA, que possui em seu site uma série de sugestões e
exemplos de adaptações razoáveis.
O
dever de providenciar adaptações razoáveis sempre que não for
possível implementar o desenho universal (conceito de acessibilidade
plena) é um requisito legal, previsto pela Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência, em vigor desde o ano passado.
Mas
devem ser providenciadas com a compreensão de que todos se
beneficiam com isso.
Durante
anos e anos, as empresas desperdiçaram diversas oportunidades de
contratar profissionais com deficiência, simplesmente por acharem
que gastariam muito dinheiro para adequações.
Já
é tempo de superar o discurso de que promover acessibilidade é
complicado, caro e inviável.
Continuamos
na luta por um mundo 100% acessível para todos, e a possibilidade de
adaptações não segue no sentido oposto desse objetivo, mas tem o
potencial de fortalecer o processo.
A
inclusão tem seus desafios, mas não é nenhum bicho de sete
cabeças.
Dizer
que não consegue e ponto é muito fácil e confortável. Isso
precisa mudar e a hora é agora.
*Rafael
Públio é publicitário, com MBA em Gestão Pública, e Aline Morais
é jornalista, especializada em Gestão para o Terceiro Setor.
Esse
encontro profissional começou com a criação da primeira Secretaria
para a Pessoa com Deficiência do Brasil.
De
lá para cá, cada um acumula mais de 10 anos de experiência atuando
em políticas públicas inclusivas e direitos humanos.
Atualmente,
são sócios da Santa Causa, empresa criada para transformar ideias
do bem em projetos.
Fonte: -
vidamaislivre.com.br
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Presidente
da República cadeirante joga luz a ‘pecados’ abaixo do Equador
Presidente eleito do Equador, Lenín Moreno, em meio aos eleitores.
por
Jairo Marques
É
preciso muita coragem e muita consciência social e humana para
alçar ao cargo político mais importante de um país, a presidência
da República, uma pessoa cuja própria figura pode, a contragosto,
presumir fragilidade ou incompletude.
Pois
foi exatamente isso o que o povo equatoriano “lacrou” para o
mundo ao eleger Lenín Moreno, a bordo de uma cadeira de rodas, para
governar a nação.
Nenhuma
condição física ou sensorial avariada é capaz de indicar bom
caráter ou capacidade de realização de alguém, mas também não
há dúvida de que Moreno irá carregar pelo mundo, junto de suas
rodas, uma imagem de atenção à acessibilidade e à inclusão.
Gafes
não deverão ser poucas em recepções diplomáticas ao
equatoriano.
Em
Brasília, com Temer, pode ser mais ou menos assim:
Excelência,
lá no Equador criamos uma bolsa para que pessoas com deficiência
severa consigam pagar um cuidador e, assim, tenham mais dignidade,
mais chances de retomar a vida social.
E
por aqui?
Temer
pigarreia, afinal o tempo seco do Planalto é cada vez mais
tenebroso, e solta:
Aqui
nós vamos acabar com o povo “malacabado”, seu Moreno!
Mandei
desvincular da inflação o reajuste de um benefício miserável que
se dá àqueles estropiados mais famélicos.
Dentro
de uns três anos, devem morrer todos de inanição, se tudo der
certo!
Nesse
ínterim, entra Michelzinho na sala de recepção às autoridades e
vai logo se enturmando:
Por
que ele tá assim doente na cadeirinha, papai?
É
da cota?
E
Marcela, mais do que depressa, entra esbaforida no local para tapar
a boca do moleque, afinal “criança feliz” não faz pergunta.
Enquanto
o Equador exalta, pelo menos por esses dias, valores relativos à
solidariedade, busca por equidade e uma sociedade que enfrenta
preconceitos, no Brasil uma das leis protetivas da diversidade, a
Lei de Cotas, está diretamente ameaçada com a terceirização
desregrada (quanto menos empregos formais ligados diretamente a uma
empresa, menor o percentual de pessoas com deficiência a serem
contratadas).
A
representatividade é, sim, importante para a consolidação de
imagens mais empáticas com aqueles que fugiram da escola do senso
comum, de padrões.
Para
ser plural, é preciso ter mulher, ter negros, ter cadeirantes, ter
cegos, ter downs, ter quem fale mandarim, ter trans…
Vai
ser interessante ver Moreno se engastalhar nos tapetes vermelhos das
formalidades ou procurar banheiros acessíveis em palácios
históricos que preservam memórias, mas aniquilam possibilidades
amplas de serem desfrutados.
Vai
ser interessante ver o mundo pensando, mesmo que de relance, que o
fundamental para um êxito não é marchar, mas ter coragem para
encarar uma batalha, não é se distinguir entre todos, mas
conseguir representar com afinco a todos.
O
presidente cadeirante pode vir a ser um fracasso administrativo se
não tiver talento ou habilidade política, mas, de qualquer
maneira, ele já está sendo um sucesso ao lançar luz sobre o nível
de “pecados” com a diversidade que os todo completinhos são
capazes de cometer do lado de cá da linha do Equador.
jairo.marques@grupofolha.com.br
Fonte:
- assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br
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direitos que os pacientes com psoríase têm e você não sabia
Por
Priscila Torres*
As
dificuldades enfrentadas por portadores de doenças para conseguir
exercer os seus direitos são inúmeras.
Muitas
vezes, os pacientes desconhecem benefícios disponíveis e deixam de
brigar por melhores condições de tratamentos.
No
caso da psoríase, não existem ainda benefícios específicos, mas
os pacientes diagnosticados podem e devem buscar o apoio da
sociedade, do empregador e do sistema público de saúde para
enfrentar os sintomas com tranquilidade emocional e financeira.
1
– Medicamentos gratuitos pelo SUS a psoríase está entre as
doenças crônicas para as quais o sistema de saúde público
brasileiro é obrigado a fornecer medicamentos gratuitos.
Ao
ser diagnosticado pelo dermatologista, peça a ele orientação
sobre quais opções de tratamento para psoríase são
disponibilizados pelo SUS e como conseguir os remédios e pomadas
receitados para controlar os sintomas.
2
– Licença médica nos períodos mais graves das inflamações
causadas pela psoríase, os pacientes poderão se ausentar do
trabalho para se tratar.
Se
a licença for recomendada pelo médico que acompanha o paciente, o
empregador é obrigado a conceder por 14 dias o afastamento
remunerado do funcionário para que ele se trate adequadamente.
Basta
levar um atestado médico ao departamento pessoal da empresa.
3
– Auxílio doença Após 14 dias de afastamento do tratamento, se
for necessário ficar mais tempo em casa para continuar o tratamento
contra a psoríase, o empregador deverá encaminhar o funcionário
para o INSS.
O
paciente deve entrar pedir o auxílio-doença pelo tempo determinado
pelo seu médico.
Munido
de toda a documentação necessária, o portador de psoríase deve
ir até uma agência do INSS fazer uma vistoria.
O
médico do sistema público irá aprovar ou não o auxílio-doença
e por quanto tempo.
4
– Aposentadoria por invalidez São raros os casos em que o INSS
concedeu aposentadoria por invalidez para pacientes de psoríase,
principalmente porque não é contagiosa e existe tratamento para
controlar os sintomas.
No
entanto, se o médico e o paciente avaliarem que a doença impede a
volta ao trabalho, um processo de aposentadoria deve ser aberto.
Nesse
caso, o paciente deve primeiro pedir o auxílio-doença.
5
– Isenção de impostos e outras insenções para compra de
veículos: cada Estado tem uma legislação própria em relação a
isenções tributárias e facilidades para a compra de automóveis
para portadores de doenças graves e com dificuldade de locomoção.
Pacientes
com psoríase devem checar na legislação local se podem pedir
alguma isenção.
Em
casos de artrite psoriásica, em que se comprove dificuldade de
locomoção pela doença, o paciente pode ter direito a alguns
benefícios.
Priscila Torres
Jornalista, motivada pelo diagnóstico de Artrite Reumatoíde aos 26 anos, enquanto atuava como enfermeira, estava acostumada a lidar com a dor, porém, a dor dos outros.
De repente a dor passou a ser minha companheira.
Troquei o cuidar assistencial pelo cuidar informacional e escrevi o Blog Artrite Reumatoíde, para compartilhar a minha dor, aprendi então, que Dor Compartilhada é Dor Diminuída.
Hoje sou "Patient Advocacy", Arthritis Consumer, presidente do Grupo EncontrAR, vice-presidente do Grupar-RP, idealizadora dos blogueiros da Saúde e uma eterna mobilizadora social em prol da qualidade de vida das pessoas com doenças crônicas no Brasil. artritereumatóide.blog.org
Fonte: - Folha da PB - artritereumatóide.blog.org
Se a nossa sociedade não abrir acesso aos deficiente como um todo em geral, não tem como estabelecer a inclusão nesta dos deficientes; mesmo com a lei do deficientes que estabelece seus direitos, ainda assim não são cumpridas e nem respeitadas pela sociedade.
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