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frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência
Muitas
pessoas com deficiência e mobilidade reduzida tornam-se
involuntariamente motivo de frases relacionadas à sua deficiência.
O
repertório abrange desde afirmações com base na admiração e
lástima à interjeições com suposto humor nonsense e sentido
pejorativo.
Quem
nunca ouviu um comentário ácido sobre a deficiência do colega?
Ou
aquele elogio sobre a superação inesperada?
Não
sei a proporção de um para o outro, o que sei é que isso acontece
em todos os lugares na presença e ausência de pessoas com ou sem
deficiência.
Ainda
que a valorização da diversidade tem conquistado cada vez mais
espaço no convívio diário, a tendência de novas percepções
parece que não é o suficiente para responder à um emaranhado de
dúvidas e especulações fundamentadas apenas na observação.
“O
Maior inimigo do conhecimento não é a ignorância.
É
a ilusão de conhecimento.”
Stephen
Hawking
Deficiência
X Crenças sobre deficiência
Considerar
a deficiência como algo que confere um status de “desvantagem”
em nossa sociedade é um assunto amplo que sempre mostrará uma
dicotomia.
De
um lado, aqueles que acreditam que a deficiência resulta em
privações múltiplas configurando em infelicidade eterna e, de
outro, aqueles que a consideram como uma característica que pode
interferir positivamente no temperamento, conquistas e experiências
do indivíduo.
Pouco
a pouco um novo cenário está se estabelecendo na sociedade.
O
empoderamento das pessoas com deficiência, leis, compartilhamentos
nas redes sociais e empresas especializadas no segmento são parte
integrante deste panorama.
No
entanto, durante o processo para uma nova consciência, crenças
relativas à comiseração e piedade perduram no imaginário alheio.
Crenças
consolidadas desde tempos longínquos onde a deficiência era
associada à incompatibilidade com uma vida saudável, plena e
feliz.
A
propósito, você sabe o que é crença?
Segundo
o dicionário Houaiss, “crença é o estado ou condição de quem
acredita em alguma coisa ou pessoa; convicção profunda”. (1)
Traduzindo:
crença é tudo o que acreditamos e cultivamos como verdade.
A
formação das crenças inicia com um conceito prévio baseado no
que sentimos sobre determinado assunto. Isso envolve nossos valores
e a maneira como percebemos a vida, as pessoas, os acontecimentos e
o mundo.
Com
o tempo, potencializamos e gradativamente aquilo vai ficando cada
vez mais forte dentro de nós.
Quando
vemos, estamos agindo e reagindo fundamentados em nossas crenças.
Veja
exemplos comuns de crenças quando o assunto é dinheiro, trabalho,
convivência e felicidade.
☛
Crenças sobre
dinheiro:
“Tudo
que toco vira ouro”,
“Ganhar
dinheiro não é fácil”
☛
Crenças sobre
convivência:
“Conviver
com pessoas é desafiador, mas eu gosto”,
“Prefiro
bicho a gente”
☛
Crenças sobre
trabalho:
“Realizo-me
com meu trabalho”,
“Tenho
que matar um leão por dia”
☛
Crenças sobre
felicidade:
“Sou
feliz pela vida que tenho”,
“Só
serei feliz o dia que eu comprar a casa e o carro dos meus sonhos”
Frequentemente
quando o assunto relaciona-se a pessoas com deficiência, a maioria
das crenças tem como premissa dois extremos: admiração e piedade.
Talvez
você não parou para pensar nisso, mas certamente já presenciou
alguma situação onde esses dois sentimentos vieram a tona em
palavras ou olhares.
Em
minha pesquisa Crenças corporativas sobre pessoas com deficiência
(2012/2013), entrevistei 300 colaboradores com deficiência
auditiva, física, intelectual e visual de empresas públicas e
privadas.
O
objetivo foi identificar as crenças sobre pessoas com deficiência
em ambiente corporativo, as maiores dificuldades e os aspectos que
podem contribuir para o desenvolvimento da pessoa com deficiência
na empresa.
Durante
a pesquisa, os participantes relataram diversas experiências
vividas dentro e fora do ambiente de trabalho bem como frases comuns
que ouviram com base em sua deficiência.
A
pesquisa foi realizada há cinco anos.
De
lá para cá muitas coisas estão acontecendo, principalmente no
sentido de tecnologias assistivas, comportamento e visibilidade das
pessoas com deficiência.
Vale
dizer que o desenvolvimento da consciência inclusiva não ocorre na
mesma velocidade.
Sabemos
que qualquer mudança coletiva do comportamento humano acontece a
passos lentos quando comparamos à tecnologia e ciência.
Uma
boa notícia é que estamos mudando nossa maneira de ver a
deficiência e entendendo nosso papel para a materialização de um
mundo inclusivo.
Frases
X Deficiência
Neste
primeiro artigo, compartilho 16 frases recorrentes que, segundo os
entrevistados, a maioria das pessoas com deficiência já se deparou
em algum momento da vida ou até mesmo diariamente.
Evidente
que há frases focadas em uma deficiência em particular.
No
entanto, a maioria parece comum a pessoas que tenham qualquer tipo
de deficiência.
Ressalto
que na opinião dos entrevistados, as afirmações e perguntas a
seguir são dispensáveis e por vezes inconvenientes, pois corrobora
o desconhecimento de suas capacidades e habilidades.
Preparados?
Vamos
lá então para as 16 frases ainda comuns ditas para pessoas com
deficiência!
Eu
olho para você e me dá uma pena!
Você
é uma inspiração para a nossa equipe!
Seu
marido (ou esposa) é igual a você ou é normal?
Como
você consegue namorar mesmo sendo deficiente?
Você
é um exemplo de superação!
Eu
acho que você só foi contratada (o) por causa da cota!
Nossa,
ele (a) nem parece surdo (a)!
Você
não tem vontade de sair andando e deixar a cadeira de rodas para
trás?
Para
mim, todas as pessoas com deficiência são mais evoluídas que as
pessoas sem deficiência.
Só
você nasceu assim na sua família?
Imagino
o fardo que é para você estar sentado (a) numa cadeira de rodas
para sempre.
Seu
namorado é anão também?
Desculpa,
mas eu acho que você está pagando alguma coisa que você fez na
sua vida passada.
Como
você faz na hora do sexo?
Acho
difícil alguém ser feliz sendo deficiente.
Porque
você não solta o cabelo para esconder o implante (coclear) ou
aparelho?
"Na
prática, para boa parte da sociedade, a deficiência ainda
“sobrepõe” a personalidade e capacidades de um indivíduo".
É
como se a deficiência ou mobilidade reduzida fosse mais impactante
que as demais características que compõem um ser humano.
Embora
muitas ações são realizadas promovendo ou tentando promover
inclusão, penso que ainda estamos nos integrando, conhecendo uns
aos outros, o que não significa que praticamos a inclusão.
À
medida que o processo de inclusão estiver presente em todos os
setores, as frases acima tendem a deixar de serem comuns, pois
estaremos falando de uma sociedade esclarecida nesse tema.
No
entanto, o processo é longo e baseia-se não somente na construção
de rampas, mas principalmente numa consciência inclusiva.
Fonte: inclusaodiferente.net
Razão
e compreensão.
O
relacionamento com aqueles com quem convivemos e nos encontramos é
sempre um desafio de alto significado.
O
universo que cada um traz consigo, seu mundo particular, suas
conquistas e dificuldades são expostas, gerando, não poucas vezes,
conflitos nas relações humanas.
Naturalmente
que, quanto mais próximas e frequentes forem essas relações, mais
elas exigem de nós.
Assim
é que na vida em família, onde o verniz social e as aparências
superficiais não se sustentam, os conflitos se mostram às vezes
intensos.
Porém,
não por acaso, a Providência Divina escolhe, define e, algumas
vezes mesmo nos consulta, para estabelecer com quem e entre quem
estaremos iniciando uma nova jornada.
Será
no meio familiar que enfrentaremos os maiores desafios de
relacionamento, e será ali, inúmeras vezes, que teremos as mais
significativas lições para a vida.
Além
do próprio lar, encontraremos outras oportunidades de aprendizado.
Será
o vizinho um tanto excêntrico, o chefe pouco tolerante, o colega de
trabalho mal-humorado.
Porém,
não podemos nos esquecer que será a vida de relação que nos
possibilitará o exercício da compreensão, da tolerância, do amor
ao próximo.
Ao
entendermos cada ser humano como uma alma em evolução, que
renasceu, como nós, mais uma vez, com bons desafios para enfrentar,
veremos que somos todos mais parecidos do que podemos imaginar.
É
claro que cada um traz suas peculiaridades,
suas manias, suas falhas.
Mas,
em essência, somos todos almas buscando a perfeição.
Assim,
quando alguma dificuldade acontece, no relacionamento com alguém,
talvez seja melhor não buscar o enfrentamento.
Muitas
vezes enfrentamos ao outro, discutimos, brigamos, gerando tensão e
nervosismo, para deixar claro que estamos com a razão, que merecemos
um pedido de desculpas.
E
para isso, pagamos o preço de perdas de amizade, dificuldades no
emprego, tensões familiares complexas.
Talvez,
em nossas dificuldades de relacionamento, devêssemos nos perguntar
quem está com a caridade, quem está com a compreensão, quem está
com a humildade, e não quem está com a razão.
Afinal,
a vida em sociedade, inevitável para nosso progresso, é a
oportunidade de desenvolver valores morais de que ainda não
dispomos.
Assim,
o intolerante será nosso professor de paciência, o arrogante nos
ensinará a humildade e o extravagante nos oportunizará o
desenvolvimento da compreensão.
Todos
aqueles que cruzam nossos caminhos nos trazem lições, de uma ou de
outra maneira.
Alguns
pelo exemplo que oferecem, outros por aquilo que nos exigem para a
convivência.
Nesse
sentido, Jesus, o pedagogo por excelência, nos convida a, se alguém
nos chamar para caminharmos mil passos, oferecermo-nos para andar
dois mil.
E,
se alguém nos pedir a capa, oferecermos a túnica também.
Nessas
aparentes perdas
que imaginamos ter, aos olhos do mundo, estaremos ganhando, nas
questões da alma, os verdadeiros e mais importantes valores que
podemos amealhar para nós mesmos.
Fonte
- Momento Espírita. Em 24.10.2012.
Razão
e o dever
As
reclamações a respeito de dificuldades são comuns entre os homens.
De
forma aberta ou velada, incontáveis pessoas dão a entender que se
consideram injustiçadas pela vida.
Reputam
merecer mais do que têm.
Desejariam
ter esposas ou esposos mais compreensivos.
Gostariam
que seus filhos fossem mais estudiosos e comportados.
Apreciariam
dispor de mais salário e menos trabalho.
Reclamam
das agruras da profissão.
Consideram
qualquer dificuldade, física ou moral, sumamente injusta.
Doenças
são uma catástrofe imerecida, problemas financeiros representam um
desastre iníquo.
É
comum ouvir-se alguém falar do desejo de jogar
tudo para o ar
e sumir.
Como
bem poucos o fazem, tem-se aí um certo sinal de maturidade.
Entretanto,
a real maturidade se revelaria ao assumirmos a própria realidade,
tal qual se apresenta, sem reclamações.
A
Lei Divina é perfeita e cuida de todos.
No
mundo há homens injustos, mas não injustiçados.
Sempre
se tem, em qualquer drama, um processo de retificação e
aperfeiçoamento.
O
dever mais elementar entre os homens reside na fraternidade.
Eles
se devem amparar mutuamente.
Contudo,
vítimas injustiçadas a rigor não existem no mundo.
Nas
situações mais dolorosas, há uma matriz no passado, a clamar por
correção.
A
vida é inesgotável, ninguém jamais dela escapa ou consegue burlar
suas regras de equilíbrio.
Assim,
importa prestar muita atenção nos próprios deveres.
A
razão se ilumina pela reflexão a respeito da Justiça e da Bondade
Divinas.
Sendo
Deus sumamente justo e bom dá a Seus filhos o que merecem e
precisam.
E
também manifesta por eles grande desvelo, na figura de moratórias e
oportunidades de utilização do bem para retificar o mal.
Com
sua razão esclarecida por essas reflexões, procure encarar seus
deveres de modo positivo.
O
trabalho não é um castigo, mas uma forma de ser útil ao progresso
coletivo.
Não
busque folgas demais, para não gastar mal o precioso tempo que a
Misericórdia Divina lhe facultou.
Veja
nos irmãos de trato difícil seus credores de erros do pretérito.
Agora,
mais digno e maduro, você tem condições de amparar, compreender e
perdoar.
Seu
exemplo de conduta digna pode ser um farol nas existências dos que o
rodeiam.
Identifique
em cada crise uma chance de se superar.
Se
a vida lhe exige certos tributos, você pode e deve dá-los.
Submeta-se
aos Desígnios Superiores e faça o seu melhor.
O
dever bem cumprido é o seu passaporte para a felicidade.
Pense
nisso.
Fonte
-Momento Espírita. Em 24.08.2010.
A deficiência ainda causa muito estranhamento entre as pessoas, porque não há uma inserção desta na sociedade por falta de acesso a inúmeros locais e também um enorme preconceito e rejeição pela sociedade; porque a deficiência não se encaixa nos padrões dos membros da sociedade, padrões estes já ultrapassados que perduram entre as pessoa, não aceitando as diferenças infelizmente; é preciso que respeitem e convivam com as diferenças para ter conhecimento sobre estas e as inserindo na sociedade; senão há acesso como promover a inclusão social concreta e real.
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