A
serenidade
O
semblante sempre carregado e o cenho franzido traduzem a angústia
íntima.
A
problemática em que se encontram mergulhados.
Em
alguns momentos, a impressão que se tem é que a maioria das gentes
anda em batalha interior constante.
E
nos perguntamos:
Onde
a serenidade?
Em
especial daqueles de nós que ostentamos o adjetivo de cristãos.
Acaso
teremos esquecido a exortação de Jesus:
A
cada dia basta o seu cuidado?
E
aquela outra:
Se
pois Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é
lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé!
É
por essa razão que, com regularidade, a Providência Divina permite
que Seus missionários visitem a Terra, travestidos em corpos humanos
e nas mais variadas frentes de trabalho.
Recordamos
que em 1958, o Mundo assistiu à posse de mais um Papa.
Os
cardeais, em Roma, encontraram um sucessor para Pio XII, que morrera
após dirigir os destinos da Igreja Católica por 19 anos.
Aos
77 anos, Ângelo Giuseppe Roncalli assumiu o papado com o nome de
João XXIII. Ângelo Roncalli era um homem que causava um impacto
sempre favorável nas pessoas.
Reconhecia
claramente suas limitações e era dotado de um vivo senso de humor.
Surpreendeu
pela coragem de inaugurar debates sobre temas intocáveis até então.
Em
um documento asseverou que todos os homens têm direito de escolher a
sua religião.
Em
1960, num dos seus escritos, ele registrou uma página com notável
sentimento de religiosidade universal.
Chama-se
O
Decálogo da Serenidade
e contém dez sugestões de conduta para o homem que deseja a paz.
1ª
- Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente
neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de
uma só vez.
2ª
- Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha
convivência; cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem
pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim
mesmo.
3ª
- Hoje, apenas hoje, serei feliz, na certeza de que fui criado para a
felicidade, não só no outro Mundo, mas também já neste.
4ª
- Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem
pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus
desejos.
5ª
- Hoje, apenas hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa
leitura, recordando que, assim como o alimento é necessário para a
vida do corpo, assim a boa leitura é necessária para a vida da
alma.
6ª
- Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação e não direi a ninguém.
7ª
- Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e
se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o
saiba.
8ª
- Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado.
Talvez
não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei.
E
fugirei de dois males: a pressa e a indecisão.
9ª
- Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias
mostrem o contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim como
se não existisse mais ninguém no Mundo.
10ª
- Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor.
De
modo especial não terei medo de gozar o que é belo e de crer na
bondade.
Pense
nisso!
O
homem do futuro, que define as conquistas das virtudes nos esforços
do presente, descobre o imenso prazer de ser bom, humano e
benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de
crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Pense
nisso!
Mas,
pense agora.
Fonte:
- Momento Espírita, com base no texto O decálogo da serenidade, da
Revista Reformador de agosto de 1996, ed. Feb. Disponível no CD
Momento Espírita, v. 1, ed. Fep. Em 28.01.2008.
Serenidade
e acomodação.
Irmã
da indiferença, aparentada com a preguiça, a acomodação é como
uma doença que aos poucos paralisa as iniciativas humanas.
A
acomodação vai contra o ritmo da vida.
Sim,
porque aqui na Terra tudo nos convida ao trabalho.
A
ação move a roda do progresso e é responsável pelos avanços
humanos.
Sem
trabalho, o homem se afasta de seu grupo social.
Sem
agir, ele se torna praticamente invisível aos outros.
E
assim foge ao contato que pode enriquecer sua experiência de vida.
Você
já notou como há gente acomodada no Mundo?
Pessoas
que, à primeira dificuldade, simplesmente desistem.
Outras
há que sequer começam qualquer coisa que dê trabalho dobrado.
São
vítimas da preguiça.
É
óbvio que essa acomodação não se restringe apenas ao trabalho.
Quem
é acomodado, leva isso para todos os demais aspectos da vida.
Assim,
o acomodado não busca se aperfeiçoar ou se aprimorar.
Pior:
geralmente, costuma reclamar que não é valorizado.
Esquece
que não é valorizado porque está parado no tempo.
A
atitude do acomodado é muito diferente da atitude de uma pessoa que
enfrenta os acontecimentos da vida com serenidade.
Vamos
ver qual a diferença?
Sereno
é aquele que, diante de uma situação adversa analisa todas as
variáveis: verifica onde errou, como pode corrigir e pesa os prós e
os contras.
Em
geral, a pessoa realmente serena não se deixa perturbar pelas
dificuldades, mas busca soluções.
O
acomodado é bem diferente.
Ele
diz simplesmente:
“Deus
quis assim e eu não vou contra Ele”.
E
cruza os braços!
Ora,
é indiscutível que tudo o que acontece é porque Deus permite.
Também
não se trata de ser contra a vontade divina.
No
entanto, as dificuldades chegam para que aprendamos a lidar com elas.
Ou
seja: toda situação difícil traz uma lição.
Mas
esse aprendizado é longo e tem várias fases.
Depois
de observar quais lições aprendemos com determinados episódios, o
passo seguinte é verificar se podemos minimizar os efeitos
negativos.
A
diferença entre uma pessoa tranquila e uma pessoa acomodada é que
a segunda não aproveita a lição de forma completa.
Ela
para no meio do caminho.
Quando
algo aparentemente ruim acontece, chora, se lamenta e fica por isso
mesmo.
Algumas
vezes até permanece calma, mas não reflete, nem toma qualquer
atitude para que no futuro não mais seja atingida por situações
semelhantes.
Em
verdade, o acomodado tem preguiça de pensar no que fará daí por
diante.
Para
ele é mais fácil varrer as dificuldades para debaixo do tapete do
esquecimento.
E
esse conformismo paralisa a criatura, faz com que ela se torne
apática, sem iniciativa.
Por
isso, vale a pena observar os nossos atos perante a vida.
Que
estamos fazendo com as lições que Deus nos permite vivenciar?
Será
que estamos aproveitando para mudar hábitos negativos?
Para
modificar a maneira de ver as coisas?
Não
esqueça de que cada momento vivido é um instante único em nossa
trajetória.
Cada
lágrima ou sorriso carrega consigo um mundo de ricas experiências
que devemos aproveitar.
Pense
nisso!
Fonte:
- Momento Espírita.
Serenidade
e sabedoria.
A
serenidade é conquista que se consegue com o esforço pessoal,
passo a passo.
Pequenos
desafios que são superados;
irritações que conseguimos controlar; desajustes
emocionais corrigidos; vontade bem direcionada; ambição
freada, são todas experiências para a aquisição da serenidade.
Um
Espírito sereno é aquele que se encontrou consigo próprio,
sabendo exatamente o que deseja da vida.
A
serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável para os
que estão à volta.
Inspira
confiança, acalma e propõe afeição.
O
homem que consegue ser sereno já venceu grande parte da luta.
Assim,
não permitamos que nenhuma agressão exterior nos perturbe,
causando irritação e desequilíbrio.
Procuremos
manter a serenidade em todas as realizações.
A
nossa paz é moeda arduamente conquistada, que não devemos atirar
fora por motivos irrelevantes.
Os
tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que
ninguém toma, jamais se perdem, e sempre seguem com a pessoa.
Quando
estejamos diante de alguém que engana, traindo a nossa confiança,
o nosso ideal, procuremos nos manter serenos.
O
enganador é quem deve estar inquieto, e não a sua vítima.
Em
nosso círculo familiar ou social, sempre iremos nos defrontar com
pessoas perturbadas, confusas e agressivas.
Não
nos desgastemos com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em
que se fixam.
Elas
são um teste para a nossa paciência e serenidade.
Procuremos
nos manter sempre em contato com o Alto, através da prece, buscando
continuamente compreender as situações que a vida nos apresenta,
enxergando-as como oportunidades, e não como crises.
Quem
consegue manter a serenidade diante das pequenas dificuldades que
surgem, vence mais facilmente os grandes desafios.
O
homem sereno consegue viver mais feliz, pois nada parece afligi-lo a
ponto de fazê-lo desistir dos sonhos que traçou para si mesmo.
O
homem sereno jamais busca resolver suas questões através de
comportamento violento, e por isso há mais paz em sua vida.
A
serenidade que Jesus mantinha em Seu coração era algo sublime.
Poucos
eram aqueles que não se emocionavam em Sua presença, pois essa
virtude se exteriorizava pelo olhar tranquilo e profundo; irradiava
pelo semblante carinhoso e pacífico; emanava pelas palavras ditas
com tanto amor, que pareciam beijar e abraçar aqueles que as
ouviam.
Poucos
foram aqueles que não tiveram seus olhares inundados pelas lágrimas
da emoção, ao estarem na companhia do Espírito mais sereno que já
esteve na face da Terra.
Experimentando
as mais cruas acusações sem uma palavra de defesa, na mais dura
soledade, sem uma só exigência, Jesus deu o testemunho mais pesado
através da agonia pelo amor.
Sem
qualquer constrangimento, se manteve em serenidade admirável, para
ensinar que a dinâmica da vitória sobre si mesmo é resultante do
autodescobrimento e da aplicação das próprias forças no
exercício do perdão incondicional e a situações, pessoas e
coisas da rota evolutiva.
Fonte:
- Momento Espírita, com base no cap. 36, do livro Episódios
diários e parágrafos
finais do cap.19, do livro Florações
evangélicas, ambos
pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed Leal. Em 8.3.2013.
A
confiança é própria das crianças.
Elas
se entregam sem temor àqueles em quem confiam.
E,
pai e mãe representam para elas a maior segurança.
Se
todos os homens confiassem em Deus como as crianças confiam em seus
pais, mais amena seria a vida, porque essa confiança significa ter
fé.
A
fé é essa chama divina que aquece o Espírito e lhe dá forças
para tudo superar: mágoas, revoltas, traições.
Com
fé, o homem sobrevive ao clima de aflição, não se deixando jamais
desesperar.
Enquanto
outros param à borda do abismo, acreditando que ele seja
intransponível, o homem de fé procura passagens diversas para
alcançar o outro lado em segurança.
O
homem de fé é o que não se inquieta com as notícias que falam de
crises e de tempos difíceis.
Prossegue
trabalhando sem cansaço porque está seguro de que terá forças
para vencer.
E
para que a fé não esmoreça, ele a sustenta com os valores da
reflexão e da prece, porque nenhuma chama prossegue ardendo sem
combustível para a sustentar.
Jesus
usou a figura do grão de mostarda para falar a respeito da fé,
afirmando que quem a possuísse daquele tamanho, poderia remover
montanhas.
E
a mulher, portadora de hemorragia há vários anos, provou ser
verdade.
Bastou-lhe
tocar a barra do manto de Jesus para ficar curada da sua
problemática.
Assim
como deram prova de fé Jairo, que veio rogar a Jesus pela cura de
sua filha e o soldado que Lhe veio pedir por seu servidor de muitos
anos.
Todos,
por terem fé, movimentaram forças interiores que atraíram as
energias curativas de Jesus, atingindo os objetivos que buscavam: a
saúde daqueles a quem amavam.
Com as dificuldades que enfrentamos nos dias de hoje repleto de desafios precisamos ter bom senso e ser muito paciente para conviver com a atualidade em que vivemos numa sociedade desumana que nos empurra para o pior e pela desordem em que se encontra ficar difícil manter a serenidade.
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