Acreditar em si mesmo

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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência



16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência




Muitas pessoas com deficiência e mobilidade reduzida tornam-se involuntariamente motivo de frases relacionadas à sua deficiência.

O repertório abrange desde afirmações com base na admiração e lástima à interjeições com suposto humor nonsense e sentido pejorativo.

Quem nunca ouviu um comentário ácido sobre a deficiência do colega?


Ou aquele elogio sobre a superação inesperada?


Não sei a proporção de um para o outro, o que sei é que isso acontece em todos os lugares na presença e ausência de pessoas com ou sem deficiência.

Ainda que a valorização da diversidade tem conquistado cada vez mais espaço no convívio diário, a tendência de novas percepções parece que não é o suficiente para responder à um emaranhado de dúvidas e especulações fundamentadas apenas na observação.

O Maior inimigo do conhecimento não é a ignorância.

É a ilusão de conhecimento.”

Stephen Hawking


Deficiência X Crenças sobre deficiência


Considerar a deficiência como algo que confere um status de “desvantagem” em nossa sociedade é um assunto amplo que sempre mostrará uma dicotomia.

De um lado, aqueles que acreditam que a deficiência resulta em privações múltiplas configurando em infelicidade eterna e, de outro, aqueles que a consideram como uma característica que pode interferir positivamente no temperamento, conquistas e experiências do indivíduo.

Pouco a pouco um novo cenário está se estabelecendo na sociedade.

O empoderamento das pessoas com deficiência, leis, compartilhamentos nas redes sociais e empresas especializadas no segmento são parte integrante deste panorama.

No entanto, durante o processo para uma nova consciência, crenças relativas à comiseração e piedade perduram no imaginário alheio.

Crenças consolidadas desde tempos longínquos onde a deficiência era associada à incompatibilidade com uma vida saudável, plena e feliz.

A propósito, você sabe o que é crença?


Segundo o dicionário Houaiss, “crença é o estado ou condição de quem acredita em alguma coisa ou pessoa; convicção profunda”. (1)

Traduzindo: crença é tudo o que acreditamos e cultivamos como verdade.

A formação das crenças inicia com um conceito prévio baseado no que sentimos sobre determinado assunto. Isso envolve nossos valores e a maneira como percebemos a vida, as pessoas, os acontecimentos e o mundo.

Com o tempo, potencializamos e gradativamente aquilo vai ficando cada vez mais forte dentro de nós.

Quando vemos, estamos agindo e reagindo fundamentados em nossas crenças.

Veja exemplos comuns de crenças quando o assunto é dinheiro, trabalho, convivência e felicidade.

Crenças sobre dinheiro:

Tudo que toco vira ouro”,

Ganhar dinheiro não é fácil”

Crenças sobre convivência:


Conviver com pessoas é desafiador, mas eu gosto”,

Prefiro bicho a gente”

Crenças sobre trabalho:

Realizo-me com meu trabalho”,

Tenho que matar um leão por dia”

Crenças sobre felicidade:


Sou feliz pela vida que tenho”,

Só serei feliz o dia que eu comprar a casa e o carro dos meus sonhos”

Frequentemente quando o assunto relaciona-se a pessoas com deficiência, a maioria das crenças tem como premissa dois extremos: admiração e piedade.

Talvez você não parou para pensar nisso, mas certamente já presenciou alguma situação onde esses dois sentimentos vieram a tona em palavras ou olhares.

Em minha pesquisa Crenças corporativas sobre pessoas com deficiência (2012/2013), entrevistei 300 colaboradores com deficiência auditiva, física, intelectual e visual de empresas públicas e privadas.

O objetivo foi identificar as crenças sobre pessoas com deficiência em ambiente corporativo, as maiores dificuldades e os aspectos que podem contribuir para o desenvolvimento da pessoa com deficiência na empresa.

Durante a pesquisa, os participantes relataram diversas experiências vividas dentro e fora do ambiente de trabalho bem como frases comuns que ouviram com base em sua deficiência.

A pesquisa foi realizada há cinco anos.

De lá para cá muitas coisas estão acontecendo, principalmente no sentido de tecnologias assistivas, comportamento e visibilidade das pessoas com deficiência.

Vale dizer que o desenvolvimento da consciência inclusiva não ocorre na mesma velocidade.

Sabemos que qualquer mudança coletiva do comportamento humano acontece a passos lentos quando comparamos à tecnologia e ciência.

Uma boa notícia é que estamos mudando nossa maneira de ver a deficiência e entendendo nosso papel para a materialização de um mundo inclusivo.



Frases X Deficiência

Neste primeiro artigo, compartilho 16 frases recorrentes que, segundo os entrevistados, a maioria das pessoas com deficiência já se deparou em algum momento da vida ou até mesmo diariamente.

Evidente que há frases focadas em uma deficiência em particular.

No entanto, a maioria parece comum a pessoas que tenham qualquer tipo de deficiência.

Ressalto que na opinião dos entrevistados, as afirmações e perguntas a seguir são dispensáveis e por vezes inconvenientes, pois corrobora o desconhecimento de suas capacidades e habilidades.

Preparados?

Vamos lá então para as 16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência!

Eu olho para você e me dá uma pena!

Você é uma inspiração para a nossa equipe!

Seu marido (ou esposa) é igual a você ou é normal?

Como você consegue namorar mesmo sendo deficiente?

Você é um exemplo de superação!

Eu acho que você só foi contratada (o) por causa da cota!

Nossa, ele (a) nem parece surdo (a)!

Você não tem vontade de sair andando e deixar a cadeira de rodas para trás?

Para mim, todas as pessoas com deficiência são mais evoluídas que as pessoas sem deficiência.

Só você nasceu assim na sua família?

Imagino o fardo que é para você estar sentado (a) numa cadeira de rodas para sempre.

Seu namorado é anão também?

Desculpa, mas eu acho que você está pagando alguma coisa que você fez na sua vida passada.

Como você faz na hora do sexo?

Acho difícil alguém ser feliz sendo deficiente.

Porque você não solta o cabelo para esconder o implante (coclear) ou aparelho?


"Na prática, para boa parte da sociedade, a deficiência ainda “sobrepõe” a personalidade e capacidades de um indivíduo".


É como se a deficiência ou mobilidade reduzida fosse mais impactante que as demais características que compõem um ser humano.

Embora muitas ações são realizadas promovendo ou tentando promover inclusão, penso que ainda estamos nos integrando, conhecendo uns aos outros, o que não significa que praticamos a inclusão.

À medida que o processo de inclusão estiver presente em todos os setores, as frases acima tendem a deixar de serem comuns, pois estaremos falando de uma sociedade esclarecida nesse tema.

No entanto, o processo é longo e baseia-se não somente na construção de rampas, mas principalmente numa consciência inclusiva.




Razão e compreensão.


O relacionamento com aqueles com quem convivemos e nos encontramos é sempre um desafio de alto significado.

O universo que cada um traz consigo, seu mundo particular, suas conquistas e dificuldades são expostas, gerando, não poucas vezes, conflitos nas relações humanas.

Naturalmente que, quanto mais próximas e frequentes forem essas relações, mais elas exigem de nós.

Assim é que na vida em família, onde o verniz social e as aparências superficiais não se sustentam, os conflitos se mostram às vezes intensos.

Porém, não por acaso, a Providência Divina escolhe, define e, algumas vezes mesmo nos consulta, para estabelecer com quem e entre quem estaremos iniciando uma nova jornada.

Será no meio familiar que enfrentaremos os maiores desafios de relacionamento, e será ali, inúmeras vezes, que teremos as mais significativas lições para a vida.

Além do próprio lar, encontraremos outras oportunidades de aprendizado.

Será o vizinho um tanto excêntrico, o chefe pouco tolerante, o colega de trabalho mal-humorado.

Porém, não podemos nos esquecer que será a vida de relação que nos possibilitará o exercício da compreensão, da tolerância, do amor ao próximo.

Ao entendermos cada ser humano como uma alma em evolução, que renasceu, como nós, mais uma vez, com bons desafios para enfrentar, veremos que somos todos mais parecidos do que podemos imaginar.

É claro que cada um traz suas peculiaridades, suas manias, suas falhas.

Mas, em essência, somos todos almas buscando a perfeição.

Assim, quando alguma dificuldade acontece, no relacionamento com alguém, talvez seja melhor não buscar o enfrentamento.

Muitas vezes enfrentamos ao outro, discutimos, brigamos, gerando tensão e nervosismo, para deixar claro que estamos com a razão, que merecemos um pedido de desculpas.

E para isso, pagamos o preço de perdas de amizade, dificuldades no emprego, tensões familiares complexas.

Talvez, em nossas dificuldades de relacionamento, devêssemos nos perguntar quem está com a caridade, quem está com a compreensão, quem está com a humildade, e não quem está com a razão.

Afinal, a vida em sociedade, inevitável para nosso progresso, é a oportunidade de desenvolver valores morais de que ainda não dispomos.

Assim, o intolerante será nosso professor de paciência, o arrogante nos ensinará a humildade e o extravagante nos oportunizará o desenvolvimento da compreensão.

Todos aqueles que cruzam nossos caminhos nos trazem lições, de uma ou de outra maneira.

Alguns pelo exemplo que oferecem, outros por aquilo que nos exigem para a convivência.

Nesse sentido, Jesus, o pedagogo por excelência, nos convida a, se alguém nos chamar para caminharmos mil passos, oferecermo-nos para andar dois mil.

E, se alguém nos pedir a capa, oferecermos a túnica também.

Nessas aparentes perdas que imaginamos ter, aos olhos do mundo, estaremos ganhando, nas questões da alma, os verdadeiros e mais importantes valores que podemos amealhar para nós mesmos.


Fonte - Momento Espírita. Em 24.10.2012.



Razão e o dever


As reclamações a respeito de dificuldades são comuns entre os homens.

De forma aberta ou velada, incontáveis pessoas dão a entender que se consideram injustiçadas pela vida.

Reputam merecer mais do que têm.

Desejariam ter esposas ou esposos mais compreensivos.

Gostariam que seus filhos fossem mais estudiosos e comportados.

Apreciariam dispor de mais salário e menos trabalho.

Reclamam das agruras da profissão.

Consideram qualquer dificuldade, física ou moral, sumamente injusta.

Doenças são uma catástrofe imerecida, problemas financeiros representam um desastre iníquo.

É comum ouvir-se alguém falar do desejo de jogar tudo para o ar e sumir.

Como bem poucos o fazem, tem-se aí um certo sinal de maturidade.

Entretanto, a real maturidade se revelaria ao assumirmos a própria realidade, tal qual se apresenta, sem reclamações.

A Lei Divina é perfeita e cuida de todos.

No mundo há homens injustos, mas não injustiçados.

Sempre se tem, em qualquer drama, um processo de retificação e aperfeiçoamento.

O dever mais elementar entre os homens reside na fraternidade.

Eles se devem amparar mutuamente.

Contudo, vítimas injustiçadas a rigor não existem no mundo.

Nas situações mais dolorosas, há uma matriz no passado, a clamar por correção.

A vida é inesgotável, ninguém jamais dela escapa ou consegue burlar suas regras de equilíbrio.

Assim, importa prestar muita atenção nos próprios deveres.

A razão se ilumina pela reflexão a respeito da Justiça e da Bondade Divinas.

Sendo Deus sumamente justo e bom dá a Seus filhos o que merecem e precisam.

E também manifesta por eles grande desvelo, na figura de moratórias e oportunidades de utilização do bem para retificar o mal.


Com sua razão esclarecida por essas reflexões, procure encarar seus deveres de modo positivo.

O trabalho não é um castigo, mas uma forma de ser útil ao progresso coletivo.

Não busque folgas demais, para não gastar mal o precioso tempo que a Misericórdia Divina lhe facultou.

Veja nos irmãos de trato difícil seus credores de erros do pretérito.

Agora, mais digno e maduro, você tem condições de amparar, compreender e perdoar.

Seu exemplo de conduta digna pode ser um farol nas existências dos que o rodeiam.

Identifique em cada crise uma chance de se superar.

Se a vida lhe exige certos tributos, você pode e deve dá-los.

Submeta-se aos Desígnios Superiores e faça o seu melhor.

O dever bem cumprido é o seu passaporte para a felicidade.

Pense nisso.

Fonte -Momento Espírita. Em 24.08.2010.










Um comentário:

  1. A deficiência ainda causa muito estranhamento entre as pessoas, porque não há uma inserção desta na sociedade por falta de acesso a inúmeros locais e também um enorme preconceito e rejeição pela sociedade; porque a deficiência não se encaixa nos padrões dos membros da sociedade, padrões estes já ultrapassados que perduram entre as pessoa, não aceitando as diferenças infelizmente; é preciso que respeitem e convivam com as diferenças para ter conhecimento sobre estas e as inserindo na sociedade; senão há acesso como promover a inclusão social concreta e real.

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