Maria
Alice e Frederico no altar. Ela fisioterapeuta, ele paciente, amigo e
depois marido. (Foto: Eurides Aoki)
Ao
ficar tetraplégico, ele achou a paz na fisioterapeuta que agora
virou esposa
Depois
do sim, ela saiu empurrando cadeira e ele, segurando o buquê.
O
corredor da igreja se iluminou com o sorriso dos dois.
Frederico
encontrou na fisioterapeuta primeiro uma amiga e depois uma esposa.
Tetraplégico
desde 2008, após fraturar a quinta vértebra num acidente de moto
quando foi atingido por um veículo que invadiu a preferencial, o
veterinário passou por temporadas de reabilitação.
Em
2010, em meio a uma depressão e a vontade de não fazer mais nada,
uma amiga trouxe uma profissional para atende-lo em casa.
Hoje
a fisioterapeuta é madrinha do casamento dele.
À
época, para substitui-lá quando fosse necessário, ela apresentou a
amiga, Maria Alice.
"De
vez em quando ela ia em casa, passear, bater papo quando tinha uma
janela ou outra.
Todo
mundo acha que começou ali, mas não, primeiro foi uma amizade
mesmo", explica Frederico Machado Rios, de 34 anos.
Na
saída da igreja, ela empurrava cadeira enquanto noivo segurava
buquê. (Foto: Eurides
Aoki)
"Aí
que a gente se aproximou mais ainda, saímos para tirar fotos dos
lugares, até que a Naila, a fisioterapeuta teve que assumir mais um
período na coordenação do curso
da universidade e perguntou se a Maria podia me assumir como
paciente", conta Frederico.
Como
fisioterapeuta, Maria Alice ajudou na reabilitação e a pesquisar o
que saía de novo no mercado.
Quando
os dois começaram a "flertar", foi que ele passou a ter
vergonha.
"Eu
falava: o que as pessoas vão pensar?
Uma
mulher bonita dessa com um cara todo estrupiado?"
A
relação foi avançando e ele resolveu então entrar num acordo,
para que ela deixasse de ser fisioterapeuta e virasse namorada.
Depois
de terminarem algumas vezes, como todo casal, eles voltaram em
fevereiro deste ano e a ideia de casamento, prevista para daqui dois
anos, foi amadurecida e concretizada agora, no fim de 2015.
Mas
foi tempo
até Frederico tirar da cabeça a pergunta: "o que uma pessoa
vai querer com um cara como eu, nessa situação?", se
questionava.
E
foi Maria Alice quem provou que o amor não só era possível como
existia entre eles.
"Ela
me ajudou muito nesse pensamento que eu tinha.
É
um processo, a gente tem uma vida, esta tocando num ritmo e de
repente você se vê numa situação totalmente fora de controle",
descreve.
O
conhecimento técnico dela, aliado ao carinho e afeto ajudaram ele a
desmistificar muitos conceitos formados em cima da deficiência.
O
próprio blog contribuiu ao contar a história de outras pessoas.
"Ela
foi fundamental no início como profissional e depois juntou tudo",
diz Frederico.
Ela,
Maria Alice, fala com a equipe com a mesma calma e atenção com que
fala com os pacientes.
A
transição de paciente para algo mais passou pelo caminho da
amizade.
"Não
sei falar o momento que isso aconteceu, mas começamos pela amizade,
companheirismo e foi lindo", descreve Maria Alice Furrer Rios,
de 30 anos.
Frederico
completa dizendo que juntos eles compartilhavam problemas, questões
de família e da convivência "acabou que deu faísca".
Se
o casamento foi uma superação?
Frederico
fala que não deixa de ser, se comparado com o início, pela
depressão e todo negativismo que ele vivia.
"Na
cabeça eu achava que não podia fazer nada, ainda mais me casar,
então se pensar por aí, sim".
Felizes
da vida. Casamento foi além da superação, seguiu o caminho
natural do amor. (Foto: Eurides Aoki)
Nos
últimos dois anos, o casal conta que passou a ver a história deles,
como de todos os outros.
"Eu
não consigo abrir a porta do carro pra ela, ela que abre pra mim,
mas tudo bem, não tem diferença", brinca ele.
"Foi
um casamento cheio de amor, a gente não encarou dessa forma como
superação, porque já estava tudo encaminhado para ser assim, um
amor que transborda", diz ela.
"Todas
as pessoas tem que se superar todos os dias.
Seja
no trabalho, na vida", completa ele.
A
tetraplegia de Frederico não tirou todos os movimentos dos braços,
ele mantém poucos, assim como sente uma pequena sensibilidade nas
pernas.
A
lesão do acidente deixou 20% da medula íntegra.
A
entrada dele na igreja foi conduzida pela mãe e a saída, pela
noiva.
O
paletó "pegaria" na hora em que ele mesmo fosse se
movimentar. Um dia antes é que os noivos se lembraram do buquê.
E
ele, sem pensar duas vezes, disse que levaria.
O
casamento teve valsa. Maria Alice admite que não sabe dançar e se
deixou conduzir por ele, Frederico.
A
comemoração do "sim" entre os amigos. (Foto: Eurides
Aoki)
O
amor
O
amor é de essência divina,
bradam os Imortais.
O
homem, nos ensaios do amor, tem muita vez se equivocado.
Em
nome do amor à verdade deflagrou contendas que atravessaram anos e
atingiram a muitos.
Pelo
amor a personalidades eminentes, atingiu vidas, destroçando outras
tantas vidas.
Pelo
amor a sítios e paragens históricas o homem luta, guerreia e se
desequilibra.
Contudo,
o amor é de essência divina.
Do
que se conclui que, em momento algum, por nenhum motivo, pode se
tornar arma fratricida ou motivo de dissensão.
O
verdadeiro amor simplesmente se doa e não tem limites.
Recordamo-nos
de uma jovem senhora, profissional de mérito, que se consorciou com
famoso engenheiro.
A
fortuna lhes sorriu, a fama, o reconhecimento público.
Viviam
felizes, não fosse a depressão que vez ou outra acometia a esposa.
Tomava-se
de tristeza e por horas amargava a solidão.
Nada
que lhe pudesse modificar a disposição, nesses momentos.
Nem
a presença do esposo, dos familiares, de amigos.
É
que ela guardava um segredo e o remorso a atormentava.
Nos
verdes anos da juventude engravidara e, inconseqüente, optara pelo
abortamento.
Após
o casamento, porque não conseguisse engravidar, passou a crer que os
céus a estavam castigando pelo ato terrível que cometera.
Mas
não ousava a ninguém confidenciar o que fizera.
Até
que um dia resolveu abrir a intimidade desconhecida do seu coração
ao ser amado.
Temia
perdê-lo, face à revelação.
Ele
a ouviu e tomando-lhe as mãos entre as suas, murmurou:
Já
suspeitava de que algo grave houvesse sucedido em sua vida.
Respeitei
o seu segredo e jamais a amei menos.
Agora,
muito mais, se for possível um superlativo amor.
Este
é um grande e especial momento em nossas vidas.
Desapareceu
o único impedimento que colocava sombras em nossa união.
Você
me perdoa?,
perguntou lacrimosa.
Quem
ama, não chega a perdoar,
respondeu rápido o marido.
O
fato de perdoar anularia o sentimento do amor, porque o amor
compreende sempre.
Lamento
que este seu gesto de confiança não tivesse se dado antes, pois
assim me impediu de usufruir a solidariedade de sofrer ao seu lado,
diminuindo-lhe a dor.
Segurando-lhe
as mãos com redobrada ternura, as beijou:
Não
soframos mais o passado.
Construamos
o futuro.
Compensemos
o ato criminoso, amparando os filhos alheios, se não pudermos ser
pais da própria carne.
Refundamos
as nossas forças na fornalha sublime do amor, clarificados pelo amor
de Deus.
O
casal, tendo por testemunhas as estrelas da noite calma, renovou as
promessas de eterna ventura com dedicação perene.
Um
poema musical de esperança e de mútuo auxílio se expressou, na
balada suave do amor.
O
amor cobre a multidão dos erros e equívocos.
Isto
significa que faltas graves podem ser ressarcidas com devoção ao
semelhante, dedicação ao bem e trabalho incessante pelo próximo.
Quem
semeia espinhos pode vir a amenizar a aspereza do campo então
cultivado, passando a aromatizar o ar com a semeadura abundante de
flores coloridas e árvores frutíferas.
Fonte
- Momento Espírita, com frases extraídas do cap. 6, pt. 3, do livro
Do
abismo às estrelas,
pelo Espírito Victor Hugo, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. Leal Disponível no CD Momento Espírita v. 7 e no livro Momento
Espírita, v. 1, ed. Fep. Em 26.12.2008.
Adélia
Prado, poetisa mineira, apresenta uma visão muito comum: a de que o
estudo é a coisa mais importante que há.
Ainda
hoje, é preocupação primordial dos pais dar instrução aos
filhos.
A
coisa mais fina do mundo.
Para
os mais simples, apenas poder colocá-los em uma escola.
Para
os que têm mais posses, matriculá-los nas melhores instituições
de ensino e dar-lhes ainda cursos e mais cursos extras, para se
aprimorarem ao máximo.
Afinal,
o mundo é competitivo.
A
grande questão é que o termo educação
continua muito ligado às capacidades intelectivas.
Educar,
contudo, vai muito além das boas escolas.
Educar
é a arte de formar caracteres.
Assim,
o que torna um filho vitorioso não é apenas o conhecimento
adquirido mas, principalmente, sua vivência como homem de bem, de
bons hábitos adquiridos.
De
que adianta criarmos gênios, se serão usurpadores, desonestos,
individualistas e egoístas ao extremo?
Esse
outro tipo de educação não está nos livros, nem nos cursos, nem
mesmo nas escolas.
Está
no lar, na relação intensa e profunda que os pais ou tutores
conseguem manter com seus educandos.
Está
nos exemplos, está no carinho que sobra ou que falta.
Está
na atenção que recebem ou da qual carecem.
Está
na disciplina, nos limites.
Está
no amor, sempre no amor.
Em
muitos lares é uma palavra de luxo, pois todos estão preocupados
com tantas outras coisas que o esquecem, deixam-no de lado.
Você
tem que estudar, tem que ser alguém, tem que passar no vestibular,
tem que se formar, tem que arranjar emprego, tem que ganhar bem.
É
de tirar o fôlego.
Mas
será que alguém, nesse caminho todo lembra de perguntar se esse
adolescente, esse jovem está feliz com isso?
Está
se realizando?
Está
construindo sua personalidade em bases seguras?
Será
que ali foi construído um bom caráter, antes de um bom estudante ou
de um bom profissional?
Alguém
que saberá se relacionar bem com as pessoas, que saberá ser
agregador, acolherá bem seus irmãos de caminho?
Será
que estamos moldando alguém para ser agente transformador do mundo?
Essa
transformação só será completa se o conhecimento estiver aliado à
moralidade.
Não
adianta desenvolver uma das asas apenas.
A
aeronave não alça voo.
Pensemos
nisso.
Repensemos
nossos conceitos sobre educação.
O
mundo precisa de homens inteligentes.
Mas
muito mais de homens bons.
Esta postagem nos mostra que para o amor verdadeiro não existe barreiras e nem obstáculos intransponíveis que este não os rompa facilmente; também joga por terra o preconceito de nossa sociedade em relação aos deficientes, acabando com a hipocrisia desta e de seus conceitos ultrapassados que impõe regras e conceitos padronizados de perfeição, sendo que a perfeição não existe entre nós, somos todos imperfeitos na nossas caminha evolutiva na terra. Precisamos aprender a respeitar e conviver com as diferenças, pois somos uma diversidade de indivíduos sobre a terra, cada um com sua particularidade única.
ResponderExcluirQuando se afetividade entre duas pessoas que compartilham e comungam o mesmo sentimento não existem barreiras, obstáculos ou qualquer outra coisa que possa se impor contra eles, porque esse sentimento lindo que Deus nos deixou que é a Lei do Amor não visualiza nada que o impeça de viverem plenamente; porque não vêem preconceitos, discriminações, hipocrisia e nem conceitos pré estabelecido de padrões imposto por uma sociedade injusta que ainda vivem na idade da pedra, a qual ainda não aprendeu a respeitar e conviver com as diferenças, porque queiram ou não todos tem o mesmo direito.
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