Dor
crônica: inimiga íntima
"A
dor crônica é definida como a dor que persiste ou recorre por mais
de 3 meses ou dor associada à lesão de algum tecido que imagina-se
poder evoluir.
A
dor crônica persiste por meses e até anos.
Tipos
comuns de dor crônica incluem: dor nas costas, dor de cabeça,
artrite, dor decorrente de câncer, e dor neuropática (resultante de
lesão nos nervos)."
Esta
definição de dor crônica explica o título do post:
inimiga,
pois não faz bem, tira a concentração, causa irritação e
uma série de outros problemas físicos e emocionais.
Íntima
porque está presente todos os dias, em todas as situações, e só
piora quando mais precisamos que ela desapareça.
Não
consigo entender de onde vem tanta dor.
Sinto
dor todos os dias, às vezes mais fraca, às vezes quase
insuportável, tanto que chego a ficar com falta de ar.
Dói
o corpo todo abaixo da lesão (no meu caso T2) e concentra-se em
algumas partes como coluna lombar e nádegas.
Ás
vezes acho até bom, pois como minha sensibilidade é reduzida,
quando a dor está mais intensa sinto muito mais o corpo, até nos
pés tenho sensibilidade.
Nas
áreas em que se concentra a dor dá pra entender, é onde meu corpo
recebe mais pressão.
E
no restante do corpo?
Há
um diagnóstico para esta dor como dor neuropática, que é
freqüentemente intrigante e frustante, tanto para os pacientes como
para os médicos, pois parece não apresentar uma causa definida,
responde pouco aos tratamentos, pode durar indefinidamente, leva a
incapacidade importante e até mesmo se exacerba com as variações
climáticas e estados emocionais.
Outras
consequências da dor crônica incluem "ocorrência de várias
alterações psicológicas e aumento da irritabilidade, depressão
mental, preocupação com o corpo e afastamento dos interesses
externos.
Os
pacientes que sofrem de dor crônica podem querer afastar-se das
pessoas mais próximas e apresentar incapacidade para continuar com
as atividades de trabalho e laser.
Outros
sintomas comumente relatados por pacientes com dor crônica são
insônia, diminuição do desejo sexual e alterações de apetite."
Felizmente
não sofro a maior parte destas consequências, mas insônia tenho
constantemente.
Tem
semanas em que não durmo uma noite sequer.
Só
consigo dormir de manhã, geralmente de exaustão por tentar a noite
inteira.
Nos
dias em que faço fisioterapia de pé, com as talas e andador, como
ontem à noite, é certo de passar a noite em claro.
Felizmente
tenho mais de cinquenta jogos no celular pra ajudar a passar o tempo.
Pelo
menos psicologicamente isso não me afeta, não fico de mau humor nem
reclamando.
Mas
quando eu começar a trabalhar serão outros quinhentos.
Para
melhorar ao longo do dia, costumo passar a tarde inteira deitado de
bruços.
Geralmente
ajuda muito, mas há as crises, às vezes por mudança climática,
outras sem explicação, ela vem forte e não tem remédio que
resolva.
Já
fui em vários médicos e fiz alguns tratamentos para diminuir esta
dor, já usei medicamentos pesados, e o que deu mais certo foi
Cloridato de Tramadol todo dia à noite e um Tilex quando a dor está
mais forte.
Atualmente
adicionei amitriptilina de 12 em 12 horas, mas o efeito é sempre o
mesmo: no início do tratamento melhora bastante, dali um mês ou
dois volta do mesmo jeito.
Sempre
quis conversar sobre isso com outros paraplégicos vítimas de trauma
raquimedular como eu, pra saber se passam por isso também.
Estou
nessa luta há mais de dois anos e parece que a intensidade até
aumentou.
Mas
gostaria muito de saber se tem mais alguém neste calvário.
Amigos
que aqui visitam, alguém sente dores constantemente, todos os dias e
muito intensa?
Fonte:
- blog do cadeirante
Tristeza…
Solidão
Quero
escrever o que não consigo dizer.
Me
apetece, me abrir, como um livro em branco e a cada palavra uma
emoção.
Um
significado, um pedaço de ficção tornado real.
Sinto-me
a desfalecer, como um sobrevivente num barco no meio de uma
tempestade, onde sabe que só um milagre o fará sobreviver.
Porque
sou assim?
Porque
não consigo me controlar, tento sempre algo com medo, de que
as pessoas não gostem mim.
Não
quis sofrer mais, por isso decidi me afastar de todo mundo.
Agora
em vez de um coração tenho uma pedra.
Difícil
será pedir ajuda, mas porque fujo de tudo e de todos.
Não
enfrento os meus medos.
Sempre
fugo, mas os problemas não desaparecem, apenas adormecem num sono
leve.
Continuamente
dormindo, até um dia que acorda.
Mais
furioso, que um bebé com sono.
Será
que um dia vou acordar para a vida?
Será
que algum dia, vou deixar de fugir?
De
não precisar me esconder por detrás de uma máscara.
Algum
dia terei paz, comigo mesmo.
Procuro
o que?
Me escondo
do que?
Do
sofrimento?!
Mas
senão sofrer não viverei, ficará sempre a angústia de poder ter
feito algo mais, ser capaz de ter feito outra coisa para mudar a mim.
Então
o que me falta?
Não
sei, não me conheço, e muito menos sei quem fui, sou ou serei.
Sou
um sentimentalista barato, daqueles livros que se compram, mesmo não
sabendo o fim são todos iguais e terminaram da mesma maneira.
Só
muda o conteúdo, a forma do conteúdo é sempre mesma.
Devo
ser mesmo uma criancinha, não amadureci o suficiente.
Não
cresci em termos mentais.
Se
calhar não vivo, sobrevivo.
Vou
sobrevivendo, não questionando, não esticando a corda.
Se
calhar me limito seguir os passos e opiniões dos outros.
Em
vez de ter uma personalidade própria.
Se
calhar também por ter mentido, muito a mim próprio agora já não
sei quem sou.
Me
perdi no caminho, e agora não sei o caminho de volta.
Um
circulo vicioso, onde já não sei onde começou e onde acaba.
Ainda
terei a tempo, de me encaminhar e não me perder de vez?
Alguém
saberá me dar essa resposta e tantas outras que eu não sei.
Talvez
não tenha procurado bem, ou não tenho procurado nos lugares certos.
O
lamentar não me ajuda em nada, só faz com que tenha pena do que
estou sendo neste momento.
O
frio passou, o frio que tinha quando comecei a escrever, mas o gelo
dentro de mim, a angústia, a tristeza, o sofrimento continua.
Não
há alegria nos meus olhos, como num dia cinzento onde só chove.
Em
que a minha cara são as gotas, que caíram nesse dia de temporal.
Onde
o sol se escondeu, tornou-se cinzento, carregado.
Não
há cores vivas, mas sim cores mórbidas.
Algum
dia terei gostado de alguém realmente?
Sim,
apesar de tudo não sou assim tão frio.
Da
minha família, dos meus verdadeiros amigos, de um grande, verdadeiro
e único amor, desses gostei.
Quando
deixei de ter interesse na vida?
Quando
passei a sobreviver, como um náufrago onde só ver mar e mar e mais
mar.
Mas
acredito que sobreviverei, mas já não tenho a certeza de nada.
Fonte:
- universodeumcadeirante.wordpress.com
Abnegação
No
começo, predomina a natureza corpórea.
Dominada
pelos instintos, a criatura dedica seu tempo e seu interesse a
atividades comezinhas.
Comer,
vestir-se, abrigar-se, procriar e cuidar da prole, eis a que se
resumem suas preocupações.
Nesse
período, o egoísmo é marcante.
Os
instintos de conservação da vida e da preservação da espécie têm
absoluta preponderância.
Com
o tempo, o ser começa a desvincular-se de sua origem.
A
inteligência se desenvolve, o raciocínio se sofistica e o senso
moral desabrocha.
As
invenções tornam possível gastar tempo com questões não
diretamente ligadas à sobrevivência.
Viver
deixa de ser tão difícil, sob o prisma material.
Em
compensação, começam os dilemas morais.
Com
a razão desenvolvida, a responsabilidade surge forte nos caminhos
espirituais.
O
que antes era admissível passa a ser um escândalo.
A
sensibilidade se apura e a criatura aspira por realizações
intelectuais e afetivas.
Essa
nova sensibilidade também evidencia que o próximo é seu
semelhante, com igual direito a ser feliz e realizado.
Gradualmente
se evidencia a igualdade básica entre todos os homens.
Malgrado
possuidores de talentos e valores diversos, não se distinguem no
essencial.
Uma
chama divina os anima e a todos conduzirá aos maiores cimos da
evolução.
Contudo,
o abandono dos hábitos toscos das primeiras vivências não é
fácil.
Séculos
são gastos na árdua tarefa de domar vícios e paixões.
As
encarnações se sucedem enquanto o Espírito luta para ascender.
O
maior entrave para a libertação das experiências dolorosas é o
egoísmo, que possui forte vínculo com o apego às coisas corpóreas.
Quanto
mais se aferra aos bens materiais, mais o homem demonstra pouco
compreender sua natureza espiritual.
O
Espírito necessita libertar-se do apego a coisas transitórias.
Apenas
assim ele adquire condições de viver as experiências sublimes a
que está destinado.
Quem
deseja sair do primitivismo deve combater o gosto pronunciado pelos
gozos da matéria.
O
melhor meio para isso é praticar a abnegação.
Trata-se
de uma virtude que se caracteriza pelo desprendimento e pelo
desinteresse.
A
ação abnegada importa na superação das tendências egoístas do
agente.
Age-se
em benefício de uma causa, pessoa ou princípio, sem visar a
qualquer vantagem ou interesse pessoal.
Certamente
não é uma virtude que se adquire a brincar.
Apenas
com disciplina e determinação é que ela se incorpora ao caráter.
Mas
como ninguém fará o trabalho alheio, é preciso principiar em algum
momento.
Comece,
pois, a praticar a abnegação.
Esforce-se
em realizar uma série de atitudes com foco no próximo.
Esqueça
a sua personalidade e pense com interesse no bem alheio.
Esse
esforço inicial não tardará a dar frutos.
O
gosto pelo transitório lentamente o abandonará.
Ele
será substituído pelos prazeres espirituais.
Você
descobrirá a ventura de ser bondoso, de amparar os caídos e de
ensinar os ignorantes.
Esses
gostos suaves e transcendentes o conduzirão a esferas de sublimes
realizações.
Pense
nisso.
Fonte:
- Momento Espírita. Em 17.6.2013.
Essas dores crônicas pra mim é um verdadeiro tormento e elas me afetam todos os dias 24 horas, me incomodam o dia inteiro e a noite se tornam mais fortes e não me deixam dormir, mesmo tomando tramadol elas não amenizam; não sei mais o que fazer ou falar com o médico. Fico numa situação difícil.
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