Acreditar em si mesmo

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Bem estar e inclusão social através do crossfit adaptado.




Bem estar e inclusão social através do crossfit adaptado.


Especialistas de saúde reforçam a necessidade de incentivar a prática de atividade física por pessoas portadoras de deficiência. 

Praticar esporte é uma forma de esses indivíduos redescobrirem a vida de uma forma ampla e global.

O esporte previne as enfermidades secundárias à deficiência e ainda promove a integração social, levando a pessoa a descobrir que é possível, apesar das limitações físicas, ter uma vida normal e saudável.

Abraçar uma atividade física pode transformar o dia-a-dia de uma pessoa especial e ainda fazer bem para a saúde do corpo e da mente.

Movimentar- se é a palavra de ordem.

O importante é procurar uma modalidade esportiva que se adeque as condições e limites.

Em São Roque, um projeto ministrado pela professora de educação física formada pela UNESP, Karina Meneguini, vem trazendo esperança e qualidade de vida para um grupo de pessoas especiais, que praticam o crossfit como um esporte de inclusão social, satisfação pessoal e de autoestima.

O crossfit também é um esporte voltado para portadores de necessidades especiais.

Foi adaptado para pessoas com alguma deficiência específica e pode ser usado como um treinamento funcional para melhorar as capacidades físicas.

O projeto de Karina é seguido, pelo senador Romário, importante personalidade dos portadores de necessidades especiais.

Ainda pouco conhecida e divulgada, essa categoria do crossfit tem suas próprias competições e está presente no mundo todo.

O último evento aconteceu em 2016 no Canadá e premiou em primeiro lugar o brasileiro Diego Coelho, que sofreu um acidente de carro e desde então necessita de uma cadeira de rodas.

No espaço montado por Karina, podemos ver a sempre sorridente Mariana Santana Antiquera, que desde o seu nascimento convive com sequelas de uma lesão cerebral, descoberta aos oito meses de vida.

Mas isso não impede a jovem de 28 anos, que é formada em Marketing, dança balé e que escreveu um livro chamado “Sou um pouco mais que diferente” de fazer suas aulas de crossfit e se integrar na sociedade.

Com o auxílio de sua mãe, Mariana disse que os deficientes devem ser vistos da mesma forma.

Falam da inclusão de uma maneira equivocada, a inclusão não está na lei, e sim em o deficiente ter uma vida normal, o povo devia olhar para as pessoas especiais como olham para qualquer cidadão, e qualquer atividade física ajuda há ter uma autoestima” diz Mariana.

Em uma entrevista ao site Contemporânea Brasil, em 2016, Mariana disse que uma parte de sua adolescência foi mais complicada.

A primeira fase da adolescência foi mais difícil. Eu me tranquei dentro de mim.

Tinha vergonha de sair, vergonha da minha cadeira, da minha fala, e não tinha com quem me abrir.

Dos quinze aos dezoito anos, houve uma mudança dentro de mim.

A vergonha foi embora e nasceu uma coragem que me fez viver e me aceitar como sou.

Com isso ganhei amigos”, disse Mariana.

Mariana pretende ajudar outras pessoas que sofrem com o preconceito e a exclusão social.

Posso ajudar com minha experiência de vida.

Em vários lugares pelos quais passei, fui a primeira pessoa com deficiência.

Acho que estou abrindo portas.

E quero muito levar o verdadeiro sentido da palavra inclusão com a leveza da arte para as pessoas.

Outro aluno do projeto é Lucas Barros da Silveira, que é atleta e disputa competições para deficientes visuais.

As aulas de crossfit têm sido muito importantes para mim, já que sou um atleta, as aulas estão me ajudando a ter uma preparação física melhor, com isso posso melhorar minhas marcas nas competições” completou Lucas.

Lucas compete pelo Projeto Superação da cidade de Mairinque e compete nas provas dos 200 metros livres, arremesso de peso, lançamento de dardo, lançamento de disco e natação.

No mês de outubro, Lucas Barros vai participar do Campeonato Nacional de Paratletismo, que será disputado na cidade de São Paulo.

Karina Meneguini pede as empresas e pessoas que queiram ajuda-la no projeto, que possam auxiliar no transporte destas pessoas especiais, pois o espaço e as aulas já são cedidos gratuitamente.

Necessitamos de algum meio de transporte para buscar e levar os alunos, muitos deles não possuem transporte próprio e às vezes não consigo pegar todos com meu veículo, por isso pedimos a ajuda de empresas ou pessoas para nos auxiliar com o transporte destas pessoas.

O espaço “Box Fit” de Karina Meneguini fica localizado na Rua Oswaldo Cruz, 98, no Jardim Finatti, em São Roque.

As aulas de crossfit adaptado acontecem de terça à sexta-feira, às 10h.

Fonte: - odemocrata.com.br


Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência


Terapia com robôs pode ajudar muito quem tem limitações motoras: como funciona ?

Escrito por Luiz Felipe Silva


O termo "terapia robótica" pode parecer um tanto futurista.

Mas sua aplicação já é real e traz resultados importantes há pelos menos cinco anos no Brasil.

O uso de robôs em tratamento de reabilitação de pessoas que passaram por doenças ou acidentes se mostra uma solução eficiente para ativar áreas cerebrais de pacientes em busca de sua recuperação motora.

Vale lembrar que esse tipo de técnica não substitui outras, como a fisioterapia e a terapia ocupacional.

Ao contrário, todas elas são eficientes e complementares.

Como a terapia robótica funciona?

"O movimento está no cérebro, é onde se controla tudo", afirma André Sugawara, médico fisiatra da Rede de Reabilitação Lucy Montoro.

"A máquina faz o paciente aprender novamente os movimentos, é um treinamento cognitivo", explica.

Maquinário

Os dois tipos mais comuns de equipamento são uma máquina com um apoio para os braços ou uma espécie de armação que sustenta uma caminhada.

Mas há mais de uma dezena de ferramentas adaptadas para cotovelos, punho, aperto de mão etc., que geralmente funcionam como jogos que simulam atividades do dia a dia.

Quando opera a máquina, o paciente tende a apresentar falhas em seus movimentos.

Então, o sistema robótico consegue perceber os erros de precisão e velocidade no movimento e os corrige com respostas momentâneas.

Uma máquina registra todas essas informações em uma espécie de ficha de caso.

Modulação do cérebro

"A máquina ajuda o paciente a corrigir estes erros e vai deixando o movimento cada vez mais autônomo", explica André Sugawara.

Quanto mais autônomo do movimento, mais o cérebro do paciente reaprende a executá-lo.

É um exercício em que os especialistas chamam de neuromodulação, são mais que funções e, especificamente, são as habilidades neurais capazes de executar comandos com mais precisão.

Como são as sessões de terapia robótica

Uma sessão de terapia robótica pode durar menos de dois minutos.

Literalmente.

"É muito variável.

O paciente está muito focado, não se consiga absorver o aprendizado, e está exigindo o treinamento mental.

Nas primeiras sessões, é comum que haja cansaço muito rapidamente ", relata o médico fisiatra.

As sessões duram de 30 a 45 minutos - mais que isso seria gerado um desgaste mental tão grande que prejudicaria outras terapias pelas quais os pacientes passam.

O especialista conta que já viu evoluções rápidas de atividades de cotidiano, como aplicar desodorante sozinho, acontecerem de forma muito rápida, em apenas duas sessões.

"O importante é o aluno entenda que não é um ganho de força, mas um treino de aprendizado, como uma sala de aula, onde o foco é fundamental".

Para quem a terapia funciona?

Todo tipo de paciente com dificuldades de movimento pode obter melhora com a terapia robótica.

Os casos mais comuns são de pacientes que sofrem AVC, lesões medulares, paralisias cerebrais ou amputações.

"Tudo que envolve aprendizado cognitivo, pode ser aplicado o robô", afirma o médico.


Como o tratamento depende muito do foco e da capacidade mental do paciente, em casos que o quadro envolve transtornos mentais, como a depressão, é preciso passar por outros tratamentos antes de iniciar a robótica.

No estado de São Paulo, para usar a terapia, é precisar entrar no site da Rede Lucy Montoro.

Fontes: - Vix - fernandazago.com.br


Família feliz (Foto: Thinkstock)
Família feliz (Foto: Thinkstock)


Viver é diferente de sobreviver.

Nossa colunista (da revista Crescer), Andrea Werner, reflete sobre vida, felicidade, família e não poderia deixar uma mensagem mais linda para o ano que vai começar

Por Andrea Werner*


No último fim de semana, vi um vídeo que me deixou pensativa pelo resto do dia.

Nele, uma senhora com câncer terminal fala da morte com uma naturalidade cortante, crua, daquelas que chegam a ser ofensivas para nós, pobres mortais, que vemos na finitude um tabu.

Ela começa o vídeo comentando que, quando ficou sabendo que ia morrer, a primeira coisa que pensou foi "vou perder a última temporada de Game of Thrones e não vou saber quem ganhou a guerra".

Faz poucos anos que tenho encarado a finitude com mais naturalidade. Afinal, é assim com as plantas e com todos os animais.

Cumprimos nosso ciclo e vamos, ficando presentes nas memórias e nos corações das pessoas com quem convivemos ou que marcamos de alguma forma. Mas, acima de tudo, pra mim, falar de morte faz pensar em vida.

Vida, aquela de cada um. Umas mais fáceis, outras mais sofridas, outras que fazem sofrer, outras que aliviam a dor dos outros.

Vida, aquela coisa que acontece tão automaticamente quanto nossa respiração (e que está intrinsicamente ligada a ela).

Talvez, por isso, não nos atrai tanta atenção na maior parte do tempo.

E, vendo aquela senhora da reportagem falar de como abriu mão de terapias paliativas (e dolorosas) para ter mais tempo, percebi como, realmente, viver é diferente de sobreviver.

Hoje em dia - e já faz alguns anos - , parei de ter vergonha da minha idade.

Fiz 42 em novembro, com muito orgulho.

Tenho feito o possível para envelhecer bem, me cuido, mas não escondo a idade.

Afinal, envelhecer é para quem tem sorte.

Este foi um dos motivos pelos quais decidi voltar com a família depois de uma temporada de 3 anos morando no exterior.

Ver os pais com frequência esconde ou disfarça o próprio processo de envelhecimento deles.

Mas, quando você os vê só 1 ou 2 vezes em um ano, as mudanças trazidas pelo tempo sambam na sua cara como uma madrinha de bateria.

A conclusão - muito pessoal - à qual cheguei é de que a vida é muito curta para ficarmos longe de quem amamos.

Ter um filho também nos deixa mais atentos à passagem do tempo.

Hoje em dia, olhando as fotos do Theo bebê, me pego pensando em como parece que aquilo se passou em outra vida.

Meu bebê tão lindo, de olhos grandes e expressivos, gengiva banguela e dobrinhas, agora pertence às lembranças e às fotos e vídeos armazenados no computador.

Na semana passada, pela primeira vez, experimentei, no meu próprio pé, um tênis que era destinado a ele.

Não vou negar que a experiência me balançou.

Cadê aquele pezinho (nada cascudo) que já coube inteiro na minha mão?

Não é à toa que o Theo é meu maior professor.

Me escancara a passagem do tempo, me mostra como a vida pode ser vivida de forma plena e feliz mesmo "fora dos padrões", me ensina todos os dias como a verdadeira felicidade está nas pequenas coisas.

Foi depois dele que comecei a "viver mais que sobreviver".

Foi depois do diagnóstico de autismo dele que passei a ver valor nas pequenas coisas, a comemorar cada nova palavrinha, cada pequeno progresso.

Foi através do olhar dele que descobri a beleza que se esconde por trás das coisas do cotidiano, como as folhas que caem das árvores ou o vento que assobia pelas frestas da janela.

E, o mais importante de tudo: aprendi com ele a reclamar menos e a ser mais grata.

Meu filho é lindo, inteligente e saudável.

Tenho um marido amoroso e incrivelmente parceiro.

Tenho a cachorra mais linda e "figura" do mundo.

Tenho percebido que a chave para ser mais feliz é apreciar diariamente o que a gente tem, e não o que gostaria de ter.

E sou grata por tudo: da minha cachorra "figura" ao meu sofá manchado.

Eles são MEUS.

Não sou vítima do destino por ter tido um filho com uma deficiência que é o autismo.

Como disse a senhora do vídeo que me marcou, nada "deu errado".

Claro que tive que readequar alguns sonhos e expectativas, mas quem não teve?

Entre desvios de rota e surpresas, ainda vejo uma vida que vale muito a pena ser vivida.

Então, ao invés de reclamar de 2017, vou preferir ser grata por tudo o que conquistei. 2018 não vai ser melhor se eu tiver menos problemas, mas se eu aprender a focar ainda mais no que deu certo, no que encanta, no que enche os olhos, no que tem real valor.

Que em 2018, consigamos viver mais ao invés de sobreviver!

Andrea Werner*

Andréa Werner é jornalista, escritora e palestrante.

Após o diagnóstico de seu filho Theo, aos 2 anos de idade, com autismo, iniciou o blog Lagarta Vira Pupa, que rapidamente se tornou referência para pais, profissionais da área da saúde e educação, e pessoas interessadas em uma sociedade mais inclusiva.

Fonte: - revistacrescer.globo.com










2 comentários:

  1. Incentivar a pratica de atividades esportivas aos portadores de necessidades especiais é acreditar e dar a este dignidade e auto estima, por onde estes possam ver que há como se superar e aprender a conviver com suas limitações sabendo que a vida continua e só depende dele mesmo dar essa continuidade; assim poder viver bem mesmo com limitações.

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  2. O esporte tem um histórico de agregação de pessoas e através dele conseguimos trazer de volta a auto estima das pessoas que se julgavam incapazes e não viam nenhum futuro pela frente, dando a estas dignidade ao saberem que ainda podem ser úteis. Agora a terapia através da rôbotica vem a ser uma enorme inovação, auxiliando na estimulação e recuperação das pessoas com deficiência as trazendo de volta para a realidade, e estas começarem a ver uma luz no fim do túnel ao verem que a vida continua.

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