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Edson Costa
SUS OFERECE TRATAMENTO COM BOTOX (TOXINA BOTULÍNICA) PARA REABILITAÇÃO DE PACIENTES
A
maioria das pessoas conhece o efeito da toxina butolínica (botox)
quando usada com finalidade estética para atenuar rugas de
expressão.
No
entanto, a aplicação da substância também pode ajudar no
tratamento de pacientes com comprometimentos neurológicos como
paralisia cerebral, trauma medular, sequelas de acidente vascular
cerebral (AVC), entre outros.
O
Centro Catarinense de Reabilitação (CCR), instituição pública
vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, oferece um programa
gratuito de tratamento de espasticidade e distonia com toxina
botulínica, conforme protocolo do Ministério da Saúde.
A
espasticidade é uma rigidez muscular que dificulta a mobilidade,
principalmente nos braços e nas pernas.
Em
dose apropriada e em locais selecionados, a toxina botulínica ajuda
a relaxar a musculatura, facilitando os movimentos.
“A
espasticidade decorre de lesões do sistema nervoso, lesões do
cérebro e da medula, que causam um aumento do tônus muscular.
Isso
quer dizer que o músculo começa a ficar mais duro e tem chances de
provocar encurtamentos.
Os
pacientes apresentam padrões como mão muito fechada, braço muito
dobrado, pernas cruzadas”, explicou a especialista em medicina
física e reabilitação do CCR, Cristiane Carqueja.
Segundo
a médica, é o que se observa em crianças com paralisia cerebral e
em adultos vítimas de AVC, com paraplegias ou tetraplegias
decorrentes de lesão medular.
Já
a distonia se refere a distúrbios dos movimentos caracterizados por
contrações involuntárias e espasmos.
O
uso da toxina botulínica pode ser feito para imobilizar o local
desejado, impedindo a contração.
“Normalmente
os casos de distonia estão relacionados às lesões do sistema
nervoso central, como a câimbra do escrivão. Também há outros
exemplos, como blefaroespasmo (espasmo da pálpebra), espasmo
hemifacial (contrações involuntárias dos músculos da face), mal
de Parkinson”, detalhou Cristiane.
No
CCR, a toxina botulínica é usada como suporte ao atendimento
realizado nos setores de reabilitação de adultos e crianças.
O
programa mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) beneficia
atualmente cerca de 2 mil pacientes de todo o estado.
Um
deles é Jonas Jackson Waltrick Júnior, de 4 anos, que tem paralisia
cerebral e microcefalia.
Ele
deu início ao tratamento com botox com 1 ano e 2 meses, pela rede
particular.
Aos
2 anos, passou a ser atendido gratuitamente pelo SUS.
“É
muito raro eu indicar a toxina botulínica para uma criança tão
pequena.
Normalmente,
aguardamos até completar 2 anos.
Mas
o Jonas já era um paciente muito espástico.
Achei
que se não começássemos cedo, corria o risco de ficar com o
quadril deslocado, com necessidade de uma cirurgia ortopédica”,
comentou Cristiane.
A
mãe de Jonas, Giselli Santos, afirma que o tratamento possibilita ao
filho melhoras gradativas significativas.
“Percebemos
os avanços dele a cada dia, é visível.
Antes
ele não mexia os braços e as pernas.
A
toxina age na melhora da parte motora e, consequentemente, do
intelecto, permitindo o desenvolvimento da capacidade cognitiva.”
Além
das aplicações de toxina botulínica, ele faz fisioterapia,
fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Também
recebe estímulos em casa, na escola regular e na especial (Apae)
frequentemente.
Como funciona
A
toxina botulínica é uma neurotoxina produzida pela bactéria
Clostridium botulinum.
O
tratamento com a substância consiste na aplicação de injeções
diretamente no músculo.
“O
efeito é ajudar o músculo a relaxar.
Então
temos que selecionar os músculos adequados para a aplicação”,
disse Cristiane.
O
procedimento deve ser feito por médico capacitado.
“Como
é um tratamento de alto custo, é preciso que o médico esteja
treinado para fazer esse tipo de aplicação, usando o grande
potencial da medicação”, acrescentou.
A
dosagem deve ser prescrita pelo médico de acordo com as necessidades
do paciente.
A
toxina botulínica passa a surtir efeito num período de 7 a 10 dias
após a aplicação.
Em
média, precisa ser reaplicada em crianças num intervalo de seis
meses e em adultos a cada quatro meses.
De
acordo com a médica que atua no CCR, a toxina botulínica tem várias
indicações clínicas e se constitui em mais um recurso em prol da
melhoria da funcionalidade e da qualidade de vida dos pacientes.
“Não
é o tratamento em si, ela faz parte de um processo de reabilitação.
É
mais um recurso que utilizamos para facilitar as aquisições motoras
do paciente.
Ele
precisa ter um programa de atividades para que utilize o efeito da
toxina.
Não
necessariamente só a fisioterapia, muitas vezes orientamos
exercícios domiciliares.”
Como
ter acesso ao tratamento
Segundo
Cristiane, o paciente que tenha a indicação de fazer o tratamento
da espasticidade ou da distonia com toxina botulínica deve ser
encaminhado ao CCR por solicitação médica, via posto de saúde.
O
agendamento para uma avaliação no centro é feito pelo sistema de
regulação da Secretaria de Saúde.
“Alguns
colegas no interior do estado também fazem aplicações de toxina
botulínica.
O
próprio médico faz a solicitação do medicamento e vai para o
paciente no município pela Secretaria de Estado da Saúde”,
complementou.
Mais
informações sobre o CCR:
Rua
Rui Barbosa, 780, Bairro Agronômica, Florianópolis
Contatos:
(48) 3221-9200 | (48) 3221-9203 | ccr@saude.sc.gov.br
Fonte:
- Agência AL
O QUE É TOXINA BOTULÍNICA?
A toxina botulínica é uma neurotoxina, produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
A toxina botulínica é uma neurotoxina, produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
A
Clostridium
botulinum
é uma bactéria anaeróbia, que em condições apropriadas à sua
reprodução (10°C, sem oxigênio e certo nível de acidez), cresce
e produz sete sorotipos diferentes de toxina (A, B, C1, D, E, F e G).
Dentre
esses, o sorotipo A é o mais potente.
Para
fins terapêuticos, é utilizada uma forma purificada, congelada a
vácuo e estéril da toxina botulínica tipo A, produzida a partir da
cultura da cepa Hall da bactéria
Clostridium
botulinum.
Esta
forma proporciona maior duração dos efeitos terapêuticos. Quando
aplicada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de
acetilcolina
(neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do
cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a
mensagem para contrair.
No
final da década de 60, o oftalmologista americano Alan B. Scott, que
buscava alternativas para o tratamento não cirúrgico do estrabismo,
obteve do Dr. Edward J. Schantz, amostras da toxina botulínica tipo
A para testá-la em músculos extra-oculares de macacos.
A experiência foi bem
sucedida e Scott publicou seu primeiro trabalho sobre o assunto em
1973,[1]
confirmando a toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz
para o tratamento não cirúrgico do estrabismo.
Ainda
na década de 70, Scott recebeu autorização do FDA (Food and Drug
Administration), órgão que regula o setor de medicamentos dos
Estados Unidos
para utilizar a toxina em seres humanos, conduzindo estudos durante
os anos de 1977 e 1978.
Ele
descobriu que o produto, quando injetado, relaxava os músculos.
Deduziu
então que uma aplicação local, em determinados músculos,
interrompia momentaneamente o movimento muscular anormal e, dessa
forma, corrigia o problema.
E
foi a partir do uso terapêutico, que surgiu o uso cosmético. Quando
o casal canadense Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista
e dermatologista
respectivamente, observou a melhora das rugas em pacientes tratados
para indicações terapêuticas, como blefaroespamo, iniciaram os
primeiros estudos na área. Deste então, o uso cosmético da toxina
botulínica tipo A evoluiu e se expandiu em todo mundo.
O
Xeomin®
é uma neurotoxina botulínica tipo A inovadora produzida pela Merz
Pharmaceuticals. Xeomin®
é destinado ao tratamento sintomático do blefarospasmo, da distonia
cervical com componente rotacional predominante (torcicolo
espasmódico) em adultos e espasticidade dos membros superiores em
adultos. O Xeomin®
é a primeira formulação de neurotoxina botulínica tipo A que é
completamente livre de complexos proteicos. Xeomin®
também está indicado para a melhora temporária da aparência das
linhas faciais hipercinéticas.
Botox
é a marca referência
da toxina butinolina tipo A, produzida pela farmacêutica americana
Allergan.
No Brasil,
a marca BOTOX® foi aprovada em 1992 para indicações terapêuticas
e, em 2000, para o tratamento de rugas e hiperidrose axilar e palmar.
Mas por ser a primeira aprovada, BOTOX® tornou-se muito conhecida e,
por isso, sinônimo do procedimento.
Nos
Estados Unidos, ela foi aprovada em 2002 pelo FDA
(Food and Drug Administration) para o uso cosmético e em 2004 para
hiperidrose
até hoje é a única marca de toxina botulínica tipo A aprovada
para esse fim naquele país.
Dentre as indicações da
toxina botulínica tipo A aprovadas pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estão distonias;
desordens autônomas caracterizadas por hipersecreção; uso
cosmético; hiperatividade muscular involuntária; desordens
dolorosas musculoesqueléticas; dor de cabeça[3]
Como
em estrabismo,
blefaroespasmo,
espasmo
hemifacial, distonias,
espasticidade
e bruxismo. Além
das indicações terapêuticas, o medicamento é amplamente conhecido
no tratamento de linhas faciais hipercinéticas e para o tratamento
da hiperidrose
palmar, plantar e axilar.
A
toxina botulínica é também utilizada para tratamento em crianças
com problemas musculares. Esta toxina permite, que depois de aplicada
na zona em causa (ex: pernas),
a criança tenha mais flexibilidade muscular.
Aplicada
diretamente nos músculos comprometidos, a toxina provoca um
relaxamento e bloqueia a atividade motora involuntária, o que reduz
a dor e aumenta a amplitude de movimento dos pacientes. O relaxamento
e a melhora na movimentação são fundamentais em todas as etapas do
tratamento – permitem que o fisioterapeuta maneje os membros
afetados, por exemplo.
O
tratamento com a toxina pode reduzir o uso de medicação
antiespástica e, inclusive, retardar ou evitar intervenções
cirúrgicas.
A
toxina botulínica tem sido utilizada para tratamento de rugas de
expressão, sorriso deprimido, e também para tratamento de
hiperidrose palmar e ou axilar.
O
efeito começa após 24 horas da aplicação e é bem notável após
3 dias. Se necessário alguma complementação, esta deverá ser
realizada 20 dias após a aplicação.
Em
2007, os tratamentos estéticos não-cirúrgicos lideraram o ranking
do ASAPS
(Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética) com 9.621.999
procedimentos realizados.
Entre
os que se destacam como os mais populares e os mais procurados são a
aplicação com Toxina Botulínica Tipo A (2.775.176) e o
preenchimento com ácido hialurônico (1.448.716).
Os
dados confirmam a tendência de que os pacientes buscam tratamentos
mais simples, práticos e não-invasivos. Ao todo, em 2007, os
tratamentos não-cirúrgicos atingiram 82% dos procedimentos
estéticos, contra os 18% restante, que foram cirúrgicos. Desde
1997, estes dados representam um incremento de 754% para os
procedimentos não cirúrgicos contra 114% para os cirúrgicos.
As
mulheres representam o público que mais procura o procedimento, mas
a preferência dos homens também cresce de forma interessante (91%
mulheres e 9% homens). A faixa de idade em que se concentrou o maior
número de tratamentos compreende pessoas entre 35 e 50 anos (46% do
total), seguido pelas pessoas entre 19 e 34 anos (21% do total), mais
de 65 (6% do total) e por último, menos de 18 anos (menos de 2% do
total).
A
toxina botulínica tipo A pode ser usado para Doenças Urológicas
como incontinência
urinária e bexiga
hiperativa.Ela é aplicada diretamente na parede da bexiga,
fazendo com o que haja um relaxamento temporário da musculatura, um
controle da vontade de urinar
e, acima de tudo uma melhora na qualidade de vida do paciente, que
retorna às suas atividades rotineiras sem vergonha ou medo de que
ocorra uma libertação acidental e involuntária de urina.
A toxina botulínica vem
sendo usada cada vez mais pelos dentistas para o tratamento
principalmente do bruxismo e correção do sorriso gengival. Para o
bruxismo a toxina é injetada no músculo masseter para reduzir sua
potência e estimulo para o bruxismo com resultados surpreendentes.
Para o sorriso gengival a toxina é injetada no musculo responsável
pelo levantamento do lábio superior em pessoas que mostram
demasiadamente a gengiva quando sorriem.
Os efeitos da toxina botulínica podem, em alguns casos, ser observados à distância do ponto de injeção. Os sintomas que são consistentes com o mecanismo de ação descrito para a toxina botulínica foram reportados de horas a semanas após a injeção, e podem incluir fraqueza muscular, ptose, diplopia, visão borrada, flacidez facial, desordens de deglutição e fala, constipação, aspiração, pneumonia, dificuldade respiratória e depressão respiratória.
A
dosagem aplicada para fins terapêuticos e estéticos é muito
pequena e incapaz de desencadear as reações do envenenamento
alimentar do botulismo.
Contudo, a agência Food
and Drug Administration (FDA) emitiu um alerta para o uso do
medicamento após a ocorrência alguns casos de efeitos colaterais
severos registrados em pacientes após o uso do fármaco.
A
toxina botulínica A é o veneno
letal mais conhecido, um milhão de vezes mais mortífero que a
dioxina, o veneno
mais letal produzido pelo homem.
Para
a toxina butinolina A, a dose letal que matará 50% de uma população
teste é de meros 0,00000003mg da substancia por quilo de peso
corporal. Estima-se que 28g poderia matar cem milhões de pessoas.
A
toxina botulínica sofre processo de desnaturação
em temperaturas maiores do que 80 °C.
Alan B Scott, Carter C
Collins: "Division
of Labor in Human Extraocular Muscle". Archives
of Ophthalmology,
vol. 90, no. 4, pg. 319-322. Outubro de 1973.
Caetano,
Norival. BRP- guia de remédios 2016/17. [S.l.: s.n.], 2016. ISBN
978-85-8271-293-1
«Botox
- Toxina Botulínica 【ツ】
Dentista
Sorridere Porto Alegre». Consultado em 1 de setembro de 2016
«Bula
Para Profissionais de Saúde» (PDF). 22 de setembro de 2015.
Consultado em 22 de setembro de 2015
«FDA
adverte para uso do Botox». 13 de fevereiro de 2008. Consultado
em 13 de fevereiro de 2008
Jay, James M.,
Loessner, Martin J., Golden, David A. (2005). «Chapter 24: Food
Poisoning Caused by Gram-Positive Sporeforming Bacteria». Modern
Food Microbiology: Seventh Edition. New York: Springer
Science + Business Media, Inc. p. 581. ISBN 0-387-23180-3
FONTE: - WILQUEPEDIA
A toxina botulínica funciona mesmo, digo isso porque a mais de 2 anos faço tratamento com ela para melhorar os movimentos e a sua extensão, comecei o tratamento com a minha neurologista a dra Bruna com aplicações com intervalo de 2 em 2 meses, depois de 3 em 3 meses e atualmente estou fazendo de 4 em 4 meses desse período pra estou conseguindo manter e melhorar os meus movimentos; mas depois das aplicações é necessário muita fisioterapia e alongamentos para estimular cada vez mais a musculatura; estou satisfeito com os resultados que estou conseguindo.
ResponderExcluirEstou fazendo uso da topinar botulinica após um AVC e os movimentos estão comeando a melhorar muito estou satisfeito com os resultados que vem apresentando
ResponderExcluirComo faço pra concegui as aplicacao pra minha filha ela e especial e precisa fazer a aplicacao no musculo do pe ?
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