Acreditar em si mesmo

Acreditar em si mesmo

domingo, 12 de novembro de 2017

Perguntas idiotas, tolerância (quase) zero.


Perguntas idiotas tolerância (quase) zero!


De Mariana Reis.


Dizem que “a curiosidade não matou o gato”.

E vou confessar a vocês: eu admiro muito as pessoas curiosas.

Sério!

Mas… não tem um dia na vida que eu não escute de alguém indagações que, de tanto repetirem-se, viraram motivo de graça.

Apesar disso, nunca me canso de responder ou explicar.

É minha missão.

Mas não se espante com as respostas.

Fez perguntas idiotas?

Então… aguente as provocações!

1 – Você nasceu “assim”’?

Que eu me lembre, não. Minha mãe nunca me disse que nasci com uma mini cadeira colada ao meu bumbum.

Gente, que diferença faz se nasci ou não?

Afinal, o nascimento não causa deficiências, e sim, doenças, síndromes, má-formação, problemas no parto etc…


2 – Você não anda nem um pouquinho?

Não.

Uso a cadeira para descansar as pernas.

Esta é uma pergunta clássica que encaro sempre quando vou embarcar, principalmente, nos aeroportos deste Brasil!


3 – A cadeira vai?

Por quê?

Vai me levar no colo?

Esta também é clássica, de taxistas.

Então, me adianto e já saio falando antes de eles perguntarem

Olha, tenho um caso de amor com minha cadeira e, por isso não me separo dela.

Sim, ela vai!


4- Como você toma banho?

Pessoal, só aceito esta pergunta quando ela vem das crianças, tá?

Do contrário, considero muito indiscreta.

Mas como nunca perco a piada, e sou sincera, vou logo dizendo:  tiro a roupa, verifico se o chuveiro está no quente, se tem toalha, ligo o chuveiro e tal…


5 – Por que você não usa cadeira elétrica?

Por que não sou criminosa, e não gostaria de morrer eletrocutada.

Além disso, já viu o preço da conta de luz?

Mas de todo modo as cadeiras motorizadas são excelentes para quem tem uma deficiência severa e a quem faltam forças nos braços para impulsionar uma cadeira manual.

Como paraplégica que sou, o ideal mesmo são as cadeiras manuais, que, além de mais práticas e de fácil manuseio, nos fazem exercitar o coração.

Sim, temos coração!!


6 – Sua bunda deve doer de tanto ficar sentada, né?

Olha, como personal, vejo bundas expostas a muito mais a dores do que as dos cadeirantes.

Como, por exemplo, as de pessoas que fazem muitos agachamentos…

Estar cadeirante não significa estar imóvel.

A gente se mexe pra cá e pra lá, e também – quem pode – usa almofadas especiais que ajudam muito na nossa “sentada” diária.


7 – Como você dorme?

Engraçado…as crianças me fazem muito essa pergunta.

Para elas, sempre respondo com uma história bem interessante, e elas acabam por entender que durmo como a maioria das pessoas, deitada.

Mas pensando bem, durmo sentada quando um filme é chato ou quando estou viajando em classes econômicas.

Às vezes, durmo sentada, também, esperando uma consulta que demora demais ou quando vou a uma loja para resolver problemas com o celular.


8 – Você transa?

Como é?

Sim, e quando se ama e é correspondido fica ainda melhor.

Costumo transar sem roupa, mas, às vezes, vai de roupa mesmo.

O mais importante é ter alguém com quem possa compartilhar do mesmo desejo.

As maneiras como cada um faz é bem particular.

E as adaptações, adequações, cada qual escolhe o que e como fica melhor.


9 – Como você dança?

Escolho uma música e me mexo no ritmo dela.

Pode ser acompanhada ou sozinha.

Em casa ou na balada.

Ah, costumo dançar enquanto dirijo


10 – Você dirige?

Sim.

Por que?

Quer uma carona?

Bom, queridos leitores, perguntar não é nenhum problema, como já disse.

Mas elaborar melhor o pensamento ou fazer o exercício de colocar-se no lugar do outro – isso, em qualquer situação – pode evitar uma resposta com efeito nocaute.

Como em todas as situações de possíveis saias justas, tento manter a paciência, o bom humor e entender a minha missão naquele momento.

Jamais perco a oportunidade de informar e acabar com o preconceito que pode estar pairando entre nós.

Além disso, viver sem senso de humor é difícil e muito pesado.





Um silêncio libertador


De Mariana Reis.


Convivo diariamente com o espanto das pessoas que me conhecem e daquelas que acabo de conhecer, ao saber que não uso o bendito WhatsApp.

Minha família, colegas de trabalho e clientes, todos questionam minha decisão.

Como sou cobrada cada vez mais com maior veemência, resolvi escrever esse texto explicando meus motivos.

Para começar, estamos viciados.

Fisticados.

Em qualquer lugar, a qualquer momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto de nossa dependência.

Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos desesperados.

Somos incapazes de ficar mais de um minuto sem olhar para ele.

É através dele que nos conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho.

Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio dele.

Os neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos quais nos tornamos dependentes.

Oh, céus!

Ah…, o tempo todo e em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do celular, dedilham uma mensagem.

Enquanto conversam.

Enquanto namoram.

Enquanto participam de uma reunião.

E, pior de tudo, até mesmo enquanto dirigem.

Sinceramente, eu acho o Whatsapp muito chato.

Sei que não darei conta de tantas pessoas querendo uma resposta rápida ou me vigiando, se visualizei ou não a mensagem.

Não suporto ficar alienada a olhar o celular a cada sinal de som ou de luz emitidos pelo aplicativo.

Também não me imagino gastando tempo para sair de grupos ou apagando fotos desinteressantes.

E tem mais: as piadas que circulam no WhatsApp ainda são as mesmas que eu recebia no século passado, por e-mail.

No máximo o texto longo foi substituído por um vídeo, as correntes também são as mesmas, adaptadas, claro.

Os trotes e os golpes, os vírus, os mesmos, apenas um pouco mais sofisticados.

Aquelas lindas mensagens motivacionais que recebia em Power Point, agora estão em forma de vídeos, mas quase sempre as mesmas.

Se eu usasse o WhatsApp, minha vida seria um “déjà vu” sem fim.

Não!

Tô fora!

Descobri, com a minha desconexão do Whatsapp, que não há nada de errado.

Às vezes, quando as pessoas sabem que você não o usa, pode ser que você perca alguma notícia durante algumas horas ou alguns dias.

Também pode ser que algumas pessoas com quem você não tem uma relação estreita deixem até de se comunicar com você.

No trabalho, a coisa é diferente.

Até penso em usar para não ser demitida… kkkk!

É muito provável que, no futuro, depois dessa dose viciante, acabemos usando as mensagens instantâneas de uma forma um pouco mais inteligente do que hoje, sem nos tirar da nossa vida real.

Enquanto isso, é melhor não perder a cabeça nem esquecer que quase sempre a melhor comunicação é a que ocorre cara a cara.

Por isso, quando você quiser me encontrar e não conseguir, saiba que estou pelas ruas vendo o que por ali tem, observando as pessoas, tomando um café, vendo o movimento da vida, ou até mesmo encalhada em algum buraco devido à falta de acessibilidade.

Colhendo ângulos de um mundo que também é de toque.

O abraço, o aperto de mão, o olhar… foram as primeiras ferramentas ‘touch’ criadas para nos aproximar mais das pessoas que gostamos.





Reflita sobre o seu viver.


Você costuma refletir sobre sua forma de viver, ou simplesmente vive?

Sabe aonde seus passos o conduzirão, ou simplesmente caminha?

Decide, conscientemente, a direção que toma, ou apenas segue à frente, de maneira quase automática?

Reflete bem sobre o que pensa e diz, ou solta as palavras como uma metralhadora que dispara projéteis?

Pondera, antes de agir, sobre os efeitos que surgirão de suas atitudes, ou prefere reclamar dos resultados infelizes só depois que surgem?

Considere que cada escolha feita terá suas consequências correspondentes, desencadeando uma sucessão de fatos sem fim.

Por tudo isso, reflita sobre o seu viver.

Volte seu olhar para dentro de si próprio e analise a sua vida, seu modo de ser, suas decisões, os sentimentos que molduram seu caráter, suas reações, seus anseios, seus sonhos.

Reflita sobre si.

Sobre quem é você, de onde veio e para onde vai.

Por que se encontra onde está, com as pessoas que o rodeiam, vivendo as situações que vive.

Reflita sobre si mesmo.

Pense em como seria se você fosse um pouco diferente do que é.

Imagine se fosse um pouco melhor do que é, um tanto mais amável, mais amigo, menos impulsivo, menos reativo às vicissitudes da vida.

Reflita e pense sobre como seria e como pode ser.

Como será o seu viver, se experimentar um jeito novo de sentir aquele sentimento desagradável que lhe acomete.

Como seria se ao invés de responder da maneira abrupta que lhe é comum, se esforçasse para responder com mais suavidade.

Como seria se durante um dia inteiro não emitisse uma única reclamação, mesmo que os pensamentos lhe viessem à mente.

Como seria atender a tudo que lhe solicitam sem azedume ou sem rabugice.

Como seria se você fosse uma versão melhorada, repaginada de você mesmo, um sósia mais amoroso, mais terno.

Talvez se você se permitisse executar todos esses procedimentos, na ordem que foram sugeridos, se surpreenderia ao ver que é capaz de ser o que imaginou, porque sabe que é capaz de ser melhor.

Sabe que é possível mudar.

Remova de si mesmo e da sua indolência todas as amarras que o prendem ao passado, ao que foi, ao que é.

Dê a si próprio a chance de mudar as coisas, de tomar as rédeas da sua vida, de decidir as metas a serem alcançadas e obrigar-se a chegar ao objetivo que escolheu.

Nada o impede.

Nem Deus, nem o mundo, nem os outros.

É você que se mantém onde está, por comodismo.

Confie em si mesmo e verá descortinar outro amanhã, mais auspicioso.

Com certeza se sentirá bem melhor do que se sente e muito mais próximo de Deus.


Pense nisso, e jamais deixe de refletir sobre o seu viver!

Ouça seu interior e ajuste seus passos na direção da grande luz.


Fonte - Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Emengarda, psicografada por Marie-Chantal Doufour Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, em 14/08/2006.











Um comentário:

  1. Tem pessoas que fazem perguntas e certas colocações diante um deficiente que a gente não sabe se são ingênuas ou tem pouco conhecimentos sobre os deficientes; e muitos deles se sentem ofendidos com as perguntas e colocações que são idiotas ou maliciosas e por trás dessas tem segundas intenções; as pessoas precisam compreender que os deficientes apenas tem dificuldades de locomoção e não dificuldades mentais.

    ResponderExcluir