Coisas
que um cadeirante ADORA escutar.
Muitas
vezes as pessoas não fazem por mal, a falta de informação acerca
da condição de cadeirante gera perguntas ridículas e situações
constrangedoras.
Nas
primeiras vezes temos paciência e levamos numa boa os
questionamentos, mas chega uma hora que, dependendo do indivíduo e
da pergunta (tem uns que fazem de sacanagem), dá vontade de
aproveitar a altura em que nossa mão fica em relação às pessoas e
lascar um murro nas partes baixas.
Abaixo
listei algumas situações e questões que muitos cadeirantes
vivenciam.
Em
nome do bom convívio social, da tolerância com o próximo e da
paciência gigantesca geralmente somos educados.
Mas,
e se não fossemos?...
Como
minha criatividade pro mal feito é muita, mando duas respostas
"tolerância zero" pra cada pergunta.
Situação:
Contando
sobre a perda de sensibilidade.
Pergunta:
Você
não sente nada mesmo?
O
que ele responde:
Não,
não sinto nada mesmo.
O
que gostaria de responder:
Às
vezes sinto vontade de chorar quando alguém pergunta isso.
Sinto
muito sobre sua ignorância cavalar que não te deixa entender o que
é perda de sensibilidade.
Situação:
O
cadeirante diz que tem carro e dirige.
Pergunta:
Como
é que você faz pra dirigir?
O
que ele responde:
Meu
carro é adaptado pra mim.
O
que gostaria de responder:
Deito
no banco, acelero com uma mão, dirijo com a outra e amarrei um
espelho no banco pra enxergar a estrada.
Tranquilo.
Instalei
um controle de videogame no carro pra fazer tudo na mão.
O
problema é quando dá game over, o carro para de funcionar.
Situação:
O
cadeirante mostra o carro adaptado pro animal acreditar.
Pergunta:
Ah,
você dirige com as mãos?
O
que ele responde:
Sim,
é tudo nas mãos.
O
que gostaria de responder:
Não,
dirijo com o nariz, gosto de aventura.
Todo
mundo dirige com as mãos, sua toupeira, a diferença é que acelero
e freio com uma das mãos.
Situação:
O
cadeirante se mexe na cadeira, mudando um pouco de posição.
Pergunta:
Deve
ser muito ruim ficar sempre sentado né?
O
que ele responde:
Sim,
muito ruim.
O
que gostaria de responder:
Que
nada, a gente descansa pra caramba, e nem precisamos pegar cadeira,
banco, nada, temos sempre lugar pra sentar.
Ruim
mesmo é não alcançar sua nuca pra te dar um tabefe.
Situação:
O
cadeirante faz elevação (se suspende pelos braços)
Pergunta:
Sua
bunda não fica doendo?
O
que ele responde:
Tenho
pouca sensibilidade (ou nenhuma).
O
que gostaria de responder:
Sua
anta, não lembra que te falei que não sinto nada?
Menos
que a sua, que está sempre em uso...
Situação:
Conversa
sobre sexo.
Pergunta:
Você
tem disfunção erétil?
O
que ele responde:
Não,
funciona direitinho.
O
que gostaria de responder:
Brocha
é a pqp.
Dá
uma apalpada aqui em baixo que você descobre.
Situação:
Ainda
conversa sobre sexo.
Pergunta:
Você
consegue transar normalmente?
O
que ele responde:
Sim,
só fico limitado a algumas posições.
O
que gostaria de responder:
Não,
preciso utilizar a posição 238 do Kama Sutra me pendurando no teto
enquanto minha parceira planta bananeira.
Pergunta
sua irmã que ela te responde.
Situação:
Comentando
sobre como tomamos banho.
Pergunta:
Você
consegue tomar banho sozinho?
O
que ele responde:
Sim,
tenho uma cadeira própria pra entrar debaixo do chuveiro.
O
que gostaria de responder:
Tenho
três enfermeiras gostosas que me dão banho de esponja todo dia.
Não,
quando sua irmã não está ocupada ela me dá banho de esponja.
Situação:
Falando
sobre o dia a dia.
Pergunta:
Você
se vira sozinho?
O
que ele responde:
Faço
quase tudo sem ajuda, é só buscar novas maneiras.
O
que gostaria de responder:
Que
nada, minhas enfermeiras me ajudam em tudo, principalmente no banho
de esponja.
Claro,
e ainda te viro de bruços, vamos ali pra você ver.
Situação:
Ainda
sobre o dia a dia.
Pergunta:
Você
consegue ficar sozinho em casa?
O
que ele responde:
Sim,
sem problemas.
O
que gostaria de responder:
Nada,
além das enfermeiras tenho dois javalis, um porco espinho e três
araras pra me fazer companhia.
Tô
precisando de uma anta, você se interessa?
Que
nada, sua irmã tá sempre lá comigo.
Acha
mesmo que ela faz pilates, aula de inglês e natação todo dia?
P.S.:
se o cara não tiver irmã, serve a prima.
Ou
se o cadeirante já estiver puto (e o cara não for muito forte),
apela pra progenitora.
Fonte
– lesadoemeio.blogspot.com.br
Tolerância
antes de tudo.
Conta-se
que um velho guerreiro, admirado e respeitado por todos de sua tribo,
era frequentemente consultado pelos seus.
Certo
dia, um jovem de seu clã, ansioso por galgar o mesmo sucesso do
velho, foi ter com ele, desejando beber de sua sabedoria.
Venerável
ancião,
disse o moço, busco
compreender quais as melhores lições que a vida vos ofereceu.
Guerreastes
em muitos campos de batalha, enfrentastes destemido os mais
audaciosos adversários, demonstrando coragem e bravura.
Fostes
o maior líder de nosso povo, e sob vossa égide conquistamos paz e
soberania.
Assim,
desejo saber qual a maior lição que pudestes aprender em vosso
caminhar.
Meu
caro jovem,
redarguiu o velho líder, após
tantas lutas, tantos enfrentamentos, digo-lhe apenas uma coisa:
O
grande segredo da vida não é lutar pelas nossas diferenças, mas
sim unirmo-nos pelo que temos em comum.
Não
importa se somos dessa ou daquela etnia, se somos branco, índio ou
negro.
Antes
de tudo, temos que nos entender porque somos gente, homens e
mulheres, sem diferença nenhuma quando vistos por dentro.
A
lição do guerreiro é considerável.
Em
um meio onde as ideologias partidárias, as diferenças, brigas e os
antagonismos são a tônica dos relacionamentos em nossa sociedade,
ele nos orienta a que busquemos nos unir em torno do que temos em
comum.
Ideal
seria que dessa forma acontecesse conosco em sociedade.
É
natural que existam pessoas que tenham uma ideologia política
diferente da nossa.
Nem
todos temos a mesma orientação sexual a nos conduzir a vida.
Educamos
nossos filhos de maneira diferente.
Votamos
em candidatos distintos e torcemos para times contrários.
Temos
gostos musicais dos mais variados.
E
escolhemos essa ou aquela religião para alimentar nossa
Espiritualidade.
Mas
isso tudo é secundário.
Antes
de tudo, somos irmãos.
Somos
todos Espíritos reencarnados, navegando em um corpo físico,
buscando superar nossas dificuldades, enfrentar a nós mesmos, dando
conta das responsabilidades que nos cabem no mundo.
Assim,
se alguém nos enfrenta com suas opiniões, compreendamos.
Se
alguém precisa convencer a outrem sobre suas próprias opiniões, é
porque talvez ainda esteja inseguro delas.
Se
outrem nos procura para conduzir-nos às suas crenças, tenhamos
paciência.
Muitas
vezes, a estreiteza imposta a eles os impede de perceber que o
caminho pouco importa, quando se tem claro o destino.
Com
os luminares espirituais aprendemos que toda doutrina, mesmo
parcialmente equivocada, é digna de respeito, desde que conduza as
pessoas ao bem.
Assim,
no agrupamento que estejamos, evitemos as polarizações, seja qual
for o tema.
Tolerar
é compreender que, no limite daquilo que é legal e ético, temos
direito de agir conforme os ditames da consciência.
E
o maior exemplo de tolerância nos oferece Deus, quando nos permite
que usemos nosso livre-arbítrio.
Na
Sua tolerância Divina, Ele sabe que nossos erros e opções, nem
sempre acertadas, são caminhos de aprendizado e amadurecimento.
Fonte
- Momento Espírita. Em 29.8.2017.
Tolerância
A
tolerância,
do latim tolerare
(sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação
diante de um elemento contrário a uma regra moral,
cultural, civil
ou física.
Do
ponto de vista da sociedade,
a tolerância é a capacidade de uma pessoa ou grupo social de
aceitar outra pessoa ou grupo social, que tem uma atitude diferente
das que são a norma
no seu próprio grupo.
A
concepção moderna tenta modificar a tolerância para o aceitar essa
diferença no sentido de concordar, entretanto não é o que
realmente significa a tolerância.
Tolerar
algo ou alguém é permitir que algo prossiga, mesmo que a pessoa não
concorde com tal valor, pois é dado o respeito de discordar.
O
conceito de tolerância se aplica em diversos domínios:
Tolerância
social: atitude de uma pessoa ou de um grupo social diante daquilo
que é diferente de seus valores morais ou de suas normas.
Tolerância
civil: discrepância entre a legislação,
a sua aplicação e a impunidade.
Tolerância
segundo John
Locke: «parar de combater o que não se pode mudar».
Tolerância
religiosa: atitude respeitosa e convivial diante das confissões
de fé diferentes da sua.
Tolerância
farmacológica ou medicamentosa:
diminuição da responsabilidade a um fármaco, ou seja, a diminuição
do efeito farmacológico com a administração repetida da
substância.
Tolerância
técnica: margem de erro
aceitável, ou capacidade de resistência a uma força
externa.
Tolerância:
em gestão
de riscos constitui o nível de risco
aceitável normalmente definido por critérios pré estabelecidoos.
Fonte
– wikipedia.org
Sou cadeirante tetraplégico devido a um acidente com bicicleta há 25 anos, mesmo assim ainda encontro pessoas conhecidas e amigas que me fazem inúmeras perguntas com temas bem diversos sobre a minha condição de cadeirante, muitas dessas pergunta são impertinentes, debochadas ou inocentes que dizem respeito ao meu dia a dia como: alimentação, higiene, vestimenta, transporte, sexo e outras mais; são curiosidades sobre como vivemos com as nossas limitações, mas muitas delas são inocentes ou debochas a ponto de nos ofender e nos considerar como deficientes mentais e não como deficientes físicos que o único problema é a dificuldades de locomoção e movimentos, e nas demais somos iguais as pessoas normais; tudo isso porque as pessoas ainda não aprenderam a conviver com as diferenças, por lhes faltaram conhecimentos em relação aos deficientes.
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