Você sabe como evitar a infecção urinária?
Entenda
por que isso acontece e como reverter o problema
A
condição que habitualmente chamamos de infecção urinária, na
verdade, representa um processo infeccioso, onde ocorre o crescimento
de bactérias em algum local do trato urinário (rins, ureter, bexiga
e uretra).
Na
verdade, as bactérias entram no trato urinário a partir da uretra e
começam a se multiplicar na bexiga.
Essas
bactérias podem ficar apenas na bexiga ou progredir no trato
urinário até chegar ao rim.
Portanto,
apesar de parecer que as infecções urinárias sempre surgem nos
rins ou os afetam, essa afirmação não é correta.
As
infecções urinárias podem ocorrer no trato urinário inferior
(bexiga e uretra) ou trato urinário superior ou alto (rins).
Os
quadros que envolvem a bexiga são as conhecidas cistites e os
quadros que envolvem os rins são chamados de pielonefrite.
As
cistites são, na maioria das vezes, causadas por um tipo de bactéria
proveniente do trato gastrointestinal, chamada Escherichia coli,
e as uretrites também podem ser decorrentes de bactérias
provenientes do trato gastrointestinal, mas pelo fato da uretra nas
mulheres estar mais próxima da vagina, algumas infecções como
herpes, gonorreia e infecção por clamídia podem levar à uretrite.
Apenas
para se ter uma ideia da frequência das duas condições, os quadros
de pielonefrite aguda ocorrem em frequência cerca de 18 vezes menor
que os quadros de cistite, o que é importante, pois o quadro clínico
da pielonefrite em geral é mais grave e requer, em muitos casos, a
hospitalização do paciente.
Existem
algumas diferenças relacionadas ao sexo quanto à frequência das
infecções urinárias.
De
modo geral, no primeiro ano de vida, as infecções urinárias
ocorrem em maior frequência entre os meninos em função de
malformações congênitas como na válvula de uretra posterior. Já
a partir da idade pré-escolar e na vida adulta, as mulheres costumam
apresentar mais episódios de infecção urinária que os homens.
Sabe-se
que entre as mulheres o pico de ocorrência das infecções urinárias
ocorre no início da atividade sexual, durante a gestação ou após
a menopausa, de forma que os estudos indicam que em cerca de 40% das
mulheres ocorrerá pelo menos um episódio de infecção urinária ao
longo da vida.
Os
fatores que explicam essa maior propensão das mulheres a esta doença
são uretra mais curta, maior proximidade do ânus ao vestíbulo
vaginal e uretra e uso, por exemplo, de gel espermicida que altera a
acidez e flora vaginal da região.
Por
outro lado, entre os homens, são descritos alguns fatores benéficos
que os protegeriam de desenvolver este quadro, sendo eles o maior
comprimento da uretra, maior fluxo urinário e o fator antibacteriano
prostático.
Há
ainda, apesar de controverso, o fato de que a circuncisão diminuiria
o risco de infecção por não ocorrer ligação das bactérias ao
prepúcio.
No
entanto, a partir da quinta ou sexta década de vida, algumas
condições podem favorecer o surgimento das infecções urinárias,
como alterações na próstata e necessidade de colocação de sonda
vesical, que favoreceria a migração das bactérias.
As
infecções urinárias podem ser classificadas em não complicadas e
complicadas, e entre as infecções não complicadas está, por
exemplo, a cistite.
Nessa
situação, tanto a estrutura quanto a funcionalidade do trato
urinário são normais, não havendo, portanto, comprometimento dos
rins.
Já
entre as infecções complicadas podemos usar como exemplo a
pielonefrite, ou seja, a infecção que envolve o rim.
A
ocorrência de pielonefrite aguda complicada é maior entre as
mulheres, tanto em ambiente não hospitalar quanto em pacientes
hospitalizados.
Existe
uma grande variedade de situações ou doenças que se associam com
as infecções complicadas como, por exemplo, aquelas relacionadas a
processos obstrutivos da uretra (como a hipertrofia prostática
benigna, presença de tumores, cálculos renais, estenoses ou
estreitamento ureterais, cistos renais, ou presença de divertículos
na bexiga), alterações funcionais do trato urinário (bexiga
neurogênica, refluxo vesicoureteral, uso de cateter uretral de
demora) e alterações metabólicas (diabetes melito, insuficiência
renal, transplante renal, etc.).
O
tratamento das infecções urinárias em geral envolve o uso de um
antibiótico que será escolhido de acordo com a bactéria encontrada
nos exames que serão solicitados.
Assim,
nos quadros de obstrução urinária, o que acontece é que a urina
fica retida por mais tempo na bexiga, propiciando o crescimento das
bactérias e, além disso, à medida que a bexiga se distende pelo
acúmulo de urina, a mucosa que reveste a bexiga perde a capacidade
de destruir as bactérias.
Para
se entender o que ocorre nos quadros de refluxo vesico-ureteral, é
bom lembrar qual é o caminho normal que a urina segue desde a sua
formação.
Depois
de produzida nos rins, a urina passa pelo ureter para ser acumulada
na bexiga e quando sentimos vontade de urinar, essa urina é
eliminada para o meio exterior pela uretra.
Quando
urinamos, a bexiga se esvazia e, portanto, não deve haver volume
(urina) residual. No entanto, quando ocorre um quadro de refluxo,
estamos indicando que a urina volta da bexiga para o ureter.
Nesta
situação há persistência de volume residual de urina na bexiga
que em última instância propicia o crescimento de bactérias.
Além
dessas situações as infecções urinárias podem evoluir com
complicação nos quadros de infecções recorrentes, isto é, quando
ocorrem três ou mais infecções por ano ou quando há lesão renal
permanente resultante de uma pielonefrite aguda ou crônica
decorrente de uma infecção urinária não tratada adequadamente.
Alguns
fatores são conhecidos como predisponentes para o aparecimento das
infecções urinárias como a gravidez, doenças como a diabetes
melito e a menopausa.
Saiba
diferenciar os sintomas
Engana-se
quem acredita que as infecções urinárias sempre cursam com
sintomas.
Nesses
casos, podem ser observadas alterações ao exame de urina com a
presença de grande número de bactérias (bacteriúria
assintomática), o que especialmente em mulheres grávidas, pacientes
que serão submetidos a procedimentos urológicos ou sondagem, requer
tratamento com antibióticos.
Entre
os sintomas mais comuns podemos citar uma vontade forte e
persistentes de urinar, sensação de queimação ao urinar,
eliminação de pequena quantidade de urina em cada micção, ás
vezes a urina tem aspecto turvo, pode eventualmente aparecer
avermelhada, com escura, indicativa de perda de sangue na urina, e
com odor forte, além de dor suprapúbica.
Em
homens a dor retal pode ocorrer.
Para
diferenciar a infecção urinária em suas diferentes formas de
acordo com a sintomatologia podemos, de forma simplificada, dizer que
as infecções uretrais (uretrite) costumam cursar com sensação de
queimação ao urinar, as cistites costumam cursar com pressão na
região pélvica, desconforto em abdômen inferior, micção
frequente e dolorosa, e a pielonefrite apresenta uma sintomatologia
mais exuberante com dor em flanco e lombar, febre alta, calafrios e
tremores, náuseas e vômitos.
Portanto,
como se pode ver, as infecções urinárias que acometem os rins são
mais ricas em sintomas e, como dito antes, em geral, precisam de
hospitalização para o tratamento.
Opções
de tratamento
O
tratamento das infecções urinárias em geral envolve o uso de um
antibiótico que será escolhido de acordo com a bactéria encontrada
nos exames que serão solicitados.
Nas
infecções não complicadas o tratamento pode variar de um a três
dias, mas pode ser indicado por mais tempo, dependendo de cada caso.
Além
dos antibióticos pode-se prescrever um analgésico para alívio da
sensação de queimação à micção.
Em
geral, este medicamento tinge a urina de laranja.
Além
disso, a hidratação adequada permite a remoção das bactérias
mais rapidamente, diminuindo a possibilidade de proliferação.
Outras
medidas que podem ser empregadas no tratamento das infecções
urinárias envolvem ciclos de antibioticoterapia mais longos
(profilaxia), ou tratamentos por curto prazo assim que os sintomas
começarem ou, para mulheres após a menopausa, o uso de cremes
vaginais com estrogênios pode diminuir o risco de infecções
recorrentes, e o uso de produtos de cranberry em algumas indicações
tem mostrado efeito protetor.
Saiba
mais
No
caso das infecções urinárias graves, em geral, o tratamento é
feito em ambiente hospitalar, com medicação endovenosa, o tempo de
tratamento é variável, mas em torno de 14 a 21 dias e a escolha do
antibiótico baseia-se no perfil de resistência da bactéria,
condição clínica do paciente e gravidade da infecção.
O
melhor remédio
Prevenir
é sempre a melhor opção especialmente para as mulheres que
habitualmente cursam com maior incidência das infecções urinárias,
assim, seguem algumas recomendações:
Ingerir
quantidades adequadas de líquidos, especialmente água: A água
ajuda a diluir a urina e fazer com que urine mais vezes ao longo do
dia, assim, as bactérias serão removidas do tato urinário antes
que a infecção possa se instalar
Depois
de urinar e evacuar a higiene deve ser feita da frente para trás.
Isto impedirá que as bactérias provenientes do trato
gastrointestinal (região anal) se espalhem para a vagina e uretra
Esvaziar
a bexiga após a relação sexual ajudará a remover possíveis
bactérias
Evitar
o uso de roupas muito justas (calças) e desodorantes ou produtos em
pó na região genital. Tais produtos podem irritar a uretra e
facilitar a migração de bactérias e sua possível proliferação.
Artigo
publicado em 13/02/2014
Frida
Plavnik – Nefrologista especialista
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Estudos
confirmam que o suco de cranberry combate infecção urinária
Há
mais de 50 anos as vovós americanas e canadenses já sabiam: para
combater infecção urinária em mulheres, nada melhor do que suco de
cranberry, uma frutinha vermelha, que só existe na América do
Norte, parecida com a nossa ameixa.
Recentemente,
pesquisas científicas concluíram a eficácia da fruta no combate à
infecção urinária por repetição.
Estudos
comprovam que o suco de cranberry consegue evitar que a bactéria
E.coli, responsável por cerca de 85% dos casos de infecção
urinária, consiga subir pela uretra e causar o problema — diz o
urologista Daniel Habib, da Sociedade Brasileira de Urologia, que
explica que o problema é mais comum em mulheres, pois elas têm a
uretra mais curta que a dos homens.
Não
posso dizer que toda mulher tem, já teve ou terá infecção
urinária, mas, com certeza, a grande maioria vai sofrer com o
problema em algum momento da vida — explica Habib.
Segundo
o presidente do Núcleo Brasileiro de Uroginecologia e professor da
Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, Carlos Alberto Bezerra,
as infecções urinárias atingem três mulheres para cada homem:
Os
homens têm mais infecções após os 50 anos, devido aos problemas
de próstata.
Mas,
mesmo nessa faixa etária, as mulheres ainda têm mais infecção.
Segundo
a vice-presidente do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional,
Andréia Naves, o cranberry já tem demonstrado ser eficaz também
contra outras bactérias:
Alguns
estudos demonstram também que o cranberry pode exercer propriedades
antimicrobianas combatendo agentes como o H.pylori (uma bactéria que
pode infectar o revestimento mucoso do estômago humano).
A
infecção urinária por repetição costuma ser tratada com uma
dosagem baixa diária de antibiótico, que deve ser ministrada por
seis meses a um ano.
Apenas
um copo de 200 ml do suco de cranberry ao dia, durante o mesmo
período, tem eficácia similar.
Fonte:
- Extra Online
Obs:
- Antes de usar qualquer medicamento consulte seu médico.
A infecção urinária para nós cadeirantes é um tormento, temos que ter um controle minucioso para evita-la, mas mesmo assim por mais que se controle ela aparece e temos que utilizar antibióticos para eliminar; infelizmente temos que conviver com ela.
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