Acreditar em si mesmo

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sexta-feira, 21 de julho de 2017

10 coisas que aprendi namorando um cadeirante.



10 coisas que aprendi namorando um cadeirante



Gostei tanto do post da Cris, sobre 10 coisas que ela mais odeia em ser cadeirante, que resolvi entrar na onda e começar a fazer minhas listinhas.

Depois que conheci o Dado, muita coisa mudou na minha visão de mundo e achei que seria bacana começar listando as 10 coisas que aprendi com minha relação com um cadeirante.

Será que alguém vai se identificar?

Cadeirantes fazem sexo.

Sim meus caros leitores.

Eu também tinha esse tipo de dúvida.

O que a falta de informação não nos faz imaginar, não é mesmo?

Pois bem, descobri que cadeirantes transam, sentem tesão e gostam de sexo como qualquer pessoa.

Cadeirantes dirigem

Nada que a tecnologia não resolva.

Carros são máquinas e máquinas podem ser modificadas e adaptadas.

Quem dirige com os pés também pode dirigir com as mãos.

E é assim que a coisa funciona.

Banheiros reservados só devem ser usados por pessoas sem deficiência em casos de muita urgência

Pois é, galerinha, eu era do tipo que adorava usar um banheiro reservado para pessoas com deficiência.

Tão grande, tão espaçoso, dá até pra dançar lá dentro!

(Sim, eu já fiz isso :P).

Mas não foi difícil entender que devemos respeitar a finalidade das cabines maiores e deixá-las livres e limpas para aqueles que mesmo querendo, não conseguem entrar numa cabine menor.

Pessoas com deficiência podem ser bastante independentes

Quando conheci o Dado, ele morava com os pais.

Meu primeiro pensamento foi: “bom, ele deve precisar de ajuda no dia-a-dia e por isso ainda mora com eles.”

Claro que não.

As pessoas com deficiência são muito mais independentes do que imaginamos, mais até do que muito “andante” que conhecemos.

Não demorou pra sacar que ele só não tinha saído da casa dos pais ainda, por falta de oportunidade.

Vagas reservadas são reservadas.

Mas não pra mim

Não me lembro de ter estacionado em alguma vaga reservada antes de conhecer o Dado, mas também nunca tinha parado pra pensar que o tamanho e a localização dessas vagas tinha uma razão de ser.

Precisam ser largas, pra pessoa conseguir sair do carro com a cadeira de rodas e geralmente estão mais próximas da entrada do estabelecimento, pra que a pessoa não tenha que andar muito.

Afinal andar de cadeira de rodas ou mesmo muletas cansa pra caramba.

Já experimentou?

Pessoas com deficiência usam os mesmos móveis que todo mundo

Sim, caros leitores, cadeirantes costumam passar da cadeira pro sofá, pra cama, pra poltrona.

Não é porque eles estão sempre sentados, que não tem vontade de trocar de lugar vez em quando, né?

Um cadeirante pode dizer:

Vou andar na praia”

Lembro-me bem da minha reação a primeira vez que escutei o Dado falando:

Vou andar na praia mais tarde”.

Achei esquisitíssimo um cadeirante dizer que ia andar.

Eu mesma evitava usar essa palavra perto do Dado, como se fosse uma ofensa ou um soco no seu estômago.

Bobagem, bobagem!

Andar na praia” é só uma expressão, assim como “Vou dar uma corrida até a padaria” ou “vou a pé para o trabalho”.

Não é só porque a pessoa não anda de verdade que precisa começar a usar outras palavras, pra falar sobre ações do nosso cotidiano.

Um ou dois degraus podem ser um grande obstáculo

No início do nosso namoro, eu achava uma besteira o Dado não querer ir a algum lugar que tivesse escada.

Na minha cabeça era simples: bastava pedir ajuda a algum galalau forte.

Com o tempo entendi que pode ser bastante chato, constrangedor e até mesmo perigoso ficar subindo e descendo escada no colo dos outros.

Sem falar que é um direito das pessoas com deficiência terem acesso aos lugares.

Parei de pensar assim e hoje sou partidária de frequentar locais acessíveis.

Adaptar um banheiro ou mesmo um apartamento é mais simples e mais barato do que parece

É lógico que espaço se faz necessário.

Cadeiras de rodas costumam ser um pouco mais largas que uma pessoa e também dificultam algumas manobras.

Mas tendo-se o espaço necessário, alargar portas e colocar algumas barras já é o suficiente para se adaptar um lugar.

Volta e meia me perguntam quais as adaptações que fizemos no nosso apartamento e explico que foram poucas.

Alargamos algumas portas e baixamos cerca de 5 cm a altura de pias e bancadas.

Deixar as pias vazadas, sem armários embaixo também ajuda um bocado.

O resto fica por conta da altura onde guardamos as coisas nos armários.

E por último e talvez mais importante, cadeirantes trabalham, tem vida social, namoram, casam e tem filhos.

Ou seja, são pessoas como outras quaisquer, com os mesmo direitos de deveres.

O que faz das pessoas com deficiência diferentes, é o olhar da sociedade sobre elas.

E é isso que precisamos mudar.


Fonte: - maonarodablog.com.br





Uma cadeira de rodas em minha vida...



Faty Oliveira.


Lá está ela: quatro rodas de tamanhos diferentes e um assento.

Se dedicar alguns minutos para refletir, perceberá a quantidade de pensamentos que podemos ter em relação a cadeira de rodas.

Algumas são simples, outras modernas e sofisticadas.

Podem ser surradas pelo tempo ou história, mas podem impressionar pelo mais perfeito estado de conservação.

Pra uns, uma das mais nobres invenções da humanidade, pra outros a sentença de um terrível mal.

Muita gente tem dificuldade de se adaptar a cadeira de rodas e isso independe de tempo de uso como muitos podem pensar.

A resistência está muito mais relacionado ao quê o objeto representa do que sua necessidade de uso.

Levei longos anos e algumas sessões de terapia para lidar bem com minhas rodinhas.

Hoje fizemos as pazes e nem me importo de dividir o espaço com ela nas diversas fotos que gosto de tirar ou aos lugares que pretendo visitar.

Compreendi sua função e representação na minha história.

Por isso, a vejo como a amiga que sempre foi.

Mas por que tivemos esse impasse?

Aliás, quais são as razões de tantas pessoas não se adaptarem a essa nova realidade de vida?

A resposta está no dia a dia.

Tudo converge para uma visão negativa ao mundo com deficiência.

É a cidade sem acessibilidade, são as pessoas preconceituosas, é o mercado de trabalho que reduz as competências do profissional em função de suas especificidades físicas, é a mídia que pune aquele vilão da novela com um acidente que o tornará paraplégico, a família que super protege, os amigos que desaparecem porque ficou mais “complicado” de te chamar pra sair por causa dos lugares que frequentam já que a cidade não tem acessibilidade...

E voltamos nesse looping de motivos que atormentam a mente do cadeirante seja ele novato ou veterano.

Dificuldades na vida todos temos, é claro!

Mas quando seus problemas ocorrem devido o desenrolar dos fatos ou, como alguns preferem, por causa do destino se torna compreensível e, talvez, mais fácil de lidar.

Entretanto, quando observa essa terrível mão sobre si e aquela sufocante sensação de resígnação, aí meu camarada é (com o perdão da palavra) f#*& de lidar.

Os que se entregam a depressão, levam uma vida difícil e amarga se auto destruindo dia após dia por não pertencer aos padrões.

Entretanto, a maioria busca um jeito de viver seja por coexistência pacífica (algo tipo “ok cadeira, não gosto de você, mas vou te tolerar) ou por amor total.

O que todos precisamos entender é que não importa como você se locomove, fala, vê ou escuta.

O que nos define são nossas ações.

É a maneira que lidamos com as pessoas e, principalmente, com quem somos.

Entender isso te fará enxergar sua cadeira como uma aliada, algo fundamental para “ir e vir” aonde desejar.

Que tal começar a fazer as pazes hoje?

Deixe sua cadeira com a sua cara.

Cole uns adesivos, mude as rodas, faça algumas adaptações e mostre ao mundo a pessoa maravilhosa e “super chique” que pode ser.

Se já fez isso, mande uma foto pra gente, será muito divertido compartilhar isso com os outros.


Fonte: - cantinhodoscadeirantes.com.br



Obstáculos nas ruas dificultam a vida de cadeirantes e deficientes visuais


Em várias cidades, "armadilhas" que podem levar a acidentes prejudicam os portadores de necessidades especiais e também idosos e ciclistas.


A mobilidade urbana é tema de reclamações em todo o Brasil.

Além dos congestionamentos e problemas no transporte público, muitos obstáculos são encontrados no caminho dos motoristas e pedestres.

Normalmente, eles são resultado de obras de empresas diferentes que deixam verdadeiras armadilhas para a população.

São empresas que prestam serviços para a prefeitura ou também, mesmo os órgãos públicos, que não se conversam.

Fazem obras de qualquer jeito, para cumprir prazos, e o resultado é um gasto duplo: com a obra e com o conserto.

Sem falar no risco para a população.

As rampas deveriam facilitar a vida de quem anda de cadeira de rodas, mas em Iguaraçu, no Paraná, não é bem assim.

Tem rampa que leva a um muro, a uma entrada de veículos.

Se a gente for olhar, não tem serventia para o cadeirante estar transitando nessas rampas”, declara Roberto Mariano, operador de máquinas.

Com rampas desse jeito, quem precisa delas acaba seguindo pelas ruas.

Já em Fortaleza os  ciclistas sofrem com obstáculos nas ciclovias.

Árvores e tijolos atrapalham.

A prefeitura informou que planeja padronizar as ciclovias na cidade para que os ciclistas possam pedalar sem precisar fazer desvios.

Em um bairro de Goiânia, 15 postes estão no caminho dos moradores e enquanto não forem retirados de lá, o asfalto não será feito.

Em São Luís, é preciso ainda mais atenção no trânsito.

Em algumas avenidas só há semáforo em um dos sentidos da pista.

Há calçadas em São Paulo com um piso especial para ajudar na locomoção dos deficientes visuais.

Mas em um trecho o traçado leva a uma mureta.

Nós pedimos para Leonardo Leison, que é deficiente visual, para testar o piso e ver o que ele acha.

Caminhou bem até se deparar com a mureta.

É uma situação complicada, né?

Se eu não tivesse experiência, não fosse ‘macaco velho’, como dizem, poderia ter tropeçado ou pensar que era uma esquina, ficar sem entender nada”, diz.

Para o especialista João Álvaro de Moraes Felipe, Professor de Orientação e Mobilidade, a obra é inadequada:

No mínimo um equívoco grande aí, porque para algumas pessoas com deficiência visual, pode ser que eles consigam tirar de letra essa situação, mas tem tantos outros que poderão até sofrer um acidente se não tomarem cuidado.

Vai ser uma situação não previsível por ele, vai ser surpreendido por esse desvio e para uma mureta”, diz.

A prefeitura de São Luís, onde só tem semáforo de um lado da rua, disse que está providenciando os reparos.

Em Iguaraçu (PR), a prefeitura pagou R$ 143 mil para a empresa que fez as rampas para deficientes e informou que deve levar o caso à Justiça para ser ressarcida pelos prejuízos.

Em São Paulo, sobre a faixa para os cegos, a subprefeitura de Pinheiros afirmou que o piso tátil está em conformidade com as normas que tratam do assunto, mas disse que os técnicos vão ao local fazer uma nova vistoria.


Fonte: - g1.globo.com













Um comentário:

  1. É preciso que as pessoas tenham consciência e procurem conhecimento sobre os cadeirantes; são pessoas normais que gostam de se divertir, estudar, trabalhar, fazer compras, ir ao cinema e shows, que consomem produtos como qualquer outra pessoa comum apenas tem dificuldades de locomoção, isso porque as nossas cidades não tem mobilidade urbana e nem projetos arquitetônicos que facilitem o seu ir e vir; assim fica difícil a inclusão se não se tem acesso aos locais.

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