Mãe
que perdeu filho para a Leucemia questiona a autoridade de Deus
Professora
de Itapeva (SP), Angélica Campolim escreveu lembranças da doença
do filho e fez reflexões sobre a morte dele, em 2015.
"Quando
Deus não é suficiente" é o nome de um livro
escrito por uma mãe que perdeu o filho caçula de 22 anos para a
leucemia. Angélica Campolim, a escritora de Itapeva (SP), conta em
mais de 50 capítulos momentos da doença do filho Júlio Campolim,
além de reflexões após a morte do jovem, em 2015.
Mãe
perde filho de 22 anos por leucemia e questiona fé em livro:
'Quando
Deus não é suficiente'
No
Dia das Mães, celebrado neste domingo (14), Angélica, ou
Lica como é conhecida, se lembrará como é para uma mãe ver um
filho morrer sem ter como impedir.
“Pagamos
caro pelo melhor tratamento, pelos melhores médicos, eu fiz um
transplante de medula óssea para o meu filho, mas mesmo assim não
conseguimos salvá-lo.
Digo
que meu sofrimento foi ao quadrado, porque além da morte do filho
eu perdi toda minha base religiosa”,
desabafa a mãe de 55 anos.
Para
Lica, que é cristã, despedida forçada do filho Júlio, quando
ele ainda tinha 22 anos e se preparava para se tornar um arquiteto,
mudou a forma como ela vê Deus.
“A
gente traz desde a infância uma ideia de que o bem vence o mal, e
que no final os heróis vencem, assim como nos filmes.
E
acabamos transportando essa ideia para a fé.
A
teologia da prosperidade [doutrina de dar algo a Deus para receber]
vai além do dinheiro, dos bens materiais.
A
gente pensa que sendo bom e indo a igreja toda semana estamos
blindados, mas não é assim que Deus age.
Eu
pensava assim, mas agora sou diferente.”
O
livro foi escrito em cinco meses, entre setembro de 2016 e
fevereiro deste ano. Ele não é organizado de forma cronológica,
mas pela sequência de textos escritos pela professora de biologia.
“Foi
uma forma de lidar com a morte.
Lembro
que quando criança e adolescente eu costumava escrever no diário.
Eu
começava os textos de forma confusa, com raiva ou decepcionada, e
no fim deles eu estava conformada e resolvida.
O
mesmo aconteceu agora, veio com toda força essa dependência de me
acalmar através das palavras”,
ressalta.
"Tristemunho"
Com
a ajuda de um amigo, que é editor de livros, Lica concluiu a obra
que conta a história da morte de um jovem por leucemia do ponto de
vista de uma mãe.
“Não
planejei esse livro, ele aconteceu.
Não
quero impressionar ninguém.
É
um ‘tristemunho’.
Fiz
um texto de cada vez e quando perguntei ao meu amigo quando ele
acabava, ele disse que eu sentiria.
Ele
disse que eu sentiria um vazio, e foi realmente isso que aconteceu
quando, depois de mais um texto, senti que já tinha falado tudo o
que tinha para falar.”
O
livro será lançado em junho deste ano em duas datas: em Itapeva
na Câmara, no dia 23, e em São Paulo (SP) no Hospital Alemão
Oswaldo Cruz, no dia 24.
O
dinheiro da venda no lançamento em São Paulo será revertido para
a Associação da Medula Óssea (AMO) e dos livros vendidos em
Itapeva ao Grupo Salva Vidas, entidade beneficente que atua na
cidade.
"Não
sei ainda se vou vendê-los depois e como fazer isso", diz
ela.
A
luta de Júlio
Júlio
teve câncer de leucemia em 2013, quando tinha 20 anos e morava em
São Paulo, onde estudava o quarto ano de arquitetura.
Os
primeiros sinais foram inchaços na boca e virilha seguidos de uma
forte gripe.
Após
semanas gripado, o rapaz foi ao hospital onde constataram a
anomalia com a medula óssea.
Logo
o pai e a mãe do rapaz passaram a dedicar todo tempo e dinheiro
para recuperar o filho.
O
pai viajava todas as semanas de São Paulo a Itapeva, a cerca de
300 quilômetros, para trabalhar e ao mesmo tempo ficar com o
filho.
E
Lica deixou o emprego para cuidar em tempo integral do filho.
Durante
o período, houve até campanha com famosos pelo estudante.
Após
meses de tratamento para bloquear “o erro” que provocava a
doença,
Júlio
enfim ficou apto para receber um transplante da mãe dele, que
tinha 70% de compatibilidade.
Os
médicos captaram através do sangue de Lica o que era necessário
para corrigir o organismo do jovem.
O
transplante foi em fevereiro de 2014.
“Achei
que ele iria se curar, a compatibilidade era de 70% era uma boa
chance.
Além
disso ele era jovem, forte”, lamenta.
Porém,
devido ao processo de bloqueio, todo o sistema de imunização de
Júlio foi afetado e ele contraiu um fungo nos pulmões.
Nesse
período, ele precisava tomar duas doses diárias de sangue com
plaquetas e glóbulos branco.
O
fungo no pulmão persistiu por anos, apesar dos vários remédios
para impedi-lo, sendo a principal causa da morte do rapaz.
“Fizemos
três exames após o transplante de medula.
O
primeiro deles apontou que a minha medula estava avançando no
corpo dele.
O
segundo apontava que minha medula tinha corrigido o problema com a
medula dele.
E
o terceiro, em 2015, mostrou que a doença estava voltando, porque
minha medula estava regredindo.
Conversamos
com o médico que explicou que meu filho não suportaria um novo
transplante, que seria fatal para ele.
Meses
depois, ele teve uma crise respiratória e foi internado no
hospital.
Depois
de 15 dias ele não suportou mais.
Ele
morreu em junho daquele ano”,
completa a mãe.
Nos
últimos dois anos de vida do rapaz, enquanto lutava contra a
leucemia,
Júlio
perdeu cerca de 30 quilos e não conseguiu concluir os estudos.
Uma
das últimas alegrias dele era poder assistir os jogos do
Corinthians.
“Quando
ele ganhou a camiseta assinada por todos os jogadores ele chorou de
felicidade.
Ele
era muito fanático, não perdia uma partida do Corinthians. "
"Uma
das coisas boas que lembro dele no hospital é quando ele chamava
um enfermeiro fingindo ser um pedido só para não assistir o jogo
sozinho, só para ter uma companhia por pelo menos alguns minutos”,
relembra.
Hoje,
Lica divide a saudade do filho com o marido Cláudio e as duas
filhas Bianca e Paula.
“Depois
de passar pela doença e a perda de um filho, você acaba se
transformando em uma nova pessoa”, reflete.
Fonte:
- G1
PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA PODERÃO FAZER VIAGENS INTERESTADUAIS SEM
PAGAR
PROJETO
GARANTE TRANSPORTE GRATUITO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Pessoas
com deficiência poderão fazer viagens interestaduais sem pagar:
o
projeto de lei do Senado (PLS) 124/2017, de autoria do senador
Paulo Paim (PT-RS), prevê que sejam reservadas duas vagas
gratuitas em ônibus, aviões, barcos e trens.
Pela
proposta, que incluiria o benefício no Estatuto da Pessoa
com Deficiência (Lei 13.146/2015), as empresas devem
reservar os assentos até 8 horas antes da viagem.
Não
havendo interessados, ficam liberadas para vender os bilhetes de
passagem.
Para
o senador Paim, conforme justificativa da proposta, medidas como
essa têm grande potencial inclusivo e "podem funcionar como
compensação indireta pelos muitos custos e barreiras com que as
pessoas com deficiência têm de se deparar diariamente em uma
sociedade em via de transformação".
O
projeto está na Comissão de Direitos Humanos e Legislação
Participativa (CDH), onde pode receber decisão
terminativa: se aprovado, não precisa passar pelo Plenário e pode
seguir diretamente para a Câmara dos Deputados.
Todas
as propostas que tramitam no Senado Federal estão abertas à
consulta pública por meio do portal e-Cidadania.
Fonte:
- Senado Federal
O
raio de sol e a palavra.
Queria
ser mais como o raio de sol, aquele primeiro feixe de uma manhã
esperada por alguém que chorou a noite demorada, acreditando que ela
não terminaria nunca.
Queria
ser mais como o raio de sol de fim da tarde, que surpreende a nuvem
densa, e se projeta sobre a cidade quase escura, dizendo:
“Ainda
estou aqui...”
Queria
ser mais como o raio de sol que contorna o menino no parque,
fazendo-o descobrir as formas de sua própria sombra na grama verde,
como se fosse outro ser, fora dele...
Queria
ser mais como o primeiro raio de sol depois de intensa tempestade:
humilde, discreto, eficaz e útil.
Queria
ser mais como o raio de sol que, após estar por algum tempo, ainda
permanece, mesmo depois de ter ido, na forma de calor.
Queria
ser mais como o raio de sol que passa por entre os prédios da
metrópole, ousado, buscando frestas, reflexos, para alcançar
finalmente o cidadão comum na rua, não fazendo distinção alguma.
Queria
ser mais sol e menos sombra.
Mais
raio e menos palavra.
Será
que dentro de nós não existe uma vontade de fazer mais, de ser
mais?
Por
vezes, será que não sentimos falta de um significado maior em nosso
viver?
Observamos
as pessoas que se engajam em causas, que se dedicam ao próximo, que
são ícones de uma determinada era e pensamos:
Queria
ser um pouco mais assim.
É
uma força que grita dentro de nós pedindo algo.
É
nossa própria natureza amorosa dizendo a que veio...
O
que nos falta, então?
O
que nos falta para que sejamos menos discurso e mais ação?
Menos
opinião e mais abraço?
Menos
crítica e mais auxílio?
Estamos
inundados de teoria.
Muitos
já nos mostraram os caminhos da ascensão, como alpinistas
experientes que estão adiante e se sujeitam a voltar e mostrar as
técnicas e trilhas possíveis para se subir em segurança.
Eles
mostraram o que fazer, mostraram como e quando.
O
que nos falta, então?
Falta-nos
o impulso, o passo, o arrojo, a vontade bem direcionada.
Pequenas
iniciativas, pequenos projetos, porém com continuidade, persistência
e seriedade.
São
micronúcleos de fraternidade, de civilização, que mudam uma nação
inteira e, por sua vez, o mundo.
Não
fiquemos congelados na postura de mero desejo. É preciso acionar a
vontade.
A
vontade é uma faculdade da alma, instrumento que coloca em movimento
as nossas potências internas e as orienta para um ideal elevado.
Por
intermédio dela mudamos a nossa natureza, vencemos todos os
obstáculos, dominamos a matéria, a doença e a morte.
É
ela que nos faz realizar as grandes coisas.
Realizemos,
contribuamos, ajudemos.
Iniciemos
algo novo ou nos engajemos em algo em que acreditemos.
Não
há mais tempo para permanecermos indiferentes.
O
mundo é nosso.
Abracemo-lo.
Queria
ser mais como o raio de sol que passa por entre os prédios da
metrópole, ousado, buscando frestas, reflexos, para alcançar
finalmente o cidadão comum na rua, não fazendo distinção alguma.
Queria
ser mais sol e menos sombra.
Mais
raio e menos palavra.
Fonte:
- Momento Espírita, com base no poema Mais
raio e menos palavra,
de Andrey Cechelero Em 10.5.2017.
É difícil para uma mãe perder um filho para essa doença ingrata que é a leucemia, na sua revolta por lutar tanto contra a doença ara curar seu filho ver todo esforço ir água abaixo, eis aí o porque da sua revolta com Deus pelo falecimento deste; mas apesar de seu questionamento com Deus com seus porquês; não percebeu que fosse melhor assim do que continuar sofrendo com essa doença ingrata que não tem cura infelizmente.
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