Acreditar em si mesmo

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domingo, 30 de julho de 2017

A dor crônica: inimiga íntima.




Dor crônica: inimiga íntima



"A dor crônica é definida como a dor que persiste ou recorre por mais de 3 meses ou dor associada à lesão de algum tecido que imagina-se poder evoluir.

A dor crônica persiste por meses e até anos.

Tipos comuns de dor crônica incluem: dor nas costas, dor de cabeça, artrite, dor decorrente de câncer, e dor neuropática (resultante de lesão nos nervos)."

Esta definição de dor crônica explica o título do post:

inimiga, pois não faz bem, tira a concentração, causa irritação e uma série de outros problemas físicos e emocionais.

Íntima porque está presente todos os dias, em todas as situações, e só piora quando mais precisamos que ela desapareça.

Não consigo entender de onde vem tanta dor.

Sinto dor todos os dias, às vezes mais fraca, às vezes quase insuportável, tanto que chego a ficar com falta de ar.

Dói o corpo todo abaixo da lesão (no meu caso T2) e concentra-se em algumas partes como coluna lombar e nádegas.

Ás vezes acho até bom, pois como minha sensibilidade é reduzida, quando a dor está mais intensa sinto muito mais o corpo, até nos pés tenho sensibilidade.

Nas áreas em que se concentra a dor dá pra entender, é onde meu corpo recebe mais pressão.

E no restante do corpo?

Há um diagnóstico para esta dor como dor neuropática, que é freqüentemente intrigante e frustante, tanto para os pacientes como para os médicos, pois parece não apresentar uma causa definida, responde pouco aos tratamentos, pode durar indefinidamente, leva a incapacidade importante e até mesmo se exacerba com as variações climáticas e estados emocionais.

Outras consequências da dor crônica incluem "ocorrência de várias alterações psicológicas e aumento da irritabilidade, depressão mental, preocupação com o corpo e afastamento dos interesses externos.

Os pacientes que sofrem de dor crônica podem querer afastar-se das pessoas mais próximas e apresentar incapacidade para continuar com as atividades de trabalho e laser.

Outros sintomas comumente relatados por pacientes com dor crônica são insônia, diminuição do desejo sexual e alterações de apetite."

Felizmente não sofro a maior parte destas consequências, mas insônia tenho constantemente.

Tem semanas em que não durmo uma noite sequer.

Só consigo dormir de manhã, geralmente de exaustão por tentar a noite inteira.

Nos dias em que faço fisioterapia de pé, com as talas e andador, como ontem à noite, é certo de passar a noite em claro.

Felizmente tenho mais de cinquenta jogos no celular pra ajudar a passar o tempo.

Pelo menos psicologicamente isso não me afeta, não fico de mau humor nem reclamando.

Mas quando eu começar a trabalhar serão outros quinhentos.

Para melhorar ao longo do dia, costumo passar a tarde inteira deitado de bruços.

Geralmente ajuda muito, mas há as crises, às vezes por mudança climática, outras sem explicação, ela vem forte e não tem remédio que resolva.

Já fui em vários médicos e fiz alguns tratamentos para diminuir esta dor, já usei medicamentos pesados, e o que deu mais certo foi Cloridato de Tramadol todo dia à noite e um Tilex quando a dor está mais forte.

Atualmente adicionei amitriptilina de 12 em 12 horas, mas o efeito é sempre o mesmo: no início do tratamento melhora bastante, dali um mês ou dois volta do mesmo jeito.

Sempre quis conversar sobre isso com outros paraplégicos vítimas de trauma raquimedular como eu, pra saber se passam por isso também.

Estou nessa luta há mais de dois anos e parece que a intensidade até aumentou.

Mas gostaria muito de saber se tem mais alguém neste calvário.

Amigos que aqui visitam, alguém sente dores constantemente, todos os dias e muito intensa?



Fonte: - blog do cadeirante




Tristeza… Solidão



Quero escrever o que não consigo dizer.

Me apetece, me abrir, como um livro em branco e a cada palavra uma emoção.

Um significado, um pedaço de ficção tornado real.

Sinto-me a desfalecer, como um sobrevivente num barco no meio de uma tempestade, onde sabe que só um milagre o fará sobreviver.

Porque sou assim?

Porque não consigo me controlar, tento sempre algo com medo, de que as pessoas não gostem mim.

Não quis sofrer mais, por isso decidi me afastar de todo mundo.

Agora em vez de um coração tenho uma pedra.

Difícil será pedir ajuda, mas porque fujo de tudo e de todos.

Não enfrento os meus medos.

Sempre fugo, mas os problemas não desaparecem, apenas adormecem num sono leve.

Continuamente dormindo, até um dia que acorda.

Mais furioso, que um bebé com sono.

Será que um dia vou acordar para a vida?

Será que algum dia, vou deixar de fugir?

De não precisar me esconder por detrás de uma máscara.

Algum dia terei paz, comigo mesmo.

Procuro o que?

Me escondo do que?

Do sofrimento?!

Mas senão sofrer não viverei, ficará sempre a angústia de poder ter feito algo mais, ser capaz de ter feito outra coisa para mudar a mim.

Então o que me falta?

Não sei, não me conheço, e muito menos sei quem fui, sou ou serei.

Sou um sentimentalista barato, daqueles livros que se compram, mesmo não sabendo o fim são todos iguais e terminaram da mesma maneira.

Só muda o conteúdo, a forma do conteúdo é sempre mesma.

Devo ser mesmo uma criancinha, não amadureci o suficiente.

Não cresci em termos mentais.

Se calhar não vivo, sobrevivo.

Vou sobrevivendo, não questionando, não esticando a corda.

Se calhar me limito seguir os passos e opiniões dos outros.

Em vez de ter uma personalidade própria.

Se calhar também por ter mentido, muito a mim próprio agora já não sei quem sou.

Me perdi no caminho, e agora não sei o caminho de volta.

Um circulo vicioso, onde já não sei onde começou e onde acaba.

Ainda terei a tempo, de me encaminhar e não me perder de vez?

Alguém saberá me dar essa resposta e tantas outras que eu não sei.

Talvez não tenha procurado bem, ou não tenho procurado nos lugares certos.

O lamentar não me ajuda em nada, só faz com que tenha pena do que estou sendo neste momento.

O frio passou, o frio que tinha quando comecei a escrever, mas o gelo dentro de mim, a angústia, a tristeza, o sofrimento continua.

Não há alegria nos meus olhos, como num dia cinzento onde só chove.

Em que a minha cara são as gotas, que caíram nesse dia de temporal.

Onde o sol se escondeu, tornou-se cinzento, carregado.

Não há cores vivas, mas sim cores mórbidas.

Algum dia terei gostado de alguém realmente?

Sim, apesar de tudo não sou assim tão frio.

Da minha família, dos meus verdadeiros amigos, de um grande, verdadeiro e único amor, desses gostei.

Quando deixei de ter interesse na vida?

Quando passei a sobreviver, como um náufrago onde só ver mar e mar e mais mar.

Mas acredito que sobreviverei, mas já não tenho a certeza de nada.


Fonte: - universodeumcadeirante.wordpress.com



Abnegação


A evolução espiritual é um fenômeno bastante complexo, que se dá em sucessivas fases.

No começo, predomina a natureza corpórea.

Dominada pelos instintos, a criatura dedica seu tempo e seu interesse a atividades comezinhas.

Comer, vestir-se, abrigar-se, procriar e cuidar da prole, eis a que se resumem suas preocupações.

Nesse período, o egoísmo é marcante.

Os instintos de conservação da vida e da preservação da espécie têm absoluta preponderância.

Com o tempo, o ser começa a desvincular-se de sua origem.

A inteligência se desenvolve, o raciocínio se sofistica e o senso moral desabrocha.

As invenções tornam possível gastar tempo com questões não diretamente ligadas à sobrevivência.

Viver deixa de ser tão difícil, sob o prisma material.

Em compensação, começam os dilemas morais.

Com a razão desenvolvida, a responsabilidade surge forte nos caminhos espirituais.

O que antes era admissível passa a ser um escândalo.

A sensibilidade se apura e a criatura aspira por realizações intelectuais e afetivas.

Essa nova sensibilidade também evidencia que o próximo é seu semelhante, com igual direito a ser feliz e realizado.

Gradualmente se evidencia a igualdade básica entre todos os homens.

Malgrado possuidores de talentos e valores diversos, não se distinguem no essencial.

Uma chama divina os anima e a todos conduzirá aos maiores cimos da evolução.

Contudo, o abandono dos hábitos toscos das primeiras vivências não é fácil.

Séculos são gastos na árdua tarefa de domar vícios e paixões.

As encarnações se sucedem enquanto o Espírito luta para ascender.

O maior entrave para a libertação das experiências dolorosas é o egoísmo, que possui forte vínculo com o apego às coisas corpóreas.

Quanto mais se aferra aos bens materiais, mais o homem demonstra pouco compreender sua natureza espiritual.

O Espírito necessita libertar-se do apego a coisas transitórias.

Apenas assim ele adquire condições de viver as experiências sublimes a que está destinado.

Quem deseja sair do primitivismo deve combater o gosto pronunciado pelos gozos da matéria.

O melhor meio para isso é praticar a abnegação.

Trata-se de uma virtude que se caracteriza pelo desprendimento e pelo desinteresse.

A ação abnegada importa na superação das tendências egoístas do agente.

Age-se em benefício de uma causa, pessoa ou princípio, sem visar a qualquer vantagem ou interesse pessoal.

Certamente não é uma virtude que se adquire a brincar.

Apenas com disciplina e determinação é que ela se incorpora ao caráter.

Mas como ninguém fará o trabalho alheio, é preciso principiar em algum momento.

Comece, pois, a praticar a abnegação.

Esforce-se em realizar uma série de atitudes com foco no próximo.

Esqueça a sua personalidade e pense com interesse no bem alheio.

Esse esforço inicial não tardará a dar frutos.

O gosto pelo transitório lentamente o abandonará.

Ele será substituído pelos prazeres espirituais.

Você descobrirá a ventura de ser bondoso, de amparar os caídos e de ensinar os ignorantes.

Esses gostos suaves e transcendentes o conduzirão a esferas de sublimes realizações.

Pense nisso.


Fonte: - Momento Espírita. Em 17.6.2013.











Um comentário:

  1. Essas dores crônicas pra mim é um verdadeiro tormento e elas me afetam todos os dias 24 horas, me incomodam o dia inteiro e a noite se tornam mais fortes e não me deixam dormir, mesmo tomando tramadol elas não amenizam; não sei mais o que fazer ou falar com o médico. Fico numa situação difícil.

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