Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

terça-feira, 18 de julho de 2017

Você imagina como é a vida de um cadeirante?




VOCÊ IMAGINA COMO É A VIDA DE UM CADEIRANTE? 

HOJE CONTO MINHA HISTÓRIA PESSOAL


A maioria das pessoas ditas “normais”, ou seja, que não tem nenhum tipo de deficiência física ou não usa cadeira de rodas, talvez nunca tenha tido contato com esse tipo de gente.

Entretanto as dificuldades enfrentadas por nós, (sou cadeirante) são muitas, principalmente em um país como o Brasil.

Isso pode ser notado em situações que teoricamente não são complicadas de serem resolvidas, é só uma questão de sensibilidade e boa vontade.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, calçadas mal feitas e  transporte público deficitário são algumas das dificuldades encontradas por quem tem como companheira de vida uma cadeira de rodas.

É importante lembrar que os cadeirantes e outras categorias de deficientes existem e devem ser sempre considerados e apoiados pelo governo federal que poderia traduzir esse apoio efetivo através dos estados e prefeituras.

Não vou dizer aqui o que deve ser feito em cada local, mas no mínimo um estudo sobre a população deficiente deveria ser realizado por autoridades e órgãos competentes, com o intuito de mapear o público de necessitados, a fim de direcionar os tipos de reformas que devem ser realizadas em cada lugar.

Além disso responsabilizar-se pela manutenção e adequação permanente da acessibilidade.

Resguardar e favorecer o direito de ir e vir do deficiente com segurança.

Criar uma ouvidoria que atenda efetivamente todo o país para verificar casos particulares, já que cada pessoa tem suas dificuldades, e naturalmente deve ter a quem recorrer caso precise de ajuda.

Essas são apenas sugestões.


Graças a Deus, nasci em uma família que sempre me deu todo o apoio (fato que muitas vezes não é visto).

Tive paralisia cerebral, mas minha parte cognitiva não foi afetada, o que me possibilitou estudar normalmente tanto na escola, onde contei com a ajuda de pessoas incríveis com as quais mantenho amizade até hoje, quanto na faculdade onde me formei jornalista, em 2007 na UniFIAMFAAM, que fica na região do Morumbi.

Sobre as dificuldades que enfrento ou enfrentei, talvez pelo carinho diário que recebo da família, nem as percebo muito, mas a questão é que elas existem.

A falta de acessibilidade para chegar aos locais é notória e instalações adequadas também.

Cada vez que vou sair é uma situação complicada para buscar locais viáveis para cadeira de rodas.

Isso sem falar dos gastos adicionais que um deficiente tem por conta de seu problema eles são infindáveis.


Embora existam leis para os deficientes, na minha visão elas são falhas e tem muito o que melhorar.

Falando especificamente de minha situação como cadeirante, fui a várias grandes empresas, e raramente, para não dizer nunca, vi um cadeirante desempenhando seu trabalho, isso não é uma coincidência, tampouco um caso de um lugar único.

Parece que as empresas estão perdidas com as novas leis não sabendo se adaptar a essa realidade, ou preferem negligenciar o universo de que os deficientes fazem parte.

Na verdade, há uma forte desconsideração.

Não reclamo de nada na minha vida, mas essa situação não pode ser vista com frieza e descaso.

Cada caso deve ser enxergado com o devido carinho e responsabilidade que merece.

Estamos apenas engatinhando neste tema, ainda falta acolhimento, consciência social e proatividade.


Até mais, Gabriel Ábalos


Fonte: - brasilaromaticos.com.br
 


Ser cadeirante:

 A minha história de vida



Eu não sou muita boa em escrever histórias, principalmente sobre a minha vida, mas recentemente conheci a Carol, do Cantinho dos Cadeirantes e ela me pediu pra contar minha história de vida no blog dela.

Escrevi com o coração e vim compartilhar aqui também, pra vocês conhecerem um pouquinho mais sobre mim!!

 

Tudo começou quando eu era bem pequenininha, por volta de uns 3 aninhos de idade.

Foi quando meus pais perceberam que eu estava andando com a ponta dos pés e com um pouco de dificuldade.

Então eles me levaram na UNICAMP e lá fui diagnosticada com Amiotrofia Espinhal.

O diagnóstico foi fácil, já que tenho um irmão mais velho que já havia sido diagnosticado com essa doença.

Quando descobriram a doença do meu irmão, os médicos da UNICAMP disseram que se o próximo filho fosse menina, não teria problema nenhum.

Não foi o que aconteceu.. rs

Bom, sempre vivi a minha vida da melhor maneira possível, a Amiotrofia nunca foi um problema de verdade pra mim, pois eu já havia me acostumado a viver assim.

A minha doença se estabilizou e eu continuei andando (com um pouco de dificuldade) até os 11 pra 12 anos.

Nessa época aconteceram várias coisas na minha vida e uma delas foi a minha mudança de cidade.

Não sei se foi apenas coincidência, mas isso me fez piorar muito!

Passei a andar com mais dificuldade ainda e apenas com o apoio de alguém e foi assim que fui pra minha escola nova todos os dias, me apoiando no meu pai.

Era horrível, pois eu não tinha liberdade nenhuma na escola, eu ficava apenas na sala de aula e não saía nem pro intervalo.

Também não fui muito feliz nessa escola, além dos professores e diretores, os alunos eram muito preconceituosos, a ponto de eu ter que escutar perguntas do tipo:

Sua doença é contagiosa”?

Depois de 2 anos estudando nessa escola, senti que era hora de mudar.

Comecei aceitando a usar a tão temida cadeira de rodas, que eu sinceramente não queria de maneira alguma, mas que só levou uma semana pra me acostumar.

É muito fácil acostumar com o que nos dá liberdade!!

E é claro, mudei de escola!!

Apesar de ainda sofrer preconceitos, fui muito mais feliz nessa escola nova.

Fiz ótimas amizades, que infelizmente hoje não tenho tanto contato.

A vida tem dessas coisas, manda cada um pra um lado e a gente acaba se distanciando.

Me formei e hoje estou no último ano da faculdade de Administração, sou bancária e blogueira de beleza.

Sim, achei que seria legal incentivar as meninas que assim como eu, também são cadeirantes.

E foi aí que surgiu o Make Sobre Rodas. ?

Hoje em dia não vou mais a UNICAMP, acho que cansei de tanta gente querendo apenas me estudar.

Não existe cura para a Amiotrofia espinhal, pelo menos não por enquanto.

Com a medicina avançada como está, eu acredito sim que um dia isso irá ter cura, pode não ser na minha geração, mas sei que um dia vai ter.

Posso imaginar como foi difícil para os meus pais passarem por isso tudo com dois filhos, mas acho que Deus mandou as pessoas certas para serem meus pais.

Eles são maravilhosos e sempre me apoiaram em tudo.

Já passei por muita coisa nessa vida ( e olha que tenho apenas 23 aninhos), mas aprendi que ser cadeirante não me faz ser menos que os “andantes” e aprendi a não desistir nunca dos meus sonhos, por mais difícil que eles pareçam ser.

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Espero que tenham gostado de conhecer mais sobre a minha história!!

Beijos


Fonte: - makesobrerodas.com.br


 








Um comentário:

  1. A vida de um cadeirante não é nada fácil, porque se enfrenta muitas dificuldades no dia a dia como no ir e vir, nossas calçadas são precárias e dificultam muito para se andar de cadeira de rodas, as lojas nem todas tem acesso adequado para deficientes e nem banheiros adaptados, escolas não oferece quase acessibilidade alguma, bancos é a maior dificuldade para se ter acesso, ônibus apesar de ter equipamentos nem todos funcionam e quando funcionam os operadores não sabem manusear corretamente, hospitais, clínicas, institutos de imagens, laboratórios e outros não sabem com lidar com os deficientes porque os funcionários são despreparados e aí por diante; além do desrespeito das pessoas com as vagas especiais para deficientes das pessoas; nossa sociedade esta despreparadas para acessar incluir o deficientes nela.

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