Bem
estar e inclusão social através do crossfit adaptado.
Especialistas
de saúde reforçam a necessidade de incentivar a prática de
atividade física por pessoas portadoras de deficiência.
Praticar
esporte é uma forma de esses indivíduos redescobrirem a vida de
uma forma ampla e global.
O
esporte previne as enfermidades secundárias à deficiência e ainda
promove a integração social, levando a pessoa a descobrir que é
possível, apesar das limitações físicas, ter uma vida normal e
saudável.
Abraçar
uma atividade física pode transformar o dia-a-dia de uma pessoa
especial e ainda fazer bem para a saúde do corpo e da mente.
Movimentar-
se é a palavra de ordem.
O
importante é procurar uma modalidade esportiva que se adeque as
condições e limites.
Em
São Roque, um projeto ministrado pela professora de educação
física formada pela UNESP, Karina Meneguini, vem trazendo esperança
e qualidade de vida para um grupo de pessoas especiais, que praticam
o crossfit como um esporte de inclusão social, satisfação pessoal
e de autoestima.
O
crossfit também é um esporte voltado para portadores de
necessidades especiais.
Foi
adaptado para pessoas com alguma deficiência específica e pode ser
usado como um treinamento funcional para melhorar as capacidades
físicas.
O
projeto de Karina é seguido, pelo senador Romário, importante
personalidade dos portadores de necessidades especiais.
Ainda
pouco conhecida e divulgada, essa categoria do crossfit tem suas
próprias competições e está presente no mundo todo.
O
último evento aconteceu em 2016 no Canadá e premiou em primeiro
lugar o brasileiro Diego Coelho, que sofreu um acidente de carro e
desde então necessita de uma cadeira de rodas.
No
espaço montado por Karina, podemos ver a sempre sorridente Mariana
Santana Antiquera, que desde o seu nascimento convive com sequelas
de uma lesão cerebral, descoberta aos oito meses de vida.
Mas
isso não impede a jovem de 28 anos, que é formada em Marketing,
dança balé e que escreveu um livro chamado “Sou um pouco mais
que diferente” de fazer suas aulas de crossfit e se integrar na
sociedade.
Com
o auxílio de sua mãe, Mariana disse que os deficientes devem ser
vistos da mesma forma.
“Falam
da inclusão de uma maneira equivocada, a inclusão não está na
lei, e sim em o deficiente ter uma vida normal, o povo devia olhar
para as pessoas especiais como olham para qualquer cidadão, e
qualquer atividade física ajuda há ter uma autoestima” diz
Mariana.
Em
uma entrevista ao site Contemporânea Brasil, em 2016, Mariana disse
que uma parte de sua adolescência foi mais complicada.
“A
primeira fase da adolescência foi mais difícil. Eu me tranquei
dentro de mim.
Tinha
vergonha de sair, vergonha da minha cadeira, da minha fala, e não
tinha com quem me abrir.
Dos
quinze aos dezoito anos, houve uma mudança dentro de mim.
A
vergonha foi embora e nasceu uma coragem que me fez viver e me
aceitar como sou.
Com
isso ganhei amigos”, disse Mariana.
Mariana
pretende ajudar outras pessoas que sofrem com o preconceito e a
exclusão social.
“Posso
ajudar com minha experiência de vida.
Em
vários lugares pelos quais passei, fui a primeira pessoa com
deficiência.
Acho
que estou abrindo portas.
E
quero muito levar o verdadeiro sentido da palavra inclusão com a
leveza da arte para as pessoas.
Outro
aluno do projeto é Lucas Barros da Silveira, que é atleta e
disputa competições para deficientes visuais.
“As
aulas de crossfit têm sido muito importantes para mim, já que sou
um atleta, as aulas estão me ajudando a ter uma preparação física
melhor, com isso posso melhorar minhas marcas nas competições”
completou Lucas.
Lucas
compete pelo Projeto Superação da cidade de Mairinque e compete
nas provas dos 200 metros livres, arremesso de peso, lançamento de
dardo, lançamento de disco e natação.
No
mês de outubro, Lucas Barros vai participar do Campeonato Nacional
de Paratletismo, que será disputado na cidade de São Paulo.
Karina
Meneguini pede as empresas e pessoas que queiram ajuda-la no
projeto, que possam auxiliar no transporte destas pessoas especiais,
pois o espaço e as aulas já são cedidos gratuitamente.
“Necessitamos
de algum meio de transporte para buscar e levar os alunos, muitos
deles não possuem transporte próprio e às vezes não consigo
pegar todos com meu veículo, por isso pedimos a ajuda de empresas
ou pessoas para nos auxiliar com o transporte destas pessoas.
O
espaço “Box Fit” de Karina Meneguini fica localizado na Rua
Oswaldo Cruz, 98, no Jardim Finatti, em São Roque.
As
aulas de crossfit adaptado acontecem de terça à sexta-feira,
às 10h.
Fonte:
- odemocrata.com.br
Secretaria
de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Terapia
com robôs pode ajudar muito quem tem limitações motoras: como
funciona ?
Escrito
por Luiz Felipe Silva
O
termo "terapia robótica" pode parecer um tanto futurista.
Mas
sua aplicação já é real e traz resultados importantes há pelos
menos cinco anos no Brasil.
O
uso de robôs em tratamento de reabilitação de pessoas que
passaram por doenças ou acidentes se mostra uma solução eficiente
para ativar áreas cerebrais de pacientes em busca de sua
recuperação motora.
Vale
lembrar que esse tipo de técnica não substitui outras, como a
fisioterapia e a terapia ocupacional.
Ao
contrário, todas elas são eficientes e complementares.
Como
a terapia robótica funciona?
"O
movimento está no cérebro, é onde se controla tudo", afirma
André Sugawara, médico fisiatra da Rede de Reabilitação Lucy
Montoro.
"A
máquina faz o paciente aprender novamente os movimentos, é um
treinamento cognitivo", explica.
Maquinário
Os
dois tipos mais comuns de equipamento são uma máquina com um apoio
para os braços ou uma espécie de armação que sustenta uma
caminhada.
Mas
há mais de uma dezena de ferramentas adaptadas para cotovelos,
punho, aperto de mão etc., que geralmente funcionam como jogos que
simulam atividades do dia a dia.
Quando
opera a máquina, o paciente tende a apresentar falhas em seus
movimentos.
Então,
o sistema robótico consegue perceber os erros de precisão e
velocidade no movimento e os corrige com respostas momentâneas.
Uma
máquina registra todas essas informações em uma espécie de ficha
de caso.
Modulação
do cérebro
"A
máquina ajuda o paciente a corrigir estes erros e vai deixando o
movimento cada vez mais autônomo", explica André Sugawara.
Quanto
mais autônomo do movimento, mais o cérebro do paciente reaprende a
executá-lo.
É
um exercício em que os especialistas chamam de neuromodulação,
são mais que funções e, especificamente, são as habilidades
neurais capazes de executar comandos com mais precisão.
Como
são as sessões de terapia robótica
Uma
sessão de terapia robótica pode durar menos de dois minutos.
Literalmente.
"É
muito variável.
O
paciente está muito focado, não se consiga absorver o aprendizado,
e está exigindo o treinamento mental.
Nas
primeiras sessões, é comum que haja cansaço muito rapidamente ",
relata o médico fisiatra.
As
sessões duram de 30 a 45 minutos - mais que isso seria gerado um
desgaste mental tão grande que prejudicaria outras terapias pelas
quais os pacientes passam.
O
especialista conta que já viu evoluções rápidas de atividades de
cotidiano, como aplicar desodorante sozinho, acontecerem de forma
muito rápida, em apenas duas sessões.
"O
importante é o aluno entenda que não é um ganho de força, mas um
treino de aprendizado, como uma sala de aula, onde o foco é
fundamental".
Para
quem a terapia funciona?
Todo
tipo de paciente com dificuldades de movimento pode obter melhora
com a terapia robótica.
Os
casos mais comuns são de pacientes que sofrem AVC, lesões
medulares, paralisias cerebrais ou amputações.
"Tudo
que envolve aprendizado cognitivo, pode ser aplicado o robô",
afirma o médico.
Como
o tratamento depende muito do foco e da capacidade mental do
paciente, em casos que o quadro envolve transtornos mentais, como a
depressão, é preciso passar por outros tratamentos antes de
iniciar a robótica.
No
estado de São Paulo, para usar a terapia, é precisar entrar no
site da Rede Lucy Montoro.
Fontes:
- Vix - fernandazago.com.br
Família
feliz (Foto: Thinkstock)
Viver
é diferente de sobreviver.
Nossa
colunista (da revista Crescer), Andrea Werner, reflete sobre vida,
felicidade, família e não poderia deixar uma mensagem mais linda
para o ano que vai começar
Por
Andrea Werner*
No
último fim de semana, vi um vídeo que me deixou pensativa pelo
resto do dia.
Nele,
uma senhora com câncer terminal fala da morte com uma naturalidade
cortante, crua, daquelas que chegam a ser ofensivas para nós,
pobres mortais, que vemos na finitude um tabu.
Ela
começa o vídeo comentando que, quando ficou sabendo que ia morrer,
a primeira coisa que pensou foi "vou perder a última temporada
de Game of Thrones e não vou saber quem ganhou a guerra".
Faz
poucos anos que tenho encarado a finitude com mais naturalidade.
Afinal, é assim com as plantas e com todos os animais.
Cumprimos
nosso ciclo e vamos, ficando presentes nas memórias e nos corações
das pessoas com quem convivemos ou que marcamos de alguma forma.
Mas, acima de tudo, pra mim, falar de morte faz pensar em vida.
Vida,
aquela de cada um. Umas mais fáceis, outras mais sofridas, outras
que fazem sofrer, outras que aliviam a dor dos outros.
Vida,
aquela coisa que acontece tão automaticamente quanto nossa
respiração (e que está intrinsicamente ligada a ela).
Talvez,
por isso, não nos atrai tanta atenção na maior parte do tempo.
E,
vendo aquela senhora da reportagem falar de como abriu mão de
terapias paliativas (e dolorosas) para ter mais tempo, percebi como,
realmente, viver é diferente de sobreviver.
Hoje
em dia - e já faz alguns anos - , parei de ter vergonha da minha
idade.
Fiz
42 em novembro, com muito orgulho.
Tenho
feito o possível para envelhecer bem, me cuido, mas não escondo a
idade.
Afinal,
envelhecer é para quem tem sorte.
Este
foi um dos motivos pelos quais decidi voltar com a família depois
de uma temporada de 3 anos morando no exterior.
Ver
os pais com frequência esconde ou disfarça o próprio processo de
envelhecimento deles.
Mas,
quando você os vê só 1 ou 2 vezes em um ano, as mudanças
trazidas pelo tempo sambam na sua cara como uma madrinha de bateria.
A
conclusão - muito pessoal - à qual cheguei é de que a vida é
muito curta para ficarmos longe de quem amamos.
Ter
um filho também nos deixa mais atentos à passagem do tempo.
Hoje
em dia, olhando as fotos do Theo bebê, me pego pensando em como
parece que aquilo se passou em outra vida.
Meu
bebê tão lindo, de olhos grandes e expressivos, gengiva banguela e
dobrinhas, agora pertence às lembranças e às fotos e vídeos
armazenados no computador.
Na
semana passada, pela primeira vez, experimentei, no meu próprio pé,
um tênis que era destinado a ele.
Não
vou negar que a experiência me balançou.
Cadê
aquele pezinho (nada cascudo) que já coube inteiro na minha mão?
Não
é à toa que o Theo é meu maior professor.
Me
escancara a passagem do tempo, me mostra como a vida pode ser vivida
de forma plena e feliz mesmo "fora dos padrões", me
ensina todos os dias como a verdadeira felicidade está nas pequenas
coisas.
Foi
depois dele que comecei a "viver mais que sobreviver".
Foi
depois do diagnóstico de autismo dele que passei a ver valor nas
pequenas coisas, a comemorar cada nova palavrinha, cada pequeno
progresso.
Foi
através do olhar dele que descobri a beleza que se esconde por trás
das coisas do cotidiano, como as folhas que caem das árvores ou o
vento que assobia pelas frestas da janela.
E,
o mais importante de tudo: aprendi com ele a reclamar menos e a ser
mais grata.
Meu
filho é lindo, inteligente e saudável.
Tenho
um marido amoroso e incrivelmente parceiro.
Tenho
a cachorra mais linda e "figura" do mundo.
Tenho
percebido que a chave para ser mais feliz é apreciar diariamente o
que a gente tem, e não o que gostaria de ter.
E
sou grata por tudo: da minha cachorra "figura" ao meu sofá
manchado.
Eles
são MEUS.
Não
sou vítima do destino por ter tido um filho com uma deficiência
que é o autismo.
Como
disse a senhora do vídeo que me marcou, nada "deu errado".
Claro
que tive que readequar alguns sonhos e expectativas, mas quem não
teve?
Entre
desvios de rota e surpresas, ainda vejo uma vida que vale muito a
pena ser vivida.
Então,
ao invés de reclamar de 2017, vou preferir ser grata por tudo o que
conquistei. 2018 não vai ser melhor se eu tiver menos problemas,
mas se eu aprender a focar ainda mais no que deu certo, no que
encanta, no que enche os olhos, no que tem real valor.
Que
em 2018, consigamos viver mais ao invés de sobreviver!
Andrea
Werner*
Andréa
Werner é jornalista, escritora e palestrante.
Após
o diagnóstico de seu filho Theo, aos 2 anos de idade, com autismo,
iniciou o blog Lagarta Vira Pupa, que rapidamente se tornou
referência para pais, profissionais da área da saúde e educação,
e pessoas interessadas em uma sociedade mais inclusiva.
Fonte:
- revistacrescer.globo.com
Incentivar a pratica de atividades esportivas aos portadores de necessidades especiais é acreditar e dar a este dignidade e auto estima, por onde estes possam ver que há como se superar e aprender a conviver com suas limitações sabendo que a vida continua e só depende dele mesmo dar essa continuidade; assim poder viver bem mesmo com limitações.
ResponderExcluirO esporte tem um histórico de agregação de pessoas e através dele conseguimos trazer de volta a auto estima das pessoas que se julgavam incapazes e não viam nenhum futuro pela frente, dando a estas dignidade ao saberem que ainda podem ser úteis. Agora a terapia através da rôbotica vem a ser uma enorme inovação, auxiliando na estimulação e recuperação das pessoas com deficiência as trazendo de volta para a realidade, e estas começarem a ver uma luz no fim do túnel ao verem que a vida continua.
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