Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

sábado, 30 de setembro de 2017

A missão de cada um.



Missão e renúncia


O caso de um Juiz Federal, noticiado pela imprensa, que ficou vários meses confinado no Fórum de uma cidade da região Centro-oeste do Brasil, chamou-nos atenção.

Afinal, qual foi o seu crime, para perder o direito à liberdade de circular livremente?

O Juiz não cometeu crime algum, apenas condenou criminosos do tráfico de drogas e confiscou seus bens, conforme estabelecem as leis do nosso país.

Certamente essa é uma atitude de alguém que assumiu um compromisso perante a própria consciência e não abre mão dele, ainda que o preço seja viver encarcerado, longe da família e dos amigos.

Sim, porque o preço que o nobre Juiz pagou é alto.

Sua vida corre perigo e os traficantes soltos oferecem alta quantia em dólares pela sua vida.

Esse o motivo do confinamento.

Ele poderia simplesmente renunciar ao dever de Juiz e viver tranquilamente junto à esposa e às duas filhas, mas prefere estar bem com a consciência do dever cumprido.

Sacrificar o próprio bem-estar e a segurança, em nome do dever, é um preço que poucos desejam pagar.

Firme em seu objetivo, aquele Juiz aceitou o cárcere como meio de continuar lutando em benefício da sociedade.

Não apenas da sociedade em que vive, mas da Humanidade, pois o tráfico de drogas é um flagelo mundial.

Enquanto muitos cidadãos, tidos por honrados, se aliam a traficantes de drogas em troca de dinheiro, esse Juiz, natural de Pernambuco, renuncia à própria liberdade pelo dever de condenar criminosos de grosso calibre.

Sem dúvida, um homem corajoso.

Um cristão consciente do seu dever.

Um magistrado de fé.

Talvez muitos de nós, mais apegados aos próprios interesses do que ao bem comum, não tivéssemos essa coragem e essa disposição para a renúncia.

Mas, a exemplo dos cristãos primitivos, que enfrentavam as feras com fé inabalável, existem homens e mulheres nos dias de hoje com a firmeza de um Paulo de Tarso.

Nada os faz mudar de ideia quando a questão é atender a consciência do dever.

E por que agem assim?

Porque assumiram um compromisso antes do berço, e sabem que os bons amigos do Além os protegem em todos os momentos. Isso lhes dá a confiança de que necessitam.

Sabem que o mundo não está à matroca e que, apesar dos maus serem audaciosos e intrigantes, o poder do bem é o único que tem vida própria, pois vem de Deus.

Atitudes como a do Juiz pernambucano são a prova de que o mundo tem jeito.

Basta ter atitude.

Basta querer.

Basta abrir mão dos interesses pessoais em nome da justiça.

O incomparável Homem de Nazaré certa vez disse, do alto de uma montanha:

Bem-aventurados os que têm fome de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

É bem provável que essas palavras de Jesus ecoem na acústica da alma do notável Juiz Federal que sofre perseguição por amor à justiça e lhe deem a fortaleza de que necessita para seguir adiante, com fé inabalável.

Para que a Terra se transforme em morada dos justos, Deus precisa de homens que cumpram o seu dever. Isso apenas.

Se todos fossem fiéis cumpridores dos seus deveres, a terra seria o paraíso
dos justos, mansos e pacíficos, conforme a promessa do Cristo, de que esses herdariam a Terra renovada.


Há encarcerados e encarcerados.

Você sabe qual é a diferença entre um encarcerado por livre escolha e um encarcerado por força das leis?

A diferença é a posse da chave que abre a clausura.

No caso do Juiz pernambucano, o confinamento é de sua livre escolha.

A chave da porta está com ele.

Já o prisioneiro delinquente não tem a posse da chave, que fica com o carcereiro.

Eis a grande diferença.

O primeiro é livre para sair, mas prefere sacrificar a liberdade em favor da justiça.

O segundo perdeu a liberdade por egoísmo, e está segregado por ser um elemento que oferece risco à sociedade.

Isso tudo em nome da liberdade.

Todos somos livres.

Livres até para abrir mão da própria liberdade.


Fonte - Momento Espírita, com base em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 4.7.2005, sobre o Juiz Federal Odilon de Oliveira e no Evangelho de Mateus, cap. V, vv. 5, 6 e 10. Em 7.6.2013.




Missão especial


Quanto vale um burro de carga?

Se você já viu algum deles deve ter notado que, quase sempre, ele anda de cabeça baixa, mais ou menos devagar, e sempre para onde os outros querem.

Não reclama.

Só obedece.

Pois esta história se passou na cocheira de um famoso palácio real, no tempo em que não havia automóveis.

Os demais cavalos viviam caçoando do burro de carga.

O cavalo árabe se gabava da maneira como era acariciado pelas mãos das princesas, depois de vencer as corridas.

O burro, coitado, esse só devia conhecer o chicote, no lombo maltratado.

O potro inglês erguia a cabeça, com orgulho e dizia que o burro era um burro mesmo.

Nem tinha condições de avaliar a diferença entre eles, cavalos de raça e ele próprio, um sem nome.

Outro cavalo, de origem húngara, o chamava de covarde.

Imagine!

Ele não dera nem um coice ao ser amansado.

Simplesmente se deixara conduzir, montar, e atrelar a uma carroça com pesada carga.

E o jumento espanhol dizia se envergonhar de ser seu parente próximo.

O burro ficava quieto.

Durante muito tempo, ele puxara pesados fardos, de um lado a outro.

Agora, estava na cocheira porque o resolveram aposentar.

Estava ficando velho e diziam não aguentar carga muito pesada.

Certo dia, um grande alvoroço aconteceu quando o rei apareceu na cocheira, com seu manto real e sua coroa de ouro na cabeça.

Ele queria um animal dócil e educado, que merecesse absoluta confiança.

O empregado ofereceu o cavalo árabe.

Mas o rei disse que ele servia só para corridas e festejos sem muita importância.

E o potro inglês?

Ah, esse era muito irrequieto.

Servia para a caça somente.

Quem sabe o cavalo húngaro?

Não, foi logo falando o rei.

Ele é muito bravo e sem educação.

Talvez possa servir como pastor de rebanhos.

Não para a importante missão que estou pensando.

O empregado não sabia o que fazer.

Estava começando a ficar preocupado.

Afinal, o rei tinha rejeitado os cavalos mais bonitos, soberbos e ágeis.

Lembrou-se do jumento.

Mas o rei conhecia muito bem todos os seus animais e foi logo dizendo que o jumento espanhol era manhoso e não merecia confiança.

Não sobra mais nenhum, disse o empregado.

O rei pensou um pouco, estalou os dedos e perguntou:

Onde está o burro de carga?

O próprio rei o puxou para fora, com carinho.

Mandou colocar os emblemas da casa real e um manto vermelho, vistoso, sobre ele.

Quando o animal estava pronto, até bonito ficou e sorriu.

Sentiu-se importante e emocionado.

O que será que o rei teria para ele transportar?

Que carga preciosa lhe seria confiada?

Em breves minutos, o rei trouxe o filho, ainda menino, e o confiou ao burro de carga, para uma longa viagem.


Assim também acontece na vida.

Em todas as ocasiões, temos um grande número de conhecidos, companheiros.

Mas, somente nos prestam serviços de real utilidade, nos momentos mais difíceis, aqueles que são os nossos verdadeiros amigos.

Aqueles que aprenderam, ao longo da vida, a servir e sofrer, a suportar cargas pesadas, sem pensar muito em si mesmos.


Bom é ter amigos nos quais se possa confiar, sem limites.

Melhor ainda é ser um amigo leal, com quem os outros possam contar, a qualquer hora, a qualquer momento, para o que precisarem.

Pensemos nisso!


Fonte - Momento Espírita, com base no cap. O burro de carga, do livro Alvorada cristã, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 7.2.2015.




A missão de cada um.


Invadiu-me certa vez uma inexorável perplexidade acerca do sentido da vida.

Decidi, então, peregrinar por este mundo em fora, para decifrar tão profundo enigma.

A todos os seres que encontrava propunha a questão.

À frondosa árvore, enraizada no centro de grande praça, supliquei que me revelasse sua verdadeira missão.

Explanou-me ela:

"Em primeiro lugar, devo manter-me viva, forte, saudável, para melhor poder cumprir meu papel.

Em segundo, descobrir exatamente qual seja este papel.

E, por fim, desempenhá-lo diligentemente.

A mim cabe proteger os peregrinos que por aqui passam, nos tórridos dias de verão, ofertando-lhes minha generosa sombra."

Segui adiante e deparei-me com um belo gato siamês.

Segredou-me ele que sua missão consistia em fazer companhia a uma velha senhora, ofertando a ela todo seu encanto e ternura.

Por muitos e muitos dias, por escabrosas veredas, feri meus pés à procura de respostas à pungente dúvida.

O esforço foi sobejamente recompensado.

Mas eu sentia que era preciso ainda ouvir uma sábia opinião de um representante do gênero humano.

Finalmente, após fatigante busca, no alto de um outeiro, encontrei um sábio anacoreta, longas barbas brancas, olhar perdido no horizonte, a meditar...

Acolheu-me amavelmente.

Após ouvir, todo paciência e atenção, meu relato e minhas súplicas, sentenciou gravemente:

"Meu prezado buscador.

Os sábios seres da natureza propiciaram a ti as respostas.

Já és possuidor do inefável segredo.

Não obstante, mais posso aduzir:

Caso descobrires que és uma árvore, sejas realmente uma árvore; se fores um gatinho, não te constranjas em ofertar toda tua meiguice; e se um leão, coloca sempre toda tua energia em tudo que fizeres.

Enfim, é preciso descobrir teus verdadeiros talentos, aprimorá-los, produzir os melhores frutos, e então, ofertá-los generosamente."


Ninguém habita este planeta sem objetivo, sem finalidade maior.

Aquele que cultiva a terra realiza uma missão.

Como aquele que governa ou que instrui.

Tudo se encadeia na natureza.

Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a realização dos desígnios da Providência.

Cada um tem sua missão na Terra.

Cada um pode ser útil para alguma coisa.

Desta forma, buscadores que somos, o que devemos encontrar é a nós mesmos, descobrindo depois no que podemos ser úteis.

Que habilidade temos?

Quais são nossos talentos?

O que podemos fazer pela comunidade ao nosso redor?

É tempo de descoberta e de ação.

Cada dia na Terra é oportunidade única que não pode mais ser desperdiçada com as distrações e ilusões que criamos ao longo das eras.


Fonte - Momento Espírita com base em texto do livro A magia das palavras, de Ramiro Sápiras, ed. Recanto das letras e no item 573 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 19.10.2009.












Um comentário:

  1. Aqui na Terra não somos meros espectadores ou turistas; temos obrigações e deveres a cumprir que nos farão progredir e evoluir; cada um de nós tem uma missão a realizar, com a qual contribuirmos para o progresso e evolução do planeta Terra, deixando este um pouco melhor para as futuras gerações; por isso é de fundamental importância que façamos o melhor possível a nossa parte com muito amor e carinho.

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