Quem
devemos procurar quando os direitos da pessoa com deficiência são
violados?
Por
Luis Kassab*
Na
primeira coluna deste ano, vou aceitar a proposta de tema sugerido
por uma grande amiga: quem devemos procurar quando estamos diante de
uma violação de direito da pessoa com deficiência?
Durante
mais de dois anos como colunista do portal Vida Mais Livre, eu me
dediquei a expor alguns dos principais direitos que as pessoas com
deficiências têm.
Agora
mostrarei quem são os principais responsáveis pela defesa e
controle desses direitos.
Vamos
iniciar pelo dever garantido por lei de comunicar qualquer espécie
de violação de direitos.
A
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei
Federal13.146/16) em seu artigo 7º define:
Art.
7O - É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer
forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com
deficiência.
Como
podemos observar, todos, ou seja, qualquer pessoa tem o dever legal
de denunciar qualquer forma de violação de direitos.
Assim,
quando estamos diante de uma atitude de desrespeito, preconceito e
até de violência contra uma pessoa com deficiência, não podemos
nos omitir e devemos procurar autoridades competentes na hora para
efetivação da defesa desses direitos.
Entre
as autoridades competentes, cito o Ministério Público como uma das
principais.
A
Constituição Federal define que uma de suas funções é garantir
os direitos assegurados por ela e promover a proteção dos
interesses difusos e coletivos.
É
aí que estão incluídos outros direitos, como os direitos das
pessoas com deficiência.
Por
meio de um inquérito civil e de futura ação civil pública, os
representantes do Ministério Público são responsáveis pela
garantias de direitos.
Como
exemplo, podemos citar ações que buscam garantir a acessibilidade
a prédios privados de uso coletivo e públicos de uma determinada
cidade.
Como
podemos observar, qualquer pessoa que perceba a violação de um
direito pode procurar o Ministério Público de sua cidade.
Ele
será responsável pela sua garantia, com a vantagem que este
direito, por ser coletivo, será extendido a todas as pessoas com
deficiência.
No
caso de uma violação individual, uma única pessoa que tenha
sofrido alguma ameaça ou seja negado um direito, a autoridade
competente indicada é a Defensoria Pública que presta assistência
jurídica integral e gratuita ao cidadão que não tenha
condição de pagar pelos serviços de um advogado.
Um
exemplo seria a negativa na dispensação de um medicamento
específico.
Essas
duas autoridades, Ministério Público e Defensoria Pública, devem
ser acionadas quando todas instâncias administrativas estiverem
esgotadas, e apenas uma solução judicial seja o caminho a ser
tomado.
Na
esfera administrativa, surgem outras autoridades que podem atuar
como defensoras dos direitos das pessoas com deficiências.
Os
Conselhos Federais, Estaduais e Municipais de Direitos são
instâncias de participação e de controle social que tem como
pauta principal a efetivação dos direitos humanos das pessoas
com deficiência.
Em
sua composição, possuem membros da sociedade civil e da instância
do governo em que está vinculado, de forma paritária, e são
responsáveis, entre outras funções, de promover a defesa dos
direitos da pessoa com deficiência.
Os
Conselhos podem ser procurados para receber denúncias de cidadãos
que tenham seus direitos violados.
É
importante esclarecer que a função investigativa não é a
responsabilidade deles, e sim de encaminhar as denúncias aos órgãos
competentes e acompanhar os casos de violação de direitos.
Procure
saber junto à prefeitura se o seu município tem um Conselho de
Direitos constituído.
Além
de fiscalizarem e regulamentarem o exercício profissional, os
Conselhos de Órgãos de Classe (OAB, CREA, CRM…) também atuam
como instâncias de controle social.
Devemos
utilizá-los também como instrumento de garantia dos direitos.
Ainda
na esfera administrativa, quando estamos diante de crimes praticados
contra a pessoa com deficiência, podemos e devemos procurar uma
delegacia de polícia.
Na
cidade de São Paulo, temos a vantagem de ter uma delegacia
especializada no atendimento de pessoas com deficiências: a
Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência (DPPD) – a
primeira do Estado que opera com modelo diferenciado e conta com um
Centro de Apoio com profissionais especializados (assistentes
sociais, psicólogos, intérpretes de Libras, cientista social e
recursos de tecnologia assistiva).
A
DPPD também dá suporte às outras delegacias que recebem denúncias
relacionadas às pessoas com deficiências.
Ela
está localizada na Rua Brigadeiro Tobias, 527 – térreo, e
funciona de 2ª a 6ª feira – 9h às 18h, telefones de contato:
(11) 3311.3380 / 3311.3383 / 3311.3381
Luis
Kassab*
Luis
Kassab é advogado, especializado na área dos direitos difusos e
coletivos de pessoas com deficiência.
Possui
uma deficiência física congênita e é cadeirante.
Atualmente
é membro dos Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa com
Deficiência e da Pessoa Idosa do Município de São Bernardo do
Campo.
Fonte:
- vidamaislivre.com.br
- Imagem Internet/Ilustrativa
Vera Garcia e Hélio José de Faria se casaram no civil
"Deficiência
não me impediu de viver grande amor", diz mulher de 49 anos
Depoimento
a Thamires Andrade Do UOL imagem: Arquivo Pessoal
A
pedagoga e criadora do Deficiente Ciente, Vera Garcia, 49, teve seu
braço direito amputado aos 11 anos.
Nada
que a impedisse de desenvolver autoconfiança e, principalmente,
que limitasse sua vida amorosa.
Pois
foi em um site voltado para relacionamentos maduros que ela
conheceu o comerciante Hélio José de Faria, 61, seu atual
marido--que nem sequer quis saber qual era a deficiência dela até
o primeiro encontro.
Uma
história de amor inspiradora, cujo relato você lê abaixo.
"Aos
11 anos, sofri um acidente.
Parte
da minha casa caiu e precisei amputar o braço direito, pois deu
gangrena.
Todo
mundo achava que eu ia ter mais dificuldade para namorar por ter
perdido o braço, mas isso nunca aconteceu comigo.
É
que desde sempre aprendi que precisamos gostar de nós mesmas do
jeito que somos.
O
processo de me ver sem braço foi uma coisa louca, principalmente
porque eu estava entrando na adolescência.
Mas
minha mãe sempre esteve lá, dizendo que eu tinha que aprender a
viver daquele jeito e estar bem comigo mesma para não ter
problemas.
Aliás,
minha mãe sempre me botou para cima e isso fez toda a diferença
na minha vida, inclusive amorosa.
Comecei
a namorar aos 17 anos, mas eram namoricos de três meses.
Sempre
com gente do bairro, então nunca precisei pensar nessa coisa do
preconceito por ser deficiente.
Acho
que o preconceito já começa com a gente mesmo.
Quando
você se aceita, não passa para o outro medo e insegurança.
Se
eu falava com alguém online, a primeira coisa que contava era
sobre minha deficiência para já quebrar qualquer tabu sobre isso.
Bem,
foi passando o tempo, e eu não firmava com ninguém.
Cheguei
até a ficar um tempo com um cara que conheci na sala do Bate-Papo
UOL.
Ele
era de São Paulo e eu de Campinas, e continuamos amigos após o
término.
Não
pensava em casar logo, até porque queria estudar e trabalhar, como
professora e diretora.
Mas
segui um conselho da minha mãe.
Como
eu tinha costume de ficar com homens mais novos, ela sempre dizia
que precisava namorar alguém mais velho, e resolvi buscar um site
para relacionamentos maduros.
Encontrei,
então, o Coroa Metade.
Fiz
o cadastro da forma mais sincera e clara possível e coloquei como
observação: “tenho uma deficiência física”.
Assim
quem se interessasse em me conhecer, já saberia.
Aí
imagina: muitos entraram em contato só por curiosidade, já que
não dava para ver direito pela foto que coloquei.
Alguns
até achavam que eu não tinha nada...
Eis
que o Hélio apareceu.
Não
perguntou nada sobre minha deficiência, só veio conversar.
Simplesmente
mandou uma mensagem dizendo que tinha gostado do meu perfil e
queria falar comigo.
Começamos
a trocar mensagens e, depois de uma semana, e-mails.
Ficamos
um mês conversando também por telefone até o primeiro encontro.
Que
fique claro: até então ele nunca tinha perguntado nada sobre a
minha deficiência!
Fui
eu quem perguntou se ele tinha lido que tinha escrito no perfil.
Ele
disse que sim, mas que gostou tanto de mim que nem levou isso em
consideração.
Marcamos
nosso primeiro encontro em um lugar público, um shopping, e na
hora que ele chegou já sabia que ele era o cara, me apaixonei na
hora!
Tudo
o que demonstrava nas conversas por telefone e e-mail era ele de
verdade!
Eu
não fiquei nervosa por saber que ele, enfim, veria qual era minha
deficiência, porque, como disse, eu tinha aprendido a lidar com
isso havia muito tempo.
E
ele também não comentou nada.
Marcamos
mais uns três encontros em shoppings.
Até
que ele veio para Campinas conhecer meus pais e ficamos namorando a
distância.
Ele
vinha para Campinas e eu para Limeira, onde ele morava.
Depois
de um ano, resolvemos nos casar no civil.
Passei
um tempo morando em Limeira, mas fiquei com muita saudade dos meus
pais, então resolvemos mudar para Paulínia, que é perto das duas
cidades.
Morar
junto nem sempre é fácil, já que todos temos nossas diferenças.
Mas
o legal é que nós aprendemos muito um com o outro.
Temos
gostos parecidos, amamos viajar, e agora estamos construindo a
nossa casa do jeitinho que a gente sonhou.
O
engraçado é que até nossos gostos para escolher as coisas da
casa batem.
Sempre
trocamos 'eu te amo' e a nossa família está crescendo: já temos
um cachorro e duas gatinhas.
Ele
foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.
Em
dezembro, faremos três anos de casados e pretendemos casar no
religioso.
Não
sei se alma gêmea existe, mas tenho certeza que a gente ter se
encontrado foi obra divina."
Fonte:
- estilo.uol.com.br
O
AMOR
Você
me pergunta, como assim?
E
eu digo, calma, a explicação é mais simples do que parece.
Quando
você prova uma torta, ela tem um sabor, correto?
E
existem várias tortas de limão com sabores diferenciados.
Quando
você se envolve com alguém, você cria um tipo de situação, uma
vivência.
Com
o tempo, você e seu parceiro criam sua rotina, suas manias, seus
dia-a-dia, constroem tudo isso juntos.
As
vezes você se envolve com uma pessoa mais carinhosa, outras vezes
com uma pessoa mais quieta.
As
vezes você prova uma torta mais doce, as vezes prova uma mais
azeda.
Uma
hora você encontra sua torta de limão favorita e é isto que chama
de amor.
O
sabor se encaixa na sua língua, assim como o amor se encaixa na sua
vida, de forma perfeita, como se fossem peças de um quebra cabeça.
Eu
diria até que é uma questão de momento, o que te convém, uma
hora talvez você precise de mais atenção, outra hora de ficar
mais na sua, mas isso não signifique que você precise de outra
pessoa para viver momentos diferentes, para o amor acontecer
verdadeiramente, ele se adapta aos tempos, as suas fases, como
diriam, nas alegrias e nas tristezas, sempre juntos.
A
receita da torta de limão, você descobre acertando e errando.
Eis
que aqui pode surgir um problema que é comum caso o relacionamento
acabe.
Você
começa a procurar aquela torta, aquele sabor especifico e acaba se
perdendo.
Você
encontra tortas com sabores diferentes que não te satisfazem e fica
pensando naquela torta favorita, ai entra a saudade, a dor, o
sofrimento.
Talvez
você encontre uma torta parecida ou quem sabe, um dia, ache uma
torta melhor.
Não
existe formula para a vida feliz, assim como não existe formula
para o amor perfeito.
Uns
amam mais calorosamente, outros amam mais despreocupadamente, então
o que nos cabe é procurar o amor que nós queremos.
O
amor é um conceito e tudo na vida é uma questão de decisão,
comece a pensar, como é o sabor da torta de limão que você gosta,
como é o amor que você quer.
Por
que você gosta daquilo?
Como
você se sente em relação aquilo?
Em
questão de passado, você sente falta daquela pessoa ou daquela
situação?
Torne
consciente aquilo que é inconsciente.
Você
não gosta daquela pessoa porque gosta, você gosta por algum
motivo, procure este motivo.
Não
perca tempo com o que te faz mal, não perca tempo com aquela torta
que te deixa doente, a não ser que isso seja o que você gosta.
O
importante é achar a torta que faça você se sentir bem, que te
faça sorrir espontaneamente.
Uma
explosão de sabores na sua boca e sensações no seu corpo.
Bom,
eu não tenho muito mais a dizer, além de que eu gosto de tortas de
limão.
E
o amor... é o amor.
Bernado
D. Oliveira
Nós deficientes precisamos tomar mais conhecimento da LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO para se poder reclamar pelo nossos direitos, quando estes forem violados assim saberemos como e onde exigir os nossos direitos; temos aí a promotoria e a defensoria públicas onde podemos recorrer e fazer que a leis sejam cumpridas.
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