10
coisas que aprendi namorando um cadeirante
Gostei
tanto do post da Cris, sobre 10 coisas que ela mais odeia em ser
cadeirante, que resolvi entrar na onda e começar a fazer minhas
listinhas.
Depois
que conheci o Dado, muita coisa mudou na minha visão de mundo e
achei que seria bacana começar listando as 10 coisas que aprendi com
minha relação com um cadeirante.
Será
que alguém vai se identificar?
Cadeirantes
fazem sexo.
Sim
meus caros leitores.
Eu
também tinha esse tipo de dúvida.
O
que a falta de informação não nos faz imaginar, não é mesmo?
Pois
bem, descobri que cadeirantes transam, sentem tesão e gostam de sexo
como qualquer pessoa.
Cadeirantes
dirigem
Nada
que a tecnologia não resolva.
Carros
são máquinas e máquinas podem ser modificadas e adaptadas.
Quem
dirige com os pés também pode dirigir com as mãos.
E
é assim que a coisa funciona.
Banheiros
reservados só devem ser usados por pessoas sem deficiência em casos
de muita urgência
Pois
é, galerinha, eu era do tipo que adorava usar um banheiro reservado
para pessoas com deficiência.
Tão
grande, tão espaçoso, dá até pra dançar lá dentro!
(Sim,
eu já fiz isso :P).
Mas
não foi difícil entender que devemos respeitar a finalidade das
cabines maiores e deixá-las livres e limpas para aqueles que mesmo
querendo, não conseguem entrar numa cabine menor.
Pessoas
com deficiência podem ser bastante independentes
Quando
conheci o Dado, ele morava com os pais.
Meu
primeiro pensamento foi: “bom, ele deve precisar de ajuda no
dia-a-dia e por isso ainda mora com eles.”
Claro
que não.
As
pessoas com deficiência são muito mais independentes do que
imaginamos, mais até do que muito “andante” que conhecemos.
Não
demorou pra sacar que ele só não tinha saído da casa dos pais
ainda, por falta de oportunidade.
Vagas
reservadas são reservadas.
Mas
não pra mim
Não
me lembro de ter estacionado em alguma vaga reservada antes de
conhecer o Dado, mas também nunca tinha parado pra pensar que o
tamanho e a localização dessas vagas tinha uma razão de ser.
Precisam
ser largas, pra pessoa conseguir sair do carro com a cadeira de rodas
e geralmente estão mais próximas da entrada do estabelecimento, pra
que a pessoa não tenha que andar muito.
Afinal
andar de cadeira de rodas ou mesmo muletas cansa pra caramba.
Já
experimentou?
Pessoas
com deficiência usam os mesmos móveis que todo mundo
Sim,
caros leitores, cadeirantes costumam passar da cadeira pro sofá, pra
cama, pra poltrona.
Não
é porque eles estão sempre sentados, que não tem vontade de trocar
de lugar vez em quando, né?
Um
cadeirante pode dizer:
“Vou
andar na praia”
Lembro-me
bem da minha reação a primeira vez que escutei o Dado falando:
“Vou
andar na praia mais tarde”.
Achei
esquisitíssimo um cadeirante dizer que ia andar.
Eu
mesma evitava usar essa palavra perto do Dado, como se fosse uma
ofensa ou um soco no seu estômago.
Bobagem,
bobagem!
“Andar
na praia” é só uma expressão, assim como “Vou dar uma corrida
até a padaria” ou “vou a pé para o trabalho”.
Não
é só porque a pessoa não anda de verdade que precisa começar a
usar outras palavras, pra falar sobre ações do nosso cotidiano.
Um
ou dois degraus podem ser um grande obstáculo
No
início do nosso namoro, eu achava uma besteira o Dado não querer ir
a algum lugar que tivesse escada.
Na
minha cabeça era simples: bastava pedir ajuda a algum galalau forte.
Com
o tempo entendi que pode ser bastante chato, constrangedor e até
mesmo perigoso ficar subindo e descendo escada no colo dos outros.
Sem
falar que é um direito das pessoas com deficiência terem acesso aos
lugares.
Parei
de pensar assim e hoje sou partidária de frequentar locais
acessíveis.
Adaptar
um banheiro ou mesmo um apartamento é mais simples e mais barato do
que parece
É
lógico que espaço se faz necessário.
Cadeiras
de rodas costumam ser um pouco mais largas que uma pessoa e também
dificultam algumas manobras.
Mas
tendo-se o espaço necessário, alargar portas e colocar algumas
barras já é o suficiente para se adaptar um lugar.
Volta
e meia me perguntam quais as adaptações que fizemos no nosso
apartamento e explico que foram poucas.
Alargamos
algumas portas e baixamos cerca de 5 cm a altura de pias e bancadas.
Deixar
as pias vazadas, sem armários embaixo também ajuda um bocado.
O
resto fica por conta da altura onde guardamos as coisas nos armários.
E
por último e talvez mais importante, cadeirantes trabalham, tem vida
social, namoram, casam e tem filhos.
Ou
seja, são pessoas como outras quaisquer, com os mesmo direitos de
deveres.
O
que faz das pessoas com deficiência diferentes, é o olhar da
sociedade sobre elas.
E
é isso que precisamos mudar.
Fonte:
- maonarodablog.com.br
Uma
cadeira de rodas em minha vida...
Faty
Oliveira.
Lá
está ela: quatro rodas de tamanhos diferentes e um assento.
Se
dedicar alguns minutos para refletir, perceberá a quantidade de
pensamentos que podemos ter em relação a cadeira de rodas.
Algumas
são simples, outras modernas e sofisticadas.
Podem
ser surradas pelo tempo ou história, mas podem impressionar pelo
mais perfeito estado de conservação.
Pra
uns, uma das mais nobres invenções da humanidade, pra outros a
sentença de um terrível mal.
Muita
gente tem dificuldade de se adaptar a cadeira de rodas e isso
independe de tempo de uso como muitos podem pensar.
A
resistência está muito mais relacionado ao quê o objeto
representa do que sua necessidade de uso.
Levei
longos anos e algumas sessões de terapia para lidar bem com minhas
rodinhas.
Hoje
fizemos as pazes e nem me importo de dividir o espaço com ela nas
diversas fotos que gosto de tirar ou aos lugares que pretendo
visitar.
Compreendi
sua função e representação na minha história.
Por
isso, a vejo como a amiga que sempre foi.
Mas
por que tivemos esse impasse?
Aliás,
quais são as razões de tantas pessoas não se adaptarem a essa
nova realidade de vida?
A
resposta está no dia a dia.
Tudo
converge para uma visão negativa ao mundo com deficiência.
É
a cidade sem acessibilidade, são as pessoas preconceituosas, é o
mercado de trabalho que reduz as competências do profissional em
função de suas especificidades físicas, é a mídia que pune
aquele vilão da novela com um acidente que o tornará paraplégico,
a família que super protege, os amigos que desaparecem porque ficou
mais “complicado” de te chamar pra sair por causa dos lugares
que frequentam já que a cidade não tem acessibilidade...
E
voltamos nesse looping de motivos que atormentam a mente do
cadeirante seja ele novato ou veterano.
Dificuldades
na vida todos temos, é claro!
Mas
quando seus problemas ocorrem devido o desenrolar dos fatos ou, como
alguns preferem, por causa do destino se torna compreensível e,
talvez, mais fácil de lidar.
Entretanto,
quando observa essa terrível mão sobre si e aquela sufocante
sensação de resígnação, aí meu camarada é (com o perdão da
palavra) f#*& de lidar.
Os
que se entregam a depressão, levam uma vida difícil e amarga se
auto destruindo dia após dia por não pertencer aos padrões.
Entretanto,
a maioria busca um jeito de viver seja por coexistência pacífica
(algo tipo “ok cadeira, não gosto de você, mas vou te tolerar)
ou por amor total.
O
que todos precisamos entender é que não importa como você se
locomove, fala, vê ou escuta.
O
que nos define são nossas ações.
É
a maneira que lidamos com as pessoas e, principalmente, com quem
somos.
Entender
isso te fará enxergar sua cadeira como uma aliada, algo fundamental
para “ir e vir” aonde desejar.
Que
tal começar a fazer as pazes hoje?
Deixe
sua cadeira com a sua cara.
Cole
uns adesivos, mude as rodas, faça algumas adaptações e mostre ao
mundo a pessoa maravilhosa e “super chique” que pode ser.
Se
já fez isso, mande uma foto pra gente, será muito divertido
compartilhar isso com os outros.
Fonte:
- cantinhodoscadeirantes.com.br
Obstáculos
nas ruas dificultam a vida de cadeirantes e deficientes visuais
Em
várias cidades, "armadilhas" que podem levar a acidentes
prejudicam os portadores de necessidades especiais e também idosos
e ciclistas.
A
mobilidade urbana é tema de reclamações em todo o Brasil.
Além
dos congestionamentos e problemas no transporte público, muitos
obstáculos são encontrados no caminho dos motoristas e pedestres.
Normalmente,
eles são resultado de obras de empresas diferentes que deixam
verdadeiras armadilhas para a população.
São
empresas que prestam serviços para a prefeitura ou também, mesmo
os órgãos públicos, que não se conversam.
Fazem
obras de qualquer jeito, para cumprir prazos, e o resultado é um
gasto duplo: com a obra e com o conserto.
Sem
falar no risco para a população.
As
rampas deveriam facilitar a vida de quem anda de cadeira de rodas,
mas em Iguaraçu, no Paraná, não é bem assim.
Tem
rampa que leva a um muro, a uma entrada de veículos.
“Se
a gente for olhar, não tem serventia para o cadeirante estar
transitando nessas rampas”, declara Roberto Mariano, operador de
máquinas.
Com
rampas desse jeito, quem precisa delas acaba seguindo pelas ruas.
Já
em Fortaleza os ciclistas sofrem com obstáculos nas
ciclovias.
Árvores
e tijolos atrapalham.
A
prefeitura informou que planeja padronizar as ciclovias na cidade
para que os ciclistas possam pedalar sem precisar fazer desvios.
Em
um bairro de Goiânia, 15 postes estão no caminho dos moradores e
enquanto não forem retirados de lá, o asfalto não será feito.
Em
São Luís, é preciso ainda mais atenção no trânsito.
Em
algumas avenidas só há semáforo em um dos sentidos da pista.
Há
calçadas em São Paulo com um piso especial para ajudar na
locomoção dos deficientes visuais.
Mas
em um trecho o traçado leva a uma mureta.
Nós
pedimos para Leonardo Leison, que é deficiente visual, para testar
o piso e ver o que ele acha.
Caminhou
bem até se deparar com a mureta.
“É
uma situação complicada, né?
Se
eu não tivesse experiência, não fosse ‘macaco velho’, como
dizem, poderia ter tropeçado ou pensar que era uma esquina, ficar
sem entender nada”, diz.
Para
o especialista João Álvaro de Moraes Felipe, Professor de
Orientação e Mobilidade, a obra é inadequada:
“No
mínimo um equívoco grande aí, porque para algumas pessoas com
deficiência visual, pode ser que eles consigam tirar de letra essa
situação, mas tem tantos outros que poderão até sofrer um
acidente se não tomarem cuidado.
Vai
ser uma situação não previsível por ele, vai ser surpreendido
por esse desvio e para uma mureta”, diz.
A
prefeitura de São Luís, onde só tem semáforo de um lado da rua,
disse que está providenciando os reparos.
Em
Iguaraçu (PR), a prefeitura pagou R$ 143 mil para a empresa que fez
as rampas para deficientes e informou que deve levar o caso à
Justiça para ser ressarcida pelos prejuízos.
Em
São Paulo, sobre a faixa para os cegos, a subprefeitura de
Pinheiros afirmou que o piso tátil está em conformidade com as
normas que tratam do assunto, mas disse que os técnicos vão ao
local fazer uma nova vistoria.
Fonte:
- g1.globo.com
É preciso que as pessoas tenham consciência e procurem conhecimento sobre os cadeirantes; são pessoas normais que gostam de se divertir, estudar, trabalhar, fazer compras, ir ao cinema e shows, que consomem produtos como qualquer outra pessoa comum apenas tem dificuldades de locomoção, isso porque as nossas cidades não tem mobilidade urbana e nem projetos arquitetônicos que facilitem o seu ir e vir; assim fica difícil a inclusão se não se tem acesso aos locais.
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